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Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG

Unidade João Monlevade

Mecânica das Rochas


Subsidência de
Terrenos
Docente: Flávio Luiz Costa
Discentes:
Ludmila
Cristiane
Mauro Jóse
Dayane
Patrício
Estefania
Queila
Jessica

João Monlevade
2023
Introdução

• Subsidência é um fenômeno de rebaixamento da superfície do terreno devido a


alterações ocorridas nas camadas subterrâneas, ou seja, é a redução do nível
do terreno devido à remoção de suporte subterrâneo;

• Os processos de subsidência podem ser divididos em 2 tipos, considerando


suas causas, que são : PROCESSOS NATURAIS e PROCESSOS
ACELERADOS POR AÇÃO ANTRÓPICA.
Aquíferos

Aquífero é uma formação geológica do


subsolo, constituída por rochas permeáveis,
que armazena água em seus poros ou fraturas.
Fornece água para poços e nascentes em
proporções suficientes, servindo como
proveitosas fontes de abastecimento.
TIPOS DE AQUÍFEROS

Quanto à superfície
superior (segundo a
pressão da água), os
aquíferos podem ser de
dois tipos;
• Aquífero livre ou
freático;
• Aquíferos confinados ou
artesanais.
FORMAÇÕES AQUÍFERAS
Aquífero poroso
Aquífero poroso ou sedimentar – é aquele
formado por rochas sedimentares consolidadas,
sedimentos inconsolidados ou solos arenosos, onde
a circulação da água se faz nos poros formados
entre os grãos de areia, silte e argila de granulação
variada. Constituem os mais importantes aquíferos,
pelo grande volume de água que armazenam, e por
sua ocorrência em grandes áreas.
Fonte: Boscardin Borghetti et al. (2004
Aquífero FISSURAL
Aquífero fraturado ou fissural – formado por
rochas ígneas, metamórficas ou cristalinas,
duras e maciças, onde a circulação da água
se faz nas fraturas, fendas e falhas, abertas
devido ao movimento tectônico. Ex.: basalto,
granitos, gabros, filões de quartzo, etc.

Fonte: Boscardin Borghetti et al. (2004)


Aquífero CÁRSTICO
Aquífero cárstico (Karst) – formado em rochas
calcáreas ou carbonáticas, onde a circulação da
água se faz nas fraturas e outras descontinuidades
(diáclases) que resultaram da dissolução do
carbonato pela água. Essas aberturas podem
atingir grandes dimensões, criando, nesse caso,
verdadeiros rios subterrâneos. São aquíferos
heterogêneos, descontínuos, com águas duras,
com fluxo em canais. As rochas são os calcários,
dolomitos e mármores. Fonte: Boscardin Borghetti et al. (2004)
Poços Tubulares
• O poço tubular é uma obra de engenharia geológica que visa a
captação dos recursos hídricos subterrâneos por meio de
bombeamento.
• Características: é uma perfuração vertical, cilíndrica, revestida
com material em PVC aditivado ou em aço, em forma de tubos
e filtros;
• Objetivo: captar água subterrânea de aquíferos, utilizando a
pressão da água ou bombas submersíveis.
• Poços que são considerados “Poços Artesianos”, são poços
que a água jorra naturalmente devido à pressão exercida, que
faz com que a água seja levada até a superfície.
Tipos de poços
 Cacimba: poço raso, cisterna ou poço amazonas.
Construídos manualmente. Não carece de licenciamento ou
autorização governamental dos órgãos gestores.
 Poço perfurado em rochas consolidadas ou cristalinas.
Também conhecido como semi – artesiano.
 Poço perfurado em rochas inconsolidadas e consolidadas.
Pode ser chamado de Poço Misto e também semi – artesiano.
.
Tipos de poços

 Poço no Aquífero Guarani. Poço perfurado em rochas consolidadas


e inconsolidadas, com grandes diâmetros (até 36”) e profundidades
(até 1.500 metros). Também chamado de artesiano, jorrante ou não.

 Poço Sedimentar, perfurado em rochas geralmente inconsolidadas.


Pode ser chamado também de semi – artesiano.
Tipos de poços
§ Etapas:
6.   Reabertura;
1. Perfuração; 7.   Filtros e pré-filtro;
2. Revestimento; 8.   Análise da água;
3. Tubos de isolação sanitária; 9.   Equipamento de bombeamento
submerso;
4. Cimentação;
10.  Hidrometria.
5. Teste de vazão;
Tipos de poços

Fonte: Abas (2017)


Subsidência e Colapso

• O processo de subsidência corresponde ao movimento,


relativamente lento, de afundamento de terrenos, devido à
deformação ou deslocamento de direção, essencialmente,
vertical descendente. O colapso apresenta a mesma
definição, porém apresenta-se como um movimento brusco
do terreno.
• Os colapsos de terrenos são considerados os principais
causadores de acidentes sérios em regiões cársticas,
ocasionando mortes até pelo desaparecimento súbito de
pessoas tragadas pelo afundamento. Porém, a subsidência
também causa prejuízos econômicos e mortes pelo
desmoronamento total ou parcial de construções.
Subsidência
A Subsidência pode ocorrer devido a:
1. Hidrocompactação;
2. Dissolução de rochas ou sais;
3. Extração de água subterrânea;
4. Extração de petróleo ou gás;
5. Atividade mineira. 
Subsidência
Os processos de subsidência podem ser divididos em 2 tipos, considerando suas causas,
que são:
 PROCESSOS NATURAIS: são causados principalmente pela dissolução de rochas
(carstificação) como calcários, dolomitos, gipsita e sal; pela acomodação de camadas
no substrato, devido ao seu peso ou a deslocamentos segundo planos de falhas.

 PROCESSOS ACELERADOS POR AÇÃO ANTRÓPICA: são ocasionados pelo


bombeamento de águas subterrâneas, por recalques por acréscimo de peso devido a
obras e estruturas e por galerias de mineração subterrâneas, principalmente em minas
de carvão, como é o caso ocorrido em Criciúma (SC).
Subsidência

Consequências econômicas do caso de Cajamar, onde dezenas de casas foram destruídas ou condenadas (Proin/Capes & Unesp/IGCE,
1999).
Colapso
§ São solos formados pela deposição em ambiente árido ou semi-áridos;
§ Locais onde a evaporação ocorre rápido, não havendo tempo para o depósito
consolidar o seu peso ou os depósitos são cimentados por sais precidos.
§ Baixa densidade: entre 1000 e 1600 Kg/m³.
§ Porosidade 60% a 40%.
Colapso

Ocorrência de trincas e fissuras nas edificações causadas por colapso de solo (Fonte:
Rodrigues, 2007 e Acervo IG-SMA, 2009.
Métodos de lavra subterrânea
Formação de Cartes e Dolinas

• O carste é um tipo de terreno com formas e sistemas de


drenagens diferenciados pela combinação de alta solubilidade
da rocha e porosidade secundária bem desenvolvida, através de
alargamento de fraturas e descontinuidades.
• Uma das maneiras utilizadas para classificar os carstes é a que
os classifica em exocartes e endocarste.
• O exocartes como um grupo de formas superficiais criadas a
partir da solubilidade de rochas pela água da chuva.
Formação de Cartes e Dolinas

• Os endocarste são fenômenos cársticos que ocorrem a níveis


subterrâneos, que absorvem a água da superfície por meio de
juntas e planos de acamamentos que vão aumentando até
formarem cavernas.
• As dolinas são depressões no solo característicos de relevos
carsticos , formadas pela dissolução de rochas calcárias abaixo
da superfície.
Formação de Cartes e Dolinas
Rebaixamento dos níveis de água na
mineração

• Em minas, sendo elas subterrâneas ou céu aberto, a presença de água pode


representar problemas ligados a segurança operacional e estrutural.
• É necessário começar a atividade antes mesmo da mina atingir o nível do
aquífero.
• Operacionalmente, o desaguamento é encerrado ao término da atividade.
• O rebaixamento pode causar impactos ambientais, uma vez que interfere nos
recursos hídricos.
• Entretanto, quando uma boa gestão é realizada o desaguamento tende a
aumentar a disponibilidade local do recurso.
Rebaixamento do Nível D’água em
Mineração
Rebaixamento do Nível D’água em
Mineração
• Após o fechamento da mina
o rebaixamento pode cessar,
liberando a água para tomar
a área até que o nível original
seja atingido, o que muitas
vezes pode implicar na
transformação da cava em
uma lagoa não natural.
Rebaixamento do Nível D’água em
Uma das técnicas utilizadas é oMineração
de Ponteiras Filtrantes.
Este procedimento é utilizado para escavações superficiais e
consiste de uma série de poços de pequeno diâmetro,
geralmente de 3 a 4 polegadas conectadas a um tubo coletor
até a câmara de vácuo, onde é feita a separação da água e
do ar, de forma a impedir a entrada de ar e reduzir a eficiência
do sistema.
Poços jorrantes em um talude e sua relação com a
poropressão

• Os poços jorrantes são poços que são perfurados até atingir uma camada de solo
ou rocha que possui uma poro-pressão elevada.
• Eles são comumente utilizados em projetos de drenagem para remover água da
área e reduzir o risco de inundação. 
• Os poços jorrantes também são usados em projetos de monitoramento para
medir a poro-pressão em diferentes profundidades e avaliar o comportamento da
água no subsolo.
• Para perfurar um poço jorrante, é necessário usar uma sonda de perfuração que
possa passar através da camada de solo ou rocha com poro-pressão elevada. 
• A água é então bombeada para cima através da sonda de perfuração e drenada
para longe da área. 
• A poro-pressão pode ser medida usando um manômetro ou outro dispositivo de
medição de pressão, conectado à sonda de perfuração.
Poços jorrantes em um talude e sua relação com a
poropressão
Impactos provocados por bombeamento de
águas subterrâneas

A explotação da água subterrânea pode ser considerada demasiada quando provoca danos
ao meio ambiente ou para o próprio recurso.
Possíveis Impactos:
 Hidrocompressão em solos com sedimentos finos mal compactados
 Dissolução de rochas e sais pela água que se infiltra no subsolo cárstico
 Extração de águas subterrâneas em aquíferos sedimentares porosos
 deformação horizontal e à ocorrência de falhas no subsolo
 danos aos pavimentos de vias públicas
 e às edificações; causando rachaduras ou inviabilizando
 escassez de água, indução de água contaminada.
Conclusão

A subsidência de terrenos se refere ao afundamento repentino da superfície da terra,


devido ao movimento subsuperficial de materiais terrestres.
Diante de todos os riscos relacionados à subsidência, conclui-se que a busca por pesquisas
e técnicas que possam ser desenvolvidas no sentido de mitigar as
consequências causadas pelo fenômeno se fazem necessárias,
trazendo à tona um assunto pouco conhecido e possibilitando
uma melhor compreensão dos problemas.
referências
• ALMEIDA, F.F.M. & RIBEIRO, A.C.O. A Terra em transformação. In: OLIVEIRA, A.M.S. &
BRITO, S.N.A. (Eds.). Geologia de Engenharia. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia
de Engenharia (ABGE), 1998. cap. 1, p.7-13.
•  AUGUSTO FILHO, O. Escorregamentos em encostas naturais e ocupadas: análise e controle.
In: BITAR, O.Y. (Coord.). Curso de geologia aplicada ao meio ambiente. São Paulo:
Associação Brasileira de Geologia de Engenharia (ABGE) e Instituto de Pesquisas
Tecnológicas (IPT), 1995. cap. 3.4, p.77-100.
• BORGHETTI, Nadia Rita Boscardin; BORGHETTI, José Roberto; ROSA FILHO, Ernani
Francisco da. Aquífero Guarani – a verdadeira integração dos países do mercosul.
Curitiba: Fundação Roberto Marinho, 2.004.
•  GUERRA, A.T. Dicionário Geológico-Geomorfológico. 4ª ed. Rio de Janeiro: Secretaria de
Planejamento da Presidência da República, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, 1975. 439p.
referências
• REBOUÇAS, Aldo da Cunha. Proteção dos recursos hídricos, In Revista de Direito Ambiental –
Ano 8 – Nº 32 – Outubro/Dezembro 2003. Coordenação Antônio Herman V. Benjamim e Edis Milaré.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003a, p.33.
• UNESCO. Internationaly shared (transboundary) aquifer resources management(ISARM): their
significance and sustainable management, 2002. Site Consultado:<http:/ /www.unesdoc.
org/images/0012/001243/124386e.pdf>. Acesso em 28 jul 2022.

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