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Jéssica Mônica
Luana Ferreira
Vitor Pereira
João Monlevade
2023
O que são minas subterrâneas
Esse procedimento é realizado através do auxílio da topografia, para que haja abertura
dos famosos poços verticais, os quais darão o acesso a todos os equipamentos e
profissionais necessários para a retirada do minério. Com a abertura dos poços, ocorre
a abertura das galerias horizontais, onde será explotado o minério.
Na lavra subterrânea o corpo mineralizado precisa ser muito bem delimitado, as suas
características precisam ser bem definidas por sondagens e galerias e o acesso é
normalmente feito por túnel, rampa ou poço.
O transporte até a superfície pode ser feito por gaiolas ou por skips. Desde a
profundidade de 600m podem ser utilizados caminhões, mas minas de pequena
profundidade como as de carvão de Santa Catarina utilizam correias, que é mais
econômico.
Para que ocorra a abertura de uma mina, ou seja, uma exploração mineral, existe um
conjunto de fases em sequência a serem seguidas, nas quais podemos resumir em:
Dessa forma, com os estudos na área a ser explorada, há diversas condições a serem
seguidas para a escolha de qual método de lavra vai ser utilizado em sua exploração.
São levadas em consideração questões econômicas, geológicas, ambientais, sociais,
políticas e tecnológicas.
Geometria do depósito;
Características do minério como teor, disposição espacial, profundidade;
Produtividade;
Segurança;
Considerações geotécnicas;
Impactos ambientais;
Viabilidade econômica;
Operações de lavra.
As operações de lavra são o conjunto de processos realizados para que seja realizada
com sucesso a extração mineral e seu transporte até o beneficiamento. Elas são
divididas em:
Nem sempre os minerais que serão explorados se dispõem em locais sozinhos ou com
as características físicas desejadas, diante disso é necessário um conjunto de ações
que possibilite a forma necessária para que seja comercializado.
Este é descrito como o conjunto de operações realizadas após a lavra e transporte que
geram uma transformação no mineral extraído, com o propósito de aumentar a
qualidade e o teor dos minerais importantes, também os separando dos rejeitos e
estéreis.
Ainda nessa etapa, há diversas técnicas utilizadas para realizar essa concentração, elas
vão de acordo com o mineral a ser separados. Dentre as técnicas temos:
– Flotação;
– Separação magnética;
– Separação gravítica;
– Lixiviação;
– Sedimentação;
– Filtragem;
– Centrifugação;
– Secagem;
Os impactos causados pela mineração são vastos e podem ser vistos em várias escalas
do micro ao macro. Dentre eles temos a remoção da vegetação ao redor, poluição
sonora e vibrações, bombeamento de água no subsolo causando rebaixamento dos
lençóis freáticos e águas subterrâneas, contaminação do solo e rios próximos além da
subsistência (afundamento) dos terrenos.
Existem diversas estratégias que visam à redução desses impactos e estas devem estar
descritas no projeto no momento de sua concepção e de acordo com a legislação
ambiental vigente.
Podemos citar as diversas medidas como a recarga artificial de aquíferos por injeção,
ações e pesquisas com o foco no reaproveitamento dos rejeitos provenientes dos
processos minerários, projetos de reabilitação das áreas degradadas com revegetação,
e claro, um monitoramento correto e periódico.
Métodos Utilizados
A lavra subterrânea possui métodos que são divididos em 3 grupos de acordo com a
forma de abertura de poços, túneis e galerias nas rochas encaixantes:
Para esses tipos de métodos, costumam exigir, para a sua aplicação, elevada
continuidade e homogeneidade da qualidade do minério. Em geral são métodos de alta
produtividade que são empregados na lavra de minérios de menor valor unitário, pois a
recuperação é bastante comprometida pelo abandono dos pilares. Confira quais são os
métodos:
Câmaras e Pilares:
O transporte pode ser feito a partir dos próprios realces, por shutle cars descarregando
em correias transportadoras ou por vias de transporte abertas na lapa para este fim
através de caminhões ou trens que podem receber o material desmontado.
Esse método permite grande variação em sua aplicação, razão da sua ampla utilização
no Brasil. Uma variante bastante popular é a conhecida como a do método dos subníveis
com furos longos, LHOS (long hole open stope), onde são usados furos de diâmetro
largo, 115mm ou 150mm, em geral descendentes e se tem entre dois e três sub-níveis
(um no piso e os demais no topo). O método é empregado no Brasil em vários locais
como por exemplo na Bahia e em Minas Gerais.
esse método teve uma grande importância na mineração por ter permitido, pela primeira
vez, a recuperação de pilares aumentando as recuperações na lavra. Exige, antes, que
os realces sejam suportados com enchimento de rocha ou pasta com cimento. Além
disso, na aplicação do método, cria-se uma face livre horizontal e fazem-se as
detonações de cargas esféricas proporcionando a formação de efeitos crateras. Este
método desenvolvido pela INCO no Canadá foi experimentalmente aplicado na mina
Caraíba com consultoria sul-africana.
Nesse método, o suporte pode ser dado pelo minério, que pode ser deixado em
recalque, ou por material externo, que pode ser trazido aos realces. São métodos de
menor produtividade quando comparados com métodos com aberturas auto-portantes
em condições similares.
No Brasil, o emprego desse método ocorre nas minas de cromita da Mineração Vale do
Jacurici, em Andorinhas, Bahia. Foi adotado na Mina de Fazenda Brasileiro, de ouro, da
CVRD, em Teofilândia, também na Bahia, na porção mais superficial, onde se usou a
variante com recalque. O método vem sendo aplicado em algumas situações na Mina
Caraíba.
Em outros países, inclusive Estados Unidos, a aplicação do método tem sido permitida
fazendo-se as proteções necessárias. O desmonte é feito com mineradores contínuos
ou a fogo, com o uso de equipamentos de perfuração de pequeno porte. A carga é feita
por transportadores de correntes que operam junto à face, alimentando correias
transportadoras ou shuttle cars dispostas nas travessas.
Por outro lado, o método nas minas a céu aberto é realizado quando os materiais estão
próximos à superfície e não precisam de escavação e construção de túneis.
A mina Barão é localizada em Campos Verdes – Goiás e tem passado por um processo
de reativação e extrai esmeraldas. O município é um dos com maiores reservas de
esmeraldas do país.
O complexo de Mineração Caeté é composto por duas minas subterrâneas: Mina Roça
Grande e a Mina Pilar. Em ambas, a extração principal é o ouro.
A Mina Caraíba está localizada na fazenda de Caraíba, em Jaguari. Tem uma mina
subterrânea operando há mais 40 anos, com foco na extração de cobre.
São vários os métodos de lavra descritos por Hartman (2002) e Hustrulid (1982) e estes
são limitados pela disponibilidade e performance dos equipamentos e, como todos os
fatores que influenciam em sua seleção, devem ser avaliados levando-se em conta os
aspectos tecnológico, econômico, social, político e ambiental.
Nessa etapa, foi possível a realização de uma primeira aproximação das partes a serem
lavradas a céu aberto e subterrânea e, também, a seleção de possíveis métodos de
lavra de subsolo. Também foi possível obter o acesso ao corpo e foi possível elaborar
alternativas para o transporte do material de profundidade.
Na parte aflorante do corpo mineralizado, iniciou-se uma mina a céu aberto em cava,
feita a partir de dados, como altura dos bancos, largura das bermas, ângulo de talude e
o gradiente da rampa.
Foram construídos segmentos de acordo com a altura dos bancos e com a largura das
bermas, procedimento repetido até a obtenção do modelo da cava final.
A tendência natural das minas a céu aberto, à medida que se desenvolve a lavra, é que
a cava se torne mais profunda, podendo-se atingir um limite econômico e técnico que
não permita o seu prosseguimento. Tornou-se necessária, dessa maneira, uma
transição para mina subterrânea, pois fatores técnicos e econômicos indicaram esse
tipo de mudança.
Foi definido o nível máximo de lavra a céu aberto, segundo estudos geomecânicos, e
foi deixado um pilar de coroamento para a abertura da mina subterrânea.
Com o uso de ferramentas de criar pontos por direção, distância e gradiente, foi feito
um ziguezague até a extensão final do corpo, para a construção da rampa de acesso
principal. Com o auxílio de circunferências, com raio igual ao raio mínimo da linha de
centro da rampa (20 m), foi feito o seu raio de curvatura.
A partir das coordenadas do ponto de locação do poço na superfície, traçou-se uma reta
central do poço vertical através de ferramentas do aplicativo de criação de pontos por
coordenadas. Esses pontos são: um na superfície e outro no fundo do poço. Com essa
linha, foi criado o sólido que representa o poço, de acordo com o modelo estabelecido,
que é um cilindro circular de diâmetro de 7 m, a partir da superfície até a profundidade
de 1140 m.
Cada galeria foi criada a partir de uma linha central e de um modelo da seção transversal
escolhida para a sua forma. Com ferramentas de construção de segmentos, como, por
exemplo, por ângulo, por direção, por distância, gradiente, foram criadas galerias para
a ligação da rampa de acesso principal ao corpo mineralizado.
Modelagem de Blocos
Conclusão
Vimos que a operação de uma mina exige grandes investimentos e envolve
conhecimento multidisciplinar e principalmente, a melhor escolha do método de lavra. A
decisão sobre o método está diretamente relacionada à qualidade da informação, que
é baseada no material que será lavrado e nas condições do projeto.
Embora a definição de uma metodologia de lavra e/ou a sua otimização, por meio de
aplicativos para mina subterrânea, seja menos simples do que para minas a céu aberto,
os recursos computacionais usados, na pesquisa, mostraram que é possível adaptar o
aplicativo à configuração de mina subterrânea, mas se registra a necessidade de criação
de ferramentas específicas que facilitem a aplicação a corpos em profundidade.
Os dados utilizados nas decisões a cada passo do projeto levaram em conta situações
reais de minas subterrâneas conhecidas e simulações importantes foram realizadas
como a transição para uma mina subterrânea e decisão de aprofundamento de acesso
existente ou construção de outro com geometria diferente.
Referencias Bibliográficas
https://cristaljr.com/lavra-subterranea/
https://www.scielo.br/j/rem/a/Z9zwb6RGHCZtTJytJkMgYGj/?lang=pt
https://cristaljr.com/lavra-subterranea-2/