Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Jorge S. Coelho
Jorge.S.Coelho@SisConsult.com
Resumo
São conhecidas as dificuldades sentidas pela maioria das organizações em garantir
que os sistemas de informação respondam às suas necessidades.
Uma das variáveis mais importantes nesta problemática prende-se com a definição
das necessidades de informação.
Nesta comunicação pretende-se apresentar o método Learn que constitui uma
abordagem integrada e sistémica da organização, assente numa aproximação por
processos de negócio e por objectos, proporcionando o alinhamento da estratégia
dos sistemas de informação pela estratégia do negócio.
1 Fundamentos
1
O método LEARN resultou da utilização conjunta de princípios que vinham sendo praticados
pela SisConsult, designadamente os subjacentes ao MooD [1] e [2], ao Balanced Scorecard [3],
ao EFQM [4] e à nova versão da série de normas ISO9000:2000 [5] e [6]. A sua aplicação em
empresas públicas e privadas e de variados sectores de actividade e dimensões proporcionou,
numa base experimental, o desenvolvimento das práticas que foram dando corpo ao método
desde 1996.
O desenvolvimento continuado do método é assegurado por uma equipa que o vem aplicando
em várias empresas criando as condições adequadas para a investigação numa abordagem de
action research.
O Balanced Scorecard é uma aproximação apresentada por Robert S. Kaplan e David P. Norton,
na primeira edição da Harvard Business Review em 1992. Pretende clarificar a estratégia das
empresas e facilitar a sua comunicação a todos os níveis da organização, sob a forma de
objectivos e factores críticos de sucesso. Em termos gerais, oferece técnicas para traduzir a
estratégia de negócio em termos de objectivos e indicadores, permitindo construir um conjunto
de indicadores para cada nível de chefia, principalmente dos primeiros níveis de gestão. Segue a
estrutura do organograma e não adopta uma abordagem por processos. Não trata as questões
organizativas, nem de sistemas de informação.
2
O modelo de auto-avaliação da EFQM propõe um conjunto de nove critérios para avaliar o grau
de excelência das organizações, permitindo exercícios de benchmarking, inclusive entre
empresas de sectores de actividade diferentes. Trata-se de um instrumento que ajuda as
organizações a identificar oportunidades de melhoria em termos gerais, não tendo por objectivo
tratar qualquer temática em particular, nomeadamente os sistemas de informação.
A série ISO9000, na sua versão 2000, adoptou uma parte significativa das ideias da última
versão do modelo EFQM. Traça um conjunto de orientações gerais e específicas, sob a forma de
cláusulas, cuja observação pelas organizações é imprescindível para obter a respectiva
certificação, não indicando como intervir nas organizações.
A experiência acumulada da SisConsult, ao longo dos últimos anos, permitiu criar as condições
que levaram à consolidação de uma abordagem integrada, aproveitando o melhor daquelas
aproximações. Os projectos realizados desde 1996 tiveram, em geral, como objectivos a
melhoria dos processos, a definição de sistemas de informação, a selecção de soluções
informáticas, a implantação de aplicações informáticas, a implantação de modelos de melhoria
contínua e a preparação das organizações para a certificação de acordo com as ISO9000. As
organizações objecto de intervenção têm sido pequenas, médias e grandes, públicas e privadas,
nacionais e internacionais. O sucesso do método tem sido atestado pela adesão das empresas e
organizações, seja por convite seja por concurso público. Por razões de confidencialidade, não
poderão ser indicadas essas mesmas organizações sem o seu consentimento. Em termos
académicos o Método tem sido discutido em aulas e estágios de licenciatura de informática de
gestão, em mestrados e pós-graduações de informática, de qualidade e e-business. Em [7]
encontra-se referenciado um dos trabalhos. A divulgação do método tem também sido realizada
em revistas. Ver referências [8] a [13].
3
repositório de conhecimento organizacional, de acordo com o progresso alcançado em cada
sessão de trabalho.
O conceito de Processo assume assim um papel crucial no modelo de gestão duma organização.
Não basta desenhar um conjunto sequencial de tarefas ou procedimentos e dizer que os
processos estão modelados. É necessário garantir a definição de indicadores de desempenho do
processo desde o seu início até ao seu termo, de forma consistente com os objectivos dos
restantes processos e com os formulados ao nível negócio. A atribuição de responsáveis por
cada Processo deverá também ser realizada, em harmonia com a divisão funcional existente.
De notar que a modelação dos processos de uma organização não é única. Diferentes
abordagens conduzem a processos diferentes, ainda que a sequência de tarefas de uma ponta à
outra seja a mesma. A experiência vivida tem mostrado que faz a diferença a capacidade
posterior de identificação de melhorias, de definição de indicadores de desempenho, de
delimitação clara de responsabilidades na organização e na melhoria da comunicação, com
consequentes reflexos na eficácia e eficiência da organização. De notar que a não reutilização
integrada de um modelo obriga a novos levantamentos, correndo-se o risco de vários
departamentos das organizações assentarem os seus trabalhos em levantamentos diferentes,
tornando difícil a convergência de esforços.
4
de consistência. Esta situação tornaria possíveis intervenções que representassem mais
remendos organizativos do que soluções de melhoria contínua, uma vez que não existiria um
quadro orientador que garantisse o enquadramento adequado.
Uma referência especial deve ser feita à especificação dos sistemas de suporte ao e-business que
fica assim assegurada, garantindo o alinhamento com a estratégia do negócio e a integração dos
diversos processos da organização. A evolução tecnológica recente tem levado à condução deste
tipo de projectos segundo uma orientação demasiado tecnológica, muitas vezes à margem da
estratégia de negócio, determinando o insucesso de muitos projectos [13]
2 Descrição do Método
É importante garantir que os critérios de melhoria sejam os mesmos em todos os processos que
suportam a actividade da empresa. A não observação de critérios únicos conduz a graus de
melhoria diferentes em cada departamento, conforme o perfil e estilo de gestão de cada director.
5
As melhorias a introduzir na organização devem ser as necessárias para cumprir a estratégia de
negócio. O grau de melhoria a introduzir por cada processo deverá traduzir o seu contributo para
a estratégia. Qualquer processo que sofra um grau de melhoria superior ao contributo previsto,
obviamente diferente para cada processo e expresso nos seus objectivos, incorre num desvio à
estratégia, correndo o risco de entrar em conflito ao nível da utilização dos recursos da
organização. Muitas vezes, estes excessos de melhoria podem traduzir-se em stocks de
qualidade, apenas aproveitáveis quando outros processos atingirem o mesmo nível,
correspondendo assim a investimentos prematuros.
A clarificação da política da qualidade terá, neste contexto, uma garantia de aderência à política
global da empresa e com o envolvimento da administração.
A estratégia é, então, traduzida em objectivos de médio prazo, para os quais são identificados os
indicadores respectivos. Quando falamos em estratégia, referimo-nos à estratégia de negócio,
que obviamente integra as potencialidades do eBusiness.
6
aprendizagem que se vai tratar ao nível de cada processo. As dimensões relativas aos recursos
humanos e à sociedade traduzem uma influência do modelo EFQM, onde representam dois dos
seus nove critérios. Em resumo, o Balanced Scorecard propõe quatro perspectivas para orientar
a clarificação da estratégia, designadamente: financeira, clientes, inovação e processos.
Alternativamente, o Método LEARN propõe as seguintes quatro motivações de melhoria:
financeira, clientes, recursos humanos e sociedade. Isto é, a estratégia das organizações deve
traduzir as orientações para investimento motivadas pelo interesse do accionista ou sócio, pelo
interesse em satisfazer os clientes e os recursos humanos da organização e ainda pelo contributo
que for pretendido dar à sociedade em que a organização se insere.
A concretização da estratégia passa pela identificação de factores críticos de sucesso, que não
são mais do que os objectivos operacionais a concretizar no horizonte anual.
O conceito de Problema introduz uma noção com impacte bastante significativo. Problema, de
primeiro nível, é uma insatisfação centrada na relação entre a empresa e uma entidade externa.
Isto quer dizer que a empresa vai ter de responder aos estímulos vindos do exterior à luz da
estratégia definida. Quaisquer Problemas, de nível inferior, que se situem dentro da empresa
serão causas de um Problema do primeiro nível. Este conceito de Problema, adoptado pelo
LEARN, resultou da experiência vivida nos diversos projectos realizados, tendo vindo a dar
bons resultados.
7
Este exercício permite distinguir as questões a serem tratadas por cada nível de gestão
proporcionando, em muitos casos, uma clarificação de responsabilidades com efeitos imediatos.
Uma ideia relevante na definição das acções de melhoria assenta no conceito de Objectivo
relativo a cada Problema. Segundo o método, para cada Problema há que definir o estado que a
empresa pretende atingir (visão a um ano) para se considerar satisfeita relativamente à
problemática em discussão. A atitude é de carácter preventivo, dirigida para atingir objectivos, e
não curativa, preocupada com a resolução de problemas.
Seguidamente, há que definir acções de melhoria para atingir os objectivos. Resolve-se não só o
Problema em análise, como outros que, apesar de não se encontrarem ainda identificados, terão
o mesmo Objectivo. Trata-se de uma atitude preventiva com reflexos importantes no processo
de melhoria contínua das empresas, indo ao encontro do conceito de acção preventiva da série
de normas ISO9000.
O grau de melhoria a introduzir deverá ter em conta a capacidade da organização para gerir a
perturbação que vai ser introduzida pela mudança de métodos de trabalho. Por outro lado, há
que ter em conta o orçamento aprovado e a disponibilidade de recursos para suportar o projecto.
Outro parâmetro a seguir é o resultante de benchmarking com a concorrência ou outra
organização de referência.
8
Então, para cada Objectivo terá de ser escolhido pelo menos um Indicador e definida a variável
em que vai ser expresso. Estão assim criadas as condições para monitorar a melhoria a
introduzir, uma vez que se poderá medir o indicador no momento actual e estabelecer o valor a
atingir no período operacional definido.
As acções de melhoria deverão, agora, ser definidas de forma a conseguir fazer face ao GAP
(diferença entre o valor actual do indicador e o desejado) pretendido. Será importante ter
presente que, durante todo o projecto, a equipa deverá evitar ceder a tentações para, em certos
processos, conseguir melhorias mais significativas. Tal representaria um desvio no esforço
previsto, com eventuais repercussões noutros processos e noutros objectivos.
Nesta fase, as acções de melhoria deverão indicar os Processos de Negócio que deverão ser
intervencionados. Quando as acções de melhoria não são identificadas de imediato, há que
identificar os processos a estudar para as identificar ou confirmar.
De acordo com as prioridades do negócio, será então possível definir a ordem de prioridade de
análise dos diferentes Processos, cruzando os processos com os objectivos que condicionam.
O exercício exposto, relativo ao Modelo de Contexto Externo, deverá ser também a base para a
elaboração do plano operacional da empresa e respectivo orçamento. Garante-se, desse modo,
uma gestão integrada de facto, nomeadamente dos projectos eBusiness, com assimilação dos
princípios e preocupações da Qualidade [14].
9
Concluída a sessão de trabalho com a administração, que poderá durar uma ou duas tardes,
começar-se-á a preparar a intervenção ao nível dos Processos de Negócio. De referir que se
pretende objectivar a estratégia que se pressupõe já equacionada.
Assim, um Processo é um conjunto de tarefas capaz de gerir a relação com uma entidade
externa, ou outro Processo, proporcionando a resposta adequada a um estímulo, introduzindo o
valor acrescentado necessário. O termo usado pelo MooD para designar Processo é Capability,
curiosamente o mesmo que a EFQM adoptou na última revisão. Nesse sentido, poder-se-á
definir Processo como sendo a forma da empresa implementar a capacidade de fazer algo.
Então, para cada estímulo de uma entidade externa, a empresa deverá ter a capacidade de o gerir
e responder adequadamente.
Por exemplo, para cada estímulo oriundo da entidade externa Clientes (ex.: consulta,
adjudicação de projecto, reclamação, ...) deverá existir um Processo (Negociar, Gerir projectos,
Tratar Reclamações, ...) capaz de lhe responder adequadamente.
Por outro lado, o conceito de Processo está também associado a um ciclo de vida de um objecto
de negócio. A modelação deverá ter sempre presente a ideia do ciclo de vida de um objecto
principal, ex.: Consulta (no Processo Negociar, desde a recepção da Consulta do cliente até à
obtenção da sua decisão de comprar ou não o serviço ou produto), Projecto (no Processo Gerir
Projectos, desde a sua adjudicação até à sua conclusão), …
Tal como Michael Porter [15], também aqui se vai distinguir os processos principais, ao centro
da fig. 3, dos de suporte, situados na orla exterior da mesma figura, dando ênfase aos processos
que suportam o “core business”.
10
No final obtém-se um Modelo de Processos do tipo do apresentado na figura 3, onde se
encontram representados apenas alguns processos da empresa.
Sócios
Bancos
Expectativas de Remuneração
Estado remuneração de de capital
capital
Planeamento e
Controlo de
Gestão Gestão
Gestão Fiscal Financeira
Recebimento
Empresa ABC
Concepção de Tratar
serviços apresentações
comerciais Adjudicação
projecto
Necessidades
projecto Projecto
Necessidades
Negociar Consulta
Comprar Empresa de Serviços (Modelo Contexto) Clientes
Fornecedores Gerir projectos
Proposta
reclamação
Tratar
Gestão da reclamações
Qualidade
Entidades Gestão de
emissoras de Recursos Gestão de
normas Humanos Parcerias
Satisfação
sócio-profissional
Colaboradores Parceiros
11
Modelação Sistémica e Interactiva dos Processos
Empresa
Motivações de
Melhoria Cliente / Outra
Empresa do Grupo
Modelo de Contexto
Externo (Stakeholders)
Modelo
de
Processos
Modelo das
Actividades
e Tarefas
Modelo de Definição
de Objectos
Tarefas
Tarefas Suportadas pela
desempenhadas por Tecnologia
Pessoas
Repositório Organizacional MooD
Para cada Processo, inicia-se uma abordagem que permite traduzir a estratégia definida ao nível
da administração em termos relevantes para o Processo.
Este trabalho deverá ser realizado numa sessão com os principais responsáveis do processo em
análise e dos processos com ele relacionados.
12
O refinamento do conceito processo passa pela identificação do objecto principal, do estado
inicial que marca o input do processo e do estado final que define o output do processo.
As principais actividades do processo são também identificadas, para garantir uma boa
compreensão por todos os participantes, como mais à frente se explica (ver figura 6).
Repare-se que desta forma se vai construindo uma estrutura de indicadores de desempenho, que
permitirão acompanhar o processo de melhoria contínua e, ao mesmo tempo, o grau de eficácia
e eficiência da empresa.
Durante este diagnóstico, identificam-se também as cláusulas das ISO9000, os requisitos que a
norma impõe como atrás se referiu, a cumprir em cada processo, ficando registadas como
objectos especiais no repositório que se foi construindo, com base na ferramenta MooD. Cada
um contém o texto da cláusula correspondente. O mesmo é verdade para qualquer outra norma.
13
A definição das actividades permite identificar as pessoas a entrevistar para analisar os métodos
com mais detalhe.
Estão agora criadas as condições para introduzir melhorias nas actividades que suportam o
Processo, para que seja mais eficaz e eficiente no suporte da estratégia de negócio, o que inclui
a estratégia de eBusiness e a política da Qualidade.
A modelação das tarefas realiza-se através de entrevistas a cada um dos titulares dos postos de
trabalho, que realizam tarefas da actividade em análise, obtendo-se um diagrama do tipo da
figura 7. Cada entrevista tem a forma de uma sessão de trabalho, em que toda a informação
relevante vai sendo sistematizada e representada no repositório, com recolha de todos os
suportes documentais utilizados, ficando toda a informação validada pelo titular envolvido. No
final de todas as entrevistas relativas a o processo, prepara-se a sessão de trabalho final.
Dinamiza-se, então, uma workshop com todos os intervenientes no Processo, titulares de postos
de trabalho operacionais e dirigentes, para se discutir as melhorias a introduzir em cada uma das
actividades e tarefas, dando continuidade ao exercício de operacionalização da estratégia.
A modelação das actividades e tarefas de um Processo vai permitir uma nova perspectiva do
conceito Processo, vista agora pelo seu interior.
Cada Processo assume-se, como se disse, como um ciclo de vida de um Objecto de Negócio,
cujo Estado inicial vai evoluir até um Estado final.
Todas estas técnicas contribuem para a garantia de que todas as Actividades e Tarefas
necessárias para o desempenho do Processo estão identificadas e que todas têm utilidade.
14
Figura 6 - Diagrama de Actividades do Processo
Finalmente está criado o quadro adequado para definir as Operações necessárias para suportar
cada Tarefa.
Gestão Gestão
Desenvolvimento Infraestruturas e Operacional
de Método Equipamentos Consultores
informação
sobre marcação
métodos e pedido de de
técnicas equipamento reunião
Planear projecto cliente (mail) (email)
Nomear Preparar
responsável Criar ficha Atribuir Reavaliar
estrutura Estruturar Calendarizar
projecto acta a de projecto recursos projecto projecto
projecto equipa
nomear
RP (mail)
proposta
de plano
(mail)
planeamento
aprovado (mail)
Actualizar
versões de
plano e
orçamento
proposta
de
decisão/motivos Não Obter plano
aprovação do
cliente Clientes
Iniciar projecto
Plano aprovado
pelo cliente
Fechar projecto
15
Em cada tarefa regista-se um conjunto significativo de informação, nomeadamente operações,
valências profissionais, instruções de trabalho, história da tarefa (métodos antigos), responsável
e a interface com outras tarefas (em termos de objectos), como mostra a figura 9 para o caso da
tarefa “Atribuir recursos” da actividade “Planear projecto cliente”, do processo “Gerir
Projectos”
Operaçõ
es
O conjunto de Operações definidas em cada Tarefa deverá permitir atingir os seus Objectivos.
Conseguidos os Objectivos de todas as Tarefas garantem-se os Objectivos da Actividade.
Atingidos os Objectivos de todas as Actividades concretizam-se os Objectivos do Processo.
Atingidos os Objectivos dos Processos estão criadas as condições para cumprir os Objectivos do
negócio.
No Repositório MooD poder-se-á fazer um registo das Operações para que fiquem ligadas
automaticamente por Hyperlink a qualquer documento externo, nomeadamente instruções de
trabalho. Do mesmo modo, a ligação por objecto OLE permite a ligação interactiva a outros
programas.
Uma workshop final com todos os intervenientes no processo proporcionará uma discussão que
conduza a um consenso sobre as melhorias a introduzir.
16
Estas melhorias traduzem necessidades de investimento, de formação, de organização, de
tecnologias de informação e de todas as que vão integrar o plano operacional da empresa, com a
garantia de se encontrarem alinhadas com a melhoria do desempenho dos processos e com a
estratégia do negócio.
Atribuir recursos
Registar
recursos
Projecto
Versão Proposta
Proposta adjudicada
17
Figura 10 - Especificação das Necessidades de Informação
Uma vez especificado o sistema de informação desta forma, torna-se possível garantir o
desenvolvimento à medida ou a adaptação de aplicações informáticas de acordo com o que é
pretendido pela organização. Note-se que as necessidades de informação resultam duma
modelação de processos que nasce na estratégia do negócio, com um envolvimento permanente
de todos os colaboradores da organização, sendo representadas em diagramas entendíveis e
validáveis pelos utilizadores. As necessidades de informação são assim definidas em função das
necessidades dos processos, tendo em vista o desempenho pretendido à luz da estratégia do
negócio, sendo validadas por todos na organização. Não representam apenas solicitações
isoladas dos utilizadores.
Cumprir os objectivos de cada processo implica também um bom desempenho das pessoas. O
enquadramento dado pelos objectivos do processo, e respectivos indicadores, permite identificar
as acções de formação necessárias e o benefício associado, para que os titulares dos postos de
trabalho tenham o desempenho pretendido.
18
Com os elementos sistematizados pode-se ainda construir o diagrama de estados de objectos
(Figura 11), onde as setas entre os estados representam os Serviços que provocam a mudança de
estado respectiva.
Objecto Pedido
escalar cancelar
submetido escalado cancelado
autorizar
aprovado
definir
definir fechar
definido fechado
• Processos
• Actividades e Tarefas
• Objectos
• Atributos
19
3 Conclusão
Constitui um factor crítico de sucesso garantir que o modelo de representação das necessidades
de informação seja entendível e validável pelo utilizador. Este facto, além de garantir a
aceitação do sistema a desenvolver, permite minimizar todos os custos de desenvolvimento e
facilitar a integração do novo sistema na organização.
20
Bibliografia
[1] The Morphix Company, Ltd, MooD Business Development and Transformation –
Principles & Techniques – Version 3.0 –Inglaterra, April, 1996,
[2] Miers, Derek, Process Product Watch – Modelling Tools Report – MooD – Version 3.0 –
Enix Consulting Limited, Inglaterra, 1996,
[3] Kaplan, Robert S. and Norton, David P., The Balanced Scorecard: Transalating Strategy
into Action, Harvard Business School Press, 1996,
[4] EFQM, The EFQM Excellence Model 1999, The European Foundation for Quality
Management, Bruxelas,1999,
[6] IPQ, Norma Portuguesa, Sistema de gestão da qualidade: Linhas de orientação para
melhoria de desempenho (ISO 9004:2000), Instituto Português da Qualidade, Março, 2001,
[7] Fernandes, M. Clara J. A., Impacte da modelação de Processos no Sucesso dos SI,
Mestrado em Informática, Universidade Portucalense Infante D. Henrique,Porto, 1998,
[8] Coelho, J.S., Método Learn. Uma abordagem por processos e sistémica para implementar
os princípios da nova versão da série ISO9000:2000, Revista Qualidade, ano XXX, nº2,
verão 2001, Associação Portuguesa para a Qualidade, Editideias, Lisboa, 2001.
[9] Coelho, J.S., Método Learn, Seis Sigma e modelo de Excelência da EFQM, Revista
Qualidade, ano XXXI, nº3, outono 2002, Associação Portuguesa para a Qualidade,
Editideias, Lisboa, 2001.
[10] Coelho, J.S., Transformar a ISO9000:2000 num instrumento de gestão útil: o método
Learn, Revista Tecnometal, ano XXIV, nº141, Julho/Agosto, AIMMAP, Porto, 2002.
21
[11] Coelho, J.S., Eficácia da abordagem por processos na gestão – Uma proposta de
critérios de avaliação, Revista Qualidade, ano XXX, nº2, verão 2002, Associação
Portuguesa para a Qualidade, Editideias, Lisboa, 2002.
[13] Coelho, J.S., e-Business e e-Gov: abordagem e-insight, Revista Comunicações, ano 17,
nº135, Novembro 2002, APDC, Lisboa, 2002.
[14] Dale, B., Bunney H., Total Quality Management Blueprint, Blackwell Business Editor,
1999,
[15] Porter, M. E. E., Millar, V. E., How Information Gives You Competitive Advantege,
Harvard Business Review, EUA, 1995,
22