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CENTRO UNIVERSITARIO DO DISTRITO FEDERAL

Aluno: Gabriel da Silva Peixoto


RGM: 140912-3
LIVRO - INSTALÇAÕES DE AR CONDICIONADO (Hélio Creder)
Resumo cap. 3 – Cálculo da Carga Térmica
A carga térmica é a quantidade de calor sensível e latente, retira ou
acrescentada em um recinto, com intuito de gerar condições confortáveis.
(BTU/h ou Kcal/h)
 Calor sensível – é o calor que se sente, que pode ser medido através
de termômetro. É a quantidade de calor acrescentada ou retirada de um
local devido a diferença de temperatura interna e externa do ambiente,
para gerar condições de conforto desejável.
 Calor latente – é a quantidade de calor acrescentada ou retirada de um
corpo provocando sua mudança de estado, sem causar alteração da
temperatura.
A carga térmica pode ser introduzida no local através de fontes: condução,
isolação, dutos, pessoas, equipamentos, infiltração e ventilação.
1. Carga de condução – Sensível
Equação para materiais homogêneos.

Onde:
Q=Taxa de fluxo de calor transmitida em Kcal/h.
X= espessura do material em m.
K= condutividade térmica do material por unidade de comprimento e unidade
de área.
D= diferença de temperatura entre as duas superfícies separadas pela
espessura x em °C.
Equação para materiais não homogêneos, ou seja, uma parede com diversos
tipos de materiais.

onde:
C é a condutância em Kcal/h.m².°C, que é transferência de calor do ar a uma
superfície ou vice-versa.
Se o fluxo de calor a superfície for uniforme a transferência será expressa pela
formula:

onde:
h é a condutância superficial, que é a quantidade de calor transferido do ar a
uma superfície de contato [Kcal/h.m².°C].
Os valores médios adotados para h são:
 Ar parado=1,46 a 1,63 BTU/h.ft².°F ou 7,13 a 7,96 Kcal/h.m².ºC.
 Ar a 12 Km/h=4,0 BTU/ h.ft².°F ou 19,5 Kcal/h.m².ºC.
 Ar a 24 Km/h=6,0 BTU/h.ft².°F ou 29,3 Kcal/h.m².ºC.
A condutância e a condutividade são encontradas na tabela 3.1 referentes a
cada material utilizado.
Quando utiliza vários materiais na construção das paredes do ambiente é
utilizado as resistências que cada matéria opõe ao fluxo. São somadas do
mesmo modo que as resistências em serie de um circuito elétrico. Sendo o
inverso da condutância e da condutividade.
1 1 1
𝑅𝑡 = + +
𝐾 𝐶 ℎ
O coeficiente global de transferência de calor U,é definido como o inverso da
somatória das resistências que o material opõe ao fluxo.
1
𝑈=
𝑅𝑡
Esse coeficiente U, encontrado na tabela 3.3, para paredes e janelas.
O diferencial de temperatura DT, é mostrado na tabela 3.2, baseado na
diferença de 9,4°C entre a temperatura externa e o recinto condicionado.
Se o DT for diferente de 9,4°C, soma-se à tabela o que exceder esse valor.
2. Carga devido à insolação – sensível
É a transferência de calor do sol, por radiação e convecção.
Quanto menor for o brilho da cor na superfície refletora, menor será a absorção
de calor a energia de radiação pela superfície. Esse percentual encontrado na
tabela 3.4.
A parcela de quantidade de calor oriunda do sol por radiação e convecção que
penetra o ambiente não é conhecida, mas é essa parcela que vai interessar
nos cálculos da carga térmica.
2.1. Transmissão de calor do sol através de vidros
A energia radiante oriunda do sol em superfícies transparentes, subdivide em
três partes: q1 é a refletora, q2 é a absorvida e q3 é a que atravessa o vidro.
Em questão somente a q3 é relevante, que é a energia que penetra o
ambiente.
Os valores de U (calor total transmitido) são mostrados na tabela 3.5, supondo
janela sem proteção. A equação da carga térmica é:
𝑞3 = 𝐴 ∗ 𝑈
A=área da janela (sem proteção).
U=fator solar (tabela 3.5)
Caso exista proteção na janela, o valor de q3 é multiplicado pelos seguintes
coeficientes de radiação:
 Toldos ou persianas externas: 0,15-0,20
 Persianas internas e refletoras: 0,05-0,66
 Cortinas internas brancas (opacas): 0,25-0,61.
Esses valores para esquadrias de madeira, para as metálicas o fator é 1,15.
2.2. Transmição de calor do sol através de superfícies opacas
São paredes, lajes, telhados que transmitem a energia para o interior por meio
de condução e convecção é dada pela forma:

onde:
te=temperatura externa.
ti=temperatura interna.
=acréscimo ao diferencial de temperatura, encontrado na tabela 3.6.
3. Carga devido aos dutos – sensível
Para calcular os dutos é necessário saber a quantidade de ar insuflado no
local. Então é estimado o traçado e as dimensões dos dutos, e assim, chegar a
uma quantidade de ar insuflado. Como essa quantidade de ar depende da
carga térmica os cálculos estimativos devem ser verificados para saber a
estimativa dos dutos foi adequada a carga térmica. Pode estar na margem dos
10% de erro.
A carga é calculada pela seguinte equação:

onde:
U=coeficiente global, dado na tabela 3.7.
A=área lateral do duto exposta ao calor, dada pela formula [𝐴 = 2 ∗ 𝑐(𝑎 + 𝑏)], e
quando o duto estiver apoiado na parede ou na laje, a formula vai ser [𝐴 =
𝑐(𝑎 + 2𝑏)].
DT= diferença de temperatura de ar externo e ar interno do duto.
4. Carga devida às pessoas – sensível e latente
Todo ser humano emite calor sensível e calor latente, a emissão desse calor
depende se o individuo está em repouso ou em movimento, e assim entre as
temperaturas de 15,6°C e 37°C o corpo emite calor sensível e latente ao
ambiente, mantendo constante o calor do corpo.
O calor liberado pelas pessoas em função do tempo e do seu estado, está na
tabela 3.8, baseada na norma NBR-6401.
𝑞 = 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑠𝑒𝑛𝑠𝑖𝑣𝑒𝑙 + 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑙𝑎𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒 [Kcal/h].
5. Carga devida aos equipamentos – sensível e latente
5.1. Carga devida aos motores – sensível
 Ventilador dentro da corrente de ar:

onde:
P=potência HP P=potência cv
=eficiência do motor q=W
q= BTU/h
 Ventilador fora da corrente de ar:

Na tabela 3.9 temos o ganho de calor por HP para motores elétricos em


função da potência.
5.2. Carga devida à iluminação – sensível
 Iluminação incandescente:
𝑞 = 𝑊𝑎𝑡𝑡𝑠 ∗ 3,4 [BTU/h]
 Iluminação fluorescente:
𝑞 = 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑊𝑎𝑡𝑡𝑠 ∗ 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 ∗ 860 [Kcal/h]
5.3. Carga devida aos equipamentos de gás – sensível e latente
Na tabela 3.11 é encontrado os valores aproximados do calor para cada
equipamento que tem utilização de gás.
5.4. Carga devida às tubulações – sensível
Na tabela 3.12 são encontrados os valores de calor liberado para cada situação
de tubulação que atravessa um recinto a ser condicionado.
6. Carga devida a infiltração – sensível e latente
O ar pode penetrar por orifícios, tais como frestas das portas, janelas e outros.
Existem dois métodos para estimar a carga térmica sensível ou latente
acrescentada por infiltração, as quais são:
6.1. Método da troca de ar
Neste método supõe a troca de ar por hora dos recintos, de acordo com a
tabela 3.13.
Para obter o calor sensível que adentra o recinto, basta saber o fluxo volume
de ar por minuto e as temperaturas interna e externas.
Sabendo que: 0,833 m³ é o volume ocupado por 1kg de ar, nas condições
normais. E o calor especifico de ar nas condições normais é 0,24 Kcal/Kg.°C.
Então:
𝑞𝑠 = 𝑚 ∗ 𝑐(𝑡 ′ − 𝑡)
c=calor específico.
Q=vazão de ar em m³/h.
m=Q/0,833=1,2*Q
Então:
𝑞𝑠 = 1,2 ∗ 𝑄 ∗ 0,24(𝑡𝑒 − 𝑡𝑖)
𝑞𝑠 = 𝑄 ∗ 0,29(𝑡𝑒 − 𝑡𝑖) [Kcal/h]
6.2. Método das frestas
A penetração do ar exterior depende da velocidade do vento. A tabela 3,14
mostra a quantidade de calor que penetra no recinto.
A formula de calor sensível é:
𝑞𝑠 = 𝑄 ∗ 0,29(𝑡𝑒 − 𝑡𝑖)
E a de calor latente é:
𝑞𝑙 = 583 ∗ 𝐶 onde:

7. Carga devida a ventilação


O ar ao insuflar num recinto condicionado retorna ao equipamento de
refrigeração, impulsionado pelo ventilador que deve ser dimensionado de modo
a vencer todas as perdas de cargas estáticas e dinâmicas que são oferecidas
em todo o circuito do ar. Alem da perda de ar por fresas, aberturas... Há o ar
necessário às pessoas, em m³/h, dados fornecidos na tabela 3.15, baseados
na norma NBR-6401.
𝑞𝑣 = 𝑞𝑠 + 𝑞𝑙 [Kcal/h]
8. Carga térmica total
Conhecido todas as cargas térmicas devidas a cada fator, somando-as temos a
carga térmica total a retirar ou introduzir em um recinto, para obtenção de
conforto desejáveis.
Para atender as penetrações eventuais de calor no recinto, acrescenta 10%
aos cálculos.
A unidade de medida da carga térmica é dada geralmente em toneladas de
refrigeração, por isso dividimos o valor em Kcal/h por 3.024.

Cálculo da carga térmica de uma instalação central de ar condicionado


Cliente: //
Endereço: Brasília-DF
Pavimento: Térreo
Dependência: Escritório de advocacia com sala de reunião
Latitude: 22°54’ Hora: 16 h
Nº de pessoas: 20

Figura 1: Planta baixa


Temperatura (verão local):
INTERIOR EXTERIOR RENOVAÇÃO DE AR - CALOR SENSÍVEL
ºC ºC Ft VAZÃO DE AR (Q) T2 T1 Total
ÁREA (m²) Total kcal/h
BULBO SECO 24,00 32,00 (m³/h) °C - kg/kg °C - kg/kg W
BULBO ÚMIDO 18,40 0 CALOR SENSÍVEL 0,29 540 32,00 24,00 1252,80 1457,01
TOTAL DEVIDO 5011,20 BTU/h <<
1252,80 1457,01
CARGA TÉRMICA DE CONDUÇÃO À RENOVAÇÃO 0,42 TR <<<
ESCRITÓRIO
Dimensões Área total
U ∆T Calor Sensível

(m) (m2) (kcal/h*m²*ºC) (ºC) kcal/h W


Parede A LT UR A 3,00 PESSOAS - CALOR SENSÍVEL E LATENTE
19,7
externa C O M P R IM T O . 6,55 Calor Sensível Calor Latente Calor Sensível Total Calor Latente Total
S Pessoas Nº
Janela A LT UR A 1,20 kcal/h (1 pessoa) kcal/h (1 pessoa) kcal/h W kcal/h W
2,4 5,18 8,00 99,5 115,7 U
com vidro C O M P R IM T O . 2,00 L Sentadas ou em
20 64,49 47,3 1289,8 1500 946 1100
Área útil - Parede movimento lento
17,3 2,59 8,00 357,4 415,7
excluindo janela TOTAL DEVIDO 5159,20 BTU/h <<
1289,8 1500 946 1100
Parede A LT UR A 3,00 ÀS PESSOAS 0,43 TR <<<
12,9 L
externa C O M P R IM T O . 4,30
E
Janela A LT UR A 1,00 ILUMINAÇÃO - CALOR SENSÍVEL
1,2 5,18 8,00 49,7 57,8 S
com vidro C O M P R IM T O . 1,20 T POTÊNCIA DISSIPADA Calor Sensível Total
ÁREA (m²)
Área útil - Parede E (W/m²) kcal/h W
11,7 2,59 8,00 242,4 281,9
excluindo janela 50,50 16 694,7549441 808
Parede A LT UR A 3,00 TOTAL DEVIDO 2779,02 BTU/h <<
31,7 N 694,7549441 808
externa C O M P R IM T O . 10,55 À ILUMINAÇÃO 0,23 TR <<<
O
Janela A LT UR A 0,00
0,0 5,18 8,00 0,0 0,0 R
com vidro C O M P R IM T O . 0,00 T EQUIPAMENTOS - CALOR SENSÍVEL
Área útil - Parede E POTÊNCIA DISSIPADA Calor Sensível Total
31,7 2,59 8,00 655,8 762,7 Equipamentos
excluindo janela (W/m2) kcal/h W
Parede A LT UR A 3,00 30,00 21,5 554,600172 645
13,4
externa C O M P R IM T O . 4,45 O TOTAL DEVIDO 2218,40 BTU/h <<
E 554,600172 645
Janela A LT UR A 0,00 À EQUIPAMENTOS 0,18 TR <<<
0,0 5,18 8,00 0,0 0,0 S
com vidro C O M P R IM T O . 0,00 T
Área útil - Parede E
13,4 2,59 8,00 276,6 321,7
excluindo janela
Teto ou LA R G UR A 5,30
55,92 1,21 8,00 541,3 629,5
telhado C O M P R IM T O . 10,55
TOTAL DE 8890,7 BTU/h <<
2223 2585
CONDUÇÃO 0,74 TR <<<

Qc=A*U*∆T GANHOS POR CONDUÇÃO : 0,74 TR


onde: GANHOS DEVIDOS À RENOVAÇÃO DE AR: 0,42 TR
Qc = Fluxo de Calor em kcal/h GANHOS DEVIDOS ÀS PESSOAS : 0,43 TR
A = Área em m2 GANHOS POR INSOLAÇÃO: 0,00 TR
U = Coeficiente global de transmissão de Calor em kcal/h*m2*ºC GANHO POR ILUMINAÇÃO 0,23 TR
∆T = Diferença de temperatura em ºC GANHO POR EQUIPAMENTOS: 0,18 TR
CARGA TÉRMICA TOTAL: 2,00 TR
U (PAREDE) EXTERNA = Tijolo furado meia vez2,59
(14 cm)

U (JANELA) EXTERNA = Vidro comum simples 5,18


U (TETO) EXTERNA = CONCRETO EXTERNO (15 cm)
1,21

Figura 2: Planilha do cálculo de carga térmica


9. Dimensionamento dos dutos
O dimensionamento qualquer que seja, o método adotado, baseia-se na
equação da continuidade e no principio de conservação de energia para os
fluidos em escoamento, traduzida pela equação de Bernoulli.
Q=A x V
Onde vazão (Q) é expressa em m³/s, a área (A) em m² é a velocidade média
(V) em m/s.

Fig. 3 Diagrama da variação das energias em uma instalação com dutos e


bocas de insuflamento.
A Fig. 3 mostra como varia a energia de pressão, que já designamos também
como pressão estática.
A NBR 16401 (2008) recomenda que, para dutos de baixa pressão, devem ser
utilizados os valores recomendados na tab. 1.
Tab. 1 Velocidades recomendadas e máximas para dutos de ar e
equipamentos de sistemas de baixa pressão.

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