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Organização,

Sistemas e Métodos
Material Teórico
Métodos Empresariais

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. João Luiz de Souza Lima

Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
Métodos Empresariais

·· Introdução
·· Manuais Administrativos – Conceitos e Características
·· Fatores Positivos e Negativos dos Manuais
·· Metodologia de Análise, Desenvolvimento e Implementação de
Métodos e Sistemas Administrativos
·· Cronograma
·· Considerações Finais

O principal objetivo é entender os aspectos relevantes dos Métodos Empresariais


necessários para o desenvolvimento das empresas contemporâneas.

Nesta Unidade, abordaremos o conceito de Métodos Empresariais, envolvendo a discussão


dos seguintes tópicos:

- Métodos: Conceitos e Definições;


- Manuais Administrativos: Conceitos e Características;
- Metodologia de Análise, Desenvolvimento e Implementação de Métodos e Sistemas
Administrativos.

Para total aproveitamento da Disciplina, é fundamental que você leia todo o conteúdo
teórico, assista à videoaula e à apresentação narrada, acesse os fóruns e participe de todas
as atividades.

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Unidade: Métodos Empresariais

Contextualização

Nesta Unidade, entenderemos a organização na perspectiva dos seus métodos e rotinas


de trabalho.
O conteúdo apresentado a seguir foi dividido em tópicos, para facilitar a compreensão:
• Métodos: conceitos e definições;
• Manuais: conceitos, características e tipos de manuais;
• Metodologia de análise, desenvolvimento e implementação de métodos administrativos.

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Introdução

Os manuais administrativos integram a temática da documentação dos processos. Na medida


em que os processos se configuram, é necessário que se criem instrumentos formais e oficiais
da empresa que expressem as regras de funcionamento por meio de uma linguagem acessível
aos executores dos processos.
Os manuais se caracterizam como documentos estabelecidos no âmbito das organizações
para orientar as pessoas envolvidas sobre o regulamento, a estrutura de trabalho, as normas e
todas as instruções e procedimentos necessários para a execução do trabalho.
Como instrumentos de amplo acesso nas organizações, os manuais estão voltados para
diferentes públicos da estrutura organizacional da empresa.
Desde a alta gerência até os níveis operacionais, os manuais devem trazer, em uma linguagem
clara e objetiva, os esclarecimentos necessários para a proposta de funcionamento da empresa
definida por meio da sua estrutura formal.
Por sua vez, a análise organizacional ou administrativa envolve o trabalho do gestor de processos
na medida em que oferece metodologia direcionada ao diagnóstico e à solução de problemas.
No contexto organizacional, o gerenciamento de processos envolve o desafio da otimização
dos processos e da busca de resultados ao oferecer condições de funcionamento que garantam
o melhor aproveitamento dos recursos institucionais e agilidade na entrega dos produtos ou
serviços, traduzindo-se em ganho de competitividade para a organização.
Os estudos sobre o funcionamento da empresa e a investigação sobre a operacionalização
dos processos contribui para a proposição de rotinas que, configuradas a partir de uma visão
sistêmica, tornam o cenário de funcionamento da empresa muito mais integrado e harmonioso
para o trabalho.
A visão sistêmica, base da gestão de processos, é fundamental para a análise administrativa.
Para se compreender o funcionamento de uma organização e diagnosticar as causas dos
problemas ou aprimorar o desenvolvimento do trabalho, além de apresentar soluções que
tragam resultados efetivos, é necessário o entendimento integral de todas as relações de
interdependência existentes nos processos da empresa.
Segundo Cury (2010), sob o enfoque comportamental, os fundamentos da análise
administrativa desdobram-se em dois momentos: (a) o diagnóstico situacional das causas que
buscam, além do clima e da estrutura da organização, seus métodos e processos de trabalho; e
(b) a intervenção planejada na qual são realizados os estudos das soluções dos problemas e o
planejamento das mudanças.
Contudo, a eficácia da análise administrativa está atrelada à adoção de uma metodologia que
procure aperfeiçoar as práticas de trabalho e a renovação organizacional, que se configuram,
segundo Cury (2010), em “condições indispensáveis à sobrevivência de uma empresa na
sociedade contemporânea, de grandes, complexas e rápidas mudanças em todos os setores.”

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Unidade: Métodos Empresariais

Importante
Vamos estudar, portanto, os manuais e a metodologia e melhor compreender os métodos e processos
de trabalho de análise de uma organização.

Métodos – Conceitos e Definições


Os Métodos consistem na maneira ou forma de se executar uma rotina de trabalho e, por
sua vez, uma Rotina de Trabalho pode ser definida das seguintes maneiras:

• Forma pela qual as tarefas são realizadas;

• Execução de tarefas ou rotinas por meio de procedimentos padronizados.

• Caminho já percorrido e conhecido, em geral, trilhado maquinalmente;

• Sequência de atos ou procedimentos que se observa pela força do hábito;

• Uso, prática ou norma geral de procedimento;

• Conjunto de instruções reunidas na sequência correta para o computador desempenhar


uma operação ou série de operações, ou seja, um programa;

• Conjunto de procedimentos necessários para a execução de uma atividade.

No âmbito das organizações contemporâneas, os Métodos ou Rotinas de Trabalho podem


ser constituídos na forma de projetos empresariais. Portanto, há a necessidade de conhecermos
a definição de Projeto.
Projeto é um trabalho a ser executado com responsabilidades de execução, resultado esperado,
benefícios e prazos de execução preestabelecidos, considerando-se os recursos (humanos,
financeiros, materiais, tecnológicos etc.) e as áreas envolvidas em seu desenvolvimento.

Importante
Após conhecermos os conceitos de Métodos, Rotinas de Trabalho e Projetos, iremos definir os
conceitos de Manuais Administrativos e a Metodologia de Desenvolvimento de Projetos de
Organização, Sistemas e Métodos (OSM).

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Manuais Administrativos – Conceitos e Características

O conceito de manuais se apresenta minucioso e requer detalhamento como podemos


observar a seguir:
Manual é todo e qualquer conjunto de normas, procedimentos, funções, atividades, políticas,
objetivos, instruções e orientações que devem ser obedecidas e cumpridas pelos funcionários
da empresa, bem como a forma como estas serão executadas, quer seja individualmente ou em
conjunto (OLIVEIRA, 2011).
Os manuais são documentos elaborados dentro de uma empresa com a finalidade de
uniformizar os procedimentos que devem ser observados nas diversas áreas de atividades,
sendo, portanto, um ótimo instrumento de racionalização de métodos e de aperfeiçoamento do
sistema de comunicação (CURY, 2010).
Os manuais são instrumentos de gerência, de relativa duração, reunidos dentro de uma capa
característica, de fácil identificação, classificados, codificados, providos de índices e organizados
a fim de tornar máximo seu valor como obra de referência.
Os manuais atuam como documentos de referência e podem ser utilizados como fonte de
consulta permanente e de treinamento de pessoal, de forma que se trata de documentos de
grande importância para as organizações.
Esses documentos são construídos a partir de uma ampla gama de informações de grande
espectro, desde aspectos de organização geral e políticas internas até o detalhamento mais
minucioso de procedimentos padronizados que devem ser seguidos para a execução de
determinadas atividades. Tais informações apresentadas refletem o funcionamento previsto
e orientado aos objetivos institucionais. Trata-se, pois, de um marco de referência que
deve ser de amplo conhecimento e consulta frequente para as pessoas envolvidas com as
tarefas da organização.
Contudo, existem muitos desafios na elaboração e utilização desses documentos nas
organizações. Muitas dificuldades e/ou limitações impedem a plena utilização dos benefícios
desses instrumentos. Além disso, para muitas pessoas, o hábito de utilização desses instrumentos
acaba por restringir os benefícios desses documentos nas empresas.
No dia a dia, muitas organizações enfrentam equívocos na execução de procedimentos,
duplicidade de atribuições entre áreas e até entre colaboradores, além de muitos procedimentos
acabarem por ser “personificados”.
Essa “personificação” dos procedimentos resulta em situações nas quais apenas uma ou
poucas pessoas sabem executar o trabalho. Caso essas pessoas saiam de férias, ou por algum
motivo qualquer não estejam presentes na organização, todo o procedimento é interrompido
até que o “dono” do processo retorne às suas atividades.
A adoção dos manuais contribui para que os processos não sejam “personificados”, ou que
não haja duplicidades ou equívocos sobre o funcionamento da empresa e os procedimentos a
serem executados por seus colaboradores.

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Unidade: Métodos Empresariais

A partir dessas abordagens sobre o mesmo objeto, podemos ponderar que os


manuais são instrumentos oficiais, formais, instituídos dentro das organizações para
estruturar um canal de comunicação que estabeleça as regras de funcionamento
dos executores do trabalho, em linguagem acessível aos seus destinatários.

Tipos de Manuais Administrativos


Os manuais administrativos podem assumir diferentes temáticas e se direcionar a diferentes
públicos. Pela ampla gama de conteúdos que podem integrar os manuais dentro das empresas,
pode-se categorizá-los segundo sua finalidade e conteúdo.
Oliveira (2011) classifica os Tipos de Manuais conforme as seguintes categorias:

1) Manual de Organização
Destina-se a apresentar aspectos da estrutura organizacional da empresa, incluindo
objetivos gerais e setoriais da empresa, organogramas gerais e parciais, relação das
funções principais a serem executadas pelas unidades organizacionais e relações de linha e
assessoria entre unidades, níveis hierárquicos e amplitude de controle, grau de autoridade
que cada um recebe e pode delegar e aspectos de centralização e descentralização;

2) Manual de Normas e Procedimentos


Destina-se a orientar sobre a execução dos processos de trabalho. Nesses manuais se
inserem: normas, procedimentos, formulários, fluxogramas e anexos (tabelas, figuras etc.);

3) Manual de Políticas e Diretrizes


Descrevem as políticas internas da empresa. Por exemplo: políticas de marketing; políticas
de recursos humanos, políticas de finanças etc.;

4) Manual de Instruções Especializadas


Incluem informações de interesse específico de um grupo de pessoas. Por exemplo: o
manual da secretária ou o manual do vendedor. Seu conteúdo inclui: objetivos básicos,
informações sobre cargo / função, relação das tarefas básicas, interação destas tarefas
com as tarefas de outros órgãos, instruções básicas para execução das tarefas, instruções
básicas para avaliação das tarefas etc.;

5) Manual do Funcionário
Contempla informações gerais da empresa, bem como questões de interesse do funcionário
relativas à sua relação trabalhista, como direitos e deveres dos funcionários. No conteúdo
desse manual estão presentes as seguintes informações: atividades desenvolvidas pela
empresa, breve resumo histórico, objetivos gerais, explicação do sistema de autoridade,

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regime de incentivos, direitos e obrigações dos funcionários, normas de comportamento
básico e serviços que a empresa presta aos seus funcionários;

6) Manual de Finalidade Múltipla


Utilizado em empresas de pequeno porte, no qual se podem integrar diferentes conteúdos
em um único manual. Contempla as seguintes informações: histórico da empresa, políticas
gerais da empresa, aspectos básicos da organização, regulamento interno, observações
sobre pessoal etc.

Fatores Positivos e Negativos dos Manuais

Os manuais administrativos envolvem aspectos positivos e negativos em sua utilização nas


organizações. Se de um lado é uma fonte de informação e consulta permanente, de outro,
seu uso excessivo pode tornar o comportamento das pessoas limitado às regras e orientações
previstas nos manuais.
Nesse sentido, podemos destacar fatores positivos e negativos do uso dos manuais
administrativos nas empresas, destacados no quadro 1 a seguir:

Quadro 1. Fatores Positivos e Negativos no Uso dos Manuais.

Fatores Positivos Fatores Negativos

Representam legado histórico; Incluem apenas aspectos formais;


Fonte de informações permanente; Inibem a iniciativa das pessoas;
Evitam discussões e equívocos; Alto custo de elaboração e manutenção;
Possibilitam o treinamento de pessoal; Necessidade de manutenção constante;
Instrumentos de consulta/orientação; Redação pouco clara para diferentes públicos;
Ajudam a fixar critérios e padrões; Podem ser muito sintéticos ou muito detalhados;
Facilitam o processo de efetivar Falta de hábito na leitura desses documentos
normas, procedimentos e funções; por parte dos colaboradores;
Evitam improvisação inadequada. Pouco flexíveis a situações não previstas.

Fonte: elaborado pelo autor.

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Unidade: Métodos Empresariais

Os recursos tecnológicos podem ser uma boa alternativa para estimular o uso dos manuais
administrativos nas empresas, porque possuem também artifícios gráficos e ilustrativos mais
atrativos e prazerosos aos leitores desses instrumentos.
Contudo, além dos aspectos acima apresentados, devem ser observados cuidadosamente
alguns pontos importantes para construção de manuais de boa qualidade para o seu uso efetivo
nas organizações.
Oliveira (2011) destaca que a preparação de um manual deve respeitar alguns aspectos,
tais como:
• Reconhecimento da necessidade, pela alta administração, de a empresa necessitar de
manuais;
• Sugestão dos títulos e das finalidades dos manuais;
• Fixação dos objetivos específicos de cada manual e respectivo conteúdo;
• Atribuição de responsabilidades pelo preparo de cada manual;
• Critério sobre o uso de cada manual e a quem se destina cada tipo.

Oliveira (2011) destaca também alguns requisitos aos quais os manuais administrativos
devem atender:
• Necessidade real e efetiva da empresa;
• Ter diagramação estruturada e adequada para as suas finalidades;
• Ter redação simples, curta, eficiente, clara e entendível, bem como bom índice e sumário;
• Ter instruções autênticas, necessárias e suficientes;
• Ser distribuído a todos os funcionários que dele necessitem;
• Ter racional, adequada e aprimorada utilização pelos usuários do sistema;
• Ter adequada flexibilidade;
• Ter um processo contínuo de revisão, atualização e distribuição.

As fases de elaboração do manual administrativo proposta por Saroka e Gaitán apud Oliveira
(2011) envolvem:
• Definição do objetivo do manual;
• Escolha do(s) responsável(eis) pela preparação;
• Análise preliminar da empresa;
• Planejamento;
• Levantamento de informações;
• Elaboração propriamente dita da Redação;

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• Diagramação;
• Formato;
• Distribuição;
• Instrução aos Usuários;
• Acompanhamento do uso.

A atualização periódica é fundamental para garantir a plena utilização dos manuais


administrativos. Portanto, é necessário que as organizações promovam revisões periódicas de
forma a manter as informações prontas para serem consultadas.

Metodologia de Análise, Desenvolvimento e Implementação de


Métodos e Sistemas Administrativos
A metodologia de análise de uma organização pode ser estabelecida por meio de um
conjunto de etapas genéricas que se aplicam aos diferentes cenários das organizações ou aos
diferentes tipos de situações ou problemas. No entanto, cada realidade organizacional possui
suas peculiaridades de forma que esta metodologia atinge etapas suficientemente abrangentes
e flexíveis que possibilitam adequações para cada caso.
De modo geral, a metodologia de análise organizacional se compõe das fases ou etapas
enumeradas a seguir.

1) Preparação
Etapa que antecede a execução da análise. Neste momento, serão apresentados sintomas,
levantados documentos, normas internas, relatórios anteriores e caracterizados os principais
aspectos do funcionamento da organização que levaram à necessidade de se estabelecer análise
administrativa.
Essa etapa caracteriza-se por reuniões preliminares com a direção da empresa, pelo
levantamento documental, geral e específico, relativo aos sintomas relatados nas reuniões,
bem como pela elaboração de proposta técnico-orçamentária sobre o trabalho de análise a ser
desenvolvido.
Nessa proposta, que se traduz em uma fase de planejamento da análise demandada, deverão
ser definidos os objetivos da análise, a metodologia aplicada ao caso, os produtos que serão
entregues ao final do trabalho, a equipe técnica do trabalho, o prazo de execução do trabalho,
o cronograma e os custos necessários ao desenvolvimento do trabalho. Após a elaboração e
discussão dessa proposta é que a análise deverá ser efetivamente executada;

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Unidade: Métodos Empresariais

2) Execução da Análise
Envolve o levantamento de dados (pesquisa de campo), a identificação das causas dos
problemas e a formulação de alternativas de solução. O levantamento de dados efetivado na
etapa da execução da análise organizacional busca obter informações sobre o objeto de estudo
no local de trabalho e com as pessoas envolvidas com as atividades dentro da organização.
Busca-se, com esse levantamento informações, que representem da forma mais real possível
os fatos vividos na organização e que possam estar influenciando o contexto da análise. Para esse
levantamento, utilizam-se as técnicas de entrevista, questionário e observação pessoal ou direta,
de forma que se possa coletar elementos essenciais para o diagnóstico das causas dos problemas
e para a formulação de soluções alternativas para a situação analisada. A identificação das
causas dos problemas e a formulação de alternativas de solução poderão utilizar ferramentas de
análise como o fluxograma;

3) Implantação da Mudança
Etapa na qual será colocada em prática a solução aprovada pela direção da empresa. Essa
etapa requer uma coordenação criteriosa que deverá saber conduzir o processo de mudança de
forma a garantir o sucesso da implantação da solução;

4) Controle e Avaliação
Etapa na qual se avalia o resultado das mudanças implantadas e se inserem ajustes, caso
necessário.

Técnicas de Levantamento de Dados


As técnicas e ferramentas utilizadas na análise organizacional devem observar as características
da empresa e do problema estudado.

Objetivos Principais
• Identificar as causas dos fenômenos;
• Conhecer as interdependências entre os problemas;
• Conhecer os interesses e as participações das pessoas na situação existente.
Para a escolha da(s) técnica(s) a ser(em) utilizada(s) no processo de análise organizacional,
devem ser considerados os seguintes aspectos:
- Informações já disponíveis;
- Objetivos do levantamento de dados;
- Programação:
✓ Prazo de execução do trabalho;
✓ Disponibilidade das pessoas;

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✓ Localização;
✓ Demais recursos necessários.

Tipos de Técnicas
1) Entrevista
Contato face a face entre o entrevistado e o analista, baseado em perguntas relativamente
estruturadas, formuladas pelo analista no papel de entrevistador. Indicada quando há necessidade
de detalhes e de conhecimento profundo dos fatos. Prioridade para dados qualitativos.
Principais restrições da técnica de entrevista:
✓ Onerosa;
✓ Consome muito tempo;
✓ Atinge pouca quantidade de pessoas;
✓ Não permite tabulação de dados.

Passos para utilização da técnica de entrevista:


a) Preparação
- Definir objetivos;
- Elaborar roteiro de entrevistas;
- Escolher as pessoas (obtenção de quadro coerente);
- Informar horário das entrevistas (dia, local, tempo de duração e temas abordados).
b) Iniciando a Entrevista
- Momento “quebra gelo” (identifique-se e esclareça o motivo de sua presença);
- Inicie fazendo perguntas genéricas.
c) Realizando a Entrevista
- Não acredite em tudo que ouvir;
- Verifique e comprove;
- Saiba diferenciar entre informações motivadas emocionalmente e afirmações de fatos;
- Todas as questões devem ser pertinentes ao tema;
- Evite formular perguntas que contenham a resposta;
- Aguarde a resposta;
- Cuidado com as distrações (telefone/ barulho/ pessoas circulando/ procurar documentos etc.);
- Para mudar de assunto, é aconselhável fazer um rápido resumo do que o entrevistado disse;
- Seja cordial;
- Quem determina o tom da entrevista é o entrevistador;

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Unidade: Métodos Empresariais

- Estimule perguntas/respostas;
- Seja educado (não fume sem pedir permissão);
- Vista-se adequadamente;
- Mostre interesse pelo entrevistado;
- Envolva o entrevistado no processo de análise.

2) Questionário
Apresentação de uma série de perguntas que são respondidas independentemente da
presença do pesquisador. É indicado para coleta de informações quantitativas. Usa medidas
estatísticas em pesquisas.
Principais restrições da técnica de questionário:
✓ Dificuldade na elaboração;
✓ Altas taxas de não respondentes;
✓ Diferenças de interpretação.

Passos para utilização da Técnica de Questionário:


✓ Identificar as informações procuradas;
✓ Definir tipo de questionário;
✓ Montar a primeira versão do questionário;
✓ Revisar as perguntas;
✓ Testar o questionário;
✓ Elaborar instruções de preenchimento;
✓ Reproduzir;
✓ Distribuir/ Coletar.

Regras básicas para elaboração de questionários:


✓ Deixar claro o objetivo do questionário;
✓ Elaborar questões claras e objetivas;
✓ Utilizar linguagem adequada ao público respondente;
✓ Padronizar as respostas, caso contrário, não serão tabuláveis;
✓ Utilizar respostas quantificáveis;
✓ Agrupar as questões de forma lógica;
✓ Agrupar as respostas de forma sequencial;
✓ Explicações curtas e claras;
✓ Utilizar menor número de questões possível;
✓ O assunto deve ser de interesse do respondente.
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3) Observação Pessoal ou Direta
O observador assume, até certo ponto, o papel de um membro do grupo e participa de
sua atuação.
É indicada quando há necessidade de conhecimento ambiental, relações interpessoais ou de
forças atuantes no ambiente.
Principais restrições da técnica de Observação Pessoal ou Direta:
✓ Difícil registro;
✓ Consome muito tempo;
✓ Não tem padrões de comparação;
✓ Envolvimento emocional;
✓ Perda de objetividade;
✓ Não pode estar presente em todas as situações.

Cronograma

O cronograma é um gráfico de planejamento e controle das etapas de execução de um


trabalho em relação ao respectivo tempo de execução.
Para que se possa entender a utilização do cronograma, é necessário que se faça uma ressalva
sobre as fases do processo de controle.
As fases do processo de controle, segundo Oliveira (2011), são:
1) A definição de padrões, que retrata o planejamento. Não há como se estabelecer controle
sem ter definidos os planos a serem seguidos;
2) A medida de desempenho que resulta da execução do trabalho;
3) A comparação entre o previsto e o realizado;
4) A ação corretiva.
O cronograma é um gráfico elaborado na fase de planejamento e depois utilizado ao longo
da execução do trabalho de forma a proporcionar o acompanhamento da execução de cada
etapa no que se refere ao cumprimento dos prazos estabelecidos no planejamento.
Trata-se de um instrumento de fácil elaboração e de valiosa contribuição no desenvolvimento
do trabalho de análise organizacional.

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Unidade: Métodos Empresariais

Considerações Finais

Os manuais são instrumentos utilizados como fonte de consulta permanente nas empresas.
Podemos classificar os manuais administrativos segundo sua finalidade e conteúdo em
manual de organização, manual de normas e procedimentos, manual de políticas e diretrizes,
manual de instruções especializadas, manual do funcionário e manual de finalidade múltipla.
Os manuais enfrentam desafios em sua implantação e utilização nas empresas para as quais
se destacam o alto custo de elaboração e manutenção e a falta de hábito das pessoas em utilizá-
los com fonte de consulta nas organizações.
Entre os requisitos para elaboração de um bom manual administrativo, estão a redação clara
e objetiva, bem como a formatação adequada de modo a facilitar seu manuseio e utilização.
Os manuais devem ser construídos por uma equipe constituída a partir de um planejamento
adequado de forma a contemplar o contexto organizacional e proporcionar um instrumento de
uso efetivo na empresa. A atualização dos manuais deve ser periódica, de forma a possibilitar
confiabilidade do conteúdo informacional presente neste instrumento.
A metodologia de análise organizacional busca estabelecer etapas de trabalho que levem ao
diagnóstico de problemas e à formulação de soluções dentro das organizações.
As etapas da metodologia envolvem a preparação, a execução, a implantação da mudança
e o controle e avaliação. Na preparação, é desenvolvido o planejamento da ação que deve
descrever os objetivos da análise, a metodologia específica para o caso, os produtos do trabalho,
a equipe envolvida, os prazos e custos.
As técnicas de levantamento de dados são utilizadas para buscar dados e informações mais
próximas da realidade dos fatos e são a entrevista, o questionário e a observação pessoal ou
direta.
A entrevista proporciona a coleta de dados e informações mais ricas em detalhes e com
características qualitativas. O questionário abrange um maior público e permite análise estatística
de dados, sendo mais quantitativo. A observação pessoal ou direta direciona-se para coletar
dados sobre o comportamento individual e do grupo no contexto da organização.
O cronograma é um instrumento de planejamento e controle do tempo valioso para o
processo de análise organizacional.

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Material Complementar

Para aprofundar seus conhecimentos, consulte:

Sites
1) www.sap.com.br. Site institucional da Empresa SAP Brasil. A maior empresa de
software de gestão do Mundo. Indicado para verificar a influência dos Sistemas
de Gestão Empresarial (ERP, CRM e BI) na gestão das empresas;

2) www.totvs.com.br. Site institucional da Empresa TOTVS Brasil. A maior empresa


de software de gestão do Brasil. Indicado para verificar a influência dos Sistemas
de Gestão Empresarial (ERP, CRM e BI) na gestão das empresas;

3) http://www.softexpert.com.br/gestao-processos-negocio.php?gclid=CjwKE-
AiAxZKmBRD_5cCvs8SbxXsSJADZBCmdVAGLSgKqk8FXD1haPyqXRnR51_
V3HZOkwDBphyhBgBoCD-Tw_wcB. A SoftExpert BPM é uma empresa de
consultoria na área de gestão de processos empresariais.

Livros
SORDI, J. O. Gestão por Processos – Uma abordagem da moderna
administração. São Paulo: Saraiva, 2014;

WERKEMA, C. Métodos PDCA e DEMAIC e Suas Ferramentas Analíticas.


São Paulo: Campus, 2014.

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Unidade: Métodos Empresariais

Referências

ARAÚJO, Luís César G. Organização, sistemas e métodos e as tecnologias de gestão


organizacional. São Paulo: Atlas, 2011.

BALLESTERO-ALVAREZ, María Esmeralda. Manual de organização, sistemas e métodos:


abordagem teórica e prática da engenharia da informação. São Paulo: Atlas, 1997.

CARAVANTES, Geraldo R.; CARAVANTES, Cláudia B.; KLOECKNER, Mônica C.


Administração: teorias e processo. São Paulo: Pearson, 2005.

CRUZ. Tadeu. Sistemas, Organização e Métodos: estudo integrado das novas


tecnologias de informação. São Paulo: Atlas, 2011.

CURY, Antônio. Organização e métodos: uma visão holística. São Paulo: Atlas, 2010.

HALL, Richard H. Organizações: estruturas, processos e resultados. São Paulo:


Pearson, 2004.

MINTZBERG, Henry. Criando organizações eficazes. São Paulo: Atlas, 2011.

REBOUÇAS, Djalma de Pinho Oliveira. Sistemas, organização e métodos: uma abordagem


gerencial. São Paulo: Atlas, 2011.

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Anotações

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