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05/01/2024, 07:17 Descomplica | Ergonomia

Gerenciamento de um projeto de
ergonomia do trabalho

I ntrodução

A melhor forma de avaliar a eficácia das ações em SST é analisando


os resultados gerados pelas medidas/soluções propostas. Gerenciar
as ações em ergonomia é tão importante quanto elaborar um diagnóstico
assertivo ou elaborar um plano de ação que atenda às necessidades da
empresa e dos trabalhadores.

Discutiremos como o profissional de ergonomia pode implementar a


gestão na empresa, com ações práticas e alinhar suas práticas com a
estratégia da empresa.

Objetivos da aula

• Elaborar as bases para um projeto de gestão.

• Identificar a importância de indicadores de acompanhamento.

• Entender como implementar na prática um programa de ergonomia.

Resumo

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Quando ouvimos a palavra projeto, é comum já associarmos com algo


complexo, difícil, trabalhoso – historicamente passamos por momentos
com esses conceitos que nos remetem essa ideia.

Porém, na prática, o que se observa é que quanto mais simples for um


programa de ergonomia maior a chance de sucesso, pois o foco é sempre
voltado para a aplicação prática.

Aqui, cabe fazer um recorte didático, pois nós temos dois grandes
momentos fundamentais na atuação dos profissionais de ergonomia: o
diagnóstico que será elaborado na AEP/AET e a implementação das
sugestões de melhoria, normalmente vinculada a um plano de ação.

Quando passamos para a gestão, estamos falando de incluir todas as


ações dentro de um planejamento que possa direcionar tudo isso,
determinando responsabilidades pelas implementações, quando devemos
realizar novos diagnósticos, se as ações têm surtido efeito, entre outros.

Com as mudanças na legislação, é fundamental que as ações de SST


estejam cada vez mais integradas, não só entre si (para profissionais da
área), mas para além da segurança do trabalho, envolvendo questões
estratégicas da empresa.

Existem algumas formas de tornar o programa de ergonomia mais


alinhado com as demais estratégias adotadas na empresa, mas uma das
mais empregadas nas empresas é utilizar o método PDCA para condução
de projetos de melhoria.

O PDCA é uma metodologia que se popularizou a partir de aplicações nos


Estados Unidos e Japão, mas que ganhou o mundo todo pela
possibilidade de fácil adaptação em qualquer área.

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A sigla PDCA é a união de 4 ações (Plan = Planejar, Do = Executar,


Check = Checar, Act = Ação corretiva ou de manutenção da melhoria) que
formam um ciclo de melhoria, permitindo que cada vez que um giro na
roda acontece, alguma ação seja executada, padronizada ou corrigida.
Observe a figura 1 abaixo:

Figura 1 - Ciclo PDCA

Fazendo um rápido paralelo com os assuntos tratados na ergonomia


teremos a seguinte composição dentro do ciclo PDCA:

• Plan: na etapa de planejamento teremos o desenvolvimento da


AEP/AET e a criação do plano de ação. É uma etapa fundamental que
será responsável por produzir o diagnóstico e propor as ações de
melhoria;

• Do: implementar as medidas. Tão importante quanto elaborar um


diagnóstico é colocar em prática as medidas de correção, seja de
mudança de layout, treinamentos, mudança de equipamentos, entre
outros. Quanto mais envolvidos os trabalhadores, maiores as chances
de sucesso na execução;
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• Check: validação das ações. Inclusive, esta é uma etapa presente na


NR 17, que só poderá ser desenvolvida caso as melhorias tenham sido
implementadas. Normalmente é uma dupla avaliação: a empresa avalia
os impactos das mudanças com foco na operação e os trabalhadores
com base na redução de desconforto, melhoria do posto e outros;

• Act: Caso os resultados tenham sido satisfatórios pode-se padronizar


determinado procedimento, layout, ferramenta ou qualquer outra
condição que tenha sido implementada. Muitas vezes o resultado não é
o esperado. Neste caso, deve-se propor novas ações e iniciar um novo
ciclo do PDCA

Contudo, o que de fato podemos/devemos avaliar?

É recomendável criar indicadores conforme a realidade de cada empresa,


considerando seu tamanho, área de atuação, complexidade dos
problemas, dentre vários outros fatores.

Entretanto, podemos ter alguns indicadores-chave que podem nortear o


início do programa:

• Afastamentos / turnover: é sempre importante acompanhar o


quantitativo de pessoas que se afastam do trabalho por alguma
condição musculoesquelética, cognitiva ou outra que tenha relação
direta com a atividade desenvolvida;

• Números ambulatoriais: caso a empresa tenha uma equipe de saúde,


vale muito a pena incluir alguns dados no acompanhamento e nas
consultas para formar um histórico na empresa, por exemplo,
setores/funções que mais procuram ambulatório, mapeamento de dor
corporal, casos mais frequentes, entre outros.

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• Recomendações x Implementações: talvez o indicador que pode refletir


se a empresa de fato quer mudar as condições de trabalho é cruzar o
número de ações propostas com o quantitativo que foi de fato
implementado. É crucial que as ações sejam implementadas para que
o programa tenha sucesso e este indicador pode auxiliar nesse sentido;

• Fragilidade legal: como não podemos nos furtar dos requisitos legais é
sempre importante fazer um levantamento das situações de trabalho
que ainda podem gerar passivos trabalhistas, que podem gerar nexo
com doenças ocupacionais e mapear essas questões;

• Satisfação / desconforto: podemos sempre acompanhar o grau de


satisfação / desconforto dos trabalhadores (com foco na ergonomia)
para identificar novas situações de melhoria.

E como transformar uma AET (um laudo) em um Programa de Gestão?

O ideal seria que toda AET evoluísse para um programa de gestão,


implementando as ações, acompanhando e validando, de forma viva e
dinâmica. Na prática nem sempre isso acontece.

Talvez o primeiro passo para o sucesso de um programa seja conseguir


apoio de 3 figuras fundamentais na empresa: (1) alta direção, (2)
lideranças setoriais e (3) trabalhadores.

É necessário que a alta direção “compre” a ideia de ter um programa de


melhoria contínua (e não só de custos) e, posteriormente, seja
disseminado por toda empresa, com apoio de supervisores/líderes de
setor e principalmente dos trabalhadores.

E aqui, teremos um recorte importante que difere enormemente a


implementação em grandes empresas para as pequenas empresas:

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• Grandes empresas: provavelmente você trabalhará com equipes,


chamadas em ergonomia de Comitês de Ergonomia (Coergos). Essas
pessoas precisarão estar alinhadas ao projeto, com liberdade de
atuação e com foco nos resultados (investimento x retorno).

• Pequenas empresas: normalmente apenas uma pessoa que conduz o


programa, geralmente o profissional de SST. O foco nas pequenas
empresas normalmente será direcionado para o atendimento das
questões legais e evitar o surgimento das doenças ocupacionais.

De forma geral, cada programa pode e deve ser personalizado de acordo


com as necessidades de cada empresa (veja o exemplo prático que
apresentamos em aula, de uma montadora).

Quanto mais simples e direto for o programa, melhor tendem a ser os


resultados, mais fácil o entendimento de todos os envolvidos e melhor a
visibilidade para acompanhamento dos gestores.

Como aplicar na prática o que aprendeu

Uma das formas mais fáceis de criar um plano de ação é utilizar a


metodologia 5W2H, de forma a estruturar todos os requisitos de cada
setor/posto, definir responsabilidades, investimentos, entre outros.

Elabore seus primeiros planos de ação com base em uma análise que
você tenha realizado (ou mesmo que ainda não tenha), baseado também
nesta metodologia e comece a entender como devemos estruturar a
ferramenta.

Vou dar uma colher de chá e deixar uma aula abordando a aplicação da
metodologia nas ações de ergonomia:

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• Plano de ação: https://www.youtube.com/watch?v=76mRK0rO8n0

Conteúdo bônus

Tópicos avançados

Como citado no texto, uma das estratégias que se mostram mais efetivas
na implementação e condução de um programa de ergonomia são os
Coergos.

Em nossa prática profissional percebemos que existem muitos detalhes


que podem ser pilares fundamentais para o sucesso ou insucesso dos
programas.

Sendo assim, vou deixar dois links que podem auxiliar nesta jornada
como profissional de ergonomia: um falando tudo sobre os Coergos e o
outro é uma playlist sensacional com aulas práticas para o seu dia a dia.

Coergos: https://www.youtube.com/watch?v=76mRK0rO8n0

Playlist: https://www.youtube.com/playlist?
list=PLy192OSgBGREX_bjCheTq0jksMrvEVfko

Referência Bibliográfica

BRASIL. Norma Regulamentadora Nº. 01 – Disposições gerais e


gerenciamento de riscos ocupacionais. Brasília, 2020. Disponível em:

https://aulas.descomplica.com.br/pos/pos-graduacao-em-engenharia-de-seguranca-do-trabalho-1592af/turma/ergonomia-c17dc2/aula/gerenciam… 7/8
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< https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2020.pdf >. Acesso
em 23/09/2022

BRASIL. Norma Regulamentadora Nº. 17 – Ergonomia. Brasília, 2021.


Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-
br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-
regulamentadoras/nr-17-atualizada-2021.pdf. Acesso em 23/09/2022

GUÉRIN, F. et al. Compreender o trabalho para transformá-lo: a


prática da ergonomia. São Paulo: Edgar Blucher, 2001.

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