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Metodologia HDR para desenvolvimento de PGR e gestão em SST

➔ Inventário de riscos + plano de ação


➔ Relação de documentos pertinentes ao processo de gestão em SST

❖ ETAPA 1:

Item 1.5.7.3.2

a) CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS E AMBIENTES DE TRABALHO

b) CARACTERIZAÇÃO DAS ATIVIDADES

(Descrição ampla das atividades)

INTRODUÇÃO:

O P.G.R. (Programa de Gerenciamento de Riscos) trata-se de uma exigência imposta pela


Norma Regulamentadora 01 (Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais) e representa a
metodologia de gestão dos riscos ocupacionais presentes em uma organização, visando à conquista de
um meio ambiente de trabalho seguro e saudável, sendo este entendido não apenas como a ausência de
riscos químicos, físicos e biológicos ou da ocorrência de acidentes, mas considerando um local
harmonioso de exercício da atividade laboral, onde seja preservada a saúde física e psíquica do
trabalhador.

Assim, a documentação apresentada representa a metodologia de desenvolvimento de um


processo de melhoria contínua, baseado na metodologia do ciclo PDCA que visa alcançar alcançar os
resultados através de uma gestão interativa, considerando as etapas de Planejamento, Desenvolvimento,
Controle e Ação. Assim, os referidos documentos que compõe o P.G.R. são atualizados de forma
constante e de acordo com as necessidades da organização, considerando as atualizações do Inventário
de Riscos e os cronogramas e adequações determinados no Plano de Ação.

OBJETIVO GERAL:

Implementar ações sistemáticas de identificação de perigos, avaliação de riscos e tomada de


medidas de controle em Saúde e Segurança no Trabalho, em atendimento ao disposto na NR-01, para a
conquista de um processo de melhoria contínua e otimização de performance em SST.
1- DADOS DA ATIVIDADE:

Para o desenvolvimento do referido programa, faz-se importante o conhecimento das


estatísticas de adoecimento e acidentes de trabalho na atividade desenvolvida.

(Inserir dados estatísticos do CNAE e histórico de acidentes e doenças da organização)

- Identificação da empresa:

1.1 CNAE:

1.2 Número de empregados:

1.3 Filiais:

1.4 Terceiros envolvidos:

(Há terceiros no local? Identificar as atividades desenvolvidas e a quantidade de


trabalhadores envolvidos, assim como os representantes de cada organização. Trabalhadores eventuais
ou frequentes?)

1.5 Responsabilidades:

. Responsável legal pela organização:

. Responsável pelo PGR:

. Colaboradores para o desenvolvimento da documentação:

. Representação dos trabalhadores:

1.6 Este P.G.R abrange o seguinte estabelecimento:

Deverá ser decidido se o PGR será implementado e desenvolvido PARA TODO O


ESTABELECIMENTO ou POR SETORES ou ATIVIDADES, a depender da complexidade da organização.
Nesta avaliação, deve-se objetivar a maior simplicidade possível, conforme disposto nos itens
1.5.3.1 e 1.5.3.1.1.1 da NR-01. Assim, em organizações onde determinados setores ou atividades
destoam dos demais em função de maior complexidade, deve-se avaliar o desenvolvimento de um
PGR em separado, lembrando que todos os PGR existentes devem ser integrados.

2- Descrição geral do processo produtivo:

Segundo Harrington (1993, p. 10): “Processo é qualquer atividade que recebe uma entrada
(input), agrega-lhe valor e gera uma saída (output) para um cliente interno ou externo, fazendo uso dos
recursos da organização para gerar resultados concretos”.
O processo produtivo é a combinação de atividades de produção que proporciona a obtenção
de determinado produto final. Ou seja: são atividades que recebem uma entrada (input), ganham um
valor agregado e, então, geram uma saída (output).

Como descrever o processo produtivo?

Atenção:

. Descrição do produto

. Descrição da matéria prima

. Descrição do fluxo processo de transformação: máquinas, produtos químicos, etc

. Descrição da saída: distribuição

2.1 Descrição do meio ambiente de trabalho:

. Descrição das instalações físicas

. Descrição da planta (número de pavimentos, presença de escadas ou elevadores - carga ou


passageiros, presença de sistema de condicionamento de ar, presença de trabalho a céu aberto) e
condições gerais da edificação, com foco nas situações que podem representar um risco.

. Instalações elétricas: Carga instalada, condição geral das instalações – esquemas unifilares +
prontuário das instalações elétricas, quando necessário.

. Planta baixa, se possível

. Máquinas e equipamentos

. Vasos de pressão

. Presença de contaminantes respiratórios

2.2 Descrição das atividades


❖ ETAPA 2:

Item 1.5.7.3.2

C) DESCRIÇÃO DE PERIGOS* E DE POSSÍVEIS LESÕES OU AGRAVOS À SAÚDE DOS


TRABALHADORES, COM A IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES OU CIRCUNSTÂNCIAS, DESCRIÇÃO DE
RISCOS GERADOS PELOS PERIGOS, COM A INDICAÇÃO DOS GRUPOS DE TRABALHADORES
SUJEITOS A ESSES RISCOS, E DESCRIÇÃO DE MEDIDAS DE PREVENÇÃO IMPLEMENTADAS;
D) DADOS DA ANÁLISE PRELIMINAR OU DO MONITORAMENTO DAS EXPOSIÇÕES A AGENTES
FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS E OS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DE ERGONOMIA NOS
TERMOS DA NR-17.
E) AVALIAÇÃO DOS RISCOS**, INCLUINDO A CLASSIFICAÇÃO PARA FINS DE ELABORAÇÃO DO
PLANO DE AÇÃO; E
F) CRITÉRIOS ADOTADOS PARA AVALIAÇÃO DOS RISCOS E TOMADA DE DECISÃO.

* c/c item 1.5.4.3.1 A ETAPA DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS DEVE INCLUIR:


A) DESCRIÇÃO DOS PERIGOS E POSSÍVEIS LESÕES OU AGRAVOS À SAÚDE;
B) IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES OU CIRCUNSTÂNCIAS; E
C) INDICAÇÃO DO GRUPO DE TRABALHADORES SUJEITOS AOS RISCOS.

** c/c item 1.5.4.4.2 PARA CADA RISCO DEVE SER INDICADO O NÍVEL DE RISCO OCUPACIONAL,
DETERMINADO PELA COMBINAÇÃO DA SEVERIDADE DAS POSSÍVEIS LESÕES OU AGRAVOS À
SAÚDE COM A PROBABILIDADE OU CHANCE DE SUA OCORRÊNCIA.

Lembrando que:
NR-09
9.4.2 A AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS AOS AGENTES FÍSICOS,
QUÍMICOS E BIOLÓGICOS, QUANDO NECESSÁRIA, DEVERÁ SER REALIZADA PARA:
A) COMPROVAR O CONTROLE DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AOS AGENTES IDENTIFICADOS;
B) DIMENSIONAR A EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL DOS GRUPOS DE TRABALHADORES;
C) SUBSIDIAR O EQUACIONAMENTO DAS MEDIDAS DE PREVENÇÃO.
9.4.2.1 A AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DEVE SER REPRESENTATIVA DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL,
ABRANGENDO ASPECTOS ORGANIZACIONAIS E CONDIÇÕES AMBIENTAIS QUE ENVOLVAM O
TRABALHADOR NO EXERCÍCIO DAS SUAS ATIVIDADES.
9.4.3 OS RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS AOS AGENTES FÍSICOS,
QUÍMICOS E BIOLÓGICOS DEVEM SER INCORPORADOS AO INVENTÁRIO DE RISCOS DO PGR.
3- Mecanismos de participação dos trabalhadores:

Identificar detalhadamente os mecanismos de participação dos trabalhadores no processo de


gestão em SST.
Responda às seguintes perguntas:
- A empresa possui CIPA atuante? Se não, possui um designado da CIPA adequadamente
treinado e que participa da implementação dos processos de gestão em SST?
- Os trabalhadores são ouvidos no processo de identificação dos perigos e riscos
ocupacionais?
- Trabalhadores de todos os setores estão envolvidos na gestão de riscos em SST?
- São promovidos treinamentos periódicos para os trabalhadores sobre SST? Descreva os
treinamentos e avalie se estão suficientes.
- São implementados mecanismos de avaliação da percepção dos trabalhadores sobre os
riscos das atividades, identificando questões relativas aos comportamentos individuais e
coletivos na implementação do processo de gestão em SST?

4- INVENTÁRIO DE RISCOS + PLANO DE AÇÃO:

Técnica adotada para o processo de gestão de riscos:


Matriz de probabilidade / Consequência
(ABNT NBR ISO/IEC 31010), considerando uma Matriz de risco 3X3

A NR-01 dispõe, em seu item 1.5.3.2, que a organização deve evitar os riscos ocupacionais
que possam ser originados no trabalho, identificar os perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde,
avaliar os riscos ocupacionais indicando o nível de risco, classificar os riscos ocupacionais para
determinar a necessidade de adoção de medidas de prevenção, implementar medidas de
prevenção, de acordo com a classificação de risco e na ordem de prioridade estabelecida na alínea
“g” do subitem 1.4.1 da mesma NR, e, por fim, acompanhar o controle dos riscos ocupacionais.

Estes objetivos serão atendidos através de uma metodologia sistematizada de identificação


dos perigos, avaliação e controle dos riscos, processo este que é formalmente registrado através
deste Programa de Gestão de Riscos.

O processo de identificação de perigos incluiu a descrição dos perigos e possíveis lesões ou


agravos à saúde, as fontes ou circunstâncias do perigo e o grupo de trabalhadores sujeitos aos
riscos, abordando ainda os perigos externos previsíveis que podem afetar a saúde e a segurança no
trabalho, conforme itens 1.5.4.3.1 e 1.5.4.3.2 da NR-01. A identificação dos perigos envolveu a
observação criteriosa do trabalho rotineiro executado, atividades não rotineiras, possibilidade de
terceiros ou visitantes no local, a entrevista com trabalhadores, considerando ainda as tarefas
complementares tais como manutenção e limpeza, perigos externos, procedimentos operacionais e
a organização do trabalho.

Para fins de gradação de severidade das lesões ou agravos à saúde, consideramos a


magnitude da consequência e o número de trabalhadores possivelmente afetados, e ainda a
possibilidade de ocorrência de acidentes ampliados, de acordo com o disposto no item 1.5.4.4.3 da
mesma norma regulamentadora, entendendo que quanto maior o número de trabalhadores
possivelmente afetados, maior a severidade do evento. Importante frisar que a quantidade de
expostos é determinada pelo número de trabalhadores possivelmente afetados pela condição de
risco em análise. Sempre que possível, as avaliações são realizadas por meio da identificação dos
Grupos de Exposição Semelhante (GES), o que corresponde a um conjunto de trabalhadores para os
quais se estima que a exposição do grupo inteiro ocorre de forma semelhante.

A seguir, para a gradação da probabilidade de ocorrência de lesões ou agravos à saúde,


levou-se em conta os requisitos estabelecidos em Normas Regulamentadoras, as medidas de
prevenção implementadas, as exigências da atividade de trabalho; e, por fim, a comparação do
perfil de exposição ocupacional com valores de referência estabelecidos na NR-09, quando
existentes, seguindo os preceitos do item 1.5.4.4.4 da NR-01.

A partir destes subsídios, seguiu-se para a indicação do nível de risco ocupacional para cada
risco identificado, combinando-se a severidade das possíveis lesões ou agravos à saúde com a
probabilidade ou chance de sua ocorrência. Foi utilizada a ferramenta Matriz de probabilidade /
Consequência, em conformidade à norma ABNT NBR ISO/IEC 31010, considerando uma Matriz de
risco 3X3, de acordo com o detalhamento descrito no item 5.1 - Metodologia.

➢ Os riscos podem ser avaliados em nível organizacional, em nível departamental, para


projetos, atividades individuais ou riscos específicos.
➢ RISCO = Severidade X Probabilidade, de acordo com o disposto na NR-01
➢ O nível de risco dependerá da adequação e eficácia dos controles existentes, que
interferem na avaliação da probabilidade. As questões a serem abordadas incluem:
- Quais são os controles existentes para cada risco?
- São esses controles capazes de tratar adequadamente o risco, de modo que ele seja
controlado a um nível que seja tolerável?
- Na prática, os controles estão operando na forma pretendida e pode ser
demonstrado que são eficazes quando requerido?
Estas questões somente podem ser respondidas com confiança se houver documentação e
processos de garantia apropriados e implementados.

O nível de eficácia para um controle particular ou conjunto de controles relacionados, pode


ser expresso de forma qualitativa, semi-quantitativa ou quantitativamente.
➢ Análise das consequências:
○ Considerar controles existentes para tratar as consequências e todos os fatores
contributivos que tenham efeito sobre as consequências.
○ Considerar as consequências imediatas e as que possam ocorrer após um decurso de
tempo
○ Considerar consequências secundárias

4.1 - Metodologia

Este item tem a finalidade apresentar a metodologia utilizada para avaliação dos riscos
ocupacionais relativos aos perigos identificados no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR),
em atendimento ao disposto na Norma Regulamentadora NR 1, buscando a maior objetividade e
clareza dentro da avaliação e conquistando, assim, maior confiabilidade e padronização nos
resultados encontrados.

O objetivo é utilizar as informações provenientes das fases de identificação e reconhecimento


dos riscos de forma a prover subsídios para a adequada classificação dos mesmos e consequente
priorização das ações necessárias.

Cabe ressaltar que a referida metodologia se trata de um passo inicial no processo de


gerenciamento de riscos ocupacionais, podendo ser necessário o estabelecimento de medidas
acessórias para a adequada hierarquização dos riscos, a depender de fatores como a complexidade
das atividades ou das medidas de controle exequíveis.

4.2 - ETAPAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO PGR:

Etapa 1 - Identificação dos perigos


Etapa 2 - Avaliação dos riscos ocupacionais, com o objetivo de estabelecer o nível de risco
ocupacional a partir da combinação da probabilidade com a severidade.
- Definição de níveis de risco: trabalhamos com três níveis de risco.
- Definição das ações de gerenciamento de acordo com cada nível de risco.
- Todos os perigos precisam ser categorizados dentro dos níveis estabelecidos, mesmo que já
estejam sob controle.
Etapa 3 - Definição da metodologia de avaliação de riscos: trabalhamos com a Matriz de
Probabilidade e Consequência (NBR ISO/IEC 31010)
Etapa 4 - Avaliar os critérios para definição de severidade e probabilidade definidos na NR01 (itens
1.5.4.4.3 e 1.5.4.4.4), de acordo com o Anexo I deste programa.
Etapa 5 - Definir as medidas individualizadas a serem implementadas por cada risco identificado,
estabelecendo o plano de ação que define, além de cronogramas, responsáveis, metodologia e
verificação das ações.
- Após a implantação das ações de gerenciamento descritas, devem ser efetuadas
reavaliações constantes visando a determinação da eficácia das medidas tomadas e a
reavaliação do nível de risco. Reavaliar após a implantação das ações de gerenciamento.

4.3- Matriz de risco 3X3 (três níveis) - Critérios gerais:

A Matriz de Riscos identifica o responsável (ou responsáveis) por sua elaboração, assim como
consigna o responsável por sua aprovação e homologação. O acompanhamento e identificação de
necessidade de atualização dos critérios deve ser realizado de forma continuada, com a participação
de todos os atores envolvidos nos processos em questão, que necessitam estar constantemente
capacitados a realizarem intervenções positivas. Tais intervenções devem ocorrer quando da
implantação das medidas de controle, detecção de perigos e riscos não contemplados na avaliação
inicial, modificações nas atividades, processos ou materiais, mudança de requisitos legais ou ainda na
ocorrência de incidentes ou acidentes, sendo que as necessidades de alterações devem ser
constantemente participadas aos responsáveis pela elaboração do processo.

4.3.1 - Análise de critério de severidade (item 1.5.4.4.3 da NR01):

Severidade Critério*

Inócua Nenhuma lesão ou lesão que não implique em afastamento ou


qualquer tipo de sequela ou incapacidade física.

Moderada Prejuízo à integridade física e/ou a saúde, provocando lesão que


implique em afastamento ou incapacidade temporária

Severa Pode levar a óbito imediato ou posterior, ou ainda provocar lesões ou


sequelas permanentes.
*Considerar a magnitude da consequência e o número de trabalhadores atingidos
4.3.2 - Análise de critério da Probabilidade (item 1.5.4.4.4 da NR01):

Probabilidade Requisitos Medidas de Exigência da Comparação com


estabelecidos nas controle atividades de valores de
NR existentes trabalho referência NR09

Provável Normas não são Medidas de Contato frequente Exposição


atendidas. controle com o agente a estimada acima
inexistentes ou concentrações ou do LEO*.
sabidamente intensidades
inadequadas elevadas. E > 100% LEO
(inexistência de
norma específica) Percentil 95 > 1,0
x LEO

Possível Normas são Medidas de Contato frequente Exposição entre


atendidas controle com o agente a LEO e 50% do
parcialmente. Há existentes, mas moderadas LEO*.
falhas na com desvios, sem concentrações ou
manutenção do eficiência ou sem intensidades ou LEO > E > 50% LEO
atendimento manutenção contato não
normativo. adequada. frequente a altas 1,0 x LEO >
concentrações ou Percentil 95 > 0,5
intensidades. x LEO
(inexistência de
norma específica)

Remota Normas são bem Medidas de Contato não Exposição inferior


implementadas e controle frequente com o a 50% do LEO*.
mantidas, dentro existentes e agente ou
de um sistema adequadas, sendo frequente a E < 50% LEO
com o princípio mantidas a longo concentrações ou
PDCA prazo. intensidades Percentil 95 < 0,5
extremamente x LEO
reduzidas.
(inexistência de
norma específica)

* LEO - Limite de exposição ocupacional

Atenção - Classificação das medidas de controle:

De acordo com o disposto no item 1.5.5.1 da NR01, a organização deve adotar medidas de
prevenção para eliminar, reduzir ou controlar os riscos sempre que exigências previstas em Normas
Regulamentadoras e dispositivos legais ou a classificação dos riscos ocupacionais assim determinar,
ou ainda caso haja evidências de associação, por meio do controle médico da saúde, entre as lesões
e os agravos à saúde dos trabalhadores com os riscos e as situações de trabalho identificados. As
referidas medidas devem sempre respeitar à seguinte hierarquia de implementação, disposta no
item 1.4.1 alínea g da norma em análise:

I. eliminação dos fatores de risco;


II. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de proteção coletiva;
III. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas administrativas ou
de organização do trabalho; e
IV. adoção de medidas de proteção individual.

Para que tal hierarquia seja sempre respeitada, nosso inventário de riscos identifica todas as
esferas de medidas preventivas existentes e reforça a obrigatoriedade de respeito à referida
hierarquia para cada risco identificado, evitando, assim, a ocorrência de erros.

1- Eliminação e substituição dos fatores de risco (prioridade máxima, sempre);


O primeiro objetivo da gestão dos riscos ambientais é sempre de eliminar o risco
ocupacional. A eliminação dos riscos precisa ser avaliada de forma individualizada, de
acordo com a atividade desempenhada. Pode ser através da substituição do uso de
produtos químicos no processo produtivo, por exemplo, de forma que aquele produto
químico que representa um risco à saúde do trabalhador dê espaço a outro, inócuo. Ou,
ainda, substituir uma máquina que gere ruído por outra menos ruidosa. Certamente, nem
sempre a eliminação dos riscos é viável, no entanto, precisa ser exaustivamente estudada e
ser o objetivo dos gestores do meio ambiente de trabalho.
2- Minimização e controle dos fatores de risco, através de medidas de proteção
coletiva;
Uma vez que não é possível realizar a eliminação de um determinado risco no
processo produtivo, deve-se buscar implementar proteções coletivas. No caso do produto
químico, caso ele não possa ser substituído, pode ser utilizado em processos herméticos, por
exemplo, onde não haja contato com o trabalhador. Ou no caso da máquina, pode ser
introduzida uma carenagem que reduza o ruído gerado para níveis aceitáveis. Outro
exemplo seria a instalação de sistema de exaustão localizada que não permita a emanação
de vapores tóxicos de determinado agente no ar ambiente.

3- Minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas


administrativas ou de organização do trabalho;

Caso não seja possível eliminar os riscos, e mesmo após as medidas de proteção
coletiva persistam riscos ambientais, devem ser buscadas medidas administrativas ou de
organização do trabalho que reduzam a exposição ao risco, ou ainda, a quantidade de
trabalhadores expostos. Tais medidas tratam de capacitação contínua dos trabalhadores,
implementação de permissões de trabalho, sinalização, entre outros. O redesenho da tarefa,
a revisão da organização do trabalho e práticas alternativas também podem ser indicadas,
como por exemplo a introdução do uso de ferramentas, como uma tenaz, para a
manipulação de peças forjadas a quente em uma linha de produção. Ou ainda a revisão do
layout de uma planta produtiva, alterando o ciclo produtivo de forma a expor menos
trabalhadores a determinado risco, ou a mecanização de alguma linha de produção que
represente risco de acidentes ou de doenças osteoarticulares relacionadas ao trabalho.
Também podem ser implementados rodízios e intervalos como medida preventiva em
alguns processos produtivos.

4- Introdução de medidas de proteção individual (EPI).

Apenas em último caso, após o esgotamento de todas as etapas anteriores e,


necessariamente, para o menor número de trabalhadores possível, ou ainda, de forma
provisória e durante a implementação das medidas de proteção coletiva, deve ser
implementado o uso de equipamentos de proteção individual.

4.3.3 - Análise de Probabilidade X Severidade:

Probabilidade → 1- Remota 2- Possível 3- Provável

Severidade ↓

1- Inócuo B B M

2- Moderada B M E

3- Severo M E E

Legenda e ações propostas:


B → Baixo: Plano de ação - Atenção e monitoramento das avaliações.
Não demanda medidas corretivas. A exposição é considerada aceitável. Deve-se manter os
controles na fonte, treinamentos e capacitações e monitorar periodicamente as exposições.
M → Mediano: Plano de ação - Implementação de medidas de controle em prioridade
moderada com cronograma compatível.
Demanda a necessidade de adoção de medidas preventivas, o monitoramento das exposições
dos trabalhadores e a vigilância médica.
E → Elevado: Plano de ação - Implementação de medidas de controle com prioridade
máxima, prazo mais baixo possível, avaliando a interrupção das atividades.
Exposição inaceitável. Demanda a adoção de medidas preventivas com prioridade máxima,
avaliações sistemáticas e especializadas e possível interrupção das atividades e afastamento dos
trabalhadores.
❖ ANEXO I - CRITÉRIOS ESPECÍFICOS
(Complementares aos gerais - Visam otimizar a compreensão dos critérios gerais para cada
espécie de agente de risco identificado e favorecer a precisão da avaliação):

Mantenha no seu documento apenas o detalhamento dos critérios específicos de acordo


com os perigos efetivamente identificados na organização. Excluir os demais.

● Fatores de Risco químicos:

Agentes químicos são as substâncias, compostos ou produtos que podem penetrar no


organismo pela via respiratória, na forma de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou
que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo
através da pele ou por ingestão. Assim, os perigos decorrentes dos agentes químicos referem-se a
quaisquer substâncias que, em função de suas propriedades físico-químicas e/ou toxicológicas,
possam gerar risco à saúde ou à segurança dos trabalhadores que com elas entrem em contato ou
as manuseiem nos processos de trabalho. Para uma boa gestão dos riscos químicos nos ambientes
de trabalho, é fundamental que as informações corretas a respeito das substâncias químicas sejam
conhecidas, e desta forma os perigos de um determinado produto sejam adequadamente
dimensionados e gerenciados.

As principais vias de entrada dos agentes químicos no organismo são a inalação, através da
respiração; absorção cutânea, sendo que a via cutânea inclui todo o tecido cutâneo que recobre o
corpo humano, juntamente com mucosas (lábios, conjuntiva ocular), pelos e unhas, ou ainda a
ingestão. No entanto, em função da extensa superfície de contato representada pelos alvéolos
pulmonares, a via respiratória é a mais rápida e principal via de contaminação por agentes
químicos. Os contaminantes podem ficar retidos nesses tecidos e assim produzir uma ação
localizada, ou dissolver-se e serem distribuídos através do sistema circulatório produzindo efeitos
sistêmicos.

O processo de avaliação da exposição ocupacional aos agentes químicos existentes nos


processos produtivos pode vir a exigir a utilização de mais de um método de análise e avaliação. No
entanto, para fins de uma avaliação inicial, consideraremos as informações sobre as indicações de
perigo das substâncias químicas utilizadas e a quantidade e frequência da utilização da mesma para a
determinação do nível de risco, analisando o potencial de incêndio ou explosão e o potencial de danos
à saúde do trabalhador.
- FATORES CONSIDERADOS
Potencial de incêndio ou explosão:
- Indicações de perigo
- Existência de processos herméticos
- Quantidade da substância
- Informações sobre inflamabilidade
- Fontes de ignição (aqui devendo ser considerados os riscos elétricos combinados, trabalhos
à quente, existência de fumantes, chamas abertas no processo produtivo ou ainda
superfícies quentes em equipamentos do processo)

Potencial de danos à saúde do trabalhador:


- Informações constantes das FISPQ e frases de perigo
- Carcinogenicidade, toxicidade, mutagenicidade, corrosividade
- Existência de limites de exposição ocupacional e nível de ação, seja na NR-09 ou na ACGIH
- Geração de aerodispersóides
- Dose e concentração da substância
- Via de absorção
- Efeitos locais ou sistêmicos
- Presença de gases e vapores irritantes, anestésicos ou asfixiantes
- Volatilidade e solubilidade da substância (para análise da volatilidade: consultar “Best
Practice Guidelines 2: Guide to Managing Solvent Exposure.” disponibilizado pelo European
Solvents Industry Group (ESIG) e no endereço:
http://www.esig.org/uploads/ModuleXtender/Publications/75/Best%20Practice
%20Guidelines%202%20(EN).pdf>
- Quantidade de poeira produzida
- Renovação de ar / deficiência de oxigênio
- Existência de processos herméticos
- Necessidade de contato com a substância durante o processo produtivo

- Observação: sempre verificar se o produto trata-se de um pesticida.

*Observação: Com relação aos contaminantes químicos presentes no ar interior, adotamos os


referenciais dispostos na RE 09/2003 (ANVISA), quais sejam:
Os Valores Máximos Recomendáveis para contaminação química são:
- ≤ 1000 ppm de dióxido de carbono – (CO 2) , como indicador de renovação de ar externo,
recomendado para conforto e bem-estar.
- ≤ 80 mg/m 3 de aerodispersóides totais no ar, como indicador do grau de pureza do ar e limpeza
do ambiente climatizado.
NOTA: Pela falta de dados epidemiológicos brasileiros é mantida a recomendação como indicador
de renovação do ar o valor = 1000 ppm de Dióxido de carbono – CO2

Etapas da avaliação:
1- Identificação do agente químico
2- Determinação da toxicidade do produto
3- Determinação da quantidade utilizada
4- Determinação da propagação no ambiente
Critérios para avaliação da quantidade (para sólidos ou líquidos):

Quantidade Embalagem

Pequena Gramas / mililitros Pequenos recipientes, garrafas

Média Quilogramas / litros Sacas ou tambores

Grande Toneladas / metros cúbicos Caminhões

Critério para a avaliação da volatilidade (trabalhos realizados em temperatura ambiente):


Volatilidade alta: ponto de ebulição menor que 50oC
Volatilidade média: ponto de ebulição entre 50oC e 150oC
Volatilidade baixa: ponto de ebulição maior que 150oC
Para tarefas executadas acima da temperatura ambiente, a volatilidade deve ser determinada
consultando o documento Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos: Orientações básicas para
o controle da exposição a produtos químicos”, FUNDACENTRO
Observação: Se a FISPQ apresentar mais de um valor de ponto de ebulição para o produto,
deve-se sempre utilizar o de mais baixo valor. Se a tarefa exigir vários níveis de temperatura, utilizar
sempre a mais alta. Se houver mistura de uma ou mais substâncias, considerar a de menor ponto de
ebulição.

Critério para avaliação da quantidade de poeira produzida:


Empoeiramento alto - Poeiras finas e leves: Quando manipulados, observa-se formação de
nuvens de poeira que ficam muitos minutos no ar (cimento, pó de giz, carvão).
Empoeiramento médio - Sólidos granulares e cristalinos: Quando manipulados, vê-se a poeira
que logo se deposita (sabão em pó).
Empoeiramento baixo - Escamas grandes ou grânulos grossos: Quando manipulados,
produzem pouca poeira (grânulos de PVC ou flocos de cera).

Atenção (“Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos: Orientações básicas para o controle da


exposição a produtos químicos”, FUNDACENTRO):
Em muitas situações óbvias, por exemplo, quando não há risco ou o risco é evidente e sério,
requerendo controle imediato, as avaliações quantitativas não são realmente necessárias. Deve ser
enfatizado, porém, que a utilização de abordagens pragmáticas para resolver certos problemas de
saúde ocupacional não significa que as avaliações quantitativas não sejam importantes. Não só
existem muitos casos em que avaliações quantitativas são necessárias, como indispensáveis para a
própria validação de qualquer abordagem pragmática. Além disto, a eficiência das medidas de
controle recomendadas é sempre testada através de avaliações quantitativas (antes e depois),
cuidadosamente realizadas.

Critérios para análise da severidade:

A severidade deverá ser analisada de acordo com os possíveis danos à saúde do trabalhador, a
depender da substância química analisada e considerando-se potencial de carcinogenicidade,
toxicidade, potencial alergênico, e no caso de gases e/ou vapores, suas ações irritantes, anestésicas
ou asfixiantes, a partir dos critérios gerais descritos, além da quantidade de trabalhadores afetados.

Critérios para análise da probabilidade:

A probabilidade deverá ser analisada de acordo com os critérios gerais descritos.

MEDIDAS DE CONTROLE (De “Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos: Orientações básicas para o
controle da exposição a produtos químicos”, FUNDACENTRO):

A aplicação de medidas para prevenção e controle de riscos ocupacionais deve obedecer à seguinte
hierarquia:
- Medidas que atuam na fonte (eliminando ou minimizando o fator de risco);
- Medidas que interceptam/removem o fator de risco em sua trajetória (entre a fonte e o
receptor);
- Medidas que evitam que o fator de risco atinja o receptor (trabalhador).
O COSHH Essentials indica que qualquer exposição a fator de risco deve ser prevenida através de
medidas como:
- Mudança de processo, atividade ou maneira de trabalhar a fim de que a substância que
oferece risco não seja mais necessária ou produzida;
- Modificação no processo a fim de eliminar ou minimizar riscos;
- Substituição da substância perigosa por outra, ou a mesma sob outra forma, de modo que o
risco seja eliminado ou minimizado (Seven Steps to Successful Substitution of Hazardous
Substances).

Quando não for possível prevenir a presença do fator de risco, este deve ser controlado através de
medidas que evitem a exposição do trabalhador.

As medidas de controle desenvolvidas visam fornecer proteção à saúde da coletividade dos


trabalhadores. No entanto, haverá sempre grupos de pessoas mais susceptíveis, como gestantes ou
idosos, que provavelmente necessitarão de proteção adicional quando expostas a certos materiais
e por estes motivos a vigilância deverá considerar todas as particularidades individuais da
população exposta.

Referências de medidas de controle: Fichas de controle em “Avaliação Qualitativa de Riscos


Químicos: Orientações básicas para o controle da exposição a produtos químicos”, FUDACENTRO,
anexo II, lembrando que várias fichas podem ser necessárias para cobrir uma determinada atividade
do começo ao fim.

Atenção: De acordo com o referido documento, as medidas de controle são classificadas em 1)


Ventilação Geral, 2) Controle de Engenharia, 3) Enclausuramento e 4) Especial.

● Fatores de Risco Físicos:

Os agentes físicos são as formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores,
tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes,
radiações não ionizantes, bem como o infra-som e o ultra-som. Assim, podemos concluir que as
fontes de risco físico são bastante variadas e demandam avaliação particularizada. Portanto, o
processo de avaliação da exposição ocupacional aos agentes físicos existentes nos processos
produtivos pode vir a exigir a utilização de mais de um método de análise e avaliação, a depender
de particularidades dos riscos identificados. Para fins de uma avaliação inicial, apresentamos a
proposta de avaliação para, no mínimo, ruídos, radiações ionizantes, radiações não ionizantes,
vibração, calor e frio.

Ruído:

A NHO-01 apresenta a definição de ruído contínuo e intermitente conforme transcrito a


seguir:
“Ruído Contínuo ou intermitente: todo e qualquer ruído que não está classificado como ruído
de impacto ou impulsivo.
Ruído de impacto ou impulsivo: ruído que apresenta picos de energia acústica de duração
inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo.”

O processo de quantificação da exposição ao ruído é uma importante etapa do


gerenciamento do referido risco, com o objetivo de propor medidas de controle adequadas e
eficientes e evitar quaisquer prejuízos à saúde dos trabalhadores.

Ruído contínuo ou intermitente:

A partir da identificação da fonte de ruído, partimos para a identificação dos expostos de


maior risco buscando realizar as avaliações mais seguras para os trabalhadores. Em caso de
impossibilidade de identificação do exposto de maior risco, realiza-se a amostragem aleatória de
representantes dos GES. O período de amostragem foi escolhido para que as medições sejam
representativas da exposição de toda a jornada de trabalho.

Equipamento utilizado para realizar as avaliações:


Medidor integrador de uso pessoal XYZ
Parâmetros:
- Circuito de ponderação - A
- Circuito de resposta - lenta (slow)
- Critérios de referência - 85 dB(A) que corresponde à dose de 100% para uma exposição de 8
horas diárias
- Nível limiar de integração - 80 dB(A)
- Faixa de mediação mínima - 80 a 115 dB(A)
- Incremento de duplicação de dose = 3 (q = 3)
- Indicação de ocorrência de níveis superiores a 115 dB(A)

Calibração:

Os procedimentos de avaliação respeitaram ao disposto na NHO-01.

Critérios para análise da severidade:

A severidade deverá ser analisada de acordo com os possíveis danos à saúde do trabalhador,
considerando-se que a exposição ao ruído pode provocar diferentes prejuízos à saúde, sejam de
ordem auditiva, tais como a perda auditiva induzida por níveis elevados de pressão sonora
(PAINPSE), sendo esta irreversível, além de zumbidos e mudanças temporárias de limiar, entre
outros, ou extra-auditiva, como distúrbios nos sistemas nervoso, circulatório, digestório, endócrino,
imunológico, vestibular, muscular, nas funções sexuais e reprodutivas, no psiquismo, no sono, na
comunicação e no desempenho de tarefas físicas e mentais, a partir dos critérios gerais descritos.

Critérios para análise da probabilidade:


(Complementar aos critérios gerais de análise das medidas de controle implementadas)

Dose Diária (%) NEN dB(A) Consideração técnica

1- Remoto 0 a 50 abaixo de 82 Aceitável.

2- Possível 50 a 100 acima de 82 e abaixo Entre nível de ação e


de 85 limite de exposição

3- Provável Acima de 100 Igual ou superior a 85 Acima do limite de


exposição
Atenção:

- Evidências científicas sugerem que exposições crônicas a níveis de ruído ocupacional inferior
a 85 dB(A) podem estar associadas a um aumento do risco de elevação da pressão
sanguínea, hipertensão e cardiopatia isquêmica.
- Evidências científicas sugerem que exposições a ruídos superiores a 85 dB(A) podem estar
associadas a um aumento do risco de lesões ocupacionais por distração, estresse, fadiga,
degradação do desempenho ou outros mecanismos.

- FATORES CONSIDERADOS:
- Identificação das fontes
- Proximidade da fonte
- Interferência de ruídos
- Existência de isolamento acústico
- Manutenções em equipamentos visando à redução de níveis de ruído
- Ruídos externos
- Horário de picos dos ruídos
- Tempo de subida dos níveis de ruído
- Conteúdo informativo do ruído

Radiações Ionizantes:

Radiações ionizantes são aquelas que possuem altos níveis de energia capazes de alterar o
estado físico de um átomo e causar a perda de elétrons, fenômeno este conhecido como ionização.
O risco decorrente da radiação ionizante pode ocorrer da exposição a qualquer aparelho ou
material que possua fonte radioativa que seja capaz de emitir radiações ionizantes, tais como raios
gama, raios x, beta, alfa e nêutron.
O Anexo 5 da NR-15 não indica os limites de tolerância, mas remete-se à norma CNEN 3.01 –
Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica, que chama os limites de tolerância de limites de dose,
conforme destacado a seguir:
Os princípios norteadores da radioproteção são (CNEN 3:01):

- Justificação: Nenhuma prática ou fonte associada a essa prática deve ser adotada, a não ser
que a prática produza benefícios, para os indivíduos expostos ou para a sociedade,
suficientes para compensar o detrimento correspondente, tendo-se em conta fatores sociais
e econômicos, assim como outros fatores pertinentes.
- Otimização: Todas as exposições às radiações ionizantes devem ser otimizadas de forma que
a magnitude das doses individuais, o número de pessoas expostas e a probabilidade de
ocorrência de exposições mantenham-se tão baixas quanto possa ser razoavelmente
exequível, tendo em conta os fatores econômicos e sociais. Nesse processo de otimização,
deve ser observado que as doses nos indivíduos decorrentes de exposição à fonte devem
estar sujeitas às restrições de dose relacionadas a essa fonte.

Controles à exposição:

- Monitoração - Processo que tem como objetivo garantir a menor exposição possível aos
trabalhadores e garantir que os limites de dose não sejam superados.

- Tipos de Monitorização
(fonte: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/radiacao.html):

* Pessoal - procura estimar a dose recebida pelo trabalhador durante as suas atividades
envolvendo radiação ionizante. As doses equivalentes são determinadas pela utilização de um
ou vários dosímetros que devem ser usados na posição que forneça uma medida
representativa da exposição nas partes do corpo expostas à radiação. No caso do trabalhador
usar diferentes tipos de radiação então diferentes tipos de dosímetros devem ser utilizados.

* Monitorização da radiação externa.

* Monitorização da contaminação interna.


* De área - Tem por objetivo a avaliação das condições de trabalho e verificar se há presença
radioativa. Os resultados das medidas efetuadas com os monitores da área devem ser
comparados com os limites primários ou derivados, a fim de se tomar ações para garantir a
proteção necessária.

- Tipos de dosímetros: Diversos métodos ou sistemas foram desenvolvidos a fim de


possibilitar a determinação da dose de radiação. O objetivo é o de quantificar a energia
absorvida, a fim de proporcionar um conhecimento mais profundo dos efeitos da radiação
ionizante sobre a matéria. Os requisitos são:

* a resposta do dosímetro deve ser linear com a dose absorvida;

* o aparelho deve ser de alta sensibilidade, por forma a medir doses baixas;

* deve apresentar amplo intervalo de resposta;

* a resposta deve ser independente da velocidade da dose;

* deve possuir estabilidade da resposta ao longo do tempo;

* De uma forma geral podemos classificar os dosímetros em: de leitura direta e de leitura
indireta, os primeiros fornecem ao utilizador a dose ou velocidade da dose em qualquer
instante, os segundos necessitam de um procedimento para a sua leitura.

- FATORES CONSIDERADOS:
- Identificação das fontes de radiação
- Radiação corpuscular e radiação eletromagnética
- Delimitação de zonas e áreas e acessos
- Selagem
- Comparação entre monitoração individual e monitoração de áreas

Atenção: O Supervisor de Radioproteção deve participar do desenvolvimento e implementação das


ações deste programa.

Atenção: Os indivíduos expostos à radiação cuja origem não esteja diretamente relacionada à sua
atividade devem ser tratados como indivíduos do público. Assim, o PGR deve prever a avaliação da
exposição de ambos.

Trabalhadores para-ocupacionalmente expostos (indivíduos do público): para estes, a avaliação da


exposição à radiação deve ser feita através da monitoração de área, ou levantamento radiométrico.

Trabalhadores ocupacionalmente expostos: uma vez que o trabalhador não permanece


ininterruptamente em uma mesma posição e a dose de radiação que recebe depende de vários
fatores, tais como espalhamento da radiação, distância à fonte e ao paciente, abertura do
colimador, tempo de exposição, entre outros, é necessário avaliar a dose que cada trabalhador
recebe, de fato, individualmente. Para tal, é obrigatório que sejam utilizados dosímetros individuais,
adequados à atividade, com o objetivo de monitorar a dose efetiva recebida pelo trabalhador.

Critérios para análise da severidade:

A severidade deverá ser analisada de acordo com os possíveis danos à saúde do trabalhador,
considerando-se a capacidade da radiação ionizante de afetar e danificar as células do corpo,
inclusive com potencial carcinogênico, podendo ainda causar queimaduras superficiais ou internas,
alterações genéticas em óvulos, espermatozóides, na gestação e nos sistemas reprodutores
masculino e feminino, além de danos irreversíveis às células.

* A radiação ionizante encontra-se no grupo 1 da LINACH - Lista Nacional de Agentes Cancerígenos


para Humanos, que é o grupo de agentes confirmados como carcinogênicos para humanos.

Critérios para análise da probabilidade:

A probabilidade deverá ser analisada de acordo com os critérios gerais descritos, a partir da
avaliação das medidas de controle implementadas e considerando-se ainda os resultados do
levantamento radiométrico.

Observação: Para procedimento de realização do levantamento radiométrico das salas de


equipamentos emissores de raios x diagnóstico, consultar a NHO05 - Fundacentro.

Radiações não ionizantes:

Consideraremos radiações não ionizantes as microondas, ultravioletas e laser, radiação visível,


radiofrequências, baixas frequências. Destacamos a exposição à radiação ultravioleta nos serviços a
céu aberto, a soldagem de metais e processos de secagem e/ou curagem e a exposição às
microondas provenientes de antenas e ainda as máquinas de solda por radiofrequência.
Destacamos ainda os campos eletromagnéticos provenientes de linhas de transmissão e
distribuição de energia elétrica e subestações e por fim os equipamentos de ressonância magnética.

Atenção: De acordo com a IARC, todo o espectro de radiação ultravioleta é carcinogênico. (Classe 1)

Atenção ao disposto na Lei 11934/2009, que dispõe sobre limites à exposição de trabalhadores a
campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos no que diz respeito à exposição aos campos
elétricos, magnéticos e eletromagnéticos, associados ao funcionamento de estações transmissoras
de radiocomunicação, de terminais de usuário e de sistemas de energia elétrica nas faixas de
frequências até 300 GHz (trezentos gigahertz), em razão de seu trabalho.
- FATORES CONSIDERADOS:
- Identificação das fontes de radiação
- Proximidade das fontes de radiação, quando aplicável
- Existência de barreiras
- Duração da exposição
- Existência de proteções
- Exposição do globo ocular e da pele

Critérios para análise da severidade:

A severidade deverá ser analisada de acordo com os possíveis danos à saúde do trabalhador,
considerando as particularidades da espécie de radiação não ionizante analisada.

Critérios para análise da probabilidade:

A probabilidade deverá ser analisada de acordo com os critérios gerais descritos.

Vibração:

Norma específica: NR 09 anexo I e NR 17 anexo 8

A exposição ocupacional às vibrações pode ocasionar diversos prejuízos à saúde do trabalhador.

- Os critérios para avaliação da exposição ocupacional à vibração são os determinados pela


Norma de Higiene Ocupacional (NHO) 09 da FUNDACENTRO

- FATORES CONSIDERADOS
- ambientes de trabalho, processos, operações e condições de exposição;
- características das máquinas, veículos, ferramentas ou equipamentos de trabalho;
- informações fornecidas por fabricantes sobre os níveis de vibração gerados por
ferramentas, veículos, máquinas ou equipamentos envolvidos na exposição, quando
disponíveis;
- condições de uso e estado de conservação de veículos, máquinas, equipamentos e
ferramentas, incluindo componentes ou dispositivos de isolamento e amortecimento
que interfiram na exposição de operadores ou condutores;
- características da superfície de circulação, cargas transportadas e velocidades de
operação, no caso de VCI;
- estimativa de tempo efetivo de exposição diária;
- constatação de condições específicas de trabalho que possam contribuir para o
agravamento dos efeitos decorrentes da exposição;
- esforços físicos e aspectos posturais;
- dados de exposição ocupacional existentes;
- informações ou registros relacionados a queixas e antecedentes médicos
relacionados aos trabalhadores expostos.

As avaliações de exposição ocupacional foram desenvolvidas de acordo com a Norma de Higiene


Ocupacional (NHO) 09 da FUNDACENTRO.

Critérios para análise da severidade:

A severidade deverá ser analisada de acordo com os possíveis danos à saúde do trabalhador,
considerando que a exposição ocupacional à vibração pode ocasionar doenças vasculares,
neurológicas e musculares.

Critérios para análise da probabilidade:

Dose Diária VMB aren Dose Diária VCI aren / VDVR

1- Remoto 0 a 50 % ou até 2,5 m/s2 0 a 50 % ou até 0,5 m/s2 (aren)


ou até 9,1m/s1,75 VDVR

2- Possível entre 50 e 100% ou entre 50 e 100% ou


2,5 m/s2 <= (aren) < 5 m/s2 0,5 m/s2 <= (aren) < 1,1 m/s2 ou
9,1m/s1,75 < (VDVR) < 21,0 m/s1,75

3- Provável Acima de 100 % ou >= 5 m/s2 Acima de 100 % ou > = 1,1 m/s2 (aren) ou >=
21,0 m/s1,75 (VDVR)

Calor:

Os efeitos da sobrecarga térmica ou estresse térmico (definido como a quantidade de


energia que o organismo deve dissipar para atingir o equilíbrio térmico) a que um trabalhador está
submetido em uma atividade com exposição ao risco físico calor dependerão de determinados
fatores ambientais e também de características individuais do trabalhador, dentre estas a idade,
peso e, condicionamento físico, especialmente do aparelho cárdio-circulatório. Em função da
exposição ao calor excessivo, o organismo produz mais calor e utiliza os mecanismos de regulação
térmica para perder o excesso de calor e manter constante a sua temperatura, o que podem gerar
uma série de prejuízos à saúde do trabalhador ocupacionalmente exposto a este risco.

Importante destacar que a sobrecarga térmica alterna em função da atividade metabólica e


do esforço físico envolvido no trabalho, logo, para que o equilíbrio térmico seja mantido, a carga
térmica metabólica deve ser dissipada. Assim, o trabalho em condições climáticas desfavoráveis
produz a extenuação física e nervosa do trabalhador, a diminuição do rendimento e o aumento dos
erros e riscos de acidentes no trabalho, fatores estes combatidos na gestão dos riscos ocupacionais
a que nos propomos.

Para fins de gestão do meio ambiente de trabalho, deve-se diferenciar conforto térmico e
sobrecarga térmica. Conforto, por ser um conceito subjetivo, está diretamente relacionado à
sensibilidade do individual, aspectos biológicos, físicos e psíquicos, condições climáticas, dentre
outros. Ao contrário, sobrecarga térmica trata-se de um conceito técnico. Assim, na avaliação da
situação de trabalho deve-se avaliar se existe sobrecarga térmica excessiva ou apenas desconforto
térmico. Essa avaliação é imprescindível, uma vez que, estando a sobrecarga térmica próxima ou
acima do limite de tolerância estabelecido, devem ser considerados os riscos para a saúde humana.
No entanto, caso a sobrecarga térmica seja leve ou moderada, apesar do desconforto e da possível
queda no desempenho profissional, além de riscos para a segurança do empregado exposto, de
maneira geral não causará danos à saúde.

Atenção: A Norma de Higiene Ocupacional (NHO) 06 da Fundacentro preconiza que o IBUTG


deve ser corrigido em função da vestimenta utilizada pelo colaborador, enquanto o anexo 3 da NR-
15 não aborda esta questão. Como a finalidade deste trabalho é a prevenção da exposição, e não
avaliação de insalubridade, utilizaremos a metodologia para a avaliação da exposição ocupacional
ao calor indicada pela NHO-06.

As medidas de controle aplicadas no meio ambiente de trabalho com o objetivo de alterar a


fonte ou a ação da trajetória do calor visando reduzir a taxa metabólica do trabalhador, produzir
movimentação de ar, reduzir o processo de emissão de calor, tais como Insuflação de ar fresco,
exaustão dos vapores de água emanados de um processo, utilização de barreiras refletoras
(alumínio polido, aço inoxidável) ou absorventes (ferro ou aço oxidado) de radiação infravermelha,
que devem ser colocadas entre a fonte e o trabalhador, ou automação do processo. Entre as
medidas administrativas, citamos a fixação de tempos de exposição e tempo de repouso para
recuperação.

Atenção às perdas hidroeletrolíticas ocorridas em função da sudorese. A ingestão de água e


eletrólitos, bem como o consumo de alimentação especial pelo trabalhador deverá ser feita sob
orientação médica.

- FATORES CONSIDERADOS:
- Taxas de metabolismo exigidas pela atividade
- Movimentação e renovação do ar ambiente
- Existência de barreiras que minimizam a incidência do calor radiante (reflexão, absorção)
- Umidade relativa do ar
- Região geográfica
- Fontes geradoras de calor no ambiente
- Processos a quente
- Existência de períodos de descanso na atividade
- Disponibilidade de água fresca

Critérios para análise da severidade:

A severidade deverá ser analisada de acordo com os possíveis danos à saúde do trabalhador,
considerando que a exposição ao calor pode ocasionar desidratação, estresse, esgotamento físico,
exaustão, câimbras ou desmaios.

O IBUTG funciona como um indicador, que abrange fatores causadores da sobrecarga


térmica tais como altas temperaturas, metabolismo, calor radiante e alta umidade relativa do ar, e
seus atenuadores como ventilação do ambiente, baixa umidade relativa do ar e baixa temperatura.
Assim, adotaremos os critérios dispostos na NHO-06 para avaliar a severidade da exposição ao
estresse térmico de acordo com os critérios gerais de avaliação, considerando-se que as medições
quantitativas foram realizadas de acordo com a metodologia da NHO-06.

Critérios para análise da probabilidade:

A probabilidade deverá ser analisada de acordo com os critérios gerais descritos.

Frio:

A exposição dos trabalhadores ao frio ocorre em função da necessidade de manutenção de


produtos ou equipamentos, na maior parte das vezes visando atender às normas higiênico-
sanitárias. No entanto, a exposição ocupacional ao frio pode comprometer seriamente a saúde do
trabalhador, assim, a melhor maneira de prevenir lesões por exposições ao frio é mediante uma
estratégia de gerenciamento de riscos que contemple avaliação e controle para mitigação dos
efeitos do ambiente frio. O objetivo do gerenciamento da exposição ao frio é evitar que a
temperatura interna do corpo do trabalhador caia abaixo de 36oC, uma vez que temperaturas
inferiores a esta podem resultar em redução da atividade mental e redução da capacidade de tomar
decisões racionais, protegendo assim dos efeitos danosos da sobrecarga por frio, em especial da
hipotermia (temperatura interna do corpo inferior a 35 oC). Impende destacar que a hipotermia é
uma condição de risco de morte, com alta severidade associada.

A legislação brasileira não estabelece uma avaliação quantitativa da exposição ao frio.


Assim, para fins de prevenção, utilizaremos os parâmetros dispostos pela ACGIH de forma a avaliar
a severidade da exposição ao frio.
- FATORES CONSIDERADOS:
- Taxas de metabolismo exigidas pela atividade (inatividade)
- Esfriamento localizado (mãos e respiratório)
- Movimentação e renovação do ar ambiente
- Umidade relativa do ar
- Chuva
- Região geográfica
- Altitude
- Existência de períodos de descanso na atividade
- Disponibilidade de água fresca
- Exigência de movimentos finos na realização da atividade
- Fatores individuais: doenças endócrinas, idade do trabalhador (idoso ou jovem),
queimaduras ou lesões na pele, traumas, neuropatias, uso de drogas ou álcool.

* Passos para avaliação da exposição:

Adaptado de “Passos para a gestão de risco para a avaliação de estresse e sobrecarga


fisiológica por frio”, ACGIH:

1- Identificar e avaliar o Risco: A que temperatura o trabalhador está exposto? Quais os


trabalhadores estão expostos ao risco?
Interferências: temperatura do ar, ventos, chuvas, carga solar, imersão, estado do mar,
altitude

2- Identificar e avaliar os fatores contribuintes: Taxa de trabalho, carga carregada, duração,


disponibilidade de roupa e cobertura, alimento e água, experiência do trabalhador,
condições físicas e saúde, gordura corpórea, status nutricional, fadiga, horário do dia.

Critérios para análise da severidade:

A severidade deverá ser analisada de acordo com os possíveis danos à saúde do trabalhador,
considerando que a exposição ocupacional ao frio pode causar hipotermia, enregelamento e, nos
casos mais graves, pode levar ao óbito.

Critérios para análise da probabilidade:

A probabilidade deverá ser analisada de acordo com os critérios gerais descritos.

● Fatores de Risco Biológicos:


Os riscos biológicos dizem respeito às bactérias, fungos, bacilos, parasitas,
protozoários, vírus, entre outros, desde que em função de sua natureza, concentração ou
intensidade e tempo de exposição, sejam capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
As principais vias de contaminação biológica são as vias cutânea ou percutânea (podendo
acontecer por lesões ou independente de lesões), a via respiratória (por bioaerossóis), a via
conjuntiva e a via oral. Apesar da possibilidade de avaliação da concentração de particulados
no ar, não existem limites de exposição ocupacional ou níveis de ação para os agentes
biológicos em função de fatores diversos, dentre estes as susceptibilidades individuais, que
não permitem estabelecer qualquer valor, mesmo que orientativo, para estabelecimento de
níveis de segurança ou medidas de controle. Além do exposto, bioaerossóis são misturas
complexas e a determinação das concentrações de bioaerossóis cultiváveis ou contáveis
dependerá do método de amostragem e análise, o que inviabiliza as análises dos
componentes dos bioaerossóis com um único método analítico. No entanto, a depender de
necessidades particulares, a avaliação quantitativa pode ser recomendada com a definição
clara dos critérios de avaliação e a definição de estratégias de amostragem que traga a
melhor garantia e confiabilidade dos resultados, representando benefícios aos processos de
avaliação e tomada de decisões.
A avaliação da exposição aos agentes biológicos deve começar com a identificação
cuidadosa dos agentes poluentes, assim como a coleta do máximo possível de informações
sobre as características da atividade e seu entorno e as alterações de saúde existentes ou
mesmo suspeitas.

Contaminantes biológicos veiculados pelo ar:

Os contaminantes de origem biológica expostos pelo ar tratam dos bioaerossóis (partículas


veiculadas pelo ar compostas de organismos vivos ou deles derivados). As atenções devem ser
voltadas aos ambientes internos, especialmente aqueles com restrição de renovação de ar ou
climatização artificial.

A contaminação biológica interna é definida como a presença de bioaerossóis em


concentrações que potencialmente podem causar doenças ou predispor os serem humanos a elas;
concentrações inadequadas de bioaerossóis externos ou ainda microorganismos internos em
crescimento e restos de cepas de contaminantes biológicos que podem ser potencialmente
dispersos e aos quais os trabalhadores podem ser expostos.

Deve-se buscar conquistar a qualidade do ar interior, esta sendo entendida como a condição
do ar ambiental de interior, resultante do processo de ocupação de um ambiente fechado com ou
sem climatização artificial.

Principais fontes de poluentes biológicos e respectivas medidas de correção indicadas para


ambientes interiores:

Agentes Principais fontes em ambientes Principais Medidas de correção em


Biológicos interiores ambientes interiores

Bactérias Reservatórios com água estagnada, Realizar a limpeza e a conservação das


torres de resfriamento, bandejas de torres de resfriamento; higienizar os
condensado, desumidificadores, reservatórios e bandejas de
umidificadores, serpentinas de condensado ou manter tratamento
condicionadores de ar e superfícies contínuo para eliminar as fontes;
úmidas e quentes. eliminar as infiltrações; higienizar as
superfícies.

Fungos Ambientes úmidos e demais fontes de Corrigir a umidade ambiental; manter


multiplicação fúngica, como materiais sob controle rígido vazamentos,
porosos orgânicos úmidos, forros, infiltrações e condensação de água;
paredes e isolamentos úmidos; ar higienizar os ambientes e
externo, interior de condicionadores e componentes do sistema de
dutos sem manutenção, vasos de climatização ou manter tratamento
terra com plantas. contínuo para eliminar as fontes;
eliminar materiais porosos
contaminados; eliminar ou restringir
vasos de plantas com cultivo em terra,
ou substituir pelo cultivo em água
(hidroponia); utilizar filtros G-1 na
renovação do ar externo.

Protozoários Reservatórios de água Higienizar o reservatório ou


contaminada, bandejas e manter tratamento contínuo
umidificadores de para eliminar as fontes.
condicionadores sem
manutenção.

Vírus Hospedeiro humano. Adequar o número de ocupantes por


m2 de área com aumento da renovação
de ar; evitar a presença de
pessoas infectadas nos ambientes
climatizados.

Algas Torres de resfriamento e Higienizar os reservatórios


bandejas de condensado. e bandejas de condensado
ou manter tratamento
contínuo para eliminar as
fontes.

Pólen Ar externo. Manter filtragem de acordo com NBR-


16401 da ABNT

Artrópodes Poeira caseira. Higienizar as superfícies fixas e


mobiliário, especialmente os
revestidos com tecidos e tapetes;
restringir ou eliminar o uso desses
revestimentos.

Animais Roedores, morcegos e aves. Restringir o acesso, controlar os


roedores, os morcegos, ninhos de aves
e respectivos excrementos.

Reprodução: RE09/2003 ANVISA

Para a análise da qualidade do ar interno no que diz respeito à colonização, multiplicação e


disseminação de fungos em ar ambiental interior, tomamos por base as diretivas constantes da
norma técnica 01 da ANVISA.

Outros riscos biológicos:

Para cada agente biológico identificado, deverá ser efetuada investigação adicional com
preenchimento de ficha individualizada com as seguintes informações:

- Classe de risco
- Vias de transmissão
- Vias de entrada
- Transmissibilidade, patogenicidade e virulência
- Persistência do agente no ambiente
- Dados estatísticos

*Ressaltamos a importância de coleta e tratamento de dados serem realizados de forma


multidisciplinar. Em caso de estabelecimentos que possuam Comissões de Controle de Infecção
Hospitalar, sejam elas próprias ou terceirizadas, estas devem participar de forma ativa na
identificação e classificação dos riscos biológicos, sendo demandadas durante todo o processo de
proposição e avaliação da eficácia das medidas de controle.

Critérios para análise da severidade:

Em primeiro lugar, consideraremos a classificação dos agentes biológicos de acordo com sua
classe de risco, de acordo com o disposto no Anexo I da NR-32, conforme transcrito a seguir:

“Os agentes biológicos são classificados em:


Classe de risco 1: baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa
probabilidade de causar doença ao ser humano.
Classe de risco 2: risco individual moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade de
disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao ser humano, para as quais existem
meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Classe de risco 3: risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disseminação
para a coletividade. Podem causar doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem
sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Classe de risco 4: risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade elevada de
disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a
outro. Podem causar doenças graves ao ser humano, para as quais não existem meios eficazes de
profilaxia ou tratamento.”

As informações adicionais constantes do Anexo II da NR-32 também serão consideradas,


quais sejam os possíveis efeitos alérgicos, agentes emergentes e oportunistas, oncogênicos de risco
baixo ou moderado, produção de toxinas, e a existência de vacina eficaz, assim como a
transmissibilidade pelo ar. No caso de agentes em que a patogenicidade não é conhecida,
considera-se como classe de risco 3. Assim, para a análise da severidade é preciso combinar as
informações acerca do risco a que o trabalhador está exposto dentro dos critérios gerais descritos,
considerando a magnitude da consequência e o número de trabalhadores atingidos.

Critérios para análise da probabilidade:

Para a análise da probabilidade de exposição aos riscos biológicos, classificaremos a


exposição inicialmente a partir da existência ou não da manipulação direta do agente:

➔ Exposição com intenção deliberada - o trabalhador manipula diretamente o agente


biológico. Ou seja: há certeza da exposição ao referido agente. (Probabilidade
necessariamente PROVÁVEL)
➔ Exposição não deliberada - Exposição decorrente da atividade laboral sem que esta implique
na manipulação direta e deliberada do agente biológico. Assim, não há certeza da exposição
ao referido agente. (Probabilidade PROVÁVEL, POSSÍVEL ou REMOTA)

Além do disposto, deverão ser considerados os seguintes fatores:


a. Geração de aerossóis
b. Frequência de contato
c. Quantidade manuseada (no caso de exposições não deliberadas, pouco se pode
inferir sobre a quantidade manuseada, uma vez que os materiais manuseados são
apenas o veículo).
d. Tamanho e ventilação do ambiente

A partir da avaliação dos fatores descritos, pode-se classificar a probabilidade de exposição


com probabilidade baixa, média ou alta, conforme descrito a seguir:
− REMOTA: EXISTÊNCIA DE CONTROLES - Quando a geração de bioaerossóis é reduzida ou
controlada e esporádica. Quando o contato não é frequente durante toda a jornada de
trabalho. Quando pequenas quantidades de materiais são manuseadas.
− POSSÍVEL: CONTROLES COM FALHAS - Quando a geração de bioaerossóis é moderada e não
contínua, ou alta, porém esporádica. Quando a frequência de contato não atinge a jornada
de trabalho completa. Quando as quantidades de materiais manuseados são moderadas.
− PROVÁVEL: INEXISTÊNCIA DE CONTROLES - Quando a geração de bioaerossóis é moderada ou
intensa, porém contínua. Quando a frequência de contato ultrapassa 75% do dia. Quando
grandes quantidades de materiais são manuseados.

● Fatores de Risco de Acidentes:

As atividades laborais podem oferecer uma grande variedade de situações que favorecem a
ocorrência de acidentes, tais como acidentes com eletricidade, máquinas e equipamentos, quedas
de altura, entre outros.

Critérios para análise da severidade:

A severidade deverá ser analisada de acordo com os possíveis danos à saúde do trabalhador,
a considerar o acidente ocorrido, de acordo com os critérios gerais descritos.

Critérios para análise da probabilidade:

Para a avaliação da probabilidade de ocorrência de acidentes deverá ser avaliada a


normatização específica da situação que oferece o risco.
Exemplo: Risco de acidentes com uma prensa hidráulica - verificar o atendimento dos
requisitos de segurança dispostos na Norma Regulamentadora 12.

● Fatores de Risco Associados às Questões em Ergonomia

A ergonomia é a ciência que visa garantir que as ocupações e tarefas de trabalho sejam
projetadas de forma compatível com as diversas capacidades dos trabalhadores, pois os distúrbios
musculoesqueléticos relacionados ao trabalho são um importante problema no âmbito da saúde
ocupacional, cujo gerenciamento se dá através de um programa de ergonomia em saúde e
segurança. A ACGIH reconhece que alguns agentes físicos, tais como vibrações e sobrecarga
térmica, desempenham um papel importante na ergonomia. Outras considerações importantes
incluem a duração do trabalho, repetições, estresses de contato, posturas e os aspectos
psicossociais.

➔ Passos para a avaliação do risco ergonômico (abordagem qualitativa):


Preparação:
1- Definição dos postos ou funções que serão analisados.
2- Definição dos avaliadores (mesmo em caso de consultores externos, faz-se imprescindível
a participação e escuta dos trabalhadores envolvidos no processo de avaliação,
especialmente membros da CIPA, quando existente).
3- Descrição das atividades avaliadas, com especial atenção às diferenças entre trabalho
prescrito X trabalho realizado.
4- Identificação dos problemas ergonômicos existentes, para cada atividade desenvolvida
5- Identificação dos possíveis danos à saúde
6- Identificação dos controles operacionais existentes

- FATORES CONSIDERADOS:
- Adequação das instalações e processos aos preceitos da NR-17 (norma específica)
- Controles de engenharia e administrativos existentes ou possíveis
- Movimentos e esforços desnecessários
- Uso de suporte mecânico para eliminar ou reduzir esforços exigidos para segurar
ferramentas e objetos de trabalho
- Seleção ou projeto de ferramentas que reduzam os esforços exigidos e os tempos
necessários de utilização das ferramentas e melhora das posturas
- Estações de trabalho ajustáveis pelo usuário que reduzam esforços e melhorem as posturas
- Ferramentas e mobiliários adequados às tarefas e em estado de manutenção satisfatórios
- Duração dos turnos de trabalho: levantamento de peso diário por períodos superiores a 8
horas
- Frequência de levantamento de peso
- Simetria nos levantamentos de peso com relação ao plano sagital
- Associação dos movimentos de levantamento com torções
- Levantamentos com apenas uma mão
- Umidade e calor ambientes
- Elevação de objetos instáveis (exemplo: líquidos com centro de massa deslocado)
- Levantamentos coordenados por vários indivíduos
- Acoplamento das mãos
- Estabilidade dos pisos
- Manutenção de posturas por períodos prolongados

ATENÇÃO AOS SEGUINTES ITENS DA NR-17:


17.3.5 Devem integrar o inventário de riscos do PGR:
a) os resultados da avaliação ergonômica preliminar; e
b) a revisão, quando for o caso, da identificação dos perigos e da avaliação dos riscos, conforme
indicado pela AET.

17.3.6 Devem ser previstos planos de ação, nos termos do PGR, para:
a) as medidas de prevenção e adequações decorrentes da avaliação ergonômica preliminar,
atendido o previsto nesta NR; e
b) as recomendações da AET.

ATENÇÃO: Avaliação do conforto térmico


Como método sugerido para a avaliação do conforto térmico, a American Society of Heating
Refrigeration and Air Conditioning Engineers (ASHRAE), utiliza a seguinte escala, que contém sete
pontos psicofísicos, chamada de Predicted Mean Vote (PMV), que se caracteriza por ser um índice
de voto prognosticado em sete pontos da escala de sensação térmica. A escala varia entre +3
(quente) a -3 (frio), conforme transcrito a seguir:

Escala de sensação térmica:

PONTOS SENSAÇÃO TÉRMICA

-3 Fria

-2 Resfriada

-1 Levemente fria

0 Neutra

1 Levemente morna

2 Morna

3 Quente
Fonte: ASHRAE 2004

Uma vez que o conforto térmico é um processo cognitivo influenciado por aspectos físicos,
fisiológicos, psicológicos, dentre outros, o método possui discrepâncias, mas pode ser utilizado
como complemento para se avaliar a percepção individual do estresse térmico pelos trabalhadores
expostos.

ATENÇÃO: A seleção de medidas de controle em ergonomia exige o parecer de profissionais


devidamente qualificados. Os distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho podem
ocorrer em diversas partes do corpo, devendo ser realizadas avaliações pormenorizadas e
propostas medidas de controle adequadas.
Para a triagem das atividades ou setores que demandam uma avaliação pormenorizada, é
realizado o desenvolvimento de uma avaliação ergonômica preliminar, nos termos do item 17.3.1
da NR 17. De acordo com o item 17.3.1.2, a avaliação ergonômica preliminar pode ser contemplada
nas etapas de identificação de perigos e avaliação de riscos.

ATENÇÃO: De acordo com o item 17.3.4 da NR-17, “As Microempresas – ME e Empresas de


Pequeno Porte – EPP enquadradas como graus de risco 1 e 2 e o Microempreendedor Individual –
MEI não são obrigados a elaborar a AET, mas devem atender todos os demais requisitos
estabelecidos nesta NR, quando aplicáveis.”

Setores / atividades onde foi desenvolvida avaliação ergonômica preliminar:


Resultados da avaliação ergonômica preliminar:

Avaliação de controles:
- Atendimento da NR17
- Adequação dos mobiliários e ferramentas
- Revisão dos processos de trabalho
- Determinar duração das tarefas
- Determinar a frequência dos levantamentos de peso
- Adequar as zonas de altura e localizações horizontais dos levantamentos
- Controle de temperatura e umidade do ambiente

* Ressaltamos a importância da análise das informações constantes da Análise Ergonômica


do Trabalho, quando existente, de forma que as medidas de controle sejam indicadas a partir do
disposto no referido documento. O desenvolvimento da Análise Ergonômica do Trabalho é de
responsabilidade de profissional de nível superior com formação específica em ergonomia, uma vez
que a profissão de Ergonomista não é regulamentada (Nota Técnica 287/2016 CGNOR/DSST/SIT).

* Segundo Santos, EF et Sanches CE, “através da análise do trabalho é possível entender a


atividade dos trabalhadores (incluindo, por exemplo, postura, esforços, informação, condições
ambientais, psíquicas, dentre outras) como uma resposta pessoal a uma série de determinantes,
algumas das quais relacionadas à empresa (organização do trabalho formal, restrições de tempo,
etc.) e outras relacionadas ao operário (idade, características pessoais, experiência, etc.).”. Assim, a
mesma deve ser indicada quando da necessidade das referidas informações. Os autores
complementam que “A estrutura da Análise Ergonômica do Trabalho se propõe à partir da análise
da demanda, seguida pela análise da tarefa e das atividades (determinando os componentes da
situação de trabalho que serão analisados e medidos), e a elaboração de um conjunto de resultados
que interpretados, constituem um modelo da situação e provisão de melhoria na condição de
trabalho”.

Critérios para análise da severidade:


A severidade deverá ser analisada de acordo com os possíveis danos à saúde do trabalhador,
de acordo com o fator de risco identificado.

Critérios para análise da probabilidade:

Para a avaliação da probabilidade deverá ser avaliado o atendimento da NR-17.

1- Remota: Requisitos da NR-17 atendidos.


2- Possível: Descumprimento de requisitos da NR-17.
3- Provável: Descumprimento grave de requisitos da NR-17.

ATENÇÃO: Para cada fator de risco em que seja identificado o nível de risco MEDIANO ou
ELEVADO, deverá ser desenvolvida a ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO (plano de ação).

● Fatores de Risco Psicossociais e de Organização do Trabalho:

O incremento nos adoecimentos por transtornos mentais vem sendo observado nos últimos
anos, motivo pelo qual o estresse laboral vem ganhando amplo espaço de discussão na literatura.
Observa-se que a natureza do estresse ocupacional, assim como suas consequências sobre a saúde
e a forma de abordar estes aspectos no meio ambiente de trabalho têm sido objeto de numerosas
pesquisas, uma vez que são observadas graves consequências negativas da exposição ao estresse
laboral e os custos gerados por estes adoecimentos revelam-se bastante elevados, tanto para as
organizações quanto para a sociedade de uma forma geral. Trabalhadores submetidos a condições
de alto estresse apresentam redução de produtividade, de qualidade das tarefas desempenhadas, e
ainda estão relacionados a altas taxas de absenteísmo.

Existem dois grandes grupos de estímulos potencialmente estressores, os físicos e os


psicológicos. Exemplos de estímulos físicos estressores nas atividades laborais são aquelas que
possuem alta demanda física, tais como a construção civil, coleta de lixo urbano, ou ainda
atividades desenvolvidas em condições climáticas extremas, como o calor, entre outros. Para
exemplificar estímulos psicológicos relacionados ao estresse laboral citamos as questões
relacionadas à organização do trabalho, tal qual as metas de produtividade, muitas vezes
inalcançáveis, baixa valorização do trabalhador, a insatisfação com o próprio trabalho, chefias
opressoras, a falta de controle sobre a tarefa, o contato com público externo, trabalho noturno, a
insegurança gerada pela precarização nas relações de trabalho frente ao desemprego, jornadas
excessivas, entre outros. Importante destacar que a caracterização de um estímulo como estressor
está relacionada à percepção do indivíduo em avaliar tal estímulo, portanto, os aspectos cognitivos
desempenham um importante papel no processo que ocorre entre tais estímulos potencialmente
estressores e as respectivas respostas individuais a estes.
Os riscos psicossociais e relativos à organização do trabalho ainda representam um desafio
em matéria de saúde e segurança no trabalho especialmente pelas dificuldades em desenvolver
critérios objetivos de avaliação. Eles decorrem de deficiências na concepção da tarefa, da
organização e gestão do trabalho, e ainda de contextos sociais de trabalho problemático, podendo
ter efeitos negativos a nível psicológico, físico e social tais como estresse relacionado com o
trabalho, esgotamento (conhecido como síndrome de Burnout) ou depressão. Um ambiente
psicossocial positivo promove o bom desempenho e o desenvolvimento pessoal, bem como o bem-
estar mental e físico dos trabalhadores.

A prevenção é a melhor forma de combater o estresse laboral. O estudo da organização do


trabalho, a conversa com os trabalhadores e o conhecimento da distância entre a tarefa prescrita e a
tarefa real são o primeiro passo para que se possa entender os fatores estressores, estabelecer
prioridades e assim desenvolver um plano de ação que seja adequado ao caso concreto, exequível e
eficiente. No entanto, independente das particularidades da atividade, na construção do plano de ação
é fundamental buscar seguir a hierarquia das medidas de proteção, qual seja: buscar eliminar o fator
estressor, em seguida determinar medidas de controle que atuem sistematicamente na fonte, de
forma a se conquistar resultados estáveis e duradouros, seguindo para medidas administrativas e
apenas por fim a abordagem individual.

Para a avaliação dos riscos psicossociais, será utilizada a ferramenta “Managing stress and
psychosocial risks E-guide”, OiRA.

- FATORES CONSIDERADOS
- Estatísticas de absenteísmo e afastamentos por doenças relacionadas ao estresse
- Cargas de trabalho adequadas ou excessivas;
- Metas abusivas
- Exigências da tarefa e clareza na definição das funções;
- Participação dos trabalhadores na tomada de decisões que o afetam e controle sobre a
forma como o trabalhador executa o trabalho;
- Planejamento e gestão de mudanças organizacionais;
- Comunicação eficaz, apoio e integração de chefias e colegas;
- Segurança e estabilidade
- Possibilidade de ocorrência de violência na atividade
- Trabalho noturno
- Excesso de jornada
- Atividades em contato com público
- Desvio de função

Critérios para análise da severidade:

A severidade deverá ser analisada de acordo com os possíveis danos à saúde do trabalhador,
considerando a situação enfrentada, a partir dos critérios gerais descritos.
Critérios para análise da probabilidade:

1- Remota: Existem medidas de controle dos aspectos psicossociais que buscam mitigar os fatores
estressores na fonte.
2- Possível: A mitigação dos fatores estressores é falha, sendo tomadas principalmente medidas
corretivas a nível individual quando do surgimento de casos e afastamentos relacionados aos riscos
psicossociais e de organização do trabalho.
3- Provável: Não há medidas de controle dos fatores estressores. Há uma rotina de reclamações,
incidentes, acidentes com e sem afastamentos.
❖ ANEXO II - MATRIZES DE RISCO: Inventário de Riscos + Planos de ação
❖ ANEXO III - GRUPOS DE EXPOSIÇÃO SEMELHANTE
❖ ANEXO IV - DOCUMENTAÇÃO PERTINENTE
De acordo com o disposto na NR-01, o PGR deve contemplar ou estar integrado com planos,
programas e outros documentos previstos na legislação de segurança e saúde no trabalho.
● Relação de documentos utilizados no desenvolvimento das ações de gerenciamento de
riscos ocupacionais:

Preenchimento do Check-list normativo.


(Aqui entra um check-list com a relação de documentos que sair do ckeck-list normativo.)
❖ ANEXO V: LISTA REFERENCIAL DE PERIGOS
Por setor ou atividade, elaborar uma lista referencial de perigos a partir dos “FATORES
CONSIDERADOS” descritos no “Anexo I - Metodologia”, de acordo com os riscos
identificados e considerando o disposto nas normas regulamentadoras.

Exemplo:
Setor: Carpintaria
Risco de acidentes:
- Serra circular: acidentes / cortes, amputações, esmagamentos
- Uso de guia
- Instalações elétricas: choque elétrico
- Serragem e madeira: Incêndio
- Vias de circulação: quedas e escorregões
- Disposição e guarda de materiais e resíduos
- Trabalho em altura

Risco físico:
- Ruído: serra circular e outras máquinas e equipamentos
- Vibração: ferramentas
- Radiação não ionizante: Incidência da luz solar

Risco químico:
- Poeira de madeira
- Tintas a base de solventes
- Outros produtos químicos

Risco ergonômico:
- Inexistência de suporte mecânico para manuseio de madeiras
- Duração do turno de trabalho
- Levantamento de peso assimétrico
- Postura inadequada no uso de máquinas
- Pisos instáveis
- Dificuldade no acoplamento das mãos aos materiais
❖ ANEXO VI - Plano de resposta às emergências:

(DEVE SER CONSTRUÍDO A PARTIR DOS PERIGOS IDENTIFICADOS NO INVENTÁRIO DE RISCOS)


- Foram identificadas situações de risco que demandam o desenvolvimento de planos de
atendimento às emergências?
- Desenvolver plano em caso de emergências pontuais, como ocorrências com um
trabalhador que demandem seu atendimento imediato, identificando equipe responsável,
capacitação da equipe, remoção do trabalhador, entre outros.
- Desenvolver plano em caso de emergência ampliada, como incêndios, identificando equipe
responsável, capacitação da equipe, evacuação do local, entre outros.
- Considerar fatores externos à organização no desenvolvimento dos planos de resposta às
emergências, tais como a localização geográfica, os empreendimentos no entorno, a
presença de público externo, entre outros.

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