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Programas e sistemas de gestão em segurança e


saúde no trabalho (ocupacional)
O que é um programa de saúde e segurança ocupacional
(OH&S)?
Um programa de saúde e segurança ocupacional (OH&S) é uma abordagem
sistemática para atividades, procedimentos etc. que são projetados para
garantir e manter um local de trabalho seguro e saudável, e é um plano de
ação definido para prevenir acidentes / incidentes e doenças ocupacionais.
Um programa de saúde e segurança robusto é essencial para o sucesso
geral da organização.
Elementos básicos de um Programa de SST
• Objetivos e política
• Estrutura organizacional (atribuição de papéis e responsabilidades)
• Participação dos trabalhadores
• Comunicação e formação
• Identificação de perigos/riscos
• Avaliação de perigos/riscos
• Prevenção e Controle de perigos/riscos
• Avaliação de desempenho (do programa)
• Documentação

SISTEMA DE GESTÃO

“Conjunto de elementos inter‐relacionados ou interativos de uma


organização para estabelecer políticas, objetivos e processos para
alcançar esses objetivos.” Fonte: (ISO/IEC)

Gestão de riscos (ou gerenciamento de riscos ocupacionais) – ISO 31.000

Atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização


no que se refere a riscos.

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Processos gestão de riscos ISO 31000:2009

NR 01 – Conceitos básicos
Perigo (fonte de risco, fator de risco) ‐ hazard
• Fonte com o potencial de causar lesões ou agravos à saúde.
• Elemento que isoladamente ou em combinação com outros
tem o potencial intrínseco de dar origem a lesões ou agravos
à saúde.
Risco
• Combinação da probabilidade (P) de ocorrer lesão ou agravo
à saúde causados por um evento perigoso, exposição a
agente nocivo ou exigência da atividade de trabalho e da
severidade (S) dessa lesão ou agravo à saúde.

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AÇÕES DE GERENCIAMENTO DE RISCOS

Descrição de perigos / riscos

O que é gerenciamento (ou gestão) de riscos


Gerenciamento de riscos (ou gestão de riscos)
“Atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização
no que se refere a riscos.” (ABNT NBR ISO 3100:2018. Gestão de
Riscos)

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O que é um programa (administrativo)?
Programa ‐ um conjunto de projetos, ou de ações e projetos,
administrados de forma integrada, de forma que, geram benefícios
que não existiriam caso os projetos não fossem administrados
conjuntamente.
Algumas definições necessárias
Ações ‐ conjunto de atividades organizadas para atender uma
demanda, normalmente, continuada.
Projeto ‐ projeto é um conjunto de atividades empreendidas para
atingir um objetivo específico, é temporário e, normalmente, único
e exclusivo.
Fonte: https://administradores.com.br/artigos/gestão‐publica‐projetos‐programas‐e‐portfolio
Em geral projetos geram resultados e programas geram benefícios.

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Gerenciamento de riscos ocupacionais
O PGR pode ser atendido por sistemas de gestão, desde que estes
cumpram as exigências previstas nesta NR e em dispositivos legais
de segurança e saúde no trabalho.
O PGR deve contemplar ou estar integrado com planos, programas
e outros documentos
previstos (outras ações previstas) na legislação de segurança e
saúde no trabalho.
1.5.3.2 A organização deve:
a) evitar os riscos ocupacionais que possam ser originados no
trabalho;
b) identificar os perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde;
c) avaliar os riscos ocupacionais indicando o nível de risco;
d) classificar os riscos ocupacionais para determinar a
necessidade
de adoção de medidas de prevenção;
e) implementar medidas de prevenção, de acordo com a
classificação de risco e na ordem de prioridade estabelecida
na alínea “g” do subitem 1.4.1; e
f) acompanhar o controle dos riscos ocupacionais.
g) implementar medidas de prevenção, ouvidos os
trabalhadores, de acordo com a seguinte ordem de
prioridade:
I. eliminação dos fatores de risco (dos perigos ou riscos);
II. minimização e controle dos fatores de risco (dos perigos ou
riscos), com a adoção de medidas de proteção coletiva;

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III. minimização e controle dos fatores de risco (dos perigos ou
riscos), com a adoção de medidas administrativas ou de
organização do trabalho; e
IV. adoção de medidas de proteção individual.

1.5.3.2.1 A organização deve considerar as condições de trabalho,


nos termos da NR‐17.
1.5.3.3 A organização deve adotar mecanismos para:
a) consultar os trabalhadores quanto à percepção de riscos
ocupacionais, podendo para este fim ser adotadas as
manifestações da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes ‐ CIPA, quando houver; e
b) comunicar aos trabalhadores sobre os riscos consolidados no
inventário de riscos e as medidas de prevenção do plano de
ação do PGR.
1.5.3.4 A organização deve adotar as medidas necessárias para
melhorar o desempenho em SST

1.5.4 Processo de identificação de perigos e


avaliação de riscos ocupacionais

O processo de identificação de perigos e avaliação de riscos


ocupacionais deve considerar o disposto nas Normas
Regulamentadoras e demais exigências legais de segurança e
saúde no trabalho. Levantamento preliminar de perigos (ou de
riscos)

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O levantamento preliminar de perigos deve ser realizado:
a) antes do início do funcionamento do estabelecimento ou
novas instalações;
b) para as atividades existentes; e
c) nas mudanças e introdução de novos processos ou atividades
de trabalho.
Quando na fase de levantamento preliminar de perigos o risco não
puder ser evitado, a organização deve implementar o processo de
identificação de perigos e avaliação de riscos ocupacionais,
conforme disposto nos subitens seguintes.
A critério da organização, a etapa de levantamento preliminar de
perigos pode estar contemplada na etapa de identificação de
perigos.

1.5.4.3 Identificação de perigos


1.5.4.3.1 A etapa de identificação de perigos deve incluir:
a) descrição dos perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde;
b) identificação das fontes ou circunstâncias; e
c) indicação do grupo de trabalhadores sujeitos aos riscos.
1.5.4.3.2 A identificação dos perigos deve abordar os perigos
externos previsíveis relacionados ao trabalho que possam afetar a
saúde e segurança no trabalho.

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1.5.4.4 Avaliação de riscos ocupacionais
A organização deve avaliar os riscos ocupacionais relativos aos
perigos identificados em seu(s) estabelecimento(s), de forma a
manter informações para adoção de medidas de prevenção.
Para cada risco deve ser indicado o nível de risco ocupacional,
determinado pela combinação da severidade das possíveis lesões
ou agravos à saúde com a probabilidade ou chance de sua
ocorrência.
A organização deve selecionar as ferramentas e técnicas de
avaliação de riscos que sejam adequadas ao risco ou circunstância
em avaliação.
A gradação da severidade das lesões ou agravos à saúde deve levar
em conta a magnitude da consequência e o número de
trabalhadores possivelmente afetados.
A magnitude deve levar em conta as consequências de ocorrência
de acidentes ampliados.

1.5.4.4.4 A gradação da probabilidade de ocorrência das


lesões ou agravos à saúde deve levar em conta:
a) os requisitos estabelecidos em Normas Regulamentadoras;
b) as medidas de prevenção implementadas;
c) as exigências da atividade de trabalho (e comparação com a
capacidade dos trabalhadores); e
d) a comparação do perfil de exposição ocupacional com valores
de referência estabelecidos na NR‐09.
1.5.4.4.5 Após a avaliação, os riscos ocupacionais devem ser
classificados, observado o subitem 1.5.4.4.2 (nível de risco – P x S),
para fins de identificar a necessidade de adoção de medidas de
prevenção e elaboração do plano de ação.

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1.5.4.4.6 A avaliação de riscos deve constituir um processo
contínuo e ser revista a cada
dois anos ou quando da ocorrência das seguintes situações:
a) após implementação das medidas de prevenção, para
avaliação de riscos residuais;
b) após inovações e modificações nas tecnologias, ambientes,
processos, condições, procedimentos e organização do
trabalho que impliquem em novos riscos ou modifiquem os
riscos existentes;
c) quando identificadas inadequações, insuficiências ou
ineficácias das medidas de prevenção;
d) na ocorrência de acidentes ou doenças relacionadas ao
trabalho;
e) quando houver mudança nos requisitos legais aplicáveis.
A avaliação de riscos deve constituir um processo contínuo e ser
revista a cada dois anos ou quando da ocorrência das seguintes
situações:
No caso de organizações que possuírem certificações em sistema
de gestão de SST, o prazo poderá ser de até 3 (três) anos.

1.5.5 Controle dos riscos

Medidas de prevenção
A organização deve adotar medidas de prevenção para eliminar,
reduzir ou controlar os riscos sempre que:
a) exigências previstas em Normas Regulamentadoras e nos
dispositivos legais determinarem;

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b) a classificação dos riscos ocupacionais assim determinar,
conforme subitem 1.5.4.4.5;
c) houver evidências de associação, por meio do controle
médico da saúde, entre as lesões e os agravos à saúde dos
trabalhadores com os riscos e as situações de trabalho
identificados.

1.5.5.1.2 Quando comprovada pela organização a inviabilidade


técnica da adoção de medidas de proteção coletiva, ou quando
estas não forem suficientes ou encontrarem‐se em fase de estudo,
planejamento ou implantação ou, ainda, em caráter complementar
ou emergencial, deverão ser adotadas outras medidas,
obedecendo‐se a seguinte hierarquia:
a) medidas de caráter administrativo ou de organização do
trabalho;
b) utilização de equipamento de proteção individual ‐ EPI.
1.5.5.1.3 A implantação de medidas de prevenção deverá ser
acompanhada de informação aos trabalhadores quanto aos
procedimentos a serem adotados e limitações das medidas de
prevenção.

1.5.5.2 Planos de ação


A organização deve elaborar plano de ação, indicando as medidas
de prevenção a serem introduzidas, aprimoradas ou mantidas,
conforme o subitem 1.5.4.4.5 (classificação de riscos).
Para as medidas de prevenção deve ser definido cronograma,
formas de acompanhamento e aferição de resultados.

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1.5.5.3 Implementação e acompanhamento
das medidas de prevenção
A implementação das medidas de prevenção e respectivos ajustes
devem
ser registrados.
O desempenho das medidas de prevenção deve ser acompanhado
de forma planejada e contemplar:
a) a verificação da execução das ações planejadas;
b) as inspeções dos locais e equipamentos de trabalho; e
c) o monitoramento das condições ambientais e exposições a
agentes nocivos, quando aplicável.

1.5.5.3.2.1 As medidas de prevenção devem ser corrigidas quando


os dados obtidos no acompanhamento indicarem ineficácia em
seu desempenho.

1.5.5.4 Acompanhamento da saúde


ocupacional dos trabalhadores

A organização deve desenvolver ações em saúde ocupacional dos


trabalhadores integradas às demais medidas de prevenção em SST,
de acordo com os riscos gerados pelo trabalho.
O controle da saúde dos empregados deve ser um processo
preventivo planejado, sistemático e continuado, de acordo com a
classificação de riscos ocupacionais e nos termos da NR‐07.

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1.5.5.5 Análise de acidentes e doenças
relacionadas ao trabalho

A organização deve analisar os acidentes e as doenças relacionadas


ao trabalho.
As análises de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho devem
ser documentadas e:
a) considerar as situações geradoras dos eventos, levando em
conta as atividades efetivamente desenvolvidas, ambiente de
trabalho, materiais e organização da produção e do trabalho;
b) identificar os fatores relacionados com o evento; e
c) fornecer evidências para subsidiar e revisar as medidas de
prevenção existentes.

1.5.6 Preparação para emergências


A organização deve estabelecer, implementar e manter
procedimentos de respostas aos cenários de emergências, de
acordo com os riscos, as características e as circunstâncias das
atividades.
Os procedimentos de respostas aos cenários de emergências
devem prever:
a) os meios e recursos necessários para os primeiros socorros,
encaminhamento de acidentados e abandono (de área); e
b) as medidas necessárias para os cenários de emergências de
grande magnitude, quando aplicável.

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1.5.7 Documentação
1.5.7.1 O PGR deve conter, no mínimo, os seguintes documentos:
a) inventário de riscos; e
b) plano de ação.
Os documentos integrantes do PGR devem ser elaborados sob a
responsabilidade da organização, respeitado o disposto nas demais
Normas Regulamentadoras, datados e assinados.
Os documentos integrantes do PGR devem estar sempre
disponíveis aos
trabalhadores interessados ou seus representantes e à Inspeção do
Trabalho.
Inventário de riscos ocupacionais
Os dados da identificação dos perigos e das avaliações dos riscos
ocupacionais devem ser consolidados em um inventário de riscos
ocupacionais.
1.5.7.3.2 O Inventário de Riscos Ocupacionais deve contemplar, no
mínimo, as seguintes informações:
a) caracterização dos processos e ambientes de trabalho;
b) caracterização das atividades (dos trabalhadores e
organização do trabalho);
c) descrição de perigos e de possíveis lesões ou agravos à saúde
dos trabalhadores, com a identificação das fontes ou
circunstâncias, descrição de riscos gerados pelos perigos,
com a indicação dos grupos de trabalhadores sujeitos a esses
riscos, e descrição de medidas de prevenção implementadas;
d) dados da análise preliminar ou do monitoramento das
exposições a agentes físicos, químicos e biológicos e os
resultados da avaliação de ergonomia nos termos da NR‐17.

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e) avaliação dos riscos, incluindo a classificação para fins de
elaboração do plano de ação; e
f) critérios adotados para avaliação dos riscos e tomada de
decisão.
O inventário de riscos ocupacionais deve ser mantido atualizado.
O histórico das atualizações deve ser mantido por um período
mínimo de 20 (vinte) anos ou pelo período estabelecido em
normatização específica.

1.5.8 Disposições gerais do


gerenciamento de riscos ocupacionais

1. Sempre que várias organizações realizem, simultaneamente,


atividades no mesmo local de trabalho devem executar ações
integradas para aplicar as medidas de prevenção, visando à
proteção de todos os trabalhadores expostos aos riscos
ocupacionais.
2. O PGR da empresa contratante poderá incluir as medidas de
prevenção para as empresas contratadas para prestação de
serviços que atuem em suas dependências ou local previamente
convencionado em contrato ou referenciar os programas das
contratadas.
3. As organizações contratantes devem fornecer às contratadas
informações sobre os riscos ocupacionais sob sua gestão e que
possam impactar nas atividades das contratadas.
4. As organizações contratadas devem fornecer ao contratante o
Inventário de Riscos Ocupacionais específicos de suas atividades
que são realizadas nas dependências da contratante ou local
previamente convencionado em contrato.

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Implementação do GRO

• Análise inicial
• Definição dos critérios e procedimentos para avaliar riscos
• Construção da 1ª. versão do Inventário de Riscos Ocupacionais (por
unidade de trabalho), com base nos dados disponíveis e enfoque
qualitativo
• Legislação aplicável e conformidade legal
• Revisão da literatura (processo, riscos e controles)
• Revisão do PCMSO (serviço próprio ou contratado) Elaboração e
aprovação do Plano de Ação (anual)
• Execução, acompanhamento e avaliação das ações planejadas
(contratar serviços externos se necessário)
• Construção da 2ª. versão do Inventário de Riscos Ocupacionais, e
revisão do Plano de Ação ... e assim por diante!
• Avaliações aprofundadas dos riscos
• Controle dos riscos (conforme estabelece NR 01)
• Ações para implementar elementos da estrutura do GRO
• Organizações com sistemas de gestão da segurança e saúde no
trabalho (SGSST) certificados ou equivalentes

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Implementação do GRO – organizações sem
SESMT
• MEI
• ME e EPP (critério legal)
• Pequena e Média Empresa
• Microempreendedor Individual (MEI)
• Maioria são atividades de baixo risco. Ex. de exceção: Pintor
• Pode ter até um empregado.
• Dispensado do PGR e PCMSO, mas receberá orientação
preventiva.
• Deve ser incluído no programa de gerenciamento de riscos
da contratante (serviços continuados)
• Obs. Mesma abordagem pode ser aplicada ao profissional
Pessoa Jurídica

Microempresa (ME) e Empresa de


Pequeno Porte (EPP) – grau de risco 1 e 2
• 1.8.4 As microempresas e empresas de pequeno porte,
graus de risco 1 e 2, que no levantamento preliminar de
perigos não identificarem exposições ocupacionais a
agentes físicos, químicos e biológicos, em conformidade
com a NR9, e declararem as informações digitais na forma
do subitem 1.6.1, ficam dispensadas da elaboração do PGR.
• 1.8.6 O MEI, a ME e a EPP, graus de risco 1 e 2, que
declararem as informações digitais na forma do subitem
1.6.1 e não identificarem exposições ocupacionais a agentes
físicos, químicos, biológicos e riscos relacionados a fatores
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ergonômicos, ficam dispensados de elaboração do
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional ‐
PCMSO.

1.8 Tratamento diferenciado ao


Microempreendedor Individual ‐ MEI, à
Microempresa ‐ ME e à Empresa de
Pequeno Porte ‐ EPP

1.8.3 As microempresas e empresas de pequeno porte que não


forem obrigadas a constituir SESMT e optarem pela utilização de
ferramenta(s) de avaliação de risco a serem disponibilizada(s) pela
SEPRT, em alternativa às ferramentas e técnicas previstas no
subitem 1.5.4.4.2.1, poderão estruturar o PGR considerando o
relatório produzido por esta(s) ferramenta(s) e o plano de ação.

E as organizações de pequeno e médio


porte (ou PME), com perigos e riscos
relevantes, que não possuem SESMT?

• Proposta de um modelo de estratégia de estabelecer e


manter um programa de gerenciamento de riscos
ocupacionais em pequenas e médias empresas (PME).
Pressupostos do modelo

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• A PME contrata serviços externos de SST constituído por
equipe multidisciplinar.
• O serviço externo atende todas as necessidades de SST,
incluindo aspectos trabalhistas e previdenciários.
• A equipe contratada presta executa apenas serviços técnicos
especializados e
formaliza o gerenciamento de riscos ocupacionais
(documentação).
• A tomada de decisão e implementação das ações não
especializadas é responsabilidade da contratante, a equipe
externa apenas assessora.

Princípios adotados
• Abordagem integrada de todos os riscos e aspectos de SST.
• Avaliação gradual dos riscos, com adoção de medidas
preventivas sempre que as informações disponíveis
permitirem.
• Participação dos trabalhadores no processo.
• Processo de melhoria contínua.
• Comprometimento do empregador ou responsável pela
PME.
• Documentação simplificada.

Documentação básica
• Nível estratégico: “manual do PGR” (não exigido legalmente,
função didática)
• Nível operacional: Procedimentos (para atividades críticas)
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• Nível tático: Plano de Ação (e outros subprogramas, quando
necessário)
• Registros: Inventário de Riscos Ocupacionais, relatórios
técnicos e registros de inspeções.
Pressupostos do modelo
• O serviço externo especializado em SST deve dispor,
antecipadamente, de:
• Modelo de PGR que pode ser customizado para cada tipo de
empresa.
• Proposta de critérios e procedimentos para conduzir o
processo de avaliação de
riscos (com aprovação da contratante).
• Modelos de Inventário Geral de Riscos e Plano de Ação, com
possibilidade de adaptação ao contexto da contratante.
• Listas de verificação por classe de perigos ou fatores de risco,
etc.

Etapas para implementar o PGRO


• 1. Sensibilização e negociação.
Resultado: contrato com papéis e obrigações bem definidos.
• 2. Preparação e diagnóstico inicial das condições de trabalho
Resultado: Plano de Ação Emergencial.
• 3. Estrutura para o gerenciamento de riscos ocupacionais –
política e organização Resultado: Manual do PGR (com
função didática)
• 4. Processo de avaliação de riscos e de conformidade legal
Resultado: Relatórios técnicos e 1ª. Versão do Inventário de Riscos
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• 5. Comunicação de riscos e tomada de decisão
Resultado: Plano de Ação (sugestão: anual, com previsão de
recursos $)
• 6. Implementação e acompanhamento por parte da
empresa
Resultado: registros
• 7. Avaliações de risco aprofundadas (equipe externa)
Resultado: Relatórios técnicos e 2ª. Versão do Inventário de Riscos
• 8. Verificação e ação corretiva (empresa e equipe externa)
Resultado: Registros e atualizações do Inventário e Plano de
Ação
• 9. Revisão geral do processo a cada dois anos.
O que favorece o sucesso do PGR
• O comprometimento do empregador e uma política que vai
além da conformidade legal.
• Qualidade do serviço prestado e indicação de alternativas
para controle dos riscos.
• Processo participativo, com envolvimento de todas as partes
interessadas.

Nível de Risco (Hierarquia)

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Identificação de perigos e análise e riscos
• Identificar perigos (enquanto fonte de risco)
• Indicar o evento perigosos (incidente), exposição a agentes
nocivos ou exigências da atividade
• Indicar as lesões e agravos à saúde (mais críticas)
• Listar causas ou fatores determinantes do evento, exposição
ou exigência da atividade (fontes e circunstâncias).
• Indicar os trabalhadores expostos e condições de exposição.
• Listar as medidas de controle existentes / analisar eficácia.

Estimativa do nível de risco usando matriz


de risco

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BS 8800 (1996): Anexo D – Avaliação de
Riscos

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Critérios para estimar a severidade ou
gravidade da consequência

Estimativa a do risco: severidade ou


gravidade da consequência
Índices de severidade ou gravidade do dano a saúde (genérico)
• 1. Lesão leves sem necessidade de atenção médica,
incômodos ou mal-estar.
• 2. Lesão ou doença séria reversível.
• 3. Lesão ou doença crítica irreversível que pode limitar a
capacidade funcional.
• 4. Lesão ou doença incapacitante ou mortal.
• 5. Mortes ou incapacidades múltiplas.

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Gradação da Probabilidade (ou chance de ocorrer)
• Escala (nominal, ordinal, intervalo etc.) baseada em dados
• Quantitativos (cálculos probabilísticos ou medições)
• Semiquantitativos (Observações + estimativas, modelagem)
• Qualitativos (baseado em observações)

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Classificação dos riscos e ações necessárias

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Etapas para o processo de avaliação de
riscos
I. Preparação
II. Caracterização do estabelecimento e definição de unidades
de trabalho
III. Verificação da conformidade legal e levantamento
preliminar de perigos
IV. Processo de avaliação de riscos por unidade de trabalho
V. Redação e revisão do Inventário de Riscos Ocupacionais
VI. Comunicação para as partes interessadas
VII. Planejamento do processo de avaliação
VIII. Critérios de risco e procedimentos:
• Estimar a probabilidade (P)
• Estimar a severidade (S)
• Definir nível de risco (R)
• Classes de riscos e priorização de ações
• Ferramentas para identificar perigos e avaliar riscos

Documentação a ser reunida e analisada

• Documentos relativos a PPRA e PCMSO anteriores


• Relatórios de avaliações de exposições
• LTCAT, PPP
• Mapa de riscos e atas da CIPA
• Relatórios de investigação de acidentes e doenças
ocupacionais
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• Inventário de produtos químicos
• Fichas de dados de Segurança / FISPQ
• Relatórios de análise ergonômica
• Dados sobre recursos humanos
• Ações e Perícias judiciais...
• Programas já implementados etc.

Identificação de perigos e avaliação de riscos


deve indicar:
• Perigos (enquanto fonte de risco)
• Evento perigoso (incidente), exposição a agentes nocivos ou
exigência da atividade
• Lesões e agravos à saúde (mais críticas)
• Causas ou fatores determinantes do evento, exposição ou
exigência da atividade (fontes e circunstâncias).
• Trabalhadores expostos e condições/perfil de exposição.
• Medidas de controle existentes e eficácia das mesmas.
• Estimativa da probabilidade, severidade e nível de risco.
• Classificação do risco
• Por processo produtivo ou operação
• Por função ou grupo funcional
• Por tarefa ou atividade
• Por tipo de perigo
• Caracterização do estabelecimento e definição de unidades
de trabalho
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• Visão geral de processos e áreas de trabalho (fluxogramas,
leiautes)
• Dados gerais sobre recursos humanos e organização do
trabalho
• Definição de unidades de trabalho (abordagem sugerida)
• Organização administrativa do estabelecimento
• Unidades de trabalho X perigos e riscos ocupacionais

Definição de unidades de trabalho


• Fatores que influenciam na definição de unidades de
trabalho:
• Porte do estabelecimento
• Complexidade do processo produtivo
• Natureza do processo produtivo
• Organização do trabalho
• Natureza dos perigos e riscos
• Uma unidade de trabalho pode ser ainda mais específica:
• Função
• Grupo de Exposição ou Risco Similar
• Atividades especiais não rotineiras, mas com reservas...
• Grupo de exposição similar (GES) é uma abordagem da
Higiene Ocupacional.
Em termos práticos é difícil encontrar um grupo de
trabalhadores expostos similarmente a TODOS os perigos ou
fatores de risco.

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Levantamento ou análise preliminar de
riscos

Perigos / Riscos inaceitáveis


• Condição ou situação potencial de lesões ou agravos severos
sem adoção de
qualquer medida de controle ou requisito legal
• Condição ou situação em que há prevalência de lesões ou
agravos
• Condição ou situação em que os riscos são altos e podem ser
facilmente eliminados
ou controlados com medidas simples.
• Documentar o processo (ainda não é o Inventário de Riscos
Ocupacionais) –
registros intermediários
• Adotar prontamente as medidas de controle

As bases legais do Inventário de Riscos


Ocupacionais…

NR 01 estabelece
• 1.5.7.1 O PGR deve conter, no mínimo, os seguintes
documentos:
• a) inventário de riscos; e
• b) b) plano de ação.
• 1.5.7.2 Os documentos integrantes do PGR devem ser
elaborados sob a responsabilidade da organização,

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respeitado o disposto nas demais Normas
Regulamentadoras, datados e assinados.
• 1.5.7.2.1 Os documentos integrantes do PGR devem estar
sempre disponíveis aos trabalhadores interessados ou seus
representantes e à Inspeção do Trabalho.

1.5.7.3 Inventário de riscos ocupacionais

• 1.5.7.3.1 Os dados da identificação dos perigos e das


avaliações dos riscos
ocupacionais devem ser consolidados em um inventário de
riscos ocupacionais.
• Observação: isto não exclui a necessidade de se elaborar e
manter registros (relatórios) de identificação de perigos e
avaliação de riscos previstos nas demais NR, especialmente
pelas NR 09 e NR 17.
• 1.5.7.3.3 O inventário de riscos ocupacionais deve ser
mantido atualizado.
• 1.5.7.3.3.1 O histórico das atualizações deve ser mantido por
um período mínimo de 20 (vinte) anos ou pelo período
estabelecido em normatização específica.

O inventário de riscos não é laudo técnico!!


• É uma ferramenta administrativa (de gerenciamento de
riscos) que integra e sintetiza as informações sobre avaliação
e controle de risco;

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• Indica a necessidade/prioridade de adoção de medidas
preventivas; e comunica riscos para diferentes partes
interessadas.

A sua elaboração necessita apoio ou assessoria de especialistas


em Segurança e Saúde no Trabalho!!!

1.5.7.3.2 O Inventário de Riscos Ocupacionais deve contemplar,


no mínimo, as seguintes informações:
• a) caracterização dos processos e ambientes de trabalho;
• b) caracterização das atividades;
• c) descrição de perigos e de possíveis lesões ou agravos à
saúde dos trabalhadores, com a identificação das fontes ou
circunstâncias, descrição de riscos gerados pelos perigos,
com a indicação dos grupos de trabalhadores sujeitos a
esses riscos, e descrição de medidas de prevenção
implementadas;
• d) dados da análise preliminar ou do monitoramento das
exposições a agentes físicos, químicos e biológicos e os
resultados da avaliação de ergonomia nos termos da NR‐17.
• e) avaliação dos riscos, incluindo a classificação para fins de
elaboração do plano de ação; e
• f) critérios adotados para avaliação dos riscos e tomada de
decisão.

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Sistematização dos dados disponíveis para a unidade (histórico
resumido)
• Avaliações da exposição a agentes ambientais
• Estatísticas e investigações de acidentes e doenças
ocupacionais
• Análises ergonômicas (síntese das conclusões)
• Relatórios analíticos do PCMSO
• Percepção de riscos dos trabalhadores

Controle de Riscos Ocupacionais


• 1.5.4.4.5 Após a avaliação, os riscos ocupacionais devem ser
classificados, observado o subitem 1.5.4.4.2, para fins de
identificar a necessidade de adoção de medidas de
prevenção e elaboração do plano de ação.
• Mas, considerando o princípio da avaliação de riscos
gradativa pode ser necessário aprofundar o processo de
avaliação.

Incerteza da estimativa do risco x


necessidade de avaliações aprofundadas
GRAU DE INCERTEZA DA AVALIAÇÃO DO RISCO:
Estimativas incertas exigem a realização de avaliações de risco
mais aprofundadas.
• Certa (0) – há dados qualitativos ou quantitativos suficientes
para sustentar as estimativas: não há necessidade de
aprofundar as avaliações

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• Incerta (1) – ex. há dúvidas quanto à estimativa da
probabilidade: é necessário aprofundar as avaliações
• Altamente incerta (2) – ex. há dúvidas sobre quais são a
possíveis consequências e respectivas probabilidades: é
necessário aprofundar as avaliações

NR 01 estabelece que o processo de controle


de riscos envolve
1.5.5.2. Planos de ação
• 1.5.5.3 Implementação e acompanhamento das medidas de
prevenção
• 1.5.5.4 Acompanhamento da saúde ocupacional dos
trabalhadores
• 1.5.5.5. Análise de acidentes e doenças relacionadas ao
trabalho
• 1.5.6. Preparação para emergências
NR 01 também estabelece
• 1.4.1 Cabe ao empregador:
• a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e
regulamentares sobre segurança e
saúde no trabalho;
• b) informar aos trabalhadores:
• I. os riscos ocupacionais existentes nos locais de trabalho;
• II. as medidas de prevenção adotadas pela empresa para
eliminar ou reduzir tais riscos;

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• III. os resultados dos exames médicos e de exames
complementares de diagnóstico aos quais os próprios
trabalhadores forem submetidos; e
• IV. os resultados das avaliações ambientais realizadas nos
locais de trabalho.
• c) elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no
trabalho, dando ciência aos trabalhadores;
• d) permitir que representantes dos trabalhadores
acompanhem a fiscalização dos preceitos legais e
regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho;
• e) determinar procedimentos que devem ser adotados em
caso de acidente ou doença relacionada ao trabalho,
incluindo a análise de suas causas;
• f) disponibilizar à Inspeção do Trabalho todas as informações
relativas à segurança e saúde no trabalho; e
• g) implementar medidas de prevenção, ouvidos os
trabalhadores, de acordo com a seguinte ordem de
prioridade:
• I. eliminação dos fatores de risco;
• II. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção
de medidas de proteção coletiva;
• III. minimização e controle dos fatores de risco, com a
adoção de medidas administrativas ou de organização do
trabalho; e
• IV. adoção de medidas de proteção individual.

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Hierarquia das medidas de controle
1. PERIGO
2. RISCO
3. ELIMINAR O PERIGO OU O RISCO
4. SUBSTITUIR O PERIGO OU O RISCO
5. SOLUÇÃO DE ENGENHARIA PARA O PROBLEMA
6. INTRODUZIR CONTROLES ADMINISTRATIVOS
7. FORNECER EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Etapas do processo de controle


• Definir um padrão (planejamento)
• Implementar e operar
• Verificar a conformidade com o padrão
• Atuar corretivamente
• Definir o padrão observando-se os requisitos legais e as
melhores práticas, de acordo com a política de SST definida
pela organização

Processo de controle

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Controles de engenharia / medidas coletivas
Requerem mudanças físicas nos locais de trabalho
• Exigem manutenção (preventiva, corretiva)
• Acompanhamento
• Inspeções (com base em listas de verificação)
• Monitoração de parâmetros técnicos, de emissões,
exposições etc.
• Avaliação de resultados
• % de conformidade, parâmetro/valor de referência

Controles administrativos e práticas de trabalho


Requerem que trabalhadores e empregadores façam algo
(comportamento)
• Procedimentos gerais e procedimentos específicos
• Acompanhamento
• Inspeções (observação de comportamentos)
• Avaliação de resultados
• % de conformidade com o padrão
• Formação (capacitação, treinamento) é uma forma de
controle administrativo
• Acompanhamento
• Cursos realizados e número de trabalhadores capacitados
Avaliação de resultados
• Aplicação (mudanças de práticas de trabalho, atitudes)

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Equipamentos de proteção individual
Requerem que os trabalhadores usem alguma coisa
• EPI de uso continuado e EPI para tarefas específicas
Acompanhamento
• Inspeções (observação do uso, manutenção e higiene etc.)
Avaliação de resultados
• % de conformidade com o padrão
• Ensaios específicos (ex. proteção respiratória)

Objetivos de SST (mínimos)

• Manter a conformidade com requisitos legais (100% dos


requisitos aplicáveis)
• Avaliar em profundidade todos os riscos considerados
incertos (100%).
• Identificar perigos e avaliar riscos para todas as situações
mudanças (100%).
• Controlar todos os riscos a níveis aceitáveis ou toleráveis
(considerando os requisitos legais).
• Analisar todos os acidentes e doenças relacionadas ao
trabalho.
• Manter PCMSO atualizado.
• Preparar e manter plano de resposta para as possíveis
emergências.
• Manter atualizado o Inventário de Riscos e Plano de Ação.

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• Consultar e comunicar os trabalhadores sobre riscos
existentes (100% trabalhadores consultados e informados)
• Comunicar riscos para contratantes e contratadas (100%
informadas).
• Manter competências para o gerenciamento de riscos
ocupacionais (100% trabalhadores capacitados)

Referências
• Norma Regulamentadora Nº 01 – Disposições gerais e
Gerenciamento de riscos ocupacionais – Portaria SEPRT nº
6.730, de 9 de março de 2020
• Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional –
ABNT NBR ISO 45001:2018
• Sistemas de Gestão de Riscos - ABNT NBR ISO 31000:2009
• Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança Industrial – BS
8800:1996

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