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Segurança do trabalho

Técnica do PDCA na formatação e


planejamento do plano de ação do PPRA,
PCMSO e demais programas definidos em
legislação
Amplamente utilizado, o PDCA (plan, do, check, action) auxilia também no
planejamento e na elaboração dos planos de ação dos mais variados programas
de saúde e segurança do trabalho.

Conheça um pouco sobre a técnica, alguns programas mais comuns como o


PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos (substituindo o PPRA – Programa
de Prevenção de Riscos Ambientais), o PCMSO – Programa de Controle Médico
de Saúde Ocupacional, entre outros, e sua aplicação na gestão dos planos de
ação desses programas.

Técnica do PDCA
A técnica do PDCA, também chamada de ciclo PDCA por ser ilustrada em
formato circular na maioria das vezes, foi criada na década de 30 por Walter Shewart,
mas passou a ganhar destaque a partir da década de 50, sendo utilizada por William
Deming, no Japão, para melhoria de processos produtivos.

Você estudará sobre essa ferramenta em outros momentos do curso, visto que
apresenta uma ampla aplicabilidade. Neste momento, conheça como ela funciona e
como é utilizada.

A sigla PDCA representa 4 palavras, traduzidas do inglês:

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Plan = Planejar

Do = Executar

Check = Verificar

Act = Agir

Essa técnica é mundialmente conhecida como ferramenta de melhoria contínua,


que pode ser utilizada para o gerenciamento de atividades em uma organização,
melhoria ou manutenção de processos, entre outros, com foco principal na solução de
problemas e atingimento de metas. É uma forma eficiente para planejar e implantar
melhorias, padronizando as informações e proporcionando um fácil entendimento, o
que resulta em menor probabilidade de erros

Cada vez que um problema é identificado e uma ação é proposta e


implementada, melhorias são geradas e o processo ou sistema vai se tornando mais
robusto. Se imaginar que está seguindo um ciclo de melhoria contínua, ou seja, que
nunca se finaliza, você terá processos e sistemas cada vez melhores.

(objetos/fig1.png)

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Figura 1 – Ciclo PDCA


Fonte: adaptado da ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (2013, p.
9).

O ciclo PDCA pode ser visualizado na figura anterior, na qual estão


representadas cada uma de suas etapas, objetivando a melhoria contínua.

Veja o que cada etapa contempla:

Planejar (plan)

Antecedendo qualquer execução, é necessário haver um processo de


planejamento no qual deve ser definida a meta a ser alcançada e o método que será
utilizado para buscar o objetivo. Esta é uma das fases mais importantes do
gerenciamento, pois é ela que servirá de subsídio para todo o restante do trabalho.

Executar (do)

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Nesta fase são executadas as ações planejadas na fase de planejamento,


sempre buscando manter o registro de todos os dados para que seja possível o
controle posterior. Nessa etapa é fundamental a capacitação e o treinamento dos
envolvidos para o sucesso do processo.

Verificar (check)

Tão importante quanto as fases anteriores, a etapa de monitoramento e avaliação


servirá para comparar se de fato os itens planejados foram executados corretamente e
registrar os desvios ainda existentes. É importante que este monitoramento ocorra
durante o processo e não apenas ao final das tarefas. Assim, o tempo de resposta será
mais rápido.

Agir/atuar corretivamente (action)

Após a verificação, devem ser tomadas medidas corretivas para a solução dos
problemas encontrados e o contínuo aperfeiçoamento. Se o processo atingiu o
objetivo, deve haver a padronização do procedimento, garantindo que não haverá
falhas futuras, caso contrário, o ciclo deve ser reiniciado.

Quando aplicado corretamente, o PDCA pode auxiliar muito a implantação de


melhorias nas organizações, visto que será possível fazê-lo de forma organizada e
evitando falhas ao longo do processo.

A utilização do ciclo PDCA não significa que, ao implantar uma melhoria, ela não
poderá sofrer alterações ao longo do tempo. Pelo contrário, a correta aplicação garante
que os objetivos sejam atingidos e o resultado esperado seja alcançado, mesmo que o
ciclo precise ser rodado várias vezes.

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Programas de saúde e segurança do trabalho


Para que um documento seja considerado um programa e não apenas um
relatório ou levantamento, ele deve conter um plano de ação. Neste sentido, é preciso
criar o plano de ação de cada documento, considerando as peculiaridades do
programa em questão, além das necessidades a serem atendidas devido ao cenário
atual da empresa.

Os programas de saúde e segurança são norteadores para a implantação de


práticas seguras nos ambientes de trabalho proporcionando muitas vezes a
investigação de possíveis riscos ou situações que possam levar ao adoecimento ou a
um evento indesejado com o trabalhador, mas o ponto mais importante é a definição
de ações que evitem que o trabalhador se exponha a estas situações.

É fundamental deixar claro que, quando elaborar um programa e definir um plano de


ação, este deve ser acompanhado ao longo do tempo, observando os prazos
estabelecidos e seus resultados.

Os programas não são documentos estáticos que apenas cumprem protocolos de


legislação. Pelo contrário, apenas serão eficazes se forem monitorados e
aperfeiçoados ao longo do tempo.

Os planos de ação devem ser robustos e propor melhorias que tenham potencial de
modificar a condição atual ou trazer maiores benefícios, e os objetivos devem ser
tangíveis.

Os programas de segurança e saúde do trabalho são documentos importantes


para identificação, monitoramento e prevenção de riscos ocupacionais. Esses
programas podem ser elaborados devido a exigências legais ou a necessidades
específicas provenientes de sistema de gestão. Veja alguns exemplos:

PGR

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Um dos programas mais importantes é o PGR – Programa de Gerenciamento de


Riscos, que veio para substituir o PPRA – Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais, regido pela Norma Regulamentadora – NR-1, que estabelece as diretrizes
mínimas que o programa deve seguir. Anteriormente, o PPRA contemplava apenas
riscos físicos, químicos e biológicos, o que foi modificado na adoção do PGR, que
também contempla riscos ergonômicos, de acidentes e, ainda, as situações de
emergência. Nesse programa, o plano de ação deve ser consistente e prever ações
para todos os riscos encontrados, além de outras comuns, como o monitoramento
quantitativo dos agentes de risco passíveis de medição.

PCMSO

Outro programa com ampla aplicação é o PCMSO – Programa de Controle


Médico de Saúde Ocupacional, regido pela NR-7 que toma como base as informações
do PGR para seu desenvolvimento. Seu plano de ação está mais relacionado à
realização de exames e monitoramentos físicos, biológicos ou mentais. No entanto, os
resultados obtidos nos monitoramentos realizados no PCMSO são utilizados como
base para estabelecimento ou alteração de medidas de controle de riscos de outros
programas. Por exemplo, se um trabalhador apresentar alteração em algum parâmetro
avaliado nos exames, seu ambiente de trabalho terá que ser avaliado e medidas de
controle devem ser propostas.

PPR

Ainda podem ser citados programas como o PPR – Programa de Proteção


Respiratória e o PCA – Programa de Conservação Auditiva, que são programas
complementares, direcionados a riscos específicos como os respiratórios e auditivos.
Nesses programas, o plano de ação é direcionado para a ação sobre os riscos
mencionados, respectivamente.

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Setores específicos podem exigir programas mais direcionados e especiais para


a atividade econômica desenvolvida, como é o caso do PGR exigido pela NR-22, mas
todos têm uma característica em comum, garantir a proteção à saúde e à integridade
física do trabalhador.

Na elaboração destes programas, em especial dos seus planos de ação,


aspectos importantes devem ser considerados.

Modelos de documentos podem auxiliar, mas cada empresa contém


particularidades, riscos diferentes, condições de trabalho diferentes,
layout, clima, produtos, maquinário, enfim, uma série de condições que
você pode considerar exclusivas e que impactarão no momento da
elaboração do documento, logo, elaborá-lo de forma mais personalizada
seria uma opção melhor.

A maioria dos programas previstos em legislação conta com uma


estrutura mínima que deve ser apresentada, porém não se limita apenas
a isso. Deve ser inserida toda informação que for necessária, mas, ao
mesmo tempo, tome cuidado para não inserir informações
desnecessárias ou que apenas gerem volume ao documento.

O plano de ação deve ser estruturado buscando solucionar problemas,


prever necessidades, avaliar condições de risco ou de saúde, ou seja,
devem ser previstas ações consistentes e que realmente possam gerar
algum retorno positivo ou auxiliem na prevenção de acidentes ou
doenças ocupacionais; ações vagas ou superficiais não trarão melhorias
às condições de trabalho.

Ao estabelecer medidas preventivas e estas ainda estiverem em fase de


implantação, ou seja, estiverem atreladas ao plano de ação, essas
medidas não poderão ser consideradas já implantadas. Elas só serão
consideradas assim após sua finalização.

É importante lembrar que os programas devem ser monitorados constantemente


e revisados sempre que necessário.

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Técnica do PDCA na formatação e no planejamento


do plano de ação dos programas de saúde e
segurança do trabalho
Conhecendo sobre a técnica do PDCA e como é aplicada, assim como alguns
programas, pense de que forma ela o auxiliará na elaboração dos planos de ação.
Para isso, é interessante refletir sobre a aplicação correta dessa ferramenta que
parece tão simples, mas que será efetiva apenas se aplicada corretamente.

Veja um exemplo.

Uma determinada empresa elaborou um programa de prevenção e listou algumas


ações que devem ser realizadas, como:

Monitoramento dos trabalhadores aos agentes químicos que estão


expostos

Realização de dosimetria de ruído em toda a fábrica

Regularização dos ambientes visando ao conforto térmico dos


trabalhadores

Parece um ótimo plano de ação e é fácil imaginar como o PDCA seria aplicável,
tendo em vista que basta planejar a ação (o que aparentemente já foi feito), depois
executá-la, checar se o resultado foi obtido e, então, agir documentando o que foi feito
ou agindo corretivamente. No entanto, reflita sobre alguns pontos de falha que
levariam à aplicação incorreta ou sem sucesso da ferramenta:

Quanto planejei realizar as dosimetrias de ruído, quantas dosimetrias


seriam?

Ao planejar melhorias quanto ao conforto térmico, como saberei onde


quero chegar, ou seja, que valor de estresse térmico espero obter?

Meu GHE (Grupo Homogêneo de Exposição) foi definido para que seja
possível realizar as avaliações de exposição a químicos?

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Esses são apenas alguns exemplos de falhas que mostram como o ciclo PDCA
pode ser útil e deve ser aplicado de forma cautelosa e mais correta possível. Para isso,
é fundamental que o plano de ação seja estruturado de maneira a deixar claro como,
onde e quando cada uma das ações será realizada. Esta é a aplicação da primeira
etapa do PDCA: planejar.

Planejar
A elaboração do plano de ação se inicia muito antes da definição das ações a
serem executadas. Como pode ser visto na figura 1, a etapa de planejamento se
desdobra em:

Identificar o problema

Observar o problema

Analisar o problema

Elaborar um plano de ação

Neste contexto, percebe-se que o plano de ação é gerado apenas após uma
análise criteriosa do problema, que, neste caso, na maioria das vezes são os riscos
aos quais os trabalhadores estão expostos ou os desvios encontrados nos locais de
trabalho. Então, trazendo para a nossa realidade, primeiro se identifica o risco,
observa-se e analisa-se para só então decidir qual a melhor estratégia e o que deve
ser feito.

Após toda a análise necessária, que em geral é feita durante a elaboração do


programa (seja ele qual for), é iniciada a elaboração do plano de ação pelo
planejamento das ações, e isso se resume em definir com detalhes o que será feito,
qual o prazo, quem será o responsável, qual o investimento necessário, o local de
aplicação, entre outras informações que farão toda diferença principalmente no
momento da execução e da verificação, afinal, não há como executar algo que não foi
planejado e muito menos verificar algo que nunca teve uma meta ou objetivo.

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Um planejamento adequado evita retrabalhos, falhas ao longo do processo ou


resultados divergentes dos esperados.

Planejar inclui estabelecer as metas ou objetivos a serem alcançados. E como


isso será feito? Não esquecendo de estabelecer qual métrica será utilizada para definir
que a ação atingiu ou não seu objetivo de implementação.

Dito isso, elabore modelos de plano de ação que atendam à necessidade e sejam
mais básicos, ou opte por modelos como a ferramenta 5W2H, que nos fornece uma
estrutura pronta e bastante completa.

A metodologia 5W2H (ou 5W1H em uma variação próxima) é uma ferramenta


simples e bastante útil, que pode ser utilizada para estruturar planos de ação. Cada
letra representa uma pergunta em inglês e, para a aplicação da técnica, cada pergunta
pode ser utilizada da seguinte forma:

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Desta forma, é possível criar um plano de ação completo que trará a segurança
necessária para a aplicação das próximas etapas do PDCA, uma vez que o passo
inicial deixa claro todos os detalhes necessários para seguir com a aplicação do ciclo.

Veja a apresentação no formato de tabela e a aplicação das três ações descritas


no exemplo anterior.

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Veja que, com o auxílio da tabela, todas as informações necessárias para


execução do plano foram determinadas e nenhuma ação poderá deixar de ser
realizada por falta de informações ou de planejamento eficiente.

Ainda sobre a clareza na definição das ações, veja que, no exemplo dado, a ação
que no início foi descrita como “regularização dos ambientes visando ao conforto
térmico dos trabalhadores”, ao ser inserida no plano de ação, ganhou especificidade,
ou seja, tornou-se uma ação clara e objetiva: “instalar ventilação nos setores xxx e
xxx”. Veja que a definição de uma ação clara torna todos os outros pontos objetivos e
passíveis de verificação. Quando as ações são muito amplas ou de difícil checagem,
muitas vezes acabam sendo negligenciadas ou até mesmo deixadas de lado.

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Além disso, é importante refletir se a ação proposta realmente trará impactos na


solução do problema, ou seja, se a ação que está sendo proposta resolve ou responde
ao problema/situação que é necessário tratar. Se a resposta for não, será preciso uma
análise crítica sobre as ações a serem realizadas com potencial de apresentar as
respostas que são esperadas.

Embora tenha sido utilizado o exemplo da aplicação de uma ferramenta 5W2H


anteriormente, o plano de ação pode ser livremente construído, mas é de extrema
importância que se especifique minimamente prazo e responsável, pois, dessa forma,
há a garantia de que a ação seja executada e algum parâmetro de data para que
ocorra.

Utilizar meios de gestão visual do plano de ação pode auxiliar muito no cumprimento
dos prazos e na garantia de execução das ações. Assim, o plano ganha visibilidade e
pode ser controlado mais facilmente.

Outro ponto interessante é que, na determinação do prazo para execução, sejam


consideradas as prioridades. É necessário observar quais ações requerem ação
imediata ou que tenham maior urgência para que seus prazos sejam mais próximos,
ou seja, as ações sejam realizadas a curto prazo. Indicadores do local ou da área de
abrangência do programa podem ser bons parâmetros para auxiliar na tomada de
decisão. Por exemplo, se houver um setor com um número maior de acidentes do que
todos os demais, certamente as ações de correção deverão ser priorizadas com
relação aos outros setores.

Executar
Finalizada a primeira etapa de planejamento, é o momento da execução, o
segundo passo no ciclo PDCA. Se o planejamento for bem elaborado, executar será
uma tarefa fácil, bastando colocar em prática tudo aquilo que já foi pensado, analisado
e discutido no devido momento.

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Nessa etapa, um dos pontos fundamentais é não deixar para agir na última hora,
quando o prazo já estiver terminando. Executar a ação em tempo hábil é uma garantia
a mais de que o prazo não será ultrapassado caso algum imprevisto aconteça.

Também é importante observar que ações com mais de um responsável e que


requerem atitudes em sequência têm maiores chances de imprevistos, como, por
exemplo, a compra de um equipamento: o setor de segurança se envolve
determinando as características técnicas, o setor de compras realiza as cotações e a
gerência se encarrega de supervisionar e aprovar a aquisição. Nesses casos, é
fundamental que os responsáveis pela ação trabalhem em conjunto e mantendo uma
boa comunicação entre eles, assim, será possível executar a ação de forma tranquila e
harmoniosa.

Um ponto muito importante e muitas vezes esquecido durante a execução é a


realização de registros de todos os passos que estão sendo dados, ou seja, fotos,
documentos, comprovantes do andamento da execução da ação. Posteriormente,
esses registros servirão inclusive de base para as etapas do check e de padronização.

Veja um exemplo.

No caso da adequação de um posto de trabalho sentado, uma nova cadeira


ergonômica foi adquirida para atender aos requisitos normativos. Durante a escolha da
cadeira, o teste e a aprovação, é fundamental manter os registros dessa
implementação. Certamente, a cadeira adquirida é feita de determinado material, tem
regulagens específicas e foi testada por um número “x” de pessoas, e todas essas
informações serão úteis caso novas cadeiras precisem ser adquiridas futuramente.

Aproveitando o exemplo anterior, na implantação de melhorias, é fundamental


consultar os trabalhadores que têm relação direta com a melhoria a ser realizada e
coletar sua opinião e seu ponto de vista, tanto no planejamento quanto na execução da
ação e sua verificação.

Caso não seja possível executar o que foi planejado, será necessário retornar à
etapa de planejamento a fim de identificar os motivos de falha, tratá-los e só então
seguir com a execução, ou mesmo traçar um novo plano de ação.

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Verificar
Executadas as ações, chega o momento de monitorar ou checar se o que foi
proposto está sendo atendido, se o problema foi solucionado com a ação proposta ou
se houve progresso nos indicadores após a implantação das melhorias.

Este é um momento delicado, afinal, como saber se a checagem está ocorrendo


corretamente? Como garantir que o sucesso esperado foi obtido?

É certo que, quando se define uma ação, espera-se atingir algum objetivo e é
exatamente isso que devemos verificar: se o objetivo foi atingido com a ação realizada.

Uma das formas de medir a eficácia das ações realizadas é a utilização de


indicadores. Muitas vezes os números refletem claramente se uma ação surtiu o efeito
desejado ou não.

Um indicador do número de acidentes pode ser uma forma de medir o sucesso


das melhorias implantadas. Indicadores de saúde também podem ser frequentemente
utilizados para definir se houve melhora nos números após alguma ação realizada.

Algumas ações podem ser avaliadas apenas qualitativamente e não podem ser
expressas em números, e mais uma vez surge a necessidade de envolver as pessoas
que têm interesse no tema e checar se o objetivo simplesmente foi atendido.

Um ponto muito delicado e que merece atenção na etapa de verificação do ciclo PDCA
é quanto às ações que, depois de realizadas, geram novas necessidades e, por
consequência, novas ações precisam ser planejadas.

Veja um exemplo.

Considere o mesmo exemplo já utilizado anteriormente: monitoramento da


exposição ocupacional a químicos. Ao realizar esta ação, resultados serão obtidos e,
caso seja constatado que a exposição ocupacional do trabalhador ultrapassou o nível

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de ação do agente químico ou seu limite de tolerância, ações devem ser tomadas, ou
seja, a partir desses resultados, um novo plano de ação deve ser elaborado com
medidas que venham a solucionar o problema encontrado. O que isso significa
exatamente? Significa que, ao checar essa ação, não se pode considerar que o
objetivo foi atingido, visto que as avaliações foram realizadas, mas sem observação
dos resultados obtidos. A ação inicial foi concluída considerando que todas as
avaliações de agentes químicos foram realizadas, mas é preciso analisar os resultados
obtidos nessas avaliações e, de acordo com o seu resultado, traçar um novo plano de
ação com novas datas e responsáveis.

Outro exemplo de ação delicada na checagem pode ser uma ação do PCMSO.
Imagine que o plano de ação se refere a monitorar biologicamente um determinado
grupo de trabalhadores. Caso seja constatada alteração nos resultados dos exames
biológicos, é necessário traçar novas ações e, para isso, um novo ciclo PDCA deve ser
aplicado, a fim de realizar um bom planejamento com ações que regularizem a não
conformidade que pode estar gerando as alterações nos exames biológicos dos
trabalhadores.

Também é extremamente importante lembrar que, no caso do monitoramento de


planos de ação de programas, não se deve deixar a verificação apenas para o final, e
sim realizá-la no decorrer do período de vigência do programa, assim é possível
antecipar ações corretivas que se façam necessárias e agir mais rapidamente na
solução dos problemas sem deixá-los acumular no final. Nesta etapa de check, pode-
se dizer então que verificou-se se a ação foi realizada corretamente, ou se o objetivo
ou a meta foi atingida, ou ainda quais os pontos positivos e negativos obtidos.

Durante o processo de execução, é importante registrar todo o passo a passo,


como dito anteriormente para que, ao fazer a checagem, possa ser identificado com
maior facilidade onde ocorreram as falhas ou os acertos.

Como exemplo deste assunto, considere a ação de instalação de proteções nas


máquinas e nos equipamentos de determinada empresa na qual o indicador é o
número de acidentes com máquinas e equipamentos. Imagine que a empresa

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contratou uma empresa terceirizada para fazer a análise das necessidades e essa
procedeu a instalação de todas as proteções necessárias, sejam físicas, elétricas,
pneumáticas etc.

Até este momento, observou-se as etapas de planejamento e execução. Ao fazer


a verificação (etapa de check do PDCA), constatou-se que o número de acidentes com
máquinas e equipamentos não diminuiu significativamente. Este resultado leva à
investigação sobre o que ocorreu de errado para que os efeitos da ação não tenham
sido os esperados. De fato, a empresa terceirizada fez a instalação das proteções
corretamente e todas as máquinas estavam em conformidade com a legislação; o
responsável da empresa contratante fez a verificação e todas as máquinas e os
equipamentos estavam corretamente protegidos.

Então como os acidentes continuavam ocorrendo?

Verificou-se que, apesar de toda a regularização, os trabalhadores (operadores


de máquinas) não foram consultados em nenhum momento e não receberam nenhum
treinamento para operação das máquinas na nova formatação, o que gerava novos
acidentes. Alguns trabalhadores, inclusive, removiam as proteções para voltar a operar
as máquinas no formato antigo.

Observa-se que uma falha no processo de regularização das máquinas levou a


um resultado que não era satisfatório para a ação proposta inicialmente. Sendo assim,
fazer a checagem se tornou fundamental e ter os registros de tudo o que foi realizado
durante a execução da ação facilitou a identificação da falha que ocorreu no processo.
Nesse exemplo, fatos importantes ficaram evidentes.

Se a verificação não tivesse sido realizada, provavelmente se


consideraria encerrada a ação, visto que as proteções foram realmente
instaladas.

Se a verificação tivesse sido realizada ao longo do processo de


instalação das proteções, provavelmente teria sido constatado antes que
os acidentes continuavam acontecendo.

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Talvez fosse uma boa opção criar uma ação atrelada à ação de instalação de
proteções, que seria o treinamento dos trabalhadores que as operam.

Aliás, em muitos casos na área de segurança do trabalho, as ações não são


planejadas isoladamente, pelo contrário, existe um conjunto de ações para sanar
determinado problema.

Como no exemplo citado anteriormente, além de instalar as proteções em


máquinas e equipamentos, seria necessário treinar os colaboradores. Além disso,
ainda se acrescenta a necessidade de sinalizar os locais de risco e pontos de atenção,
assim como de elaborar procedimentos novos de operação e uma série de outras
medidas que, em conjunto, atingirão o objetivo final.

Outro exemplo que pode ser citado é a modificação de um setor de


armazenamento de grandes volumes de químicos: para realizar a modificação, o plano
de ação certamente contemplaria a regularização do prédio, as bacias de contenção,
as prateleiras de armazenamento interno, a instalação elétrica, a sinalização dos
químicos, o padrão de armazenamento, as medidas contra incêndio, o treinamento dos
colaboradores com interação direta, a sinalização do local, entre outras que se faça
necessário.

Um último exemplo seria o enclausuramento de uma máquina ruidosa: estariam


englobadas nesta macroação as ações de fazer o estudo do enclausuramento,
selecionar o tipo de isolamento a ser utilizado, contratar mão de obra especializada;
também podem ser necessárias mudanças nos painéis de comando, a sinalização e a
comunicação dos trabalhadores. Ainda, pode haver a necessidade de realizar uma
nova medição, afim de mensurar qual foi a redução de ruído obtida.

Nos exemplos anteriores, a verificação deve levar em consideração todas as


ações necessárias para que a ação principal seja considerada concluída. Mais uma
vez afirma-se aqui a importância de se fazer um bom planejamento para que a
verificação tenha êxito e constate os pontos corretos e os pontos de melhoria.

Assim, conclui-se o quanto a etapa de verificação é importante e como seu


complemento, que é o passo seguinte do ciclo PDCA, é fundamental.

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Agir/atuar corretivamente
Na etapa de atuação ou ação, a quarta etapa no ciclo PDCA (act), o objetivo é
agir de acordo com o resultado obtido na fase anterior. Se a ação teve um resultado ou
efeito positivo, ou seja, o objetivo esperado foi atingido, os ganhos devem ser
registrados e incorporados aos processos da organização, devendo ser adotados
como padrão para novas execuções ou apenas registrados para futuras consultas que
sejam necessárias.

No entanto, se a ação não gerar o resultado esperado, será necessário identificar


os pontos de falha (como visto no exemplo anterior) e reiniciar o ciclo. Após a
identificação das falhas ou a constatação de que a ação planejada não foi realizada de
forma eficaz, devem ser planejadas novas ações ou ações corretivas.

Neste momento, é preciso ter suficiente atenção para constatar se a ação foi
corretamente planejada, executada e checada para que se conclua corretamente sobre
o sucesso da realização da ação.

É neste momento que se entende a importância de aplicar um ciclo PDCA na


elaboração e formatação de um plano de ação, uma vez que qualquer etapa ignorada
pode comprometer o sucesso da ação.

É importante deixar claro que o objetivo de se utilizar o PDCA na formatação de


planos de ação é a garantia de que as ações serão acompanhadas ao longo do tempo
e sua eficácia poderá ser comprovada.

De acordo com a NR-1, o Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR, é dever


da organização elaborar um plano de ação determinando medidas de prevenção a
serem introduzidas, aprimoradas ou mantidas. Além disso, deverá ser definido um
cronograma, a forma de acompanhamento e as maneiras de aferir os resultados
obtidos.

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Veja que todos estes aspectos foram discutidos no decorrer da explanação sobre
as etapas do PDCA. A NR-1 ainda menciona o acompanhamento das medidas de
prevenção relatando que a implementação das medidas preventivas e de seus ajustes
devem ser registrados e o desempenho destas medidas deve ser acompanhado de
forma planejada, contemplando:

Verificação da execução das ações planejadas

Inspeções nos locais de trabalho e nos equipamentos

Monitoramento das condições ambientais e da exposição a agentes


nocivos, quando aplicável

Além disso, a norma estipula que as medidas preventivas devem ser corrigidas
quando as informações obtidas no acompanhamento indicarem desempenho ineficaz.

Observa-se que a legislação que rege um dos principais programas de


gerenciamento de riscos de saúde e segurança do trabalho preocupou-se em legislar
sobre a importância de todos esses itens que são imediatamente semelhantes à
aplicação do ciclo PDCA.

Para que essa explanação fique mais clara, veja a seguir um exemplo de
aplicação do PDCA completo em um plano de ação de um PGR.

Clique no botão a seguir para realizar o download do exemplo.

Baixe aqui o conteúdo em PDF (objetos/ExemploPDCA.pdf)

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