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3.

Descrição da obra:
Neste item devem estar identificadas informações
sobre todas as etapas da obra, sistema construtivo e
quantidade de trabalhadores prevista; Deverão também
ser relacionadas as empresas que atuarão em conjunto na
obra como empreiteiros e subempreiteiros, bem como
outros profissionais que prestarão serviços. Com relação
à mão-de-obra deverá ser caracterizado seu perfil;

4. Identificação das características geográficas e cli-


máticas da região onde se encontra a obra, contemplan-
do: capacidade de carga do terreno, altitude, temperatu-
ra, umidade relativa do ar, ventos (direção dominante e
velocidade), chuvas (precipitação pluviométrica).

1.2.3. Canteiro de obras:

Este item deve contemplar a organização do cantei-


ro de obras, sendo estabelecidos os seguintes usos: área
de vivência, escritórios, máquinas e equipamentos, ofici-
nas, almoxarifados, extintores de incêndio, dentre outros.
Para estes itens devem ser definidos o dimensionamento,
a locação e o leiaute, devendo haver o leiaute inicial e suas
atualizações, conforme o desenvolvimento da obra.
Devem ainda ser definidos: sinalização de seguran-
ça, transporte de pessoal e áreas de circulação para veí-
culos e pessoas; abastecimento de água, de eletricidade
e telefonia. Também devem ser previstos o escoamento
de esgoto e de águas pluviais.

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1.2.4. Riscos ocupacionais:

Neste item devem ser apresentados os riscos ocu-


pacionais a que os trabalhadores estarão expostos, con-
siderando os riscos de acidentes, os riscos físicos, quí-
micos e biológicos e os riscos ergonômicos.
Devem ser apresentadas descrições das atividades
existentes e previstas para as diferentes categorias pro-
fissionais.
Os riscos de acidentes devem contemplar, por
exemplo:

• Máquinas e equipamentos sem proteção;


• Instalações elétricas;
• Arranjo físico;
• Ferramentas defeituosas ou inadequadas;
• Incêndio ou explosão;
• Animais peçonhentos;
• Armazenamento inadequado;
• Queda de altura;
• Soterramento;
• Transporte de trabalhadores;
• Outras situações de risco.

Os riscos ambientais (físicos, químicos e biológi-


cos) integram o PPRA e são os seguintes:

• Físicos: ruído, vibrações, temperaturas extremas,


radiações não ionizantes, radiações ionizantes, pressões
anormais e umidade;

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• Químicos: poeiras, fumos, névoas, gases, vapo-
res, neblinas, substâncias e produtos;
• Biológicos: bactérias, bacilos, vírus, protozoários,
fungos, parasitas.

Por integrarem o PPRA, as etapas do Programa


de Prevenção de Riscos Ambientais devem ser consi-
deradas no PCMAT, a saber: Antecipação e Reconhe-
cimento; Avaliação; Medidas de controle; Treinamento;
Monitoramento da exposição ao risco; Planejamen-
to apresentando metas, prioridades e cronograma de
ações; Registro e Divulgação de dados.
Os riscos ergonômicos, de acordo com a NR17
são os seguintes:

• Esforço físico intenso;


• Levantamento e transporte manual de cargas;
• Exigência de postura inadequada;
• Controle rígido da produtividade;
• Imposição de ritmos excessivos;
• Trabalhos em turnos e noturnos;
• Jornadas de trabalho prolongadas;
• Repetitividade e monotonia;
• Outras situações que possam gerar estresse físico
ou psíquico.

Os agentes ergonômicos serão avaliados na Aná-


lise Ergonômica do Trabalho (AET) devendo, portan-
to, ser apresentadas Recomendações como medidas de
controle a serem implementadas.

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Para todos os riscos identificados, deverão ser de-
senvolvidas medidas de controle. Nesta etapa do PC-
MAT devem também estar relacionados e detalhados
os projetos de execução e as especificações técnicas
das proteções coletivas, das proteções individuais, bem
como a definição dos locais cujo uso seja obrigatório.

1.2.5. Treinamento:

Para melhor atender ao objetivo de promoção da


saúde e prevenção de acidentes do trabalho e de doen-
ças ocupacionais, deverá ser elaborado um programa de
treinamento, sendo definido: tipo de treinamento que
considere as categorias profissionais específicas para in-
tegrar o trabalhador à empresa ou à obra.
Devem ser estabelecidos a periodicidade dos trei-
namentos, o conteúdo programático, carga horária,
estratégias de apresentação / abordagem dos temas e
formas de registros.

1.2.6. Integração:

Neste item devem constar o Programa de Saú-


de e Segurança da empresa, seu Programa de Quali-
dade, se houver; PCMSO apresentando, no mínimo,
os exames médicos obrigatórios, procedimentos para
situações de emergência, programa de prevenção con-
tra AIDS ou outros programas de promoção à saúde.
Devem ainda ser relacionados a existência de setores
da empresa como Recursos Humanos e Pessoal, Ma-

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nutenção, outros setores, e os órgãos ou instituições
que atuam na área como FUNDACENTRO, DRT,
Sindicatos, por exemplo.

1.2.7. Responsáveis:

Engenheiro responsável pela obra: ________________

Outros responsáveis como mestre, encarregado:


_________________

SESMT – Serviços Especializados em Enge-


nharia de Segurança e Medicina do Trabalho:
____________________

CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes:


________________

Outros setores: _________________

1.2.8. Controle e avaliação do Programa:

Devem ser apresentados os principais indicado-


res, bem como cronograma de implantação e avaliação
geral do programa.
Auditoria anual do PCMAT.

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1.2.9. Considerações:

Devem ser efetuadas considerações que demons-


trem que a elaboração e implementação do programa
levam em consideração o planejamento, o projeto,
os materiais, os métodos definidos para execução da
obra, o uso do edifício, além do perfil identificado dos
trabalhadores propiciarão atingir o principal objetivo
deste programa.
Deve ser registrado que a implementação deste pro-
grama é importante para prevenção de acidentes e doen-
ças ocupacionais e, para tanto, poderão ser necessários
ajustes que resultarão em revisões, e que também serão
objeto de reuniões periódicas programadas para verifica-
ção do cumprimento dos objetivos do programa;
Observação: O responsável técnico pelo PCMAT,
tendo efetuado o reconhecimento dos riscos, estabelece
as medidas de controle necessárias e por elas se respon-
sabiliza. A empresa tem como responsabilidade imple-
mentar as medidas apresentadas no PCMAT.

1.2.10. Registro, manutenção e divulgação


de dados:

A exemplo do PPRA, também há necessidade de


registro, manutenção e divulgação dos dados que inte-
gram o PCMAT.
Os registros efetuados no Documento-base do
PCMAT devem ser mantidos arquivados pelo empre-
gador por, no mínimo, 20 (vinte) anos, juntamente

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com outros que forneceram dados ao programa, como
Laudos técnicos de Avaliação de Riscos Ambientais,
por exemplo.
O Documento-base do PCMAT deve ser apresen-
tado à CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Aci-
dentes, devendo uma cópia do mesmo permanecer ane-
xada ao livro ata desta Comissão e ser discutido numa
das reuniões da CIPA.
Os registros do PCMAT devem permanecer dis-
poníveis aos trabalhadores, seus representantes e au-
toridades.

1.2.11. Bibliografia

Deverá ser apresentada toda a bibliografia consul-


tada para elaboração do PCMAT.

O modelo apresentado caracteriza-se como estru-


tura básica para elaboração do PCMAT. Este programa
apresenta relação com outros programas como PPRA
e PCMSO, apresenta a relação com a AET, Análise Er-
gonômica do Trabalho, deve ser apresentado à CIPA,
sendo objeto de reunião desta comissão e, assim como
os demais programas obrigatórios, deve manter seus

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registros arquivados e disponíveis para serem consulta-
dos tanto pelos trabalhadores quanto pela fiscalização.
Também servirá como histórico-técnico do desenvolvi-
mento da obra.
Trata-se de um programa que a cada etapa da obra
vai sendo atualizado, em virtude de novas atividades
que devem ser desenvolvidas para o cumprimento do
cronograma da obra. Assim, agentes de risco que não
haviam sido considerados numa determinada etapa
porque não estavam presentes, podem ser identificados
na etapa seguinte, gerando medidas de controle que de-
vem ser implementadas, promovendo a prevenção.

1.3. Metodologia para elaboração


do PGR

O Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)


tem como objetivo a prevenção da ocorrência de aci-
dentes garantindo a integridade do trabalhador, o pro-
cesso produtivo, as instalações, a comunidade do entor-
no e o meio ambiente.
Desta maneira, considerando a abrangência de seu
objetivo, este programa deve ser previsto e considerar
tantas ações quantas necessárias promovendo a preven-
ção de acidentes.
De modo prático, o gerenciamento de riscos deve
ocorrer segundo a seguinte sequência: a identificação
do perigo, a estimação do risco, a avaliação do risco e o
consequente controle do risco.

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De acordo com OHSAS 18001:2007, apresentamos
os seguintes conceitos de expressões muito utilizadas:

Risco é a “combinação da probabilidade da ocor-


rência de um acontecimento perigoso ou exposição e da
severidade das lesões, ferimentos ou danos para a saúde,
que pode ser causada pelo acontecimento ou pela exposi-
ção.” (OHSAS 18001, 2007, p.4);
Avaliação do risco refere-se ao “processo de avalia-
ção do risco, resultante de um perigo, tendo em conside-
ração a adequação de quaisquer controles já existentes e
de decisão sobre se o risco é ou não aceitável”. (OHSAS
18001, 2007, p.5);
Perigo é a “fonte, situação ou ato com um poten-
cial para o dano em termos de lesões, ferimentos ou da-
nos para a saúde, ou uma combinação destes”. (OHSAS
18001, 2007, p.2);
Identificação do perigo é “processo de reconhecer
a existência de um perigo e de definir as suas característi-
cas” (OHSAS 18001, 2007, p.3);

O PGR estabelece sistematização relacionada ao


estabelecimento de orientações gerais de gestão, com
o propósito de prevenir acidentes. Para tanto, deverão
ser desenvolvidos e implantados medidas de contro-
le e procedimentos, tanto técnicos como administra-
tivos, que previnam, reduzam ou controlem o risco
existente na empresa. Em virtude disso, o PGR deve
considerar os trabalhadores com suas características,

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que se dedicando ao desenvolvimento de suas tarefas
com outras pessoas, como fornecedores, por exemplo,
devem realizar suas atribuições para dar andamento ao
processo produtivo que deve fluir segundo as exigên-
cias de segurança.
Para tanto, a identificação do perigo e a estima-
ção de riscos devem considerar: atividades rotineiras ou
não, pessoas que interagem com o processo de traba-
lho (empregados ou não), o ambiente de trabalho, sua
infraestrutura, procedimentos e orientação de trabalho
existentes e a organização do trabalho.
Os riscos devem ser classificados para que seja es-
tabelecida a priorização das medidas de controle para
prevenção. Definida a priorização, deve-se começar in-
tervir nas situações que se classificam como risco alto,
em seguida nos riscos classificados como médios e, por
fim, nos riscos classificados como baixos.
De acordo com a Norma Técnica N-2782 da Pe-
trobrás, as categorias do risco podem ser classificadas,
conforme abaixo demonstrado:

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Quadro 01 – Matriz de Classificação de Risco
(N-2782)
Frequência

A B C D E

IV

III
Severidade

II

Severidade Frequência Classificação do risco


I - Desprezível A - Extremamente remota Baixo
II - Marginal / limítrofe B - Remota
III - Crítica C - Pouco provável Moderado
IV - Catastrófica D - Provável
E - Frequente Alto

 
Fonte: adaptado de Norma Técnica Petrobrás N-2782

Seguem as interpretações relativas às categorias de


Severidade e de Frequência:

Quadro 02 – Categorias de Severidade

 
Fonte: adaptado de Norma Técnica Petrobrás N-2782

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Quadro 03 – Categorias de Frequência

Categoria Frequência Características

Não há referências históricas de que isto tenha


Extremamente
A ocorrido; improvável, mas possível
remota
conceitualmente;
Apesar de referências históricas, esperado que
B Remota
não ocorra;
C Pouco provável Possível que ocorra até uma vez;

D Provável Espera-se que ocorra mais de uma vez;

E Frequente Espera-se que ocorra a qualquer instante;

Fonte: adaptado de Norma Técnica Petrobrás N-2782

Auxiliando na identificação dos perigos e na es-


timação do risco para prevenção de acidentes podem
ser adotadas ferramentas de análise de riscos, tais
como: Análise Preliminar de Perigos - APP, Análise
Preliminar de Riscos – APR, Série de Riscos (SR),
Análise de Modos de Falha e Efeito (AMFE), Análi-
se e Revisão de Critérios (ARC), Análise do Ambien-
te (AA), Mapeamento (M), Análise de Componen-
tes Críticos (ACC), Técnica de Incidentes Críticos
(TIC), Análise de Árvore de Falhas (AAF), Análise
de Perigos e Operacionalidade (HAZOP), Identifi-
cação de Perigos (HAZID), Análise de Perigos (HA-
ZAN), E, se? (What, if ?), Mapeamento de riscos
(M), dentre outras.
Num Programa de Gerenciamento de Riscos de-
vem ser desenvolvidas e implementadas medidas de
controle que se caracterizem como preventivas, pois
visam reduzir a frequência de acidentes, havendo ainda

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aquelas de proteção, que vão atuar nas consequências
dos acidentes.
Cabe lembrar que as medidas para redução do risco
numa organização devem mantê-la em funcionamento,
ao longo do tempo, em conformidade com os padrões
de segurança estabelecidos pela empresa, atendendo, no
mínimo, a legislação vigente.
As empresas que desenvolvem atividades que po-
dem resultar em acidentes maiores estabelecem Pro-
grama de Gerenciamento de Riscos com objetivo de
prevenir acidentes, utilizando orientações de gestão,
conforme já mencionado.
O desenvolvimento de Plano de Gerenciamento
de Riscos permite que as situações identificadas como
riscos possam ser analisadas e a partir dos resultados
desta etapa sejam desenvolvidas e implementadas me-
didas de controle. Traz em seu objetivo o conceito de
Prevenção Ativa que caracteriza-se por medidas que
devem ser adotadas e implementadas previamente pre-
venindo a ocorrência de acidentes e doenças. Este tipo
de plano torna-se aliado do profissional da área de Se-
gurança do Trabalho que deve ter a prevenção como
essência de suas atividades.

1.4. Metodologia para elaboração


de PAE

Plano de Atendimento à Emergência (PAE) é


necessário e compulsório para os estabelecimentos

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