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COMO POTENCIALIZAR A EXECUÇÃO DE MÉTODOS ÁGEIS

Introdução
A agilidade ganhou força na década de 90, sobretudo no ambien-
te de desenvolvimento de software, em empresas de tecnologia
da informação (TI)

A busca por novas maneiras de gerenciamento de projetos e cria-


ção de produto foram necessárias devido ao dinamismo do mer-
cado, competitividade acirrada e entrega de soluções que fossem
orientadas ao cliente final.

Ainda hoje, mais de três décadas depois, as práticas ágeis con-


tinuam em evidência, naturalmente com contínuas evoluções e
adaptações, e mais presentes o do que nunca no mercado de
projetos, ultrapassando a área de TI, atualmente introduzidos em
áreas como Marketing, Recursos Humanos, Logística, Saúde e etc.
O motivo da sua popularidade é bem simples – independente do
método, framework ou metodologia empregado – o processo e
resultado tendem a ser os mesmos: ciclos curtos de entregas e
resposta rápida aos feedbacks do cliente, colocando suas dores e
necessidades em FOCO.

Porém, você sabe como potencializar a execução das práticas


ágeis?

Neste ebook vamos apresentar algumas dicas de como fazê-lo!

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COMO POTENCIALIZAR A EXECUÇÃO DE MÉTODOS ÁGEIS

Práticas
Ágeis

As práticas ágeis baseam-se no empirismo, que por sua vez basea-se no


princípio que o conhecimento advém da análise de resultados oriundos da
experimentação, ou seja, aprende-se com os acertos e erros. Desta forma,
a entregas do projeto são realizadas em ciclos curtos e incrementais,
possibilitando o rápido feedback do cliente e aperfeiçoamento do produto.

Uma vez que o caminho para entregar valor não é linear, e sim imprevisível,
a organização que deseja realizar uma transformação ágil precisa possuir
uma mentalidade de adaptação e crescimento – com uma cultura de
experimentação, que possibilite a aptação as novas necessidades do
mercado e crescimento sustentável.

Desta forma, as práticas ágeis visam


estimular uma gestão de processos
que garanta o controle e possíveis
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ajustes, frequentemente aliado a


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um ambiente seguro que promova


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trabalho em equipe e colaboração.

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COMO POTENCIALIZAR A EXECUÇÃO DE MÉTODOS ÁGEIS

Em 2001, um grupo de 17 profissionais, que já trabalhavam com práticas


ágeis, criaram uma declaração com princípios e valores alinhados a ne-
cessidade das organizações, que fosse um guia para o desenvolvimento
de software. A esse guia, deu-se o nome de Manifesto Ágil, do qual diz
que:

“ Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas


Software em funcionamento mais que documentação abrangente
Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos
Responder a mudanças mais que seguir um plano

Fonte: Agile Manifesto (2001)

Simples e ainda muito atual, essas quatro linhas possuem o poder de


orientar o gerenciamento de projetos ágeis, na busca por entregar pro-
dutos de alta qualidade, juntamente com uma abordagem de negócios.
Esse processo dá ao cliente a oportunidade de conhecer os resultados
do trabalho antecipadamente, aumentando a sinergia entre a empresa,
o cliente e o projeto.

EXEMPLOS DE FRAMEWORKS E MÉTODOS:

• Kanban
• Scrum
• XP
• Devops
• Lean
• SAFe
• Design Thinking

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COMO POTENCIALIZAR A EXECUÇÃO DE MÉTODOS ÁGEIS

EXEMPLOS DE EMPRESAS QUE USAM:

Se tratando de projetos complexos não usar práticas ágeis pode


comprometer o andamento e entrega do produto.
Todavia, a implementação das práticas por si só pode não gerar os
resultados esperados na organização.

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COMO POTENCIALIZAR A EXECUÇÃO DE MÉTODOS ÁGEIS

É importante entender que ter sucesso com


práticas ágeis não é uma equação simples.
E para potencializar seu resultado, existem
variáveis importantes que precisam ser
levadas em consideração.

Aqui vamos abordar algumas ideias de variáveis, como:

Estratégia do negócio

OKR – Objetivo e Resultados Chave

Mudança de mindset

Ambiente psicologicamente seguro

Comunidade de Práticas Ágeis

Foco no cliente

Vamos lá?

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COMO POTENCIALIZAR A EXECUÇÃO DE MÉTODOS ÁGEIS

Imagem: GettyImage

Como
potencializar
a execução
de práticas

01 - Conhecer a estratégia do negócio

Quando se trata de compreensão da visão de futuro


da empresa, poucos são os colaboradores de nível
operacional que entendem quais as razões das
mudanças de objetivos da estratégia e como podem
ser beneficiados com isso.

Assim, quem realmente coloca a mão na massa e


faz a estratégia acontecer, não sabe o porquê das
novas ações e nem como elas podem impactar em
suas entregas (e dia-a-dia da organização!).

O time que trabalha com agilidade só poderá


entregar produtos com valor se o operacional
estiver alinhado com o estratégico - Conectar
todas as camadas empresariais é essencial para dar
visibilidade e clareza de quais são as necessidades
do cliente.

>Um time ágil que conhece a estratégia


vê significado nas atividades que executa,
além de poder contribuir de forma com
inovações e novas abordagens.<

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02 - Trabalhar com OKR

O termo OKR criado por Andrew Grove na década


de 70, quando presidente da Intel, como uma
estratégia de gestão para os avanços tecnológicos
e inovações do mercado da época.

A metodologia OKR – do inglês Objectives and Key


Results – trata-se de um sistema simples para
criar alinhamento e engajamento, em torno de
metas mensuráveis e dinâmicas, possibilitando
alinhamento entre diferentes níveis da empresa
(estratégico, tático e operacional).

OKRs possibilitam:
• Uma cultura de comunicação
• Compartilhamento de objetivos inter-
relacionados
• Trabalho coletivo
• Clareza para os colaboradores das metas e seus
resultados
• Transparência sobre o escopo de trabalho e
valor para o cliente

Exemplo de OKR
Objetivo: Precisa ser inspiracional
Key Results: São as ações necessárias para
o atingimento do Objetivo – precisa ser
quantitativo (métrica para avaliação) e
com data definida – assim, é possível avalia
o progresso
Importante: Para cada Objetivo, entre 3 e 5
Key Results.

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COMO POTENCIALIZAR A EXECUÇÃO DE MÉTODOS ÁGEIS

KEY RESULTS

1. Realizar 3 cursos sobre Agilidade


nos próximos 6 meses

OBJETIVO

Investir na 2. Realizar 6, entre os


capacitação dos colaboradores, encontros para
profissionais de troca de experiências até julho 2022
Gestão de Projetos

3. Treinar os novos colaboradores


até maio 2022

03 - Saber que agilidade vai muito além de processos -


é uma mudança de mentalidade

A palavra mindset tem origem inglesa e significa “Atitude Metal”, o


conceito moderno de mindset foi criado pela psicóloga e professora
Carol Dweck, da Universidade de Stanford. De acordo com seus
estudos, o mindset de cada indivíduo é o que o leva a ser otimista
ou pessimista diante das inúmeras situações que ele enfrenta na
vida, o que forma, portanto, dois tipos de mentalidade: a fixa e a de
crescimento.

As pessoas com mentalidade fixa têm tendência a evitar desafios


e experiências novas com medo de falhar e as com mentalidade
de crescimento olham para as falhas e novos desafios como novas
oportunidades em suas vidas.

Ser ágil é possuir um conjunto de valores, mindsets e práticas


que criam circunstâncias de responder mais rapidamente
às mudanças externas – implementar a agilidade sem mudar a
mentalidade é tender ao fracasso.

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COMO POTENCIALIZAR A EXECUÇÃO DE MÉTODOS ÁGEIS

Fonte: Dweck, C. Mindset – A nova psicologia do sucesso

Pensar com agilidade é fomentar a mentalidade de crescimento.

É entender que o aprendizado é o que vai guiar os colaboradores


e a organização e que implementar processos sem mudança de
mentalidade não gera resultado organizacional.

Colaboração, comunicação, confiança,


abertura, transparência, adaptação e
melhoria contínua só ocorrerão dentro
de uma organização com cultura de
crescimento forte e consolidada.

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COMO POTENCIALIZAR A EXECUÇÃO DE MÉTODOS ÁGEIS

04 - Criar um ambiente psicológicamente seguro

O conceito surgiu com a professora e PhD de Harvard Amy


Edmondson, no seu artigo Psychological Safety and Learning
Behavior in Work Teams (1999), que diz que temos segurança
psicológica quando “as pessoas se sentem seguras para
compartilharem suas dúvidas, perguntas, ideias, reclamações,
feedbacks e erros, sem medo de serem punidas ou julgadas por
isso.

Em outras palavras, é a edificação de relações interpessoais


baseadas em transparência, respeito e empatia. A partir da
construção dessas relações, a segurança psicológica fortalece
os laços de confiança, o que aumenta o nível de engajamento e
contribuição na geração de ideias criativas e inovadoras.

Criando um ambiente seguro para o time para interagir, contribuir,


performar e tomar riscos sem medo de punições - fundamentais
em organizações que atuam com práticas ágeis.

“ Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas quando


você tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.
Carl Jung

05 - Fomentar uma Comunidades de Práticas Ágeis (CoP)

O termo e os conceitos de uma Comunidade de Prática (Community


of Practice – CoP) surgiram a partir de um estudo realizado por Etienne
Wenger e Jean Lave em 1991 sobre modelos de aprendizagem.
Uma Comunidade de Práticas é formada por pessoas que possuem
interesses em comum: Desejam compartilhar conhecimentos, trocar
experiências e encontrar soluções para seus problemas, de forma
colaborativa, com aprendizado coletivo – com foco em um assunto
específico.

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COMO POTENCIALIZAR A EXECUÇÃO DE MÉTODOS ÁGEIS

Com propósito, objetivos, tecnologia e processos bem definidos,


esse grupo de pessoas se reune periódicamente para realização
dos encontros, onde serão discutidos os assuntos em pauta.

A criação de uma Comunidade de Práticas


proporciona à empresa:

• Troca de conhecimentos entre os mais experientes e mais jovens

• Criação e fortalecimento do networking entre os profissionais

• Melhoria contínua na qualidade dos seus processos

• Quebra de silos organizacionais

• Menor dependência do ensino formal

• Ambiente de colaboração

• Conhecimento tácito

Comunidade Domínio
Quem se preocupa O que nos
com isso - Pessoas preocupamos –
que se interessam Nossa identidade
pelo domínio e comum
interagem na
prática

Prática
O que fazemos juntos -
Engajamento mútuo na
atividade do domínio

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COMO POTENCIALIZAR A EXECUÇÃO DE MÉTODOS ÁGEIS

06 - Focar no cliente

Tudo gira em torno do cliente!

“Customer Centric” é o termo usado para Cliente no centro, é uma


perspectiva que tem ganhado bastante espaço nos últimos anos,
por conta das mudanças no comportamento do consumidor e no
próprio mercado.

Grandes empresas, como Amazon e Netflix, por exemplo trabalham


de modo a receber o feedback do cliente de maneira positiva, como
fonte de mudanças e inovações para o produto.

Colocar o cliente no centro, também garante que as organizações


sobrevivam e prosperarem em um ambiente volátil, incerto,
complexo e ambíguo (VUCA), porque estão alinhadas com as dores
e necessidades de seus consumidores, respondendo de forma
rápida e ágil.

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O que é necessário para colocar o cliente no centro:

Conhecer seu cliente: Necessidades, dores e desejos - Entregar


valor ao cliente

Ter uma cultura organizacional preparada: Mentalidade de


crescimento, abertura para experimentação e psicológicamente
segura

Coletar feedback: Ouvir o cliente a cada entrega de incremento e


sua satisfação com o produto

Estar sempre atento a jornada do cliente: Como o cliente se


comporta utilizando o produto

Ser data-driven: Criar e tomar ações estratégicas baseadas em


dados

Entregar a melhor experiência ao cliente: Compreender e se


preocupar com sua experiência na utilização do produto - Entregar
uma experiência UAU

Ter foco em inovação: Propor melhorias com foco na


competitividade do negócio


Ser a empresa mais centrada no cliente da Terra, onde os
clientes podem encontrar e descobrir tudo o que desejam
comprar on-line, e se esforçar para oferecer a seus clientes
os preços mais baixos possíveis.

Objetivos da Amazon = Centralidade no cliente

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COMO POTENCIALIZAR A EXECUÇÃO DE MÉTODOS ÁGEIS

Conclusão
Conclui-se que, muito além de implementar agilidade em
uma organização, é necessário estar atento para outros
fatores importantes e um ecossistema empresarial, para que
o sucesso em potencializar a execução e entrega de produtos
seja alcançado.

Neste e-book você pode encontrar algumas temas que


poderão auxiliá-lo em como potencializar a execução das
práticas ágeis em sua organização.

É importante destacar que as ideas apresentadas podem sofrer


variações, de acordo com a organização e/ou a equipe em que
se trabalha. Sendo assim, é importante realizar uma avaliação
e contextualização do seu ambiente – time e empresa - para
posterior aplicação das ideias aqui demonstradas.

“ AGILIDADE É A HABILIDADE DE ADAPTAR-SE E


RESPONDER A MUDANÇAS. ORGANIZAÇÕES
ÁGEIS OLHAM PARA MUDANÇAS COMO
OPORTUNIDADES, NÃO AMEAÇAS!

JIM HIGHSMITHAS

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COMO POTENCIALIZAR A EXECUÇÃO DE MÉTODOS ÁGEIS

Autora
TAMARA
MASELLA
Engenheira, com especialização em Lean Enterprise pela Universidade
do Tennessee, MBA em Gestão e Engenharia de Qualidade pela Escola
Politécnica/USP e Pós-Graduação em Gestão de Pessoas, Carreira e
Coaching pela PUC-RS.

Certificada pela Scrum.org (PSM I e PSM II), ScrumAlliance (CSM), Kanban


University (KSD), ICAgile (ICP-ACC e ICP-ENT), Scaled Agile (SAFe Agilist),
Managament 3.0 (MNGT 3.0) e Product Management (PM3).

Possui mais de 8 anos de experiência nas áreas de agilidade e


liderança de equipes, tendo atuado como Scrum Master, Agile Coach
e Release Train Engineer (RTE) em grandes multinacionais brasileiras e
internacionais.

Atualmente, é professora da disciplina de Princípios e Práticas Ágeis na


Pós-Graduação em Gestão de Projetos no IBE e Agile Coach no setor
financeiro, em Portugal.

Atua desde 2020 com mentorias gratuitas para mulheres que buscam
novos desafios ou queiram ingressar agilidade e é membro da
comunidade de práticas ágeis portuguesa “TugÁgil”.

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CONECTANDO VOCÊ AO SUCESSO NA CARREIRA

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