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Programa de

Gerenciamento de
Riscos - PGR
Módulo 01
Normas
As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e
Regulamentações medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas
empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da
administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos
do MTE Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos
pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
• Gerenciamento de riscos ocupacionais
• Responsabilidades
• Processo de identificação de perigos e avaliação de riscos
ocupacionais
• Levantamento preliminar de perigos
• Identificação de perigos
NR 01 – • Avaliação de riscos ocupacionais

Gerenciamento • Controle dos riscos


• Planos de ação
de Riscos • Implementação e acompanhamento das medidas de prevenção
• Acompanhamento da saúde ocupacional dos trabalhadores
• Preparação para emergências
• Documentação
• Inventário de riscos ocupacionais
• Disposições gerais do gerenciamento de riscos ocupacionais
NR 09 – Avaliação e Controle das Exposições
Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e
Biológico
• Objetivo
• Campo de Aplicação
• Identificação das Exposições Ocupacionais aos Agentes Físicos, Químicos e Biológicos
• Avaliação das Exposições Ocupacionais aos Agentes Físicos, Químicos e Biológicos
• Medidas de Prevenção e Controle das Exposições Ocupacionais aos Agentes Físicos, Químicos e Biológicos
• Disposições Transitórias
Estudo de Caso
Exercícios de Fixação
Módulo 02
Procedimentos
O Programa de Gerenciamento de Riscos tem como principal
Programa de finalidade identificar, avaliar e propor medidas e ações para
prevenir acidentes ambientais que possam colocar em risco:
Gerenciamento • A integridade física dos trabalhadores
• A segurança da população
de Riscos • A segurança do meio ambiente.
PGR
O PGR deve contemplar, também, um plano de ação para
minimizar eventuais impactos. Caso ocorram situações
anormais deve ainda, apontar caminhos para a solução. A
meta é manter a empresa operando dentro de padrões de
segurança considerados toleráveis pela legislação vigente, de
acordo com o ramo de atuação. Destaca-se também que o
PGR não surgiu como uma nova Norma, mas foi incorporada à
Norma Regulamentadora 01 (NR1). Essa Norma obriga as
empresas a criar um Gerenciamento de Riscos Ocupacionais e
isso é o que vai constituir o PGR.
Revisão das Normas
Regulamentadoras
Com a revisão das normas regulamentadoras brasileiras,
a norma de nº 09, anteriormente conhecida como PPRA,
passa a ser designada com a nomenclatura “avaliação e
controle das exposições ocupacionais e agentes físicos,
químicos e biológicos”. Embora os especialistas tenham
destacado que as etapas do PGR sejam similares às
etapas da NR 09, algumas diferenças podem ser
observadas, a principal delas é sobre o foco dos
programas. Enquanto a NR 09 tem como objetivo a
prevenção do risco de acidentes no ambiente de
trabalho (físico, químico e biológico), o PGR vai além e
engloba os riscos físicos, químicos, biológicos,
ergonômicos, de acidentes e mecânicos.
Diferença entre PGR e GRO

A diferença principal entre esses componentes baseia-se


em que o GRO deve ser realizado pela organização e ser
implementado, por estabelecimento, o gerenciando os
riscos ocupacionais em suas atividades. Já o PGR, fica a
critério da organização, podendo ser implementado por
unidade operacional, setor ou atividade.
As diretrizes e os requisitos do GRO consistem em um conjunto de
processos a serem implementados pelas organizações, a partir da
identificação dos perigos, a avaliação e o controle dos riscos
Diretrizes e os ocupacionais, resultando, no mínimo, os seguintes documentos
referentes ao PGR: inventário de riscos e plano de ação. E
conforme a NR-01, o plano de ação do PGR deve conter os
requisitos do GRO procedimentos de respostas aos cenários de emergências,
conforme aos riscos, as características e as circunstâncias das
atividades, porém no plano de ação poderá necessitar de mais
outros documentos, conforme disposto em regulamentações
específicas.
Como mencionado ao mínimo, dois documentos precisam ser
Documentação elaborados para compor o PGR:
• Inventário de riscos – onde serão descritas todas as atividades,
necessária processos e os ambientes de trabalho; descrição dos perigos;
avaliação dos riscos etc.
• Plano de ação – as medidas de que devem ser adotadas para
evitar que tais riscos se concretizem; formas de acompanhá-los
e aferir os resultados.
Inventário de Riscos
• Preparação
• Caracterização do estabelecimento e definição de unidades de
trabalho
• Verificação da conformidade legal e levantamento preliminar
de perigos
• Processo de avaliação de riscos por unidade
Construção do • Identificação de perigos ou fatores de riscos
• Avaliação de riscos
Inventário de • Responsabilidade pela Elaboração
• Plano de ação
Riscos • Mapeamento dos riscos
• Levantamento da necessidade dos EPIs
• Promoção de treinamentos regulares
• Padronização dos processos
• Documentação dos acidentes ocorridos
• Definição as equipes de trabalho
A avaliação de riscos deve constituir um processo contínuo e ser
revista a cada 2 (dois) anos ou quando da ocorrem algumas
situações como:
• Após serem implementadas medidas de prevenção, para
avaliação de riscos residuais;
• Após serem inovados e modificados tecnologias, ambientes,
processos, condições, procedimentos e organização do
Periodicidade da trabalho que impliquem em novos riscos ou modifiquem os
riscos existentes;
• Quando forem identificadas inadequações, insuficiências ou
Avaliação do PGR ineficácias das medidas de prevenção;
• Quando ocorrem acidentes ou doenças relacionadas ao
trabalho;
• Quando houver mudança nos requisitos legais aplicáveis.

Para as organizações que possuírem certificações em sistema de


gestão de SST, o prazo poderá ser de até 3 (três) anos.
Requisitos Gerais
"A organização deve estabelecer e manter um Sistema de
Gestão da SST”, tal como o próprio nome indica, este sistema
deve ser tratado e utilizado como mais uma das ferramentas
da gestão global da sua organização à disposição das
respectivas estruturas, e não como um elemento isolado e
independente das funções de gestão. A complexidade do
Sistema de Gestão da SST, a extensão da documentação e os
recursos necessários dependem da natureza, dimensão e
atividades desenvolvidas pela empresa, podendo ser aplicado
a toda a organização ou a partes da mesma.
Política da Segurança e Saúde do
Trabalho
A organização deve estabelecer uma Política para a SST, autorizada pelo mais alto nível da sua Gestão,
que, claramente, indique os objetivos globais em termos de SST e inclua o compromisso em melhorar o
respectivo desempenho. A Política da SST deve ser consistente com as políticas de gestão da empresa e
com as políticas de outros sistemas de gestão, como o da Qualidade e o do Ambiente.
A Política da SST deve obedecer
a alguns requisitos, tais como:
• Ser apropriada à natureza e à escala dos riscos para a SST da
organização;
• Incluir um compromisso de melhoria contínua;
• Incluir um compromisso para, no mínimo, cumprir a
legislação e normalização sobre SST em vigor aplicável à
organização e outros requisitos que a organização subscreva;
• Ser documentada, implementada e mantida - a Política da
SST da organização tem de estar;
• Ser comunicada a todos os colaboradores com a intenção de
que estes fiquem cientes das suas obrigações individuais em
matéria de SST;
• Estar disponível para as partes interessadas;
• Ser periodicamente revista para garantir que continua a ser
relevante e adequada para a organização;
Planejamento para Identificação de
Perigos e Avaliação e Controle de Riscos
A identificação dos perigos, a avaliação dos riscos associados e a implementação de medidas de controle
necessárias, deve ser executada de uma forma organizada e sistemática, devendo ter em consideração:
• As atividades do dia a dia (de rotina) e aquelas menos rotineiras (ocasionais, como por exemplo, limpeza,
manutenção);
• As atividades de todo o pessoal externo que tenha acesso às instalações da organização, como por
exemplo, visitantes, fornecedores e/ou prestadores de serviços;
• As instalações/locais de trabalho dos colaboradores da organização sejam elas dentro da mesma ou em
instalações de terceiros onde a empresa esteja a prestar serviços e/ou a desenvolver as suas atividades;
Não existe uma metodologia universal para identificação de
Metodologia perigos e avaliação de riscos, no entanto, a mais comum baseia-se
nas seguintes etapas:
universal para • Análise de riscos, através da qual se identificam os perigos e se
estimam os riscos, determinando conjuntamente a
identificação de probabilidade e as consequências de determinado
acontecimento perigoso.
perigos e avaliação • Valoração do risco, comparação do valor do risco obtido com o
de riscos valor do risco aceitável. O objetivo é emitir um juízo acerca da
aceitabilidade do risco considerado.
Caso se conclua
que o risco não é
aceitável há que
controlá-lo.
Sendo a satisfação dos requisitos legais uma obrigatoriedade para
Requisitos legais o desenvolvimento das respectivas atividades, a organização deve
estabelecer uma metodologia para a identificação, o acesso, a
gestão, a manutenção, a atualização e a verificação do impacto no
e outros seu sistema da SST de todos os requisitos legais, e outros
requisitos (incluindo especificações subscritas pela organização),
requisitos aplicáveis. Deve ainda incluir a eliminação de obsoletos,
distribuição/divulgação e atribuição das responsabilidades
associadas.
A Organização
A organização deve estabelecer mecanismos que lhe
permitam "filtrar" a informação considerada
relevante sobre estes requisitos, para que possa
fazer a divulgação (comunicação) necessária aos
seus colaboradores e às partes interessadas.
Deverão escolher-se, cuidadosamente, os meios de
identificação e acesso aos requisitos legais de modo
a que, sem ser necessário criar uma biblioteca de
legislação, se consiga garantir que a organização
possui, conhece e cumpre os requisitos aplicáveis às
suas atividades.
▪ Procedimentos para identificação e acesso à informação;
As equipes ▪ Identificação dos requisitos aplicáveis (podendo tomar a forma
auditoras deverão de registos);
▪ O próprio texto legal ou o resultado da sua análise disponível
constatar a em locais, previamente definidos pela organização, para o
efeito;
existência de: ▪ Procedimento para monitorização da implementação do
controlo resultante de nova legislação.
Processo de Gerenciamento
de Riscos

Define-se a gerência de riscos como uma metodologia que


visa aumentar a confiança na capacidade de uma
organização em prever, priorizar e superar obstáculos para,
como resultado final, obter a realização de suas metas. Ao
mesmo tempo em que atua na proteção dos recursos
humanos, materiais e financeiros da empresa, preocupa-
se, também, nas consequências de eventos aleatórios que
possam reduzir sua rentabilidade, sob forma de danos
físicos, financeiros ou responsabilidades para com
terceiros.
Gerenciamento de Risco
O gerenciamento de risco é, ainda, definido como a área de atuação que busca administrar as possibilidades
de falhas, buscando evitar que essas aconteçam. E, caso aconteçam, que não se propaguem. E, ainda, caso as
possibilidades de falhas sejam de difícil controle, decidir entre reter ou transferir. Outra forma de
compreender o gerenciamento de riscos é por meio dos seus objetivos que visam fornecer orientações para
as organizações:
• Gerenciamento do processo de tomadas de decisão com confiabilidade.
• Identificação de ameaças, oportunidades, pontos fortes e fracos.
• Aproveitar incertezas e variabilidade.
• Implementar uma gestão proativa e não reativa.
• Tornar a alocação de recursos mais eficaz.
• Reduzir perdas e custos com prêmios, indenizações, etc.
• Atender as exigências legais.
• Atuar na melhoria da qualidade de vida de seus colaboradores por meio da redução de acidentes.
As normas OHSAS 18001:2007 e ABNT NBR ISO 31000:2009 indicam um
método sistemático para o gerenciamento de riscos que inicia com a
Metodologia escolha de um contexto para em seguida identificar, analisar, estimar,
tratar, monitorar e comunicar os riscos associados a alguma atividade,
função ou processo da organização. O gerenciamento deve ser visto como
parte da cultura interna, tomando lugar em sua filosofia, práticas e
processos, visando compor a gestão estratégica da empresa.
Avaliação de Riscos
É o processo para a segurança e a saúde dos trabalhadores
decorrentes de perigos no local de trabalho. É uma análise
sistemática de todos os aspectos do trabalho, que identifica:
• Aquilo que é susceptível de causar lesões ou danos,
• A possibilidade de os perigos serem eliminados e, se tal não for
o caso,
• As medidas de prevenção ou proteção que existem, ou deveriam
existir, para controlar os riscos.
Os princípios orientadores que devem ser levados em
consideração no processo de avaliação de riscos podem ser
divididos em etapas.
Identificação de Perigos e
Avaliação de Riscos
Como fase de identificação de perigos podemos
entender as atividades nas quais se procuram situações,
combinações de situações e estados de um sistema que
possam levar a um evento indesejável. Na realidade, na
visão da segurança tradicional o que se fazia era apenas a
identificação de perigos, esbarrando-se, então, na não
continuidade dos programas e não se chegando,
efetivamente, até as fases de análise e avaliação dos
riscos. Deste modo, a grande maioria das diversas
técnicas para "identificar perigos" é de domínio da
segurança tradicional.
Com a vigência do PGR fica estabelecido que as medidas de prevenção
estabelecidas aplicam onde houver exposições ocupacionais aos agentes
físicos, químicos e biológicos. E que a abrangência e profundidade dessas
medidas dependem das características das exposições e das necessidades
de controle. Também determina expressamente que para fins de
Identificação de caracterização de atividades ou operações insalubres ou perigosas, devem
ser aplicadas as disposições previstas na NR 15 (Atividade e operações
insalubres) e NR 16 (Atividades e operações perigosas). Em outras
Exposições palavras, fica caracterizado que NR 09 não deve mais ser utilizada para fins
de caracterização de insalubridade e periculosidade.
Ocupacionais
Na NR 09 são explicadas as etapas a serem adotadas para identificação,
avaliação e adoção de medidas de prevenção e controle das exposições
ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos.
A etapa da identificação das exposições ocupacionais aos
agentes físicos, químicos e biológicos deverá considerar:
▪ A descrição de atividades,
Etapa da identificação das ▪ Identificação do agente e formas de exposição,
exposições ocupacionais ▪ Possíveis lesões ou agravos à saúde relacionados às
exposições identificadas,
aos agentes físicos,
▪ Fatores determinantes da exposição,
químicos e biológicos ▪ Medidas de prevenção já existentes e
▪ Identificação dos grupos de trabalhadores expostos.
Gradação dos Riscos
Quanto à gradação dos riscos, estes podem ser classificados segundo:
a) a severidade que está relacionada ao potencial danoso dos materiais ou à saúde das pessoas:
Gradação dos Riscos
b) a frequência, na qual se espera a ocorrência do risco:
Gradação dos
Riscos
c) o nível do risco, que é obtido
através da relação entre a
frequência e a severidade, utilizando
uma matriz de classificação:
Severidade X Probabilidade
Um risco somente existe quando se tem a exposição ao perigo. Então, o risco é relacionado à probabilidade
de ocorrência, e a severidade:

R=PxS
Onde:
▪ R = risco
▪ P = probabilidade
▪ S = severidade (consequência, severidade)

Para facilitar, pode-se dizer que a probabilidade é o resultado de quantas vezes o risco pode virar um evento,
e a severidade quão grande ou pequeno pode ser o dano à saúde, ao bem material ou a outro.
Risco Ocupacional
Fatores de riscos ambientais: agentes nocivos físicos,
químicos e biológicos, ou a associação destes:

• Agentes físicos são formas de energia: ruídos, vibrações, calor,


pressões anormais, radiações ionizantes, entre outros;
• Agentes químicos são as substâncias, compostos ou produtos que
podem penetrar no organismo pela via respiratória, ou ser absorvidos
pelo organismo (pela pele ou por ingestão): névoas, neblinas, poeiras,
fumos, gases, vapores de substâncias nocivas presentes no ambiente de
trabalho;
• Agentes biológicos são os microrganismos como bactérias, fungos,
parasitas, bacilos, vírus, entre outros.
Fatores de riscos • Riscos mecânicos: queimaduras, quedas, prensamentos,
das operações: cortes, amputações, entre outros.
• Riscos ergonômicos: levantamento de peso, ritmo excessivo de
risco mecânico e trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada de
trabalho etc.
ergonômico
Fase de Análise de Riscos
A fase de análise de riscos consiste no exame e detalhamento dos
perigos identificados na fase anterior, com o intuito de descobrir as
causas e as possíveis consequências caso os acidentes aconteçam. A
análise de riscos é qualitativa, cujo objetivo final é propor medidas que
eliminem o perigo ou, no mínimo, reduzam a frequência e
consequências dos possíveis acidentes se os mesmos forem
inevitáveis.

Dentre as técnicas mais utilizadas durante esta fase podemos citar:


• Análise Preliminar de Riscos (APR),
• Análise de Modos de Falhas e Efeitos (AMFE),
• Análise de Operabilidade de Perigos (HAZOP).
Técnicas de Avaliação de
Riscos
Como as principais técnicas de avaliação de riscos e que
também utilizam conceitos de engenharia de confiabilidade,
podemos citar:
▪ Análise da Árvore de Eventos (AAE),
▪ Análise por Diagrama de Blocos (ADB),
▪ Análise de Causas e Consequências (ACC),
▪ Análise da Árvore de Falhas (AAF),
▪ Management Oversight and Risk Tree (MORT)
Nessa etapa as medidas necessárias para prevenção, controle e

Das medidas de eliminação das exposições ocupacionais relacionadas aos agentes


físicos, químicos e biológicos, devem observar os critérios
estabelecidos nos anexos da norma, em conformidade com o
prevenção e Programa de Gerenciamento de Risco – PGR.

controle Essas medidas integram os controles dos riscos e devem ser


incorporadas ao Plano de Ação da empresa.
Mas, enquanto não forem estabelecidos os Anexos a esta Norma,
devem ser adotados para fins de medidas de prevenção:

▪ Os critérios e limites de tolerância constantes na NR 15 e seus anexos


▪ Como nível de ação para agentes químicos, a metade dos limites de tolerância,
▪ Como nível de ação para o agente físico ruído, a metade da dose.

E na ausência de limites de tolerância previstos na NR 15 e seus anexos, devem ser utilizados como referência
para a adoção de medidas de prevenção àqueles previstos pela American Conference of Governmental
Industrial Higyenists – ACGIH. Considera-se nível de ação, o valor acima do qual devem ser implementadas
ações de controle sistemático de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições ocupacionais
ultrapassem os limites de exposição.
Gerenciamento de Riscos Ocupacionais X NR 09
Dentro da concepção das medidas de controle dos riscos ambientais
deve existir uma hierarquia que é fundamental. A ordem de
prioridade deve também ser seguida. Quando existem problemas
para adoção de medidas de proteção coletiva, ou quando estas não
forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo,
Inviabilidade planejamento ou implantação ou, ainda, em caráter complementar
ou emergencial, deverão ser adotadas as seguintes medidas,

técnica das seguindo essa sequência: medidas de caráter administrativo ou de


organização do trabalho, e após, utilização de equipamento de
proteção individual.
medidas de Ressaltando que deve-se comprovar tecnicamente que as medidas
proteção coletivas são inviáveis, que as medidas de controle são insuficientes,
ou então que estão sendo estudadas/planejadas/implantadas
medidas de proteção coletivas.
E a implantação de medidas de prevenção deverá ser acompanhada
de informação aos trabalhadores quanto aos procedimentos a serem
adotados e limitações das medidas de prevenção.
Generalidades
É importante que o sucesso ou o fracasso da atividade planejada possa ser visto claramente.
Isto envolve a identificação dos requisitos de Saúde e Segurança Ocupacional (S&SO), o estabelecimento de
critérios claros de desempenho, definindo o que deve ser feito, quem é responsável, quando deve ser feito e
o desfecho desejado. Embora seja reconhecido que, na prática, organizar, planejar e implementar funções
estarão em sobreposição, apesar disto, as seguintes áreas chaves precisam ser abordadas:
A responsabilidade primeira quanto à saúde e segurança
ocupacionais repousa na alta gerência. Aqui, a melhor prática é
atribuir a uma pessoa no mais alto nível (por exemplo, numa
organização grande, a um membro do Conselho ou da diretoria)
particular responsabilidade por garantir que o sistema de
gerenciamento de S&SO é corretamente implementado e funciona
segundo os requisitos em todos os locais e esferas de operação
Estrutura e dentro da organização. Em todos os níveis da organização as
pessoas precisam:
Responsabilidade • Ser responsáveis pela saúde e segurança daqueles que dirigem,
delas próprias e de outros com os quais trabalham;
• Estar conscientes de sua responsabilidade com a saúde e
segurança de pessoas que possam ser afetadas pelas atividades
que controlam, como, por exemplo, empreiteiros e o público;
• Estar conscientes da influência que sua ação ou inação podem
ter sobre a eficácia do sistema de gerenciamento de S&SO.
Treinamento, conscientização e competência
A organização deve tomar as providências para identificar as competências necessárias, em
todos os níveis, e organizar qualquer treinamento necessário.
Comunicações
A organização deverá estabelecer e
manter dispositivos, sempre que
apropriado, para:
• A informação eficaz e, quando
adequado, abertas, sobre a S&SO;
• Tomar as providências necessárias
para a provisão de consultoria por
especialistas;
• Envolver os empregados, com
esclarecimentos, quando adequado.
Documentação do Sistema
de Gerenciamento de S&SO
A documentação é elemento chave para capacitar
uma organização a implementar um sistema de
gerenciamento bem sucedido. É também importante
na montagem e retenção do conhecimento sobre
S&SO. Contudo, é importante que a documentação
seja mantida num mínimo necessário para eficácia. As
organizações devem assegurar que documentação
suficiente fique disponível para implementar por
completo os planos de S&SO e que seja proporcional
às suas necessidades.
Controle de As organizações devem tomar as providências para garantir que os
documentos sejam atualizados e aplicáveis aos fins para os quais

documentos foram criados.


Controle operacional
É importante que a S&SO, no seu sentido mais amplo, seja inteiramente integrada, em toda a organização, e em todas as
atividades, a despeito do tamanho ou natureza do seu trabalho. Ao organizar para a implementação da política e do
gerenciamento efetivo da S&SO, a organização deve tomar providências para assegurar que as atividades são executadas
com segurança, e, ainda:
Preparação e resposta a emergências
Uma organização deve tomar providências para estabelecer planos de contingências em emergências previsíveis e
minimizar os seus efeitos.
Monitoração e medição
A medição do desempenho é uma maneira importantíssima de prover informações sobre a
eficácia do sistema de gerenciamento de S&SO. Medidas qualitativas e quantitativas devem ser
consideradas, sempre que adequado, e devem ser preparadas especialmente para as necessidades da organização. A
medição de desempenho é um meio de monitorar a extensão na qual a política e os objetivos estão sendo satisfeitos e
inclui:
Ação Corretiva
Onde deficiências forem
encontradas, as causas originárias
devem ser identificadas e ações
corretivas tomadas.
Registros
A organização deve manter os
registros necessários para
demonstrar o cumprimento de
requisitos legais, assim como de
outros.
Além da monitoração de rotina do desempenho de S&SO haverá
necessidade de auditorias periódicas que possibilitem uma avaliação mais
profunda e crítica de todos os elementos do sistema de gerenciamento de
S&SO. As auditorias devem ser conduzidas por pessoas competentes e
independentes, tanto quanto possível, da atividade a ser auditada;
podem, contudo, ser designadas da própria organização. Embora as
auditorias precisem ser rigorosas, a sua abordagem deve ser adaptada ao
tamanho da organização e à natureza dos seus perigos. Em diferentes
ocasiões e por razões diversas, as auditorias precisam cobrir os seguintes

Auditoria pontos:
• Verificar se o sistema global de gerenciamento de S&SO da
organização capaz de promover a obtenção dos padrões requeridos de
desempenho de S&SO.
• Verificar se a organização está cumprindo todas as suas obrigações
com relação à S&SO.
• Verificar quais são os pontos fortes e fracos do sistema de
gerenciamento de S&SO.
• Verificar se a organização (ou parte dela) está realmente fazendo e
realizando o que alega.
Estudo de Caso
Exercícios de Fixação
Módulo 03
Segurança
Na NBR ISO 45001:2018, em seu requisito 8.2, Preparação e Resposta de
Emergências, apresenta que “a organização deve estabelecer, implementar
e manter um processo necessário para se preparar para resposta a
potenciais situações de emergência”. Listando também, itens relacionados
Preparação para ao conteúdo desse documento.

Emergências – Exigência semelhante é verificada na OHSAS 18001:2007. Essa última,


porém, com foco nas questões ambientais relacionadas a essas situações de
Plano de Resposta a emergência. Com isso, tem-se que o P.R.E. irá identificar potenciais
situações de emergência e potenciais acidentes que possam ter impactos à
Emergência saúde e segurança das pessoas, sejam colaboradores, visitantes, terceiros
ou vizinhos à organização e ao meio ambiente. Apresentando, portanto,
para cada cenário de emergência, as respectivas ações para que não
ocorram os impactos negativos possíveis.
Situações de Emergência
e Ações correspondentes
Pode-se entender como Situação de Emergência qualquer
evento não planejado que, em função da sua gravidade, requeira
ação imediata e inadiável para seu bloqueio e contenção. E, se
possível, reparo. Assim, pode-se pensar que são exemplos de
situações de emergência incêndio, explosão, vazamento de
produto químico, vazamento de gases e derramamento de
líquido inflamável.
O Plano de Resposta a Emergência as ações para cada cenário sejam
adequadas para tal. Isso ocorre, porque, por exemplo, a ação para
um incêndio se difere, e muito, da ação de resposta a um
Plano de Resposta vazamento de produto químico. Vale ressaltar que essa diferença
não é somente nos impactos que cada situação pode causar ao ser
humano ou ao meio ambiente, mas também em o que deve ser
a Emergência feito. E assim, determinar quem é capacitado para cada atividade,
quais EPIs devem ser utilizados, quem será responsável por cada
etapa, quais os recursos necessários e quais as entidades que devem
ser acionadas.
As normas ISO 45001, ISO 14001 e OHSAS preveem ainda um teste
periódico do Plano de Resposta a Emergência. Bem como a revisão
do PRE, sempre que se julgar necessário. Para isso, são criados
cronogramas de simulados de emergência, com espaçamento
Simulados de máximo de 1 ano entre cada teste.

Emergência A organização por sua vez, deve garantir que todos colaboradores
sejam envolvidos e treinados. O objetivo é que tais colaboradores
estejam aptos a agirem de forma adequada em caso de ocorrência
de possíveis cenários de emergência. Nesse ponto, vale destacar
empresas que funcionam em vários horários/turnos de trabalho, os
quais também devem ser envolvidos nesses simulados.
Comunicação e a
Conscientização
dos Envolvidos
É exigido também que o P.R.E. seja comunicado
a todos possíveis envolvidos. Isso significa que,
todas as pessoas que possam ser envolvidas ou
afetadas por algum dos cenários de emergência
descritos, devem estar cientes dos riscos aos
quais estão expostos e como proceder em
situações de emergência. Além disso, no
conteúdo do plano devem ser descritas as
entidades que serão comunicadas em cada
situação.
Vale ressaltar que o Plano de Resposta a emergência traz, além de
benefícios a proteção do meio ambiente a das pessoas envolvidas
nos cenários descritos, a redução de possíveis custos, que a
empresa teria em caso de ocorrências com maiores impactos
negativos. Nesses impactos pode se destacar o reparo de danos
Viabilidade do materiais na estrutura física da organização ou o reparo e multas
decorrentes da contaminação do meio ambiente.

PRE Sendo assim, além dessa exigência, é estratégico que as empresas


tenham um PRE completo. Isto é, que englobe todos os possíveis
cenários de emergências e ações adequadas para cada um.
A legislação vigente regulamenta esse controle que deve ser
realizado através de um programa médico que tem por
Controle da Saúde característica a prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce
dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, o PCMSO. Este é
dos Empregados um programa que envolve controles médicos de natureza
individual e coletiva, em função de características que são
observadas no âmbito dos trabalhadores, após análise desses
controles, com os resultados em mãos, será feito a adoção de
ações preventivas de saúde no sentido de minimizar os riscos
ocupacionais.
PCMSO
Exames Médicos
O PCMSO deve incluir a realização obrigatória dos exames médicos admissional, periódico, de retorno ao trabalho,
de mudança de função e demissional, que inclui avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional, exame físico
e mental, além de exames 21 complementares, para avaliar o funcionamento de órgãos e sistemas orgânicos,
realizados de acordo com os termos específicos:
• Admissional – que deverá ser realizado antes que o empregado assuma suas funções;
• Periódico – deverá ser realizado de acordo com intervalos mínimos que vai depender da idade do empregado,
do risco que ele que tem sua função, ou de acordo com notificação do Ministério do Trabalho ou, ainda, caso
faça parte de negociação coletiva do trabalho;
• Retorno ao trabalho – deverá ser realizado obrigatoriamente no primeiro dia de trabalho do empregado que
ficou ausente do trabalho por período superior a 30 dias em decorrência de doença ou acidente do trabalho, ou
parto;
• Mudança de função – com a mudança de função do empregado, mudando assim o risco que o mesmo está
exposto; e
• Demissional – será obrigatório da sua realização desde que o último exame médico ocupacional tenha sido
realizado há mais de 135 dias ou em alguns casos 90 dias.
Atestado de Saúde
Ocupacional
O ASO tem por objetivo atestar a aptidão do empregado que
vai exercer ou que já está exercendo uma função na empresa, e
também em relação ao empregado que está sendo demitido. O
ASO, deve ser elaborado com muita atenção e cuidado, pelo
médico coordenador do PCMSO, ou então pelo médico
indicado para realizar o exame médico ocupacional, o ASO
deverá ser em duas vias, sendo uma para o trabalhador e outro
para empresa.
De acordo a legislação vigente, o relatório anual tem como objetivo discriminar,
por setores da empresa, o número e a natureza dos exames médicos, incluindo
avaliações clínicas e exames complementares, estatísticas de resultados
Relatório considerados anormais, assim como o planejamento para do programa para o
próximo ano. Este relatório anual é aquele que pode ser considerado uma fonte
fidedigna para se conhecer a situação dos aspectos de saúde/doença na empresa,
anual e também uma ferramenta para planejar o PCMSO do próximo ano. O responsável
pela elaboração de tal relatório será o médico coordenador do PCMSO após um
ano de sua implantação, sintetizando as principais informações sobre as
ocorrências médicas que ocorreram durante o ano.
Informações mínimas de um PGR
• Identificação da Empresa • Tipos de Equipamentos de Proteção
• Objetivo e Apresentação do PGR • Prática da Prevenção de Acidentes
• Etapas da Estrutura do PGR • Análise dos Acidentes
• Atividade principal da Empresa • Comunicação de Acidentes
• Setores Avaliados/Atividades
• Registro de Acidentes
• Riscos Expostos
• Investigação de Acidentes
• Reconhecimento e Avaliação dos Riscos
Ambientais nos setores • Manual de Segurança
• Medidas gerais de Prevenção Adotadas pela • Noções de Primeiros Socorros
Empresa • Plano de Emergência
• Equipamento de Proteção - A Importância da • Atribuições da Brigada de Emergência
existência e do uso
Estudo de Caso
Exercícios de Fixação

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