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PROJETO

DE VIDA 2º
ANO

GUIA DO EDUCADOR

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ESTADO DE ALAGOAS
SECRETARIA DE ESTADO
DA EDUCAÇÃO

JOSÉ RENAN VASCONCELOS JACIELMA PEREIRA LEITE


CALHEIROS FILHO Gerente de Desenvolvimento
Governador do Estado de Alagoas Educacional

FÁBIO GUEDES GOMES DANIELLY VERÇOSA SILVA


Secretário de Estado da Educação de Gerente das Modalidades e
Alagoas Diversidades da Educação Básica

RICARDO LISBOA MARTINS FABIANA ALVES


Superintendente de Políticas DE MELO DIAS
Educacionais Gerente da Educação Básica

ROSEANE FERREIRA DANIEL MELO MACEDO


VASCONCELOS Supervisor do Ensino Médio
Superintendente da Rede Estadual de
Educação NILMA THESINHA
DOS SANTOS
WILANY FELIX BARBOSA Supervisora de Políticas de Educação
Superintendente do Sistema Estadual Profissional e Tecnológica
de Educação

ANDREIA LUIZA
ALVES DE OLIVEIRA
Gerente da Educação Profissional e
Ensino Superior

COLABORAÇÃO DE Cícera Meireles dos Santos


REDAÇÃO Clarissa Rodrigues Pereira
Daniel Melo Macedo Cláudia Luisa Brandão Sotto
Danielly Verçosa Silva Cristiane Gomes de Souza
Cristiane Maria das Chagas Souza
Cristina de Fátima da Silva
EQUIPE TÉCNICA Denilma Diniz Botelho
Adriana Alves Salles Edeilda Severino da Silva
Ana Cristina Marques dos Santos Edineide Soares Carvalho
Ana Lúcia Ferreira da Silva Edma Alves Afonso Sotero
Ana Maria do Nascimento Silva Edneide Anselmo Farias
Ana Maria Souza de Oliveira Edvaldo Albuquerque dos Santos
Andréa Alves Couto Vanderlei Égide Jane de Amorim
Andréa Alves do Nascimento Santos Eline da Silva
Angela Maria Vasco Eraldo Santos de Melo
Bernadete Fernandes de Araújo Eva Maria Silva Ferreira

PROJETO DE VIDA 2
Gildimar Guilherme da Silva Maria do Socorro Ferreira Coelho
Helena Lemos Souza Melo Maria José da Rocha Siqueira
Iranildo da Costa Santos Maria José Silva da Hora
Izaura Cristina G. da Silva Medeiros Maria Luciana Pereira da Silva
Jailma Pereira Bispo Rodrigues Maria Madalena Curaçá de Araújo
Jailson Barbosa Costa Maria Vanúzia da Silva
Jair do Nascimento Porto Maria Verônica Barbosa Pinto
Jeane Cristina Rodrigues do Marilda Basílio S. Silva
Nascimento Marília Santos de Gusmão Martins
Jefferson Vitoriano Cunha Marta Maria Teixeira
Jennifer Patrícia de Araujo Nádia Gomes de Araújo
João Maria Fernandes Pereira Noélia Paula de Souza Reis Fonseca
Josafá Ferreira Campos Patrícia Francisca Batista da Silva
José Claudino da Silva Filho Pollyanna Vieira Nemézio
José Clebson dos Santos Quitéria Rosa Pereira Oliveira
Josineide Melo Machado Nascimento Radijalma Ferreira de Lima
Juliane dos Santos Medeiros Ricardo Alves da Silva Santos
Jussimare Cipriana da Silva Rosa Patrícia da Silva Santos
Kátia Almeida Cadengue Rosilma Ventura da Silva
Laudenice Maria Lins Rossane Romy Pinheiro de Almeida
Leônia Oliveira da Silva Batista
Lúcia Pedro dos Santos Rozilene Belo dos Santos
Márcia Cristina Batista da Silva Rute de Cássia Bezerra da Silva
Maria Andra da Silva Sebastião Ferreira Palmeira Júnior
Maria Aparecida da Costa Soraia Maria da Silva Nunes
Maria Aparecida Silva dos Santos Suzy Clea Lisboa Melo
Maria Arlene do Nascimento Tamara Tatyana Araujo
Maria Betânia Apratto Cavalcante dos Tássia Dalianne Nery Silva
Santos Vanessa dos Anjos Tenório
Maria da Glória Alves da Silva Virgínia Moura Miller
Maria da Penha Torquato Viviane Marcos V. de Oliveira Ferreira
Maria de Fátima B. de Andrade

COLABORAÇÃO DE
DIAGRAMAÇÃO
Assessoria de Comunicação –
ASCOM/SEDUC

CONSULTORIA
Hanna Cebel Danza
Marco Antonio Morgado da Silva
Lumaira Marques

PROJETO DE VIDA 3
Educadores de Alagoas,
É com grande satisfação que os apresentamos
e convidamos a conhecer o Projeto de Vida,
aqui representado por um conjunto de materiais
didáticos que permite o desenvolvimento de
práticas pedagógicas cujo objetivo consiste no
desenvolvimento de competências e habilidades
dentro do escopo da multidimensionalidade (pessoal,
social e profissional) como premissa para a educação
integral e com foco no protagonismo das juventudes
do ensino médio. Tal proposta foi estruturada para
agregar à temática enquanto componente curricular
e com carga horária específica no decorrer dos anos
que integram o Ensino Médio.

A jornada de ensino e aprendizagem do Projeto de


Vida se divide nos três anos do ensino médio, podendo
ser adaptada para outros tempos de organização
da oferta e atende ao que está estabelecido na Lei
13.415/2017 e na Base Nacional Comum Curricular.
Este produto foi resultado de um longo trabalho de
estudo e escrita que envolveu técnicos da Secretaria
de Estado da Educação de Alagoas, do Instituto Sonho
Grande e pesquisadores do assunto no Brasil ao longo
do desafiador ano de 2020.

Este material apresenta um grande percurso


pedagógico, com orientações didáticas,
apontamentos teóricos e suporte socioemocional
que busca articular as dimensões pessoal, cidadã
e profissional dos estudantes, consolidando seu
protagonismo e colocando em outro patamar o papel
do Ensino Médio na educação alagoana. A cada ano
serão trabalhados temas essenciais à experiência das
juventudes e sua potencialidade para a concretização
da vida futura, com autonomia e responsabilidade.

PROJETO DE VIDA 4
Autoconhecimento e Identidade; Convivência e
Participação; Escolha e Planejamento; Engajamento
e Transformação são alguns dos temas que darão
sentido a cada aula de Projeto de Vida.

Nesse empreendimento desafiador, e na certeza


do compromisso que os educadores de Alagoas
sempre demonstraram ao longo da história, os
convidamos a investir em uma experiência escolar
para além dos conhecimentos científicos e que lance
um olhar efetivo para os afetos e para a convivência
familiar e comunitária de forma respeitosa, tolerante,
solidária e colaborativa na construção de um
futuro próspero com senso de pertencimento
e engajamento social. Assim, esperamos que
aproveitem esta vivência de forma intensa, auxiliando
os estudantes na compreensão e construção dos seus
Projetos de Vida, promovendo debates e conversas
profícuas e acolhedoras.

É com imensa satisfação que os recebemos nesta


jornada, na esperança de juntos construirmos uma
realidade cada vez mais feliz.

PROJETO DE VIDA 5
SUMÁRIO
BLOCO 1: Autoconhecimento e Identidade 8

TEMA: Autoconhecimento

Aula 1 - Autoconceito 8

Aula 2 - Autoestima, autocuidado e cuidado com o outro 16

Aula 3 - Potencialidades, vulnerabilidades e feedback 24

Aula 4 - Padrões estéticos e autoestima 32

Aula 5 - Padrões estéticos e autoestima 41

Aula 6 - Redes sociais e autoestima 47

Avaliação em Projeto de Vida 1 60

BLOCO 2: Convivência e participação 61

TEMA: Cidadania e Política

Aula 1 - Cidadania e política 61

Aula 2 - Teoria da Ação Comunicativa,


direitos humanos e procedimentos de deliberação política 74

Aula 3 - Práticas de cidadania 84

Aula 4 - Declaração Universal dos Direitos Humanos 93

Aula 5 - Cidadania e política 103

Aula 6 - Declaração Universal dos Direitos Humanos 111

Avaliação em Projeto de Vida 2 119

PROJETO DE VIDA 6
BLOCO 3: Escolha e Planejamento 120

TEMA: Campo de possibilidades e escolha profissional

Aula 1 - Autoconhecimento e tomada de decisão 120

Aula 2 - Carreiras profissionais e propósito de vida 127

Aula 3 - Carreiras profissionais e propósito de vida 139

Aula 4 - Escolhas equivocadas e acertadas,


planejamento da carreira profissional 146

Aula 5 - Limites e oportunidades sociais


na realização do projeto de vida; meritocracia 154

Aula 6 - Tomada de consciência sobre as escolhas 167

Avaliação em Projeto de Vida 3 174

BLOCO 4: Engajamento e transformação 175

TEMA: Transformação social

Aula 1 - Papel do jovem na transformação social,


perfil de comportamento sobre projeto de vida, fontes e
estratégias para a construção de projetos de vida 175

Aula 2 - Protagonismo Juvenil 185

Aula 3 - Processo criativo 194

Aula 4 - As artes como ferramenta de transformação social;


conceito de arte contemporânea 204

Aula 5 - Arte e engajamento social; arte como


fonte de projetos de vida 214

Aula 6 - Gênero textual do manifesto e projeto de vida 222

Avaliação em Projeto de Vida 4 230

PROJETO INTERDISCIPLINAR 2º ANO: “Projeto Social” 231

PROJETO DE VIDA 7
PROJETO DE VIDA
2º ANO
GUIA DO EDUCADOR TEMA 1
TEMA: AUTOESTIMA
AULA 1
TÍTULO: AUTOCONCEITO

O que faremos hoje?

Bloco 1 Autoconhecimento e identidade

Tema Autoestima

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis,


para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e
decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos,
a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito
local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao
Competências cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
gerais da BNCC 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e
emocional, compreendendo-
se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos
outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

Reconhecer os valores, pensamentos, sentimentos e hábitos e


regular as próprias condutas.
Habilidades de
Projeto de Vida Compreender que a autoestima é influenciada por fatores
subjetivos e socioculturais e ser capaz de elaborar uma
representação positiva de si mesmo.

Objeto de
Autoconceito
conhecimento

Tempo de aula 120 minutos

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 1 8


O que dizem os estudiosos?

Assim como elaboramos conceitos sobre


o mundo físico e social com a finalidade de
compreendê-lo e explicá-lo, conceituamos a nós
mesmos.

O autoconceito engloba o
conhecimento e a avaliação que
formulamos sobre nós, não só em
relação às características físicas,
mas também psicológicas, sociais
e comportamentais
(DAMON; HART, 1988; HARTER, 2012; SILVA, 2020).

O julgamento valorativo que fazemos dessas


características e que gera um sentimento positivo
ou negativo é o que denominamos autoestima. A
autoestima é, portanto, o valor que cada indivíduo
atribui a si de um modo geral ou a algumas de
suas características, podendo essa valoração ter
valência positiva ou negativa. Dizemos que uma
pessoa possui autoestima positiva quando, em geral,
atribui valor positivo a si mesma. Ao contrário, uma
pessoa com autoestima baixa costuma atribuir valor
negativo a si.

O autoconceito é uma construção intersubjetiva,


ou seja, é algo que cada sujeito constrói na interação
com outras pessoas e com a cultura na qual está
inserido. Sua formulação, portanto, resulta de um
procedimento pessoal de reflexão sobre si e sobre
o mundo, e de escolhas pessoais, ao mesmo tempo
em que recebe forte influência do meio externo,
seja pela da percepção que outros indivíduos fazem

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 1 9


de nós, seja pelos valores, modos de vida e demais
referências culturais socialmente estabelecidas
(DAMON; HART, 1988; HARTER, 2012; SILVA, 2020).

Felizmente, da mesma maneira que


construímos o autoconceito e a autoestima,
também podemos reformulá-los ao longo da vida,
potencializando nossas principais características em
busca do projeto de vida.

Como é que se faz?

Organizando a aula
Esta é a primeira aula do tema Autoestima,
que compõem o Bloco 1. Autoconhecimento e
Identidade. Inicie-a explicando aos estudantes que as
próximas aulas serão dedicadas a abordar questões
ligadas a essa temática que compõe o Bloco 1
- Autoconhecimento e Identidade. Exponha as
habilidades e o conteúdo central da aula.

Despertando o interesse
Solicite que observem a imagem e, em seguida,
respondam à questão proposta, individualmente.
Estimule que alguns estudantes compartilhem suas
respostas e faça uma lista coletiva das características
que utilizaram como justificativa para suas escolhas.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Para esta atividade, os estudantes devem
responder individualmente às questões.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 1 10


Posteriormente, solicite a formação de
pequenos grupos, de 4 estudantes, e dê um
tempo para que eles cheguem a um consenso nas
questões propostas - com exceção da figura do(a)
namorado(a). Instigue-os a formular argumentos
para justificar suas inclinações. Caminhe pela sala e
fique atento para que não seja imposta a opinião de
um sobre os demais.

Em seguida, abra uma roda de conversa. Peça


para que apresentem suas escolhas e justificativas.
Tente fazer com que a turma toda chegue a
um consenso sobre as escolhas, estimulando o
mesmo movimento de argumentação entre eles.
Espera-se que nesse momento alguns estudantes
problematizem os padrões e estereótipos sociais
mobilizados nas seleções. É importante ressaltar
que alguns papéis têm estereótipos construídos
socialmente e problematizar o quanto essas
escolhas podem estar condicionadas por padrões
sociais sobre aspectos como beleza e status
social. É esperado que não haja consenso entre as
características físicas e que as qualidades/valores
prevaleçam no momento da triagem .

Segue o gabarito para auxiliá-lo na condução do


debate:
1 - Resposta pessoal. Os estudantes listarão as
características físicas das pessoas escolhidas.
Pode ser que apareçam outras características,
como por exemplo: aparenta estar feliz, ser
estudioso, parece autoconfiante, entre outras.
2 - Sugira que eles recordem os valores
trabalhados no 1º ano (Tema: autorregulação e
transformação de si). Pode ser que listem:
● Presidente da multinacional: responsabilidade,
saber dialogar, seriedade, prudência, sabedoria,
entre outras.
● Modelo: respeito, responsabilidade, paciência,
empatia, confiança, entre outras.
● Agente de segurança: responsabilidade,

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 1 11


coragem, prudência, confiança, seriedade,
entre outras.
● Amigo(a): Lealdade, honestidade, sinceridade,
saber dialogar, saber ouvir, entre outras.
● Namorado(a): Lealdade, honestidade,
sinceridade, saber dialogar, saber ouvir, entre
outras.

Atividade 2
Faça a leitura coletiva do texto, com pausas
para verificar a compreensão dos estudantes.

Dê um tempo para que os alunos preencham


as lacunas e fique à disposição em caso de dúvidas.
Reforce a importância do silêncio para que possam
se conectar consigo mesmos.

Para finalizar, abra uma roda de conversa.


Estimule que se sintam confortáveis em ler suas
respostas, deixando claro que haverá respeito
ao ouvi-las. Mesmo aqueles que não quiserem
compartilhar suas respostas, devem ser estimulados
a participar das reflexões gerais.

Após ouvir alguns estudantes, pergunte quais


foram os pontos em comum entre os resultados .
Também questione quais foram as principais diferenças
observadas. É importante que eles identifiquem o valor
das diferentes perspectivas que cada um tem de si, bem
como o quanto o outro pode ser parecido conosco e,
inclusive, nos servir de inspiração.

Registrando o aprendizado

Atividade 3
Para finalizar a aula, peça para que os
estudantes realizem a atividade 3. Sugira que
escrevam as frases em notas adesivas ou em uma
folha de caderno que possam recortar e, em casa,
colar, em ambientes estratégicos. Algumas frases

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 1 12


também podem ficar expostas no mural da sala de
aula.

Vamos falar de educação


socioemocional?

A autoestima se forma pela combinação de dois


processos complementares, um interno e outro mais
externo. O interno é mais pessoal e subjetivo, um
espelho voltado para dentro. Já o externo é mais social
e objetivo, um espelho criado pelo mundo de fora.

Um bom exercício para você se preparar


emocionalmente para o trabalho com autoestima é
exatamente reconhecer onde seu mundo interno –
pensamentos e sentimentos – se diferencia do seu
mundo externo – comportamentos e ações.

Quando seus pensamentos e sentimentos

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 1 13


estão integrados com seus comportamentos e
ações, sua autoestima apresenta congruência.

CONGRUÊNCIA

É o sentimento de que seu mundo interno -


pensamentos e sentimentos - estão em harmonia
com seu mundo externo - comportamentos e
ações.

Quando uma pessoa sente que seu


comportamento e suas ações refletem quem ela é,
como pensa e se percebe, expressando sua verdade
e autenticidade, ela está congruente com sua
natureza.

Por outro lado, quando seus pensamentos


e sentimentos apontam para uma direção e seus
comportamentos e ações apontam para outra, sua
autoestima apresenta incongruência: sentimento
de desencaixe entre como você se enxerga e como
reconhece que é percebido.

Na sala de aula, uma prática bem útil é


estimular os alunos a identificarem seu PENSAR e seu
SENTIR, mostrando que cada um deles reflete uma
parte de quem somos.

Vamos a alguns exemplos:

Aponte para a cabeça do aluno e pergunte “O


que tá passando aí dentro?”. Exercício que estima
identificação do PENSAR.

E, em seguida, sintetize a resposta do aluno,


nomeando aquilo como um pensamento:

“Ah, então o seu PENSAR é que....”

Para identificar o SENTIR, pergunte “O que tá


passando aí dentro?” apontando para o coração,
respiração, ou alguma parte do corpo que aparente
estar exaltada.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 1 14


E, em seguida, sintetize a resposta do aluno,
nomeando aquilo como um sentimento:

“Que legal, então o seu SENTIR é como se....”

Que tal aprender mais?

O autoconceito de adolescentes escolares.

Neste artigo, as autoras apresentam os


resultados de uma pesquisa sobre autoestima
desenvolvida com adolescentes estudantes do
Ensino Médio da cidade de João Pessoa (PB), que
avaliou a automestima em relação às variáveis
sexo, idade e tipo de escola (públicas ou privadas).
SALDANHA, A. A. W.; OLIVEIRA, I. C. V.; AZEVEDO,
R. L. W. O autoconceito de adolescentes escolares.
Ribeirão Preto, Paidéia, v.21, n.48, p.9-19, 2011.

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Referências Bibliográficas
DAMON, William; HART, Daniel. Self-understanding in childhood and
adolescence. Cambridge University Press, 1988.
DANZA, Hanna Cebel. Conservação e mudança dos projetos de vida
de jovens: um estudo longitudinal sobre educação em valores. Tese
de doutorado. Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
São Paulo, 2019.
HARTER, S. The construction of the self: developmental and
sociocultural foundations. Guilford Publications, 2012.
SALDANHA, A. A. W.; OLIVEIRA, I. C. V.; AZEVEDO, R. L. W. O
autoconceito de adolescentes escolares. Ribeirão Preto, Paidéia, v.21,
n.48, p.9-19, 2011.
SILVA, Marco Antonio Morgado da. Integração de valores morais às
representações de si de adolescentes. 2020. 231 f. Tese (Doutorado
em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo,
São Paulo, 2020.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 1 15


PROJETO DE VIDA
GUIA DO EDUCADOR 2º ANO
TEMA: AUTOESTIMA TEMA 1
TÍTULO: AUTOESTIMA, AUTOCUIDADO AULA 2
E CUIDADO COM O OUTRO

O que faremos hoje?

Bloco 1 Autoconhecimento e Identidade

Tema Autoestima

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e


emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas.
Competências 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
gerais da BNCC cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização
da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.

Compreender que a autoestima é influenciada por fatores


subjetivos e socioculturais e ser capaz de elaborar uma
representação positiva de si mesmo.
Reconhecer e valorizar o autoconhecimento como um
Habilidades de
procedimento que possibilita a autorregulação e a definição de um
Projeto de Vida
projeto de vida.
Exercitar e praticar a tomada de perspectiva e a empatia para
reconhecer e compreender as ideias, pensamentos, sentimentos e
comportamentos alheios.

Objeto de
Autoestima, autocuidado e cuidado com o outro
conhecimento

Tempo de aula 120 minutos

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 2 16


O que dizem os estudiosos?

O ser humano é um ser social, ou seja, que


depende de outros indivíduos para viver. Desde a
infância, à medida que as pessoas vão enunciando
características que nos correspondem - como ser
alto, esperto, teimoso ou tímido - vamos elaborando
nossa imagem mental, com isso,

a construção do eu se dá por meio


da interação com o outro
(PIAGET, 1953/2015; 1970/1996; MARKUS; WURF, 1987; LEME, 2004;
HARTER, 2012).

Constantemente, buscamos a aprovação do


outro para as nossas atitudes e comportamentos, pois
esta é uma maneira de assegurar e reforçar quem
somos. Chamamos tal necessidade de espelhamento,
utilizamos o outro como nosso espelho.

Se a opinião alheia é importante para a


formação do eu, claro que isso impacta na
autoestima. O ponto chave é aprender a filtrar
aquilo que afeta negativamente nossa autoestima e
potencializar aquilo que temos de melhor. Lembre-
se de que autoestima é um conjunto de atitudes
para consigo mesmo, dinâmico e não permanente,

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 2 17


variando conforme as situações encontradas ao
longo da vida. Portanto, podemos modificar a
maneira como nos valorizamos, bem como ajudar os
outros a se valorizarem mais.

Como é que se faz?

Organizando a aula
Para as atividades do dia, será necessário um
saco (ou uma caixa) e folhas de papel sulfite. Inicie
a aula apresentando aos estudantes as habilidades
e o conteúdo central das atividades. Peça para que
disponham as mesas e cadeiras em um grande
semicírculo a fim de facilitar as discussões.

Despertando o interesse
Solicite que os estudantes respondam SIM
ou NÃO para a questão disparadora em um papel
avulso. Recolha as respostas e contabilize-as na
lousa. O objetivo de tornar evidente quantos estão
satisfeitos consigo mesmos e quantos não estão
é que eles possam identificar-se nos sentimentos
alheios, parecidos com os seus (seja com autoestima
positiva ou negativa), fomentando uma rede de apoio
.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Leia coletivamente a atividade, a fim de
esclarecer possíveis dúvidas no preenchimento
da escala. Deixo-os respondê-la individualmente.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 2 18


Em seguida, em duplas, peça que discutam suas
respostas, atentando para os pontos que têm em
comum e para aqueles que divergem. Estimule-os a
ouvir o colega com respeito e empatia, lembrando
que a opinião alheia interfere da construção da
autoestima.

Ao final, abra a discussão com a turma


toda. Reflita com eles sobre cada item da escala,
pedindo para alguns justificarem suas respostas. É
importante ficar atento aos sentimentos que possam
surgir. Acolha-os e ajude-os a identificar suas
potencialidades. Reforce que a autoestima não é um
estado permanente, que ela varia ao longo da vida e
de situações, portanto, eles podem criar estratégias
para melhorar a imagem que fazem de si.

Segue o gabarito para auxiliá-lo na discussão:


a) Resposta pessoal.
b) Resposta pessoal. Os estudantes podem
apontar como fatores que interferem na
autoestima características da personalidade
(como timidez, procrastinação, proatividade,
responsabilidade, entre outras), apoio da
família, sofrimento de bullying, estar ou não
estar de acordo com os padrões impostos
pela sociedade, entre outros. Acolha todos os
fatores que eles listarem.

Atividade 2
Leia a tirinha coletivamente e solicite que os
estudantes respondam à questão individualmente.
Abra a discussão. Acolha as práticas de cuidado
de si e sinalize que algumas delas podem servir de
inspiração para os colegas.

Segue o gabarito para auxiliá-lo neste momento:


a) Resposta pessoal. É possível que os estudantes
apontem como cuidado de si: reservar um
tempo só para eles para ouvir música, ler
um livro, ver um filme, meditar ou qualquer

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 2 19


outra atividade que lhes dê prazer; alimentar-
se bem; beber bastante água; dormir bem;
praticar alguma atividade física; buscar o
autoconhecimento; cuidar da aparência física;
desenvolver a autoaceitação, etc.

Registrando o aprendizado

Atividade 3
Distribua as folhas de sulfite para os estudantes.
Pode ser meia folha para cada. Passo a passo da
atividade:
1 - Cada estudantes escreve seu nome na folha,
dobra o papel duas vezes e deposita na caixa;
2 - O docente mistura os papéis;
3 - Cada estudante tira um papel e escreve dois
elogios para a pessoa com o nome escrito na
folha. Caso o estudante tire o seu próprio papel,
solicite que ele devolva e pegue outro;
4 - Os jovens devolvem os papéis para a caixa;
5 - O docente mistura novamente;
6 - Repetir esse ciclo até que os estudantes
peguem três vezes os papéis.
É importante ressaltar que todas as folhas
sejam dobradas igualmente toda vez em que forem
depositadas na caixa. Pode sugerir que escrevam
com letra de forma, caso não queiram que seus
elogios sejam identificados, bem como que todos
escrevam com a mesma cor de caneta.

É fundamental que sejam respeitosos nos


comentários aos colegas. Lembre-se de que o foco é
elevar a autoestima do outro!

Por fim, oriente-os a responder individualmente


às questões propostas. Finalize, ouvindo como eles
se sentiram fazendo e recebendo os elogios. Deixe
como mensagem final o impacto que um elogio tem
na vida do outro, portanto, incentive-os a enaltecer
mais as pessoas ao seu redor.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 2 20


Vamos falar de educação
socioemocional?

A autoestima se forma de fora para dentro.


As pessoas começam a avaliar a si mesmas pelo
reconhecimento social que recebem de seus
comportamentos e ações, pelo que fazem e realizam
no mundo. Assim, comportamentos específicos que
alcançam resultados desejados originam o registro
emocional do sentimento de realização, relacionado
com a execução adequada e bem sucedida de
atividades e tarefas.

REALIZAÇÃO

É o sentimento de saber fazer algo de forma


adequada. Nós a sentimos quando percebemos
que nosso comportamento e nossas ações
provocam benefícios a nós mesmos, a outras
pessoas ou ao mundo.

Nesse contexto, os estudantes precisam


ser regularmente validados e reconhecidos pelo

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 2 21


resultado do seu fazer. Durante as atividades
da aula, validar a realização dos estudantes é
dizer explicitamente o quê, quando e por que o
comportamento deles produziu bons resultados.

Vamos exemplificar. O estudante que ajuda


os colegas nas tarefas de classe, deve ouvir,
repetidamente, de seu docente: “Parabéns, você é
muito bom em AJUDAR as pessoas. Quando você
ajuda seu colega no exercício, ele aprende muito
mais facilmente. Continue ajudando as pessoas
que precisam.”

Outra situação comum em sala é quando


os estudantes erram ou se comportam
inadequadamente. Aqui, é fundamental criticar o
comportamento e o resultado, em vez de criticar a
pessoa com um todo.

Criticar o fazer é focar na mudança do


comportamento e auxiliar o estudante a diferenciar
que o que ele fez/realizou de errado é bastante
diferente dele “se sentir errado”, enquanto ser,
pessoa e indivíduo.

Portanto, em vez de dizer: “Você é muito


bagunceiro. Você atrapalha toda a turma”, dê
preferência a: “Quando você fica brincando, sua
brincadeira atrapalha a aula. Durante a aula, isso
atrapalha os demais. Encontre algo que você possa
fazer sem que atrapalhe, em vez de ficar brincando
com os colegas que não terminaram”.

Em outras palavras:

Para VALIDAR um comportamento DESEJADO:

Você conseguiu

(FAZER/comportamento). Parabéns!

Isso é muito bom porque

(Consequência do comportamento)

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 2 22


Para INVALIDAR um comportamento INDESEJADO:

Você agiu mal

(FAZER/comportamento) quando

(Situação).

Você deve melhorar

(Comportamento).

Que tal aprender mais?

Autoimagem e autoestima com Luiz Hanns.


O psicólogo brasileiro faz uma breve exposição de
como os indivíduos constroem a autoimagem e
a autoestima, destacando a importância do outro
nesse processo. Disponível em link externo.

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Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
HARTER, S. The construction of the self: developmental and
sociocultural foundations. Guilford Publications, 2012.
LEME, I. S. L. A construção do si mesmo cultural. In: SOUZA, M. T.
C. C. (Org.). Os sentidos de construção: o si mesmo no mundo. São
Paulo: Casa do Psicólogo, 2004. p. 103-122.
MARKUS, H.; WURF, E. The dynamic self-concept: A psychological
perspective. Annual
Review of Psychology, 38, p. 299-337, 1987.
PIAGET, Jean. A construção do real na criança. São Paulo: Ática,
1996. ______. Relações entre a afetividade e a inteligência no
desenvolvimento mental da criança. Rio de Janeiro: Wak Editora,
2014. Publicado originalmente em 1953.
SBICIGO, Juliana Burges; BANDEIRA, Denise Ruschel; DELL’AGLIO,
Débora Dalbosco. Escala de Autoestima de Rosenberg (EAR): validade
fatorial e consistência interna. Psico-USF, v. 15, n. 3, p. 395-403, set./
dez. 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pusf/v15n3/
v15n3a12.pdf. Acesso em: 26 jun. 2020.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 2 23


PROJETO DE VIDA
GUIA DO EDUCADOR 2º ANO
TEMA: AUTOESTIMA TEMA 1
TÍTULO: POTENCIALIDADES, AULA 3
VULNERABILIDADES E FEEDBACK

O que faremos hoje?

Bloco 1 Autoconhecimento e Identidade

Tema Autoestima

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e


Competências emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
gerais da BNCC reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas.

Reconhecer os valores, pensamentos, sentimentos e hábitos e


regular as próprias condutas.
Reconhecer e valorizar o autoconhecimento como um
procedimento que possibilita a autorregulação e a definição de um
projeto de vida.
Habilidades de
Projeto de Vida Compreender que a autoestima é influenciada por fatores
subjetivos e socioculturais e ser capaz de elaborar uma
representação positiva de si mesmo.
Exercitar e praticar a tomada de perspectiva e a empatia para
reconhecer e compreender as ideias, pensamentos, sentimentos e
comportamentos alheios.

Objetos de
Potencialidades, vulnerabilidades e feedback.
conhecimento

Texto O poder da vulnerabilidade.


Aparelhos para reprodução de vídeo disponível na plataforma
Materiais
YouTube.
Vídeo A borboleta de Austin.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 3 24


O que dizem os estudiosos?

Uma das principais características dos seres


humanos é a diversidade. Basta olharmos ao nosso
redor para percebermos o quanto somos diferentes
em nossas maneiras de pensar, agir, sentir, nos
expressar, entre tantos outros aspectos. Dentro
dessa diversidade, há inúmeras potencialidades e
vulnerabilidades também.

Podemos entender as
potencialidades como o conjunto
de características que nos
permitem agir de modo positivo
conosco e com os demais em
diversas situações da vida,
como na escola, no trabalho, com a família,
amigos etc. Exemplos de potencialidades são:
a proatividade, a curiosidade, a amabilidade,
a honestidade, entre tantas outras. Já as
vulnerabilidades são aquelas características que,
por alguma razão, prejudicam nossa forma de agir
em inúmeras situações da vida, com os outros
e conosco , como a insegurança, a preguiça, a
teimosia, a agressividade, entre outras.

Nos últimos anos, a pesquisadora Brené Brown


(2016) divulgou uma série de estudos que colocaram
em evidência o fato de que as pessoas que aceitam
e assumem, frente aos outros, suas vulnerabilidades,
têm coragem para enfrentá-las e se desenvolvem
de modo mais potente nos diversos âmbitos da vida.
Hoje reconhecemos a importância de aprender a
lidar com a nossa própria vulnerabilidade e com a
dos outros, a fim de que possamos agir com empatia

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 3 25


e contribuir com o crescimento das pessoas com as
quais nos relacionamos.

Como é que se faz?

Organizando a aula
Nessa aula, será necessário reproduzir um
vídeo disponível no Youtube. Para isso, organize os
equipamentos audiovisuais necessários e peça para
que os estudantes formem um semicírculo com suas
mesas e cadeiras, logo no início da aula.

Despertando o interesse
Inicie a aula escrevendo na lousa as palavras
potencialidade e vulnerabilidade. Estimule os
estudantes a realizarem uma “chuva de ideias”
(brainstorming) sobre esses dois conceitos. Anote-
os à medida que eles expressarem suas opiniões.
Quando as ideias acabarem, abra uma roda de
discussão para verificar se todos estão de acordo

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 3 26


com as ideias que envolvem ambos os conceitos.
Após esse primeiro momento, diga que nesta aula
eles irão compreender a aplicar esses conceitos em
suas vidas para perceber como podem contribuir
para a construção do projeto de vida.

Entregue aos estudantes o texto “O poder da


vulnerabilidade” disponível em: link externo.

E a Ficha de Atividades desta aula (Aula 3 -


Potencialidade x Vulnerabilidade).

Solicite que façam a leitura atenta do texto e


marquem as partes mais interessantes. Depois, peça
para que respondam às questões disparadoras da
ficha, comparando-as com as questões levantadas
na chuva de ideias do início da aula. Discutam
por alguns minutos a ideia de que assumir nossas
vulnerabilidades é algo que nos ajuda a ter coragem
para enfrentar os desafios da vida e a ter consciência
do que precisamos melhorar em nós mesmos.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Nesta atividade, os estudantes devem
marcar, individualmente, o quanto cada uma das
potencialidades e das vulnerabilidades têm em
comum com eles.

Atividade 2
Essa tarefa consiste em uma reflexão geral
sobre o que eles identificaram na Atividade 1.
Reforçe que todos nós possuímos potencialidades
e vulnerabilidades; o importante é que possamos
reconhecer as vulnerabilidades, aprender a lidar com
elas e modificar aquelas que desejamos, que nos
limitam, nos prejudicam ou prejudicam outras pessoas.

Atividade 3
Peça para que os estudantes leiam o
enunciado da atividade e reproduza para a turma

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 3 27


o vídeo “A borboleta de Austin”, que ensina como
podemos contribuir para que as outras pessoas se
desenvolvam e se aperfeiçoem. Após a exibição do
vídeo, é importante reforçar que, ao dar feedbacks
(comentários que alimentem o desenvolvimento
alheio), é importante ser específico, e não generalista
ou crítico. Você pode usar o exemplo do vídeo “A
borboleta de Austin” e perguntar aos estudantes:
“Vocês acham que dizer ao Austin que sua borboleta
está feia o ajudaria a aperfeiçoar seu desenho?” “E
dizer que sua borboleta não parece a borboleta
da foto, o ajudaria a aperfeiçoar o desenho?”. É
importante que eles compreendam a necessidade
de serem específicos nos seus apontamentos, e não
fazer críticas que apenas abalem a autoestima e a
autoconfiança dos outros, sem ajudá-los a perceber
como podem melhorar.

Também é relevante fazer uma reflexão


sobre como receber feedbacks. É muito natural
que fiquemos apreensivos ao termos nossas
vulnerabilidades expostas . Contudo, uma postura de
escuta ativa, de humildade, coragem e compreensão
de que podemos evoluir sempre, contribui para
que possamos receber os feedbacks e usá-los em
nosso crescimento pessoal. Essa atitude é valorosa
para não refutar os apontamentos feitos, como uma
forma de se defender da vulnerabilidade, aceitando-a
e aprendendo com ela.

Atividade 4
Após a discussão feita na atividade 3, peça para
que os estudantes realizem a atividade 4, que consiste
em sentar em duplas para dar e receber feedbacks
sobre uma das vulnerabilidades identificadas na
atividade 1 desta ficha. Enquanto realizam essa tarefa,
é importante que você circule pela sala de aula,
ouvindo algumas duplas, verificando se eles estão
dando feedbacks adequados e empáticos e ajudando-
os a refletir sobre a melhor maneira de fazer os
apontamentos para o colega.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 3 28


Registrando o aprendizado
Ao final da aula, pergunte como os estudantes
estão se sentindo depois de terem dado e recebido
feedbacks. Permita que eles expressem suas opiniões
e enfatize que passarão por inúmeras situações
na vida que exigem dar e receber este tipo de
retorno , e que precisam aprender a lidar bem com
isso para que possam crescer. Também explore a
importância de reconhecer as potencialidades e
as vulnerabilidades para se sentirem confiantes e
corajosos para construir e realizar seus projetos de
vida.

Vamos falar de educação


socioemocional?

Já sabemos que a autoestima é aprendida


e desenvolvida durante toda a vida e que é
produzida por uma história de reconhecimento
social positivo, em que o indivíduo tem seus
comportamentos validados por outras pessoas
importantes de seu convívio.

Uma autoestima saudável, portanto, decorre de


relações interpessoais em que o sujeito , de modo
mais abrangente, é reconhecido pelo outro como
adequado, desejável ou válido, e não apenas seus
comportamentos.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 3 29


VALIDAÇÃO

É o sentimento de estima propriamente dito.


O sentimento tem sua existência individual e
particular reconhecida, validada e considerada
como significativa. É quando uma pessoa sente
que seu SER não é ameaçado, proibido ou
inviabilizado por algum FAZER – comportamento
– inadequado ou indesejado.

Mas, então, como validar as pessoas nessa


perspectiva mais ampla sem reduzi-las a seus
comportamentos mais ou menos desejáveis?

Vamos conhecer algumas formas de estimular


e fortalecer a autoestima em sala de aula, através do
relacionamento com adultos interessados em apoiar
e atuar como facilitadores do desenvolvimento
emocional de seus alunos.

O que fazer:
a. Quando o comportamento do é desejável:
gratificá-lo com alguma forma de
atenção, carinho, sorriso, comentário ou
reconhecimento positivo.
O que preferir:
- Destacar o SUJEITO que age, seguido da
GRATIFICAÇÃO de sua ação: “Você me deixou
alegre com sua participação”. Ou “Quando
você ajuda seus colegas, a turma fica animada e
aprende mais.”
Esse é o tipo de comunicação que melhor

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 3 30


desenvolve a autoestima, uma vez que dá destaque à
pessoa e não somente ao comportamento.

O que evitar:
- Destacar somente a AÇÃO/COMPORTAMENTO:
“A sua participação na aula foi importante”
- Fazer uma proposta inespecífica: “Você poderia
ajudar mais seus colegas em sala...”
b. Quando o comportamento é indesejável:
Entender como oportunidade educativa de
desenvolver a responsabilidade e tolerância aos
limites e frustrações. Vamos falar mais sobre
responsabilidade em outras aulas.

Que tal aprender mais?

O poder da vulnerabilidade

Nesta palestra do TED Talks - uma das cinco


mais assistidas no mundo -, a pesquisadora Brené
Brown afirma que a vulnerabilidade é a característica
humana que nos permite desenvolver a coragem
de reconhecer e enfrentar nossos desafios, nos
tornando pessoas mais confiantes e seguras.

link externo

Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf

Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
BROWN, Brené. A coragem de ser imperfeito. Rio de Janeiro: Editora
Sextante, 2016.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 3 31


PROJETO DE VIDA
2º ANO
GUIA DO EDUCADOR TEMA 1
TEMA: AUTOESTIMA
AULA 4
TÍTULO: PADRÕES ESTÉTICOS E AUTOESTIMA

O que faremos hoje?

Bloco 1 Autoconhecimento e Identidade

Tema Autoestima

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos


sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e
explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
4. Utilizar diferentes linguagens - verbal (oral ou visual-motora,
como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital -, bem
como conhecimentos das linguagens artística, matemática e
científica, para se expressar e partilhar informações, experiências,
ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos
Competências que levem ao entendimento mútuo.
gerais da BNCC 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e
emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização
da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 4 32


Compreender que a autoestima é influenciada por fatores
subjetivos e socioculturais e ser capaz de elaborar uma
Habilidades de representação positiva de si mesmo.
Projeto de Vida Reconhecer e valorizar o autoconhecimento como um
procedimento que possibilita a autorregulação e a definição de um
projeto de vida.

Objetos de
Padrões estéticos e autoestima
conhecimento

Tempo de aula 120 minutos

O que dizem os estudiosos?

Os padrões estéticos são definidos pelo


conjunto de características físicas que determinada
cultura estabelece como ideais ou desejáveis.
Tais características nos são transmitidas desde
a infância através das mídias (novelas, filmes,
comerciais, revistas etc.) e das pessoas com quem
convivemos, tornando-se nossas referências
sobre os tipos de pessoas ideais e influenciando a
percepção que temos de nós mesmos e dos outros.
Consequentemente,

os padrões estéticos afetam


diretamente nossa autoestima,
podendo causar sentimentos de
tristeza, frustração e rejeição,
caso não nos enquadremos nesses
padrões.
Os padrões estéticos dominantes em nossa
cultura restringem o conceito de beleza a algumas
características relativas à cor da pele, ao tipo de
cabelo, às dimensões do corpo, aos traços do rosto,
ao modo de se vestir, ao uso de acessórios, entre

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 4 33


outros, excluindo uma série de características que
podem ser consideradas igualmente belas e que,
por vezes, foram valorizadas em outros períodos
históricos ou são valorizadas em outras culturas.

Vale acrescentar que o padrão estético


dominante tende a ser aquele adotado pelos setores
dominantes. Nos dias de hoje, por exemplo, a
maior valorização da pele branca e do cabelo liso,
em detrimento do cabelo crespo e da pele negra,
é consequência do predomínio desses traços nos
grupos econômicos e políticos prevalecentes e
da herança da crença na inferioridade dos negros,
instituída desde o período da escravidão. Assim,
compreender criticamente a reprodução social de
determinado padrão estético e seus impactos na
autoestima e na atribuição de valor a diferentes
grupos sociais (com recorte regional e étnico-racial,
por exemplo), visa contribuir para a valorização da
autoimagem e o empoderamento dos estudantes e
de seus grupos de pertencimento, podendo impactar
positivamente sua autoestima.

Como é que se faz?

Organizando a aula
Nessa aula, você deverá reproduzir três vídeos
disponíveis na plataforma de compartilhamento
do YouTube. Para isso, será necessário organizar
um espaço para projetá-los e os equipamentos
audiovisuais necessários. Além disso, a aula irá
demandar recursos para a realização de pesquisa
na internet e também pode-se oferecer revistas e
jornais para a realização da Atividade 2.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 4 34


Despertando o interesse

Inicie entregando a Ficha de Atividades dessa


aula (Aula 4 - Padrões estéticos e autoestima) e
reproduzindo os vídeos “Você é mais bonita do que
pensa” Disponível em link externo. (Acesso em:
22/06/2020) e “Dove Evolution” (Disponível em link
externo. Acesso em: 22/06/2020) - produzidos pela
marca Dove e disponíveis na plataforma YouTube .

Ao final dos vídeos, solicite que os estudantes


respondam às duas questões disparadoras e, em
seguida, conduza uma discussão acerca das respostas.
1) Espera-se que os estudantes identifiquem que
o vídeo “Você é mais bonita do que pensa”
explora a ideia de que muitas pessoas têm
uma autoimagem distorcida, o que afeta a
autoestima. Questione-os sobre o que pode
gerar esse fenômeno. É possível que alguns
estudantes apontem a influência dos padrões
de beleza dominantes. Já o vídeo “Dove
Evolution” tem o propósito de demonstrar
como as imagens de modelos veiculadas em
propagandas resultam de procedimentos
técnicos que visam aprimorar determinadas
características de acordo com o padrão
estético predominante, por vezes, gerando

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 4 35


mudanças profundas e até mesmo distorções
sobre as características físicas da(o) modelo.
2) Espera-se que os estudantes identifiquem
que a disseminação da imagem de modelos
pelas mídias, que passam por retoques e
modificações digitais, impõe um ideal de
beleza pouco diverso e que não condiz com
a realidade. Tal idealização de beleza acaba
servindo de referência para as pessoas, o que
pode fazer com que se sintam frustradas por
não a atenderem, conforme é demonstrado no
primeiro vídeo.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Faça a leitura coletiva do texto da atividade
1 e conduza uma discussão sobre as questões
expostas ao final dele. Incentive os estudantes a
reconhecerem que os padrões estéticos dominantes
compreendem, entre outras características, a pele
branca, o cabelo liso e o corpo magro para mulheres
e forte e definido para os homens.

Tal padrão é transmitido pelo predomínio de


pessoas com essas características em desfiles de
moda, comerciais, capas de revista e ocupando
papéis de destaque em filmes e novelas.
a) Espera-se que os estudantes respondam que
o padrão de beleza foi sofrendo mudanças ao
longo da história sob influência de questões
sociais, culturais e econômicas. Por exemplo,
no período renascentista, valorizava-se um
corpo feminino voluptuoso porque essa
forma era associada à riqueza e à fartura de
alimentos, ao passo que hoje o ideal de beleza
feminina é o de um corpo magro, relacionado
à possibilidade de praticar exercícios físicos e
alimentar-se com qualidade.
b) Resposta pessoal.
c) Um exemplo de diferença cultural pode ser

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 4 36


encontrado no padrão masculino da Coreia do
Sul, definido pela ausência de barba e um corpo
magro, enquanto em países ocidentais, como
o Brasil, o corpo musculoso e a presença de
barba são valorizados em alguns contextos.
d) A jovem problematiza a inadequação do corpo
negro ao padrão estético dominante e o quanto
o racismo estrutural impacta o conceito que a
sociedade e as mulheres negras têm sobre seus
corpos. Mesmo quando o corpo da mulher negra
é valorizado esteticamente, essa valorização
ocorre a partir da estereotipação sexual, que o
objetifica, ou seja, o torna um objeto para ser
consumido e descartado, sem que se leve em
consideração a pessoa que o habita.
e) Resposta pessoal.

Atividade 2
Anuncie que o trabalho da Atividade 2 será
iniciado nesta aula, mas continuado na seguinte.
Solicite que os estudantes façam uma pesquisa
sobre os padrões estéticos dominantes nas mídias,
buscando reconhecer quando eles são reforçados.
Sugere-se que a pesquisa seja feita na internet, mas
você também pode oferecer revistas e jornais para
que eles realizem essa atividade. Incentive-os a
explorar a presença dos padrões estéticos dominantes
em diferentes mídias: capas de revista, elenco de
novelas e filmes (os papéis predominantemente
ocupados por negros e brancos, por exemplo),
comerciais de televisão, apresentadores de programas
etc. Eles deverão escolher um desses materiais e
propor, por meio da construção de um painel, a
substituição de um ou mais padrões dominantes por
outras características. Peça para que se organizarem
para trazer os aparatos necessários para a construção
dos painéis na aula seguinte. Eles poderão levar
recortes de revistas, jornais e também imprimir
imagens da internet. Neste caso, verifique se a
impressão pode ser feita na escola.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 4 37


Vamos falar de educação
socioemocional?

A autoconfiança precisa de exposição e


abertura a experiências para se desenvolver. O
sentimento de confiança é forjado a partir do esforço
e do enfrentamento de dificuldades. Ele se fortalece
através das tentativas, dos erros e aprendizagens de
comportamentos exitosos e bem-sucedidos.

CONFIANÇA

É o sentimento que surge quando precisamos


lidar com uma dificuldade, problema, ou situação
de estresse.

Uma pessoa confiante se sente capaz de lidar


com os obstáculos e desafios da vida, buscando
estratégias para superá-los e solucioná-los.

Quanto mais uma pessoa passa por


dificuldades e consegue encontrar formas de encarar
essas situações-problema, mais sua confiança se
fortalece.

O grande segredo aqui é: pessoas com boa


autoconfiança foram passando por situações
de dificuldade proporcionais à sua maturidade e
capacidade de criar/encontrar soluções e, assim,

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 4 38


foram conseguindo lidar de forma gradativa com
problemas cada vez mais complexos.

Desse modo, o educador deve criar


oportunidades em sala de aula, ou estar atento
para aproveitá-las quando surgirem, para que seus
estudantes mostrem comportamentos e ações que
buscam solucionar situações-problema do dia a
dia. E o principal: tais tentativas de resolução devem
alcançar algum grau de resultado.

Vamos abordar alguns exemplos possíveis, do


que dizer:

“Vá, tente do seu jeito. Estou aqui para apoiar se


for necessário”

“Mesmo já tendo tentado, me conte o que você


conseguiu aprender nessa tentativa”

“Observe algum colega e veja o que chama sua


atenção no esforço dele”

“Experimente, veja até onde consegue ir e me


conte o que aprendeu”

“Vou te acompanhar até onde precisar, e no


próximo exercício você vai tentar sozinho”

A recomendação central é prestar atenção na


dificuldade da tarefa que vai propor para o estudante
e adequar a dificuldade da atividade às habilidades
já evidenciadas por ele , escolhendo, por exemplo,
uma complexidade menor ou intermediária. O
desenvolvimento de uma boa autoconfiança é como
uma corrida de obstáculos em que a altura das
barras vai aumentando à medida que o corredor vai
conseguindo pular a barra mais baixa.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 4 39


Que tal aprender mais?

Dove pela autoestima

A página da marca Dove contém diversos textos


e propostas de atividades para trabalhar a autoestima
dos jovens em relação, sobretudo, à aparência física.

Disponível em: link externo.

(Acesso: 25/06/2020).

Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf

Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
GOLEMAN, Daniel. O cérebro e a inteligência emocional: novas
perspectivas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2016.
HARTER, Susan. The construction of the self: developmental and
sociocultural foundations. Guilford Publications, 2012.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 4 40


PROJETO DE VIDA
2º ANO
GUIA DO EDUCADOR TEMA 1
TEMA: AUTOESTIMA
AULA 5
TÍTULO: PADRÕES ESTÉTICOS E AUTOESTIMA

O que faremos hoje?

Bloco 1 Autoconhecimento e Identidade

Tema Autoestima

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos


sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e
explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
4. Utilizar diferentes linguagens - verbal (oral ou visual-motora,
como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital -, bem
como conhecimentos das linguagens artística, matemática e
científica, para se expressar e partilhar informações, experiências,
ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos
Competências que levem ao entendimento mútuo.
gerais da BNCC 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e
emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização
da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.

Compreender que a autoestima é influenciada por fatores


Habilidades de
subjetivos e socioculturais e ser capaz de elaborar uma
Projeto de Vida
representação positiva de si mesmo.

Objetos de
Padrões estéticos e autoestima
conhecimento

Tempo de aula 120 minutos

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 5 41


O que dizem os estudiosos?

Segundo relatório do Ministério da Saúde


e da Universidade de Brasília (UnB), a cada dez
jovens que se suicidam no Brasil, seis são negros.
Entre as causas do suicídio está a baixa autoestima
desses jovens, como resultado de práticas racistas
e de uma estrutura sociocultural que inferioriza
o negro com estereótipos negativos, e que pode
fazer com que, desde crianças, negros e negras
rejeitem suas características físicas e raízes culturais.
Consequentemente, conforme aponta Tornek e
colaboradores (2018),

muitas crianças e jovens negros


deslocam suas identidades para
fora da categoria de pessoas
negras, não se reconhecendo
como pertencentes a
esse grupo racial.
Problematizar e contestar os padrões estéticos
e estereótipos raciais que reproduzem o racismo
e afetam de modo tão profundo a autoestima da
população negra é um imperativo ético com o qual o
conjunto da sociedade deve se comprometer, tendo
a escola e os profissionais da educação um papel
fundamental nesse processo.

Como é que se faz?

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 5 42


Organizando a aula
Inicie a aula recuperando as discussões feitas na
aula anterior. Solicite que algum estudante resuma os
principais conteúdos abordados naquela ocasião. Em
seguida, lembre-os de que nessa aula eles produzirão
o painel ou cartaz planejado na aula anterior. Exponha
as habilidades e o conteúdo da aula.

Despertando o interesse
Como nessa aula os estudantes darão
prosseguimento ao trabalho iniciado na anterior,
para estimular o engajamento, peça que cada um
dos grupos compartilhe brevemente com a turma
sua proposta de trabalho. Caso julgue oportuno,
os estudantes podem opinar sobre as propostas
dos colegas, apontando sugestões e oferecendo
feedbacks tais como aprenderam na aula três, com o
vídeo “A borboleta de Austin”.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Faça a leitura de cada uma das etapas,
ressaltando a importância de considerarem as
orientações para a conclusão do planejamento
e execução da produção. No que diz respeito à
etapa de intervenção na comunidade escolar, os
estudantes podem montar um mural que contenha
o conjunto de painéis ou distribuí-los por diferentes
espaços da escola. Deixe que a proposta parta deles
e que decidam coletivamente a melhor opção, a fim
de estimular o protagonismo e a autonomia.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 5 43


Vamos falar de educação
socioemocional?

O sentimento de responsabilidade se
desenvolve através de situações de aprendizagem
estabelecedoras de limite e consequências sociais.

Responsabilidade deve ser um sentimento


desenvolvido pela valorização de comportamentos
que beneficiam, ao mesmo tempo, o aluno e outras
pessoas relevantes naquele contexto social.

RESPONSABILIDADE

É o sentimento de saber fazer algo de forma


adequada. É quando uma pessoa sente que
seu comportamento e suas ações provocam
benefícios a ela, aos outros ou ao mundo.

Responsabilidade é o que podemos desenvolver


e ensinar aos alunos quando eles apresentam
comportamentos indesejáveis em sala de aula. Afinal,
é a presença dessas ações socialmente inadequadas
que oferecem a oportunidade de condicioná-los a
lidar com os limites de seus desejos e impulsos, bem
como assumir as consequências socioambientais de
suas ações.

Desse modo, vamos conhecer algumas formas


de estimular a responsabilidade em sala de aula,
através da educação sobre tolerância aos limites e
frustrações.

Quando o aluno apresentar comportamentos


indesejáveis:

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 5 44


O que fazer:

Comunicar a inadequação do comportamento,


nomeando-o com clareza e explicitando algum
motivo pelo qual não deve ser repetido no futuro.

O que preferir:

“Fazer bagunça na hora da aula é errado, isso


faz mal para seus colegas e para seu professor. SE
você voltar a fazer bagunça, ENTÃO vai perder seu
intervalo.”

No exemplo acima, o aluno é orientado


a associar uma consequência ruim a seu
comportamento inadequado. A regra SE...
ENTÃO uma vez instalada, ajuda-o a identificar
que ações trazem consequências desagradáveis.
Essa associação é o cerne do sentimento de
responsabilidade.

“SE você colocar seus brinquedos/materiais


de estudo na bancada correta ao final da aula,
ENTÃO poderá mostrar aos colegas sua música/jogo
preferido.”

Nesse exemplo, o aluno é orientado a associar


uma consequência boa a seu comportamento
desejado, que é o oposto à ação indesejada de
“deixar materiais jogados”. Aqui, ele é ajudado a
trocar seu comportamento inadequado por um
esperado , que receberá consequências agradáveis.

Que tal aprender mais?

Educação, identidade negra e formação de


professores/as: um olhar sobre o corpo negro e o
cabelo crespo.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 5 45


Este artigo discute as relações entre educação,
cultura, identidade negra e formação de professores,
enfocando, sobretudo, a corporeidade e a estética.

GOMES, Nilma Lino. Educação, identidade


negra e formação de professores/as: um olhar
sobre o corpo negro e o cabelo crespo. Educação
e Pesquisa, São Paulo , v. 29, n. 1, p. 167-182, jun.
2003.Disponível em: link externo. (Acesso em:
26/06/2020).

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Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica
e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa
e ao Controle Social. Óbitos por suicídio entre adolescentes e
jovens negros 2012 a 2016 / Ministério da Saúde, Secretaria de
Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à
Gestão Participativa e ao Controle Social. Universidade de Brasília,
Observatório de Saúde de Populações em Vulnerabilidade – Brasília :
Ministério da Saúde, 2018.
Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/obitos_suicidio_
adolescentes_negros_2012_2016.pdf. Acesso em: 26/06/2020.
GOLEMAN, Daniel. O cérebro e a inteligência emocional: novas
perspectivas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2016.
HARTER, Susan. The construction of the self: developmental and
sociocultural foundations. Guilford Publications, 2012.
TOMEK, Sara, et al. Suicidality in Black American youth living in
impoverished neighborhoods: is school connectedness a protective
factor?, 2018.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 5 46


PROJETO DE VIDA
2º ANO
GUIA DO EDUCADOR TEMA 1
TEMA: AUTOESTIMA
AULA 6
TÍTULO: REDES SOCIAIS E AUTOESTIMA

O que faremos hoje?

Bloco 1 Autoconhecimento e Identidade

Tema Autoestima

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos


sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e
explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis,
para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e
decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos,
a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito
local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao
Competências cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
gerais da BNCC 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e
emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização
da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.

Compreender que a autoestima é influenciada por fatores


Habilidades de
subjetivos e socioculturais e ser capaz de elaborar uma
Projeto de Vida
representação positiva de si mesmo.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 6 47


Objetos de
Redes sociais e autoestima
conhecimento

Tempo de aula 120 minutos

O que dizem os estudiosos?

As redes sociais são plataformas digitais que


possibilitam a interação das pessoas no ambiente
virtual. Entre inúmeras funções, elas permitem que
expressemos quem nós somos, do que gostamos,
o que fazemos em nosso dia-a-dia e que saibamos
se outras pessoas gostam de nossas postagens
e concordam com nosso ponto de vista sobre
determinado assunto. As redes sociais podem
impactar positivamente a autoestima ao proporcionar
oportunidades de sociabilidade, conexão com
grupos de afinidade e estreitar vínculos sociais. Outro
impacto positivo das redes sociais na autoestima se
dá quando uma postagem recebe um número alto de
“curtidas”, oferecendo ao autor o que na psicologia
comportamental se chama reforço positivo.

Por outro lado, o fato de que as postagens,


via de regra, expõem aspectos positivos das vidas
das pessoas, há a ilusão, aos olhos de quem vê,
de que suas vidas são isentas de vulnerabilidades
e dificuldades, fazendo com que muita gente
passe a se orientar para se tornar alguém como os
influenciadores digitais nos quais se espelham, ou
que tenha sua autoestima fragilizada ao se comparar
com o que circula na vitrine das redes sociais. Além
disso, há pessoas que tornam as redes sociais e as
“curtidas” que recebem um importante medidor e
parâmetro de suas qualidades pessoais, passando a

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 6 48


investir um tempo excessivo em postagens e, muitas
vezes, expondo aspectos de sua privacidade, que
deveria manter preservada. Vale acrescentar, ainda, o
impacto deletério na autoestima e na saúde mental,
de um modo geral, do assédio, da discriminação, dos
discursos de ódio, do cyberbullying e demais formas
de violência simbólica que os atores que compartilham
o ambiente das redes sociais podem sofrer.

Assim, em um contexto em que


os jovens têm nas redes sociais
um importante ambiente de
sociabilidade, é fundamental
que conheçam como elas
podem impactar sua autoestima,
e, consequentemente, sua
capacidade de autodeterminação
(fazer as próprias escolhas de vida). Afinal, uma
pessoa que não confia em si mesma e não valoriza
as próprias potencialidades, tende a esconder suas
características pessoais e a tentar assumir uma
identidade e objetivos que sejam mais facilmente
aceitos e reconhecidos pelos demais, mesmo que
para isso, abdique de expressar quem realmente é e
o que verdadeiramente desejam para sua vida.

Como é que se faz?

Organizando a aula
Nessa aula, será aplicada a metodologia
chamada Estações de rotação, que consiste em
montar diversas estações, que abordam assuntos

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 6 49


diferentes, mas complementares, que visam
promover a construção de conhecimentos sobre
diversos aspectos envolvidos em um tema mais
amplo. Para isso, será preciso organizar as mesas e as
cadeiras dos estudantes, formando quatro estações.
Cada grupo de estudantes começará a atividade em
uma dessas estações, mas terá que rotacionar por
todas elas. O material a ser usado em cada uma das
estações (matérias de jornal e tablets/computadores
com acesso à internet) deve estar disponível no
centro delas . Caso a escola não possa disponibilizar
equipamentos eletrônicos para serem usados na
sala de aula, verifique a possibilidade dos estudantes
utilizarem seus celulares ou se deslocarem até a
sala de informática para realizar as atividades que
exigem esses recursos. Se a opção for por esse
deslocamento, é fundamental que você combine
com antecedência essa atividade com o docente ou
monitor da sala, para que ele deixe os equipamentos
preparados com os vídeos, a fim de que os
estudantes possam ter tempo de concluir a atividade.
O tempo estimado para os estudantes realizarem a
atividade de cada uma das estações é de 20 minutos.

Despertando o interesse
Inicie a aula entregando aos estudantes a
Ficha de Atividades (Aula 6 - Autoestima nas redes
sociais) e questionando se eles participam das
redes sociais. Estimule-os a compartilhar as redes
que mais utilizam, que tipo de uso eles fazem
delas (compartilhar ideias e momentos de sua vida,
acessar notícias e informações, conhecer novas
pessoas, entre outras possibilidades) e como se
sentem ao usá-las. Para evitar que os estudantes
deem respostas superficiais sobre a última pergunta,
estimule-os a aprofundar sua percepção sobre seus
sentimentos, por meio de perguntas como: “Quando
você pensa em acessar suas redes, geralmente
é porque está se sentindo…”, “Após passar muito
tempo nas redes, você se sente…”, “Há algo que você

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 6 50


vê nas redes que desperta em você sentimentos
desagradáveis? O quê? Quais sentimentos
desagradáveis são despertados?”, “Há algo que você
vê nas redes que desperta em você sentimentos
agradáveis? O quê? Quais sentimentos agradáveis
são despertados?”, etc. Após essa discussão, explique
aos estudantes a metodologia das Estações de
rotação e peça para que iniciem o trabalho.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Enquanto os estudantes rotacionam entre as
estações, é importante que você circule pela sala
de aula, verificando se todos compreenderam as
propostas das estações e se estão engajados na
realização das atividades.

Abaixo apresentamos cada uma das estações e


uma possibilidade de gabarito para suas perguntas:

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 6 51


Estação 1: Reforço positivo

As matérias necessárias para essa estação estão


disponíveis nos links abaixo:

link externo 1

link externo 2

Acesso em 06/07/2020.
1) Resposta pessoal. É possível que alguns
estudantes mencionem que se sentem
dependentes do reforço positivo das redes
sociais, devido ao sentimento de satisfação
e reconhecimento que ele promove. Alguns
sentimentos que podem estar envolvidos com a
necessidade de reforço positivo são ansiedade,
angústia, insegurança, satisfação, prazer,
alegria, entre outros.
2) Resposta pessoal. É esperado que os
estudantes mencionem que a dependência
do reforço positivo das redes sociais pode
impactar a vida das pessoas de vários modos,
como, por exemplo, tornando-as mais
insatisfeitas, inseguras e ansiosas, ou mais
seguras e confiantes. Embora essas respostas
sejam antagônicas, a matéria desta estação
informa que os dois tipos de experiência
são possíveis. Entretanto, apesar dos efeitos
positivos no curto prazo, vale destacar que
essa dependência causa efeitos prejudiciais
à saúde mental e, por vezes, à saúde física e
à sociabilidade, quando o jovem ocupa parte
considerável de seu dia dedicando-se às
interações nas redes sociais.
3) Resposta pessoal. É esperado que os estudantes
utilizem elementos da matéria para responder
a essa pergunta. Nesse sentido, eles poderão
mencionar que os usuários se sentem menos
ansiosos e pressionados a postar conteúdos
que receberão o reconhecimento dos outros,
se sentindo mais livres para publicar aquilo que
desejam. Eles também podem citar que a retirada
da visualização pública dos likes pode atrapalhar
os influenciadores digitais, pois, quanto mais likes

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 6 52


eles têm, mais pessoas eles podem influenciar
a comprar os produtos das marcas que os
contratam para fazer publicidade.

Estação 2: Influenciadores digitais

A matéria necessária para essa estação


encontra-se disponível no link externo.

(Acesso em 06/07/2020).
1) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes
mencionem alguns influenciadores digitais
e consigam reconhecer quais pensamentos,
sentimentos ou condutas eles influenciam.
2) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes
consigam diferenciar influências positivas (que
elevam a sensação de bem-estar, estimulam
práticas saudáveis e o consumo responsável) de
influência negativas (que diminuem a sensação
de bem-estar, estimulam práticas arriscadas
e o consumo desenfreado, irresponsável e
insustentável).
3) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes
apresentem alguns temas com os quais os
influenciadores podem contribuir, como, por
exemplo, a autoestima e a autoaceitação, o
autoconhecimento, o compromisso social,
a denúncia do racismo e de outras práticas
discriminatórias, como o machismo, entre
outras possibilidades.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 6 53


Leia a matéria “Embaixadoras da autoestima:
influencers que ajudam mulheres a se aceitarem” e
escolha um dos vídeos para assistir e discutir com
seus colegas.

Estação 3: Haters
1) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes
mencionem aspectos como o preconceito, a
falta de respeito, a intolerância, entre outros.
2) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes
mencionem sentimentos tais como a
humilhação, a vergonha, a tristeza, a angústia, o
medo, a raiva, entre outras possibilidades.
3) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes
mencionem impactos na autoestima, na
socialização, na reputação pessoal, entre
outros. Algumas possibilidades de combate
ao discurso de ódio são a denúncia, medidas
judiciais e ações educativas.
4) Resposta pessoal.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 6 54


Estação 4: Cyberbullying

Os vídeos necessários para essa atividades


encontram-se disponíveis nos links:

link externo 1

link externo 2

(Acesso em 06/07/2020).
1) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes
mencionem desejo de poder, sensação de
superioridade, falta de respeito, entre outras
possibilidades. É importante destacar que os
agressores geralmente são motivados pelo
desejo de poder e controle sobre os demais e
pela sensação de superioridade em relação às
suas vítimas.
2) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes
mencionem que impactos de curto prazo
podem ser não querer ir para a escola, sentir
vergonha de si mesmo, afastar-se dos amigos,
desenvolver uma autoestima negativa, ter raiva
etc. Os impactos de longo prazo podem ser
desenvolver um problema de saúde mental,
tal como a ansiedade ou a depressão, não ter
autoconfiança para fortalecer sua vida pessoal
e profissional, entre outras possibilidades. É
fundamental que os estudantes reconheçam
uma ampla quantidade de impactos negativos.
Caso seja necessário, estimule-os a refletir
sobre essa questão por meio de perguntas
como: “Vocês acham que uma pessoa que
sofreu cyberbullying tem mais chances de
ter dificuldades de ter um relacionamento
amoroso saudável ou desenvolver sua carreira
profissional?” Por quê?”.
3) Respostas pessoais. Estimule os estudantes a
compartilharem suas experiências e a ouvirem
as dos colegas sem fazer julgamentos prévios.
Incentive-os a praticar a empatia e a oferecer
apoio para os colegas que eventualmente
podem ser sofrido bullying ou cyberbullying.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 6 55


Registrando o aprendizado
Ao término da rotação nas estações,
promova uma discussão entre a turma sobre o
que aprenderam nessa aula e como o tema da
autoestima nas redes sociais se relaciona com a
construção do projeto de vida. Para direcionar essa
reflexão, peça que eles utilizem o conhecimento
construído para responder às duas questões.

Ao término da discussão, solicite que criem


um mapa mental que explique a discussão feita.
O conceito central do mapa conceitual deve
ser “Autoestima”. Dele, os estudantes devem
derivar suas reflexões, de modo a contemplar os
pontos discutidos com a turma sobre a relação da
autoestima com o projeto de vida.

PARA ALÉM DA SALA DE AULA


Nesta aula, apresentamos uma proposta para
os estudantes realizarem em casa. Estimule-os a
se engajar na realização dela, pois, assim, podem
ampliar ainda mais suas habilidades para lidar com
a relação entre a autoestima e o projeto de vida.
As orientações para essa atividade encontram-se
disponíveis no material do aluno.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 6 56


Vamos falar de educação
socioemocional?

Até aqui, aprendemos que o sentimento


de estima por si mesmo, chamado também de
autoestima ou amor próprio, é resultado das
sucessivas validações sociais sobre o SER.

AMOR PRÓPRIO

É o sentir-se livre, capaz de receber


reconhecimento e amor por quem é, capaz
de tomar iniciativas e de responder com
espontaneidade e criatividade aos diversos tipos
de situação e relacionamentos.

As pessoas se tornam capazes de validar seu SER


quando conseguem diferenciar seus pensamentos
e sentimentos de seus comportamentos e ações –
seu FAZER. É quando aprendem que seu SER é maior
que seus erros e acertos, relacionados a AÇÕES
específicas.

O sentimento de “fazer bem feito” alguma


tarefa ou atividade é o sentimento de REALIZAÇÃO.
E quanto mais mostrarmos aos alunos que realizar
bem uma tarefa faz deles pessoas bem-sucedidas
naquela tarefa, mas não os tornam pessoas melhores
ou piores, mais próximos eles estarão de estabelecer
a separação entre SER e FAZER.

Afinal, é quando as pessoas são capazes de


validar quem são, para além de erros e acertos, que
o sentimento de amor próprio, a autoestima, se
estabelece.

Vimos, também, que uma autoestima bem

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 6 57


desenvolvida é capaz de diferenciar o SER do
sentimento de CONFIANÇA, que se desenvolve a
partir do enfrentamento de situações de dificuldade e
adversidade do dia a dia. O sentimento de confiança
deve apontar para capacidade de resolver problemas
e lidar com situações difíceis, muito mais do que para
o sentimento de SER uma boa ou má pessoa.

Vimos, ainda, que corrigir as ações indesejadas


dos alunos não apenas é necessário para um
desenvolvimento saudável, como é a condição
básica para o florescimento da RESPONSABILIDADE.
Cada aluno vai se tornando capaz de enxergar as
consequências, positivas ou negativas, de seus
comportamentos e ações, seja para si mesmo, para
os outros ou para o ambiente.

Dessa forma, guiar os alunos para diferenciarem


gradativamente seus sentimentos de REALIZAÇÃO,
CONFIANÇA e RESPONSABILIDADE é o caminho
mais eficaz para ajudá-los a separar cada um deles
do sentimento de VALIDAÇÃO e AMOR PRÓPRIO,
alicerces da boa autoestima.

Que tal aprender mais?

Sofrimento narcísico digital: quando as redes


sociais mostram nosso espelho.

Neste texto, o psicanalista Christian Dunker


discute as ilusões do que ele denomina de
narcisismo digital, seus impactos na autoestima e
os sofrimentos psíquicos que ele pode acarretar.
Disponível em: link externo.

(Acesso em: 03/07/2020).

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 6 58


SaferNet Brasil

Página web da instituição do terceiro setor


voltada à defesa e promoção dos Direitos Humanos
na internet e à cidadania digital. Disponível em: link
externo. (Acesso em: 06/07/2020).

Digital Sem Pressão

Campanha da instituição SaferNet com


vídeos, ilustrações, teses e dicas sobre como os
adolescentes podem ter uma experiência saudável
e responsável nas redes sociais. Disponível em: link
externo. (Acesso em: 06/07/2020).

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Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
FREITAS, Riva Sobrado; CASTRO, Matheus Felipe. Liberdade de
expressão e discurso de ódio: um exame sobre as possíveis limitações
à liberdade de expressão. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/seq/n66/14.pdf
SOUZA, Mariana Rodrigues Serrano Gomes. Autoestima e a utilização
do Facebook. Dissertação de mestrado. Lisboa School of Economics
and Management. Lisboa, 2013.
Disponível em:
https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/6456/1/DM-
MRSGS-2013.pdf
TARDELLI, Denise D’Aurea; VERNI, Priscila Joaquim. Autoestima e
projeto de vida na adolescência. 41th Association for Moral Education
Conference. Santos, 2015.
Disponível em:
http://www.fecilcam.br/revista/index.php/anaisame/article/
viewFile/1353/841
TOGNETTA, Luciene Regina Paulino, et al. Bullying e cyberbullying:
quando os valores morais nos faltam e a convivência se estremece.
Disponível em:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/
view/10036/6770
SaferNet Brasil. Disponível em: https://new.safernet.org.br/?field_
subject_value=All&field_type_value=All&page=1#. Acesso em:
06/07/2020.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 6 59


RUBRICAS 2º ANO
AVALIAÇÃO EM TEMA 1
PROJETO DE VIDA

2º ANO BLOCO: Autoconhecimento e identidade TEMA: Autoestima

Este tema compreende objetos de


conhecimento e habilidades que visam oportunizar
aos jovens o autoconhecimento e a elaboração de
uma autoestima positiva. Pretende-se, com isso, que
os jovens sintam-se confiantes para construir um
projeto de vida que expresse sua autenticidade e que
valorize suas particularidades.

II
I III IV
Atendeu
Não atendeu às Atendeu a maioria Atendeu todas as
parcialmente às
expectativas de das expectativas expectativas de
expectativas de
aprendizagem. de aprendizagem aprendizagem.
aprendizagem.

Reconhece suas
qualidades e
Tem dificuldade
Não reconhece vulnerabilidades,
de reconhecer
suas Reconhece suas identifica fatores
suas qualidades e
qualidades ou qualidades e pessoais e
vulnerabilidades
vulnerabilidades e vulnerabilidades socioculturais
e/ou de
AUTOCONHECI- não compreende e identifica que afetam
identificar
MENTO que sua fatores pessoais sua autoestima
diferentes
autoestima é e socioculturais e reflete
fatores pessoais
influenciada por que afetam sua criticamente
e socioculturais
fatores pessoais e autoestima. sobre formas
que afetam sua
socioculturais. de elaborar
autoestima. uma autoestima
positiva.

COMENTÁRIOS
DO ESTUDANTE

COMENTÁRIOS
DO EDUCADOR

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PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 1 | AULA 6 60


PROJETO DE VIDA
2º ANO
GUIA DO EDUCADOR TEMA 2
TEMA: CIDADANIA E POLÍTICA
AULA 1
TÍTULO: CIDADANIA E POLÍTICA

O que faremos hoje?

Bloco 2 Convivência e Participação

Tema Cidadania e Política

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos


sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e
explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
Competências 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e
gerais da BNCC apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem
entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer
escolhas alinhadas
ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

Conhecer, valorizar e respeitar os direitos humanos,


comprometendo-se com ações que visem à sua garantia.
Habilidades de Conhecer e valorizar iniciativas individuais e coletivas que podem
Projeto de Vida ser consideradas ética e moralmente exemplares, avaliar seus
impactos nos indivíduos e na sociedade, bem como identificar sua
integração aos projetos de vida de seus agentes.

Objetos de
Cidadania e Política
conhecimento

Tempo de aula 120 minutos

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 1 61


O que dizem os estudiosos?

Ao nascermos, somos inseridos em um mundo


que nos oferece o legado de uma longa história
de desenvolvimento sociocultural e tecnológico,
fruto de conquistas das gerações passadas que nos
permitem viver em condições melhores do que elas.
Isso nos delega a responsabilidade de preservar o
acúmulo de conquistas da humanidade voltadas ao
bem comum (ARENDT, 2012).

Ao mesmo tempo, viver em um


mundo compartilhado, em que
nossas escolhas e ações impactam
positiva ou negativamente a vida
de outras pessoas, de outros
seres vivos e o meio ambiente,
pressupõe nos responsabilizarmos
pelas marcas que deixaremos na
vida das pessoas e no mundo, nas
gerações presentes e futuras
(JONAS, 2006).

O conceito de Política refere-se às instituições


e ações humanas que têm como objetivo organizar
a vida em comunidade. Política, portanto, não
abrange apenas as instituições e atores do Estado; e
participar da política, consequentemente, significa
se comprometer com as decisões que afetam a
vida individual e coletiva, sejam elas tomadas ou
não pelos representantes políticos eleitos pela
população. Logo, participar da política é um ato
fundamental de cidadania.

A Cidadania, por sua vez, é um conceito definido


pelo sociólogo Thomas Marshall como um conjunto

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 1 62


de direitos civis (liberdades individuais), políticos
(participação política) e sociais (saúde, educação,
trabalho, etc.) e de seus deveres correspondentes
que são atribuídos por um Estado-nação a seus
cidadãos, com o objetivo de assegurar a coesão
social e condições de dignidade para todos.

Apesar da importância desse conceito de


cidadania, alguns autores, como a filósofa espanhola
Adela Cortina (2005), consideram que ele precisa ser
ampliado para uma ideia de Cidadania Participativa,
pois não basta que cada indivíduo tenha seus
direitos garantidos e respeite os direitos alheios,
sobretudo em um mundo em que muitos deles
ainda não são assegurados para boa parcela da
população. A Cidadania Participativa, portanto,
abrange não apenas a garantia de direitos e o
exercício de deveres, mas também o compromisso
com o bem comum, traduzido na solidariedade
com os problemas do mundo e no engajamento em
ações que visem melhorar ou superar as demandas
sociais e ambientais existentes, sejam elas de uma
comunidade, uma cidade, um país ou do planeta de
um modo geral.

É tarefa da escola criar condições para que os


jovens integrem o compromisso cidadão a seus
projetos de vida, de modo que a realização pessoal
esteja coordenada à responsabilidade com o bem
comum (MALLIN; BALLARD; DAMON, 2015).

Como é que se faz?

Organizando a aula
Essa é a primeira aula do tema Cidadania e
Política, que compõe o Bloco 2. Convivência e

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 1 63


Participação. Apresente aos estudantes o assunto ,
expondo que as próximas seis aulas dizem respeito
à Cidadania e Política, e que eles serão convidados
a refletir sobre conceitos relacionados à convivência
e à participação na esfera pública das relações
sociais. Mencione que nessa aula eles irão refletir
sobre os conceitos de Cidadania e Política, ambos
fundamentais para que nossa inserção no mundo e a
realização do projeto de vida se deem sob parâmetros
de responsabilidade e compromisso social.

Antes de iniciar a atividade disparadora, exponha


as habilidades que a aula visa desenvolver.

Despertando o interesse
Incentive os estudantes a responderem às
perguntas relativas à imagem. O objetivo dessas
questões é que eles reflitam sobre o fato de que a
convivência entre pessoas diferentes pode ser difícil
e, por vezes, gerar conflitos entre interesses, crenças
e valores.

Em seguida, fomente uma discussão coletiva


sobre as perguntas apresentadas após a imagem.
A primeira questão visa provocar reflexões sobre
a origem e função das regras de convivência, dos
princípios e práticas morais na regulação da vida
social e mediação dos conflitos que dela podem
decorrer. Ao contrário de ser algo naturalmente
estabelecido, a moral, a cidadania e também a política,
são construções humanas, portanto, históricas,
determinadas pela necessidade de regulação da vida
em comunidade. A segunda questão propõe suscitar
nos estudantes a percepção de que os direitos e
as oportunidades de realização do bem-estar das
gerações presentes resultam de conquistas históricas
adquiridas pela luta de grupos sociais. Ao discutir esse
assunto, verifique o que os estudantes conhecem a
respeito da história de direitos como a igualdade de
gênero, de raça e os direitos trabalhistas, pois, uma
vez que tais conteúdos serão abordados na atividade

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 1 64


1, essa seria uma oportunidade de os estudantes
reconhecerem e compartilharem seus conhecimentos
e lacunas sobre o tema.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Nesta atividade, os estudantes deverão fazer
uma linha do tempo sobre conquistas de direitos em
um dos três campos: Igualdade de gênero, Igualdade
racial e Direitos trabalhistas. Recomenda-se que a
atividade seja feita em grupos de 4 estudantes e que
os 3 tipos de direitos sejam distribuídos de modo
equilibrado entre eles. É possível, ainda, desenvolver
essa e as próximas atividades em parceria com o
docente de História. Alguns eventos que poderão ser
indicados pelos estudantes em relação a cada direito
são destacados a seguir.

Igualdade de gênero
1771 - Publicação da Declaração dos Direitos da
Mulher, na França, pela militante Olympe de
Gouges, como uma crítica à Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, que definia
direitos de igualdade e liberdade aplicados
somente aos homens.
1827 – Meninas são autorizadas a frequentar a
escola no Brasil.
1832 – Publicação da obra “Direitos das Mulheres e
Injustiças dos Homens”, da autora Nísia Floresta,
que denuncia o mito da superioridade do
homem e defende a igualdade para as mulheres.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 1 65


1879 – Mulheres conquistam o direito ao acesso às
faculdades.
1932 – Conquista do direito ao voto feminino,
conquista que resultou da organização e luta
de movimentos feministas desde o início do
século XX.
1962 – Criação do Estatuto da Mulher Casada,
que permitiu que mulheres casadas não
precisassem mais da autorização do marido
para trabalhar e também o direito à guarda dos
filhos em casos de separação.
1977 – Aprovação da Lei do Divórcio, que deu às
mulheres o direito de se divorciarem, embora o
divórcio permanecesse por muito tempo (e em
alguns contextos ainda é) mal visto socialmente.
2006 – Aprovação da Lei Maria da Penha, que pune
a violência contra a mulher.
2015 – Aprovação da Lei do Feminicídio, que
qualifica o homicídio contra a mulher em
razão de sua condição como mulher ou em
decorrência de violência doméstica como
crime hediondo.
2018 – Aprovação de Lei que caracteriza o assédio
(importunação sexual e violência no dia-a-dia)
como crime.

Igualdade racial
1600 - 1695 - Surgimento do primeiros quilombos,
incluindo Palmares.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 1 66


1798 - 1838 - Revolta dos cabanos, revolta dos
malês e revolta dos balaios.
1830 - Proibição do tráfico negreiro pelo tratado de
Comércio Anglo-Brasileiro.
1833 - Paula Brito funda o jornal O homem de cor,
primeiro a defender os direitos dos negros
escravizados.
1871 - Lei do ventre livre.
1888 - Abolição da escravidão no Brasil. A data
é considerada uma mentira cívica pelo
movimento negro.
1910 - João Cândido, lidera a Revolta da Esquadra,
também conhecida como Revolta da Chibata,
pondo fim aos castigos físicos praticados
contra os marinheiros.
1944 - Abdias Nascimento, funda, no Rio de Janeiro,
o Teatro Experimental do Negro.
1950 - Aprovação da Lei Afonso Arinos, no Rio
de Janeiro, que estabelece sanção penal à
discriminação de raça, cor e religião.
1977. Surgimento do Movimento Negro Unificado
(MNU), que, dentre outras ações, instituiu o
Dia Nacional de Consciência Negra, em 20 de
novembro.
1998. Criação do Sistema de Cotas na Universidade
de Brasília (UnB), a partir do Caso Ari, em que
o estudante negro de Engenharia Civil Arivaldo
Lima Alves, foi o único reprovado em um
projeto, apesar de possuir as melhores notas.
2003 - Regulamentação da titulação de terras
quilombolas.
2010. Aprovação do Estatuto da Igualdade Racial,
que prevê o estabelecimento de políticas
públicas de valorização da cultura negra para
a correção das desigualdades provocadas pelo
sistema escravista no País.
2012 - Aprovação da Lei de Cotas para o Ensino
Superior.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 1 67


Direitos trabalhistas
1800 - Promulgação do Moral and Health Act na
Inglaterra, considerada a primeira lei trabalhista.
1888 - Abolição da escravidão no Brasil.
1891 - Constituição Republicana (Brasil):
regulamentação do trabalho para adolescentes
de 12 a 18 anos.
1931 - Getúlio Vargas regulamenta a sindicalização
de trabalhadores pelo Decreto 19.770.
1934 - Constituição de 1943 prevê os direitos
a salário mínimo, jornada de trabalho de 8
horas, repouso semanal, férias remuneradas e
assistência médica e sanitária.
1940 - Getúlio Vargas institui o salário mínimo,
cujo valor deveria ser o suficiente para atender
aos gastos com moradia, saúde, alimentação,
vestuário, transporte, lazer e educação.
1943 - Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que
unifica a legislação trabalhista, definindo salário
mínimo, férias anuais, segurança e medicina
do trabalho, proteção à mulher e ao menor de
idade, previdência social, regulamentação dos
sindicatos, etc.
1946 - Assembleia constituinte determina o direito à
greve.
1966 - Criação do Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço (FGTS) com o objetivo de amparar o
trabalhador demitido por justa causa.
1988 - Constituição estabelece, entre outras coisas,
a licença maternidade de 120 dias sem redução
salarial e demissão, e a licença paternidade;

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 1 68


limitação da jornada de trabalho para 8 horas
diárias e 44 semanais.

Abaixo consta uma possibilidade de gabarito


para as respostas que os estudantes podem dar para
as perguntas da atividade 1.
1) Resposta pessoal. Espera-se que o estudante
seja capaz de identificar as mudanças
promovidas pelo direito que foi conquistado.
2) Crises econômicas e sociais, juntamente com
práticas de mobilização - espontânea ou
organizada em partidos, movimentos sociais ou
ONG’s - da população, são algumas das causas
de transformações sociais que resultaram na
conquista de direitos.
3) As respostas dos estudantes podem variar
conforme os resultados de suas pesquisas.
Algumas respostas que podem surgir são: a
desigualdade de gênero e racial em relação
ao mercado de trabalho (ocupação de
cargos e remuneração salarial, por exemplo),
a desigualdade de classe que acomete
majoritariamente a população negra e a
desigualdade de remuneração entre a classe
trabalhadora e a classe detentora dos meios de
produção ou mesmo entre profissões de igual
qualificação formativa (um juiz e um docente,
por exemplo).

Atividade 2
Leia junto com os estudantes o texto sobre
Cidadania e Política proposto para esta atividade. Faça
pausas entre os parágrafos a fim de esclarecer dúvidas
e verificar se todos compreenderam os conceitos.
Depois, peça para que , ainda em grupos, respondam
às perguntas subsequentes ao texto. Abaixo há um
gabarito com possibilidades de resposta.
1) O conceito de cidadania formulado por
Thomas Marshall refere-se à garantia de

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 1 69


direitos políticos, civis e sociais ao indivíduo
por um Estado-nação ao qual ele pertence,
e à necessidade de respeitá-los por meio de
deveres correspondentes. Todavia, não indica,
explicitamente, o compromisso ativo com
ações voltadas ao bem comum, tal como
propõe o conceito de cidadania participativa
proposto por Adela Cortina.
2) Resposta pessoal.

Atividade 3
Espera-se que o estudante seja capaz de aplicar
os conceitos de política e cidadania definidos no
texto da Atividade 2 na interpretação do evento,
por exemplo, identificando os conflitos relativos
ao âmbito da vida coletiva (política), os direitos
reivindicados e as ações realizadas para assegurá-los
ou conquistá-los (cidadania).

Vamos falar de educação


socioemocional?

Para exercer a cidadania, é necessário levar


em conta necessidades que estão muito além dos
desejos e interesses individuais. É imprescindível

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 1 70


estar aberto para enxergar e reconhecer as
necessidades das outras pessoas, dos diferentes
grupos sociais e culturais.

Assim, desenvolver a postura de abertura


ao novo, à diversidade de experiências, ideias e
mudanças pode ser um interessante ponto de partida.

ABERTURA

É a atitude de buscar conhecer o mundo


pela troca de experiências práticas e concretas,
antes de chegar a alguma avaliação ou
conclusão sobre uma realidade sociocultural.

Na sala de aula, a atitude de abertura pode


ser estimulada no dia a dia através do incentivo à
experimentação, seguido do compartilhamento dos
diferentes aprendizados individuais proporcionados
por tais vivências.

Vamos a um exemplo. Durante um calendário


de atividades sobre práticas culturais das diferentes
regiões do país, o educador deve estimular os
estudantes a incorporarem papéis sociais típicos de
cada realidade. Por exemplo: “Pesquisem e escolham
uma manifestação artística de cada região e a
reproduzam para os demais colegas”.

Imaginando danças gaúchas, o frevo


pernambucano, o repente sertanejo e o rap urbano,
o educador deve estar focado em estimular seus
estudantes a vivenciarem a diversidade de formas de
expressão artística nacional.

Após a experimentação prática, deve


auxiliar os jovens na identificação e compreensão
das aproximações e distanciamentos entre as
manifestações artísticas.

“Cada dança/música que vocês representaram


fala de qual sentimento?”; “É possível ter sentimentos
parecidos vivendo em regiões diferentes, com
realidades tão diferentes?”. “O que vocês percebem
de igual entre elas? E o que percebem de diferente?”.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 1 71


O trabalho para desenvolver a atitude de abertura
deve estar pautado no seguinte passo a passo:
1 - Trazer os estudantes para viverem a experiência;
2 - Auxiliá-los a incorporar e reproduzir os
diferentes papéis sociais da atividade;
3 - Compartilhar em grupo as descobertas
individuais sobre viver realidade nova;
4 - Auxiliá-los a perceber semelhanças e distinções
entre manifestações culturais;

Que tal aprender mais?

Podem a ética e a cidadania ser ensinadas?

Vídeo-aula ministrada pelo Prof. Dr. José


Sérgio de Carvalho, da Faculdade de Educação
da Universidade de São Paulo, para o curso Ética,
Valores e Saúde na Escola, promovido pela USP em
parceria com a Universidade Virtual do Estado de São
Paulo (UNIVESP). Disponível em: link externo

(Acesso em: 03/07/2020).

Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf

Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
ARENDT, Hannah. A condição humana. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2010.
CORTINA, A. Cidadãos do mundo: por uma teoria da cidadania. São
Paulo: Edições Loyola, 2005.
JONAS, Hans. O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para
a civilização tecnológica. Rio de Janeiro: Contraponto: Ed. PUC-Rio,
2006.
MALLIN, Heather; BALLARD, Parissa Jahromi; DAMON, William.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 1 72


Civic Purpose: An Integrated Construct for Understanding Civic
Development in Adolescence. Human Development. v. 58, p. 103-130,
2015.
75 anos da CLT: trajetória e desafios. Disponível em https://www.
intersindicalcentral.com.br/75-anos-da-clt-trajetoria-e-desafios/#.
XwDQE25FzIU. Acesso em: 04/07/2020.
Cronologia da luta pela discriminação racial no país. Disponível em:
http://www.palmares.gov.br/?p=9513. Acesso em: 04/07/2020.
Terra de direitos. Disponível em: https://terradedireitos.org.br/
noticias/noticias/a-partir-de-marcos-historicos-linha-do-tempo-
ilustra-conquistas-do-movimento-quilombola/22712. Acesso em:
04/07/2020.
Conquistas do feminismo no Brasil. Disponível em: https://
nossacausa.com/conquistas-do-feminismo-no-brasil/. Acesso em:
04/07/2020.
História do feminismo. Disponível em: https://feminismo.org.br/
historia/. Acesso em: 04/07/2020.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 1 73


PROJETO DE VIDA
GUIA DO EDUCADOR 2º ANO
TEMA: CIDADANIA E POLÍTICA TEMA 2
TÍTULO: TEORIA DA AÇÃO COMUNICATIVA, AULA 2
DIREITOS HUMANOS E PROCEDIMENTOS DE
DELIBERAÇÃO POLÍTICA

O que faremos hoje?

Bloco 2 Convivência e Participação

Tema Cidadania e Política

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente


construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para
entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar
para a construção de uma sociedade justa, democrática e
inclusiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais
e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe
possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho
e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu
projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
Competências responsabilidade.
gerais da BNCC
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações
confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de
vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos
humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável
em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em
relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia,
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos,
inclusivos, sustentáveis e solidários.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 2 74


Conhecer, valorizar e respeitar os direitos humanos,
comprometendo-se com ações que visem à sua garantia.
Identificar, compreender e sensibilizar-se com problemas sociais e
ambientais, propondo e realizando ações voltadas ao bem comum,
Habilidades de à justiça social, à sustentabilidade e à democracia.
Projeto de Vida Argumentar, com base em fatos e dados, para negociar e defender
ideias e pontos de vista em situação de debate público.
Reconhecer e ser aberto à diversidade de culturas, crenças,
interesses e valores, respeitá-la e mediar e resolver conflitos
decorrentes da convivência coletiva de forma ética e dialógica.

Objetos de Teoria da Ação Comunicativa, direitos humanos e procedimentos


conhecimento de deliberação política.

Tempo de aula 120 minutos

O que dizem os estudiosos?

Habitar um mundo no qual convivem pessoas e


culturas diversas, cujos valores, crenças e interesses
podem entrar em conflito, exige definir quais
critérios de decisão são mais desejáveis para regular
a vida coletiva, de modo a garantir a boa convivência,
a dignidade e a satisfação das necessidades humanas
de todas as pessoas. A definição sobre como se deve
ou não agir em relação ao outro é a base fundadora
do que chamamos de moral.

Um importante filósofo que se dedicou a esse


tema foi o alemão Jürgen Habermas ao propor a
Teoria da Ação Comunicativa.

Segundo essa teoria, a boa


decisão moral, uma decisão justa
e que considere a diversidade de
necessidades e interesses de um
grupo social ou da humanidade,
é aquela que um conjunto de

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 2 75


pessoas com pontos de vista e
interesses diversos (e, por vezes,
divergentes) definem como a
melhor por meio de um debate em
que dialogam em condições de
igualdade e livres de coerções.
Para Habermas, em um mundo tão diverso e
atravessado por desigualdades de poder (político
e econômico) e também psicológicas e de
conhecimento, apenas uma ação comunicativa que
se dê sob essas condições de igualdade e liberdade
poderá se aproximar de critérios morais realmente
justos para as pessoas envolvidas.

Esse princípio, segundo Habermas, deve ser


considerado tanto em um plano abstrato pelas
pessoas - ao raciocinarem sobre como se deve agir
(imaginando a variedade de interesses e necessidades
em jogo) -, quanto orientar a definição de critérios
morais que sirvam de referência para grupos sociais
debaterem e entrarem em um acordo sobre normas
de convivência e leis, por exemplo, por meio de
mecanismos democráticos de participação política e
tomada de decisões que afetam a coletividade.

Como é que se faz?

Organizando a aula
Inicie a aula solicitando que algum estudante
resuma o conceito de cidadania abordado na aula
anterior. Retome o tema da aula, sem explicar os
conceitos, e diga que eles farão um debate, mas
reserve a explicação para mais adiante, a fim de
não influenciar suas respostas para as perguntas

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 2 76


disparadoras. Apresente as habilidades que a aula visa
desenvolver.

Despertando o interesse
É comum que alguns estudantes reproduzam
as afirmações por influência do que escutam
sobre política. Deixe que exponham suas opiniões
livremente, sem fazer correções ou direcionamentos.
Espera-se que eles divirjam em relação às suas
respostas e que alguns deles recorram aos conceitos
de política e cidadania abordados na aula anterior
para defender que a inserção em um mundo
comum impossibilita estarmos isentos da esfera
política (de modo que é impossível ser apolítico), e
que é justamente o debate entre uma pluralidade
de pontos de vista e interesses que possibilitam
a construção de uma sociedade em que o bem
comum seja considerado (o que contraria a ideia de
que “política não se discute”). Caso os estudantes
cheguem ao consenso de que todo político é
corrupto, convém problematizar essa crença,
questionando se conhecem, de fato, todos os
políticos e a organização dos partidos para emitirem
essa opinião. É importante ajudá-los a relativizar essa
afirmação. O tema será retomado na Aula 3.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 2 77


Construindo conhecimentos

Atividade 1
Leia o texto da Atividade 1 com os estudantes
e verifique se todos compreenderam as ideias e os
conceitos. Forme grupos de 6 estudantes e organize
a atividade em diferentes momentos, de acordo com
as seguintes orientações:
1) Os estudantes deverão elaborar uma lista dos
direitos humanos fundamentais e justificá-los.
Neste momento, é possível que deixem de
considerar alguns direitos, incluindo aqueles
que se referem a grupos sociais e identitários
sem representatividade entre eles. Não faça
observações a esse respeito.
2) Neste momento, os estudantes deverão
considerar os direitos reivindicados por
diferentes grupos sociais. Cada equipe
deverá receber um papel com a indicação do
grupo que deverão representar, sem que os
demais saibam, para não interferir em suas
decisões. Sugere-se que os grupos sociais
sejam aqueles cujos interesses possuem baixa
representatividade política: ambientalistas;
indígenas; negros(as); mulheres; e classe
trabalhadora (pequenos agricultores, operários,
trabalhadores informais, docentees etc.).
3) Quando todos concluírem esta etapa, solicite
que um representante de cada equipe escreva
na lousa a lista dos direitos, indicando quais
foram considerados na primeira etapa e quais
foram considerados na segunda .
4) Cada grupo deverá analisar a lista dos colegas
e verificar quais direitos se repetem, se há
alguns com os quais não concordam (por
exemplo, por entrar em conflito com um
direito proposto por eles) e se acrescentariam
algum à lista dos colegas. Neste momento,
oriente-os a identificar a possível existência
de interdependência entre os direitos, ou seja,
o fato de que um pode complementar e/ou
estabelecer limites sobre outro (por exemplo,

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 2 78


o direito à liberdade de opinião é limitado, no
caso de uma opinião racista, pelo direito à
igualdade racial).
5) Abra uma rodada de exposição para que
cada grupo apresente o que discutiu na etapa
anterior. Conforme os grupos forem expondo
suas conclusões, recomenda-se que, em
relação aos direitos que se repetem, apenas um
seja mantido na lousa e os demais apagados,
de forma a encaminhar a definição dos direitos
consensuados pela turma. No caso da existência
de conflitos, peça que argumentem e procurem
chegar a uma decisão sobre a necessidade de
excluir um direito ou de incluir outro que possa
mediar o conflito. Anote na lousa as propostas
de novos direitos, caso surjam.
6) Defina com a turma a lista final de direitos.
Neste momento, questione quais não foram
considerados por cada grupo na primeira etapa
e porque acham que isso aconteceu. Espera-
se que reconheçam que não consideraram as
necessidades de alguns grupos sociais, talvez
por não serem afetados por seus problemas.
Mencione que também nas instituições
políticas do Estado há coletividades sub
representadas, sem representantes diretos
(indígenas, por exemplo) e/ou cujos direitos
não são colocados em pauta.
Solicite que anotem em seus cadernos a lista
de direitos elaborada pela turma com o título
Declaração de Direitos Humanos. Pode-se solicitar
que um ou mais estudantes elaborem um painel e
fixem-no na sala de aula, para que seja revisado ao
longo das próximas aulas e também para que sirva
de referência para a convivência com os docentes e
com seus pares.

Atividade 2
Após realizarem a simulação do fórum de debate
político, os estudantes deverão responder a algumas
perguntas que visam aprofundar o conhecimento.
Abaixo, há uma possibilidade de gabarito:

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 2 79


1) Tais espaços são ocupados por representantes
eleitos pela população, os quais irão decidir
sobre temas de interesse comum. Tal eleição
deveria ser feita, idealmente, segundo
a afinidade do eleitor com a plataforma
política de seu representante, porém, muitos
eleitores desconhecem o programa de
governo dos candidatos no período eleitoral.
Além disso, nem sempre os representantes
políticos atendem às necessidades de grupos
minoritários, sendo mais comum que atendam
a interesses dos economicamente dominantes.
Na simulação, buscou-se dar voz às demandas
desses grupos sociais, de modo a elaborar uma
Declaração de Direitos Humanos que atendesse
a uma diversidade de necessidades e interesses
de maneira justa, conforme os princípios da
Teoria da Ação Comunicativa.
2) Resposta pessoal.

Vamos falar de educação


socioemocional?

Para avançar mais um passo no


desenvolvimento da cidadania, vamos abordar uma
atitude fundamental para conhecer e compreender
as variadas realidades humanas: a curiosidade.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 2 80


CURIOSIDADE

É explorar e descobrir, interessar-se pela


experiência contínua por si só. É se sentir
gratificado por caminhar em direção a uma
resposta, envolver-se em uma nova experiência
ou aprender algo novo.

Assim, para acessar conjuntos de valores e


culturas diferentes dos nossos, além da postura
de abertura ao novo e de experimentação do
desconhecido, é necessário um interesse genuíno
pelas informações e características da nova cultura.

A curiosidade é o hábito de fazer perguntas


e investigar respostas para os questionamentos
levantados. Pessoas curiosas estão interessadas
em explorar novas ideias, atividades e experiências,
assim como têm um forte desejo de aumentar seu
conhecimento pessoal.

Para exercitar a curiosidade de seus estudantes


em sala, fique atento a dois grupos: aqueles que já
demonstram uma curiosidade natural e aqueles que
parecem mais receosos ou desconfortáveis.

Para o primeiro grupo, faça perguntas que


os direcione sempre para um nível maior de
profundidade sobre a atividade ou tarefa: “Você já
descobriu como isso funciona?”, “Seria incrível se
você pudesse me explicar como fazer...”, “O que
você acha de pesquisar como isso pode ajudar a
vida das pessoas?”, “Como você acha que isso pode
ajudar alguém de que você gosta?”.

Para o segundo grupo, ofereça-se para estar


junto durante os primeiros passos da experiência/
descoberta, ou chame um colega do primeiro grupo
para fazer dupla com ele: “Mostre ao seu colega
como não precisa ter medo”; “Agora que você viu
seu amigo fazer, encontre seu jeito de fazer”, “O
que você sabia antes dessa experiência e agora

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 2 81


descobriu”, “Você pode usar isso na sua vida com sua
família? Como seria?”.

A ideia é desenvolver neles o hábito de criar


perguntas sobre as tarefas e atividades e buscarem
respondê-las sozinhos ou com ajuda dos colegas.

O próximo passo é colocar os estudantes para


fazerem as perguntas entre si, durante os exercícios,
e irem se revezando entre o papel de perguntar e o
papel de investigar respostas.

Que tal aprender mais?

Práticas de deliberação

O capítulo da obra Práticas morais: uma


abordagem sociocultural da educação moral,
do docente e pesquisador da Universidade de
Barcelona, Josep Puig, aborda a importância das
práticas deliberativas democráticas, em consonância
com a teoria da Ação Comunicativa de Jürgen
Habermas, para o desenvolvimento da personalidade
moral dos jovens no contexto escolar.

PUIG, J. M. Práticas de deliberação. In:______.


Práticas morais: uma abordagem sociocultural da
educação moral. São Paulo: Moderna, 2004.

Livro disponível gratuitamente no link externo.

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Referências Bibliográficas

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 2 82


ARENDT, Hannah. A condição humana. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2010.
HABERMAS, Jürgen. Consciência moral e agir comunicativo. Trad.
Guido A. de Almeida. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989.
NOBRE, Marcos Severino. A Teoria Crítica. São Paulo: Zahar, 2004.
PUIG, J. M. A construção da personalidade moral. São Paulo: Ática,
1998.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 2 83


PROJETO DE VIDA
2º ANO
GUIA DO EDUCADOR TEMA 2
TEMA: CIDADANIA E POLÍTICA
AULA 3
TÍTULO: PRÁTICAS DE CIDADANIA

O que faremos hoje?

Bloco 2 Convivência e Participação

Tema Cidadania e Política

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos


sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e
explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e
apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem
entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer
Competências escolhas alinhadas
gerais da BNCC ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
8. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização
da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.

Conhecer e valorizar iniciativas individuais e coletivas que podem


ser consideradas ética e moralmente exemplares, avaliar seus
impactos nos indivíduos e na sociedade, bem como identificar sua
integração aos projetos de vida de seus agentes.
Habilidades de Reconhecer os valores, pensamentos, sentimentos e hábitos e
Projeto de Vida regular as próprias condutas.
Reconhecer as responsabilidades pessoais com as demandas do
mundo comum e atribuir sentido ético e sociopolítico ao projeto
de vida, comprometendo-se com ações individuais e coletivas
voltadas ao bem comum.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 3 84


Objetos de
Práticas de cidadania.
conhecimento

Materiais Dispositivos para a realização de pesquisa na internet.

Tempo de aula 120 minutos

O que dizem os estudiosos?

A cidadania deve ir além da atribuição de direitos


e do dever em não violá-los.

À ideia de cidadania deve se somar


o sentimento de solidariedade e o
compromisso social, traduzindo-
se no engajamento dos cidadãos
em práticas voltadas à garantia
e defesa do bem comum e da
dignidade humana, bem como
à ampliação da democracia,
da igualdade social e da
sustentabilidade.
A cidadania ativa pode ser exercida mediante
diversos tipos de práticas, que podemos classificar
em diferentes níveis (CORTINA, 2005; PUIG et al,
2010). O primeiro nível de práticas de cidadania que
podemos mencionar envolve aquelas realizadas
no âmbito do poder do Estado pelos órgãos que
o constituem e pelos representantes eleitos: na
formulação e aprovação de leis; na realização de
projetos e de políticas públicas; na denúncia e
fiscalização de ações etc.

O segundo nível de prática é exercido pela


sociedade civil organizada em partidos políticos,

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 3 85


movimentos sociais e Organizações Não
Governamentais (ONG’s), que podem atuar propondo,
denunciando, fiscalizando e também participando
da formulação de políticas públicas por meio de
órgãos com função consultiva e deliberativa. Tais
instituições também costumam reivindicar a garantia
e a ampliação de direitos de determinados grupos
sociais (classe trabalhadora e população indígena, por
exemplo) e o atendimento a demandas de interesse
coletivo (preservação ambiental, por exemplo).

Outro tipo de prática de cidadania se dá no


nível das ações comunitárias, realizadas por pessoas
que se organizam para atender uma ou mais
necessidades sociais. Também podemos mencionar
o consumo consciente como uma prática de
cidadania. O boicote a produtos e empresas que
violam direitos humanos ou causam degradação
ecológica, bem como a priorização de produtos e
empresas com responsabilidade socioambiental é
uma prática que incide sobre o bem comum.

No atual contexto histórico, em que o mundo


digital está cada vez mais presente em nossas vidas,
protestos e campanhas nas redes sociais, que visam
promover a igualdade, o respeito à diversidade, a
democracia e a conservação ecológica, também
podem ser considerados um tipo de prática de
cidadania, pois, eventualmente, podem exercer
pressão sobre políticos e sensibilizar a população
sobre determinados temas de interesse social. Os
hashtags (#), por exemplo, junto a ações das mídias
analógicas (rádio, jornal e televisão) que pautam
questões sociais, podem ser práticas de cidadania
pela via da comunicação.

Por fim, vale mencionar que cada um de nós


exerce a cidadania por meio do voto consciente e do
acompanhamentos das ações dos políticos eleitos.
Além disso, enquanto cidadãos, todos temos as
ruas e praças como espaço de resistência frente à
imposição de retrocessos sociais e de reivindicação

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 3 86


de direitos. Afinal, desde a Grécia Antiga até os dias
de hoje, o espaço público ainda é o principal espaço
de exercício da cidadania e construção de uma
sociedade mais justa, democrática e sustentável.

Como é que se faz?

Organizando a aula
Essa aula necessitará de recursos para os
estudantes realizarem pesquisa na internet. Reserve
a sala de informática com antecedência ou verifique
a possibilidade de os estudantes utilizarem seus
celulares para realizarem a pesquisa. Antes de
apresentar as habilidades da aula, escreva na lousa
as seguintes palavras: manifestação política; coleta
seletiva; deliberação de parlamentares; votação;
mutirão em comunidade. Peça para os estudantes
responderem se já realizaram alguma delas e o que
elas têm em comum. Caso eles respondam que
tratam-se de ações de cidadania, pergunte a eles
por que elas podem ser classificadas dessa forma.
Espera-se que, com base nos conceitos já abordados
, sejam capazes de afirmar que todas elas são
direcionadas ao bem comum. Apenas uma ressalva
deve ser feita nesse tocante: manifestações políticas
que afrontam a democracia e os direitos humanos
não podem ser consideradas práticas de cidadania.

Despertando o interesse
Distribua para os estudantes a Ficha de
Atividades dessa aula (Aula 3 - Práticas de
cidadania). Peça para eles observarem as imagens
e responderem oralmente às seguintes perguntas:

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 3 87


“Você já realizou alguma dessas ações? O que elas
têm em comum”. Verifique se os estudantes já se
envolveram em práticas de cidadania e estimule-os a
conhecer mais possibilidades para se engajarem.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Organize a turma em grupos de 4 estudantes
e delegue a cada um deles a tarefa de pesquisar
um dos tipos de prática de cidadania mencionadas
no texto. Abaixo, seguem alguns conteúdos que
poderão constar em cada tipo de prática como
resultado de suas pesquisas.
- Poder do Estado pelos órgãos que o
constituem e pelos representantes eleitos.
Espera-se que os estudantes mencionem
projetos de lei, comissões parlamentares de
inquérito (CPI’s), frentes parlamentares, políticas
públicas, ações do Superior Tribunal Federal
(STF), entre outras práticas.
- Sociedade civil organizada em partidos
políticos, movimentos sociais e Organizações
Não Governamentais (ONG’s). Espera-se
que os estudantes mencionem projetos
de iniciativa popular, organização de
manifestações de rua, campanhas, participação
em conselhos, projetos de desenvolvimento
social e comunitário, entre outras práticas
desenvolvidas por essas instituições.
- Ações comunitárias. Espera-se que os
estudantes mencionem mutirões, intervenções
junto a subprefeituras, gestão de praças e
hortas comunitárias, entre outras práticas.
- Consumo consciente. Espera-se que os
estudantes mencionem iniciativas que levaram
ao boicote em massa a produtos (alimentos,
roupas, etc) e empresas vinculados a práticas
que violam direitos humanos e geram
degradação ambiental e/ou ao incentivo ao
consumo de produtos e empresas de produção

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 3 88


local/regional, que promovem a cultura, a
inclusão social ou a sustentabilidade.
- Protestos e campanhas nas redes sociais.
Espera-se que os estudantes mencionem
iniciativas nas redes sociais que tiveram grande
alcance sobre a opinião pública ou mesmo
que repercutiram sobre a política institucional,
por exemplo, fazendo com que representantes
políticos revogassem uma medida provisória.
Concluída a pesquisa, organize a turma para que
cada grupo compartilhe o resultado da pesquisa.

Atividade 2
Anote no quadro os itens da lista coletiva
sugeridos pelos estudantes. É importante mediar
esse momento, verificando se as ações propostas
por eles são pertinentes e se há práticas análogas
que podem ser agrupadas.

Depois, eles deverão marcar as práticas que já


realizaram, de modo a obterem insumos para refletir
sobre seu papel como cidadão.

Registrando o aprendizado

Atividade 3
Nesta atividade, os estudantes deverão
refletir sobre seu papel como cidadãos e sobre a
possibilidade de uma ou mais práticas de cidadania
inspirarem seu projeto de vida. Sobre isso, é
importante destacar que o compromisso social pode
ser uma fonte de projetos de vida. Convide-os a
pesquisarem histórias de pessoas que fizeram desse
tema seu projeto de vida.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 3 89


Vamos falar de educação
socioemocional?

A jornada de desenvolvimento da cidadania,


chega agora na capacidade de perceber a
experiência pessoal, subjetiva e emocional das outras
pessoas: a empatia.

EMPATIA

É a atitude de se colocar no lugar de outra pessoa,


fazendo conexão com as emoções e sentimentos
que ela experimenta e conseguindo compreendê-
la emocionalmente.

Afinal, para atingir a consciência social sobre


a igualdade de direitos e oportunidades entre os
diversos grupos socioculturais, parece indispensável
compreender empaticamente suas realidades.

As pessoas se colocam no lugar do outro


quando, conectando-se com ele, conseguem
PENSAR e SENTIR como ele, dentro do recorte do
que está sendo contado/falado/narrado/observado/
compartilhado.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 3 90


Para fazer conexão com as emoções do outro,
é preciso buscar em nossas memórias afetivas, nas
histórias que vivemos, alguma situação que tenha
despertado/impactado a nós de forma semelhante
a que nosso interlocutor tem despertado dentro de
si, enquanto conta seu relato. Não é preciso viver
o mesmo que ele. E, sim, buscar na sua história e
nas suas memórias situações em que você sentiu
a emoção que ele está sentindo. E, então, você
o COMPREENDE emocionalmente e alcança a
EMPATIA efetivamente.

Para exercitar a empatia de seus estudantes em


sala, é fundamental aproveitar as tarefas e atividades
do dia a dia para que eles pratiquem variados papéis
sociais e reconheçam, gradativamente, o lugar
emocional de ocupar determinada função.

Vamos exemplificar. Durante apresentações


em grupo, o educador deve estimular os estudantes
a reconhecerem o que sentem quando praticam os
vários papéis envolvidos na situação, a saber, o de
“falar pelo grupo”, ou “assistir à apresentação dos
membros de seu grupo”, ou “assistir à apresentação
dos outros grupos”, ou “receber resultado da
avaliação do estudante”.

Cada um desses papéis desperta sentimentos


diferentes. Saber, por exemplo, o que o colega do
outro grupo sente enquanto se apresenta na frente
de todos, passa por entrar em contato com o que
cada um sentiu em sua experiência individual,
quando praticava o papel de se apresentar.

Desse modo, o educador deve fazer os


estudantes ocuparem funções diferentes, numa
mesma situação, e estimular o compartilhamento
dos sentimentos que cada um viveu quando
desempenhando cada vivência específica .

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 3 91


Que tal aprender mais?

Cidadania e Democracia

Nesse artigo, a pesquisadora Maria Victoria


Benevides aborda a ampliação dos mecanismos
de participação democrática e sua relação com o
conceito de cidadania ativa.

BENEVIDES, Maria Victoria de Mesquita.


Cidadania e democracia. Lua Nova, São Paulo , n. 33,
p. 5-16, 1994. Disponível em: link externo

(Acesso em: 06/07/2020).

Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf

Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
BENEVIDES, Maria Victoria de Mesquita. Cidadania e democracia. Lua
Nova, São Paulo , n. 33, p. 5-16, 1994 .
CORTINA, A. Cidadãos do mundo: por uma teoria da cidadania. São
Paulo: Edições Loyola, 2005.
PUIG, J. M. (Coord.) Entre todos: compartir la educación para la
ciudadanía. Barcelona: Horsori Editorial, 2010. cap. 2. p. 33-46.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 3 92


PROJETO DE VIDA
GUIA DO EDUCADOR 2º ANO
TEMA: CIDADANIA E POLÍTICA TEMA 2
TÍTULO: DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS AULA 4
DIREITOS HUMANOS

O que faremos hoje?

Bloco 2 Convivência e participação

Tema Cidadania e Política

1.Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos


sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e
explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação
e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas
diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida
pessoal e coletiva.
Competências 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis,
gerais da BNCC para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e
decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos,
a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito
local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao
cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização
da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 4 93


Conhecer, valorizar e respeitar os direitos humanos,
comprometendo-se com ações que visem à sua garantia.
Reconhecer e ser aberto à diversidade de culturas, crenças,
Habilidades de interesses e valores, respeitá-la e mediar e resolver conflitos
Projeto de Vida decorrentes da convivência coletiva de forma ética e dialógica.
Identificar, compreender e sensibilizar-se com problemas sociais e
ambientais, propondo e realizando ações voltadas ao bem comum,
à justiça social, à sustentabilidade e à democracia.

Objetos de
Declaração Universal dos Direitos Humanos
conhecimento

Materiais Acesso aos computadores e internet pelos estudantes.

Tempo de aula 120 minutos

O que dizem os estudiosos?

A Declaração Universal dos Direitos Humanos


(DUDH) é um marco na história. Nascida no pós
Segunda Guerra Mundial e com representantes de 58
países (chamados Estados-membros), a Organização
das Nações Unidas (ONU) reuniu-se em Assembleia
Geral para elaboração de um documento capaz de
promover a paz, a justiça e a democracia entre os
diferentes países e povos.

A reunião contou com representantes de


diversos países, com a finalidade de contemplar
uma ampla diversidade de crenças, valores e modos
de vida, tal como preconizado pela Teoria da Ação
Comunicativa de Habermas (ver Aula 2). O resultado
foi a promulgação da DUDH, contendo

30 artigos que defendem os direitos


básicos de todos os seres humanos,
como o direito à vida, à segurança
social, à liberdade de expressão,
sem qualquer distinção de cor,
religião, sexo ou visão política.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 4 94


Atualmente, a DUDH é assinada por 193 países
e seu documento principal serve de referência para
leis e tratados internacionais. O Brasil foi um dos
países que assinou o documento , assumindo o
compromisso de cumprir com os direitos básicos em
seu território. Apesar de não ter força de lei sobre os
Estados-membros, a declaração tem força moral, ao
representar o consenso de diversos países.

Algumas características importantes da DUDH:


● Os direitos humanos são universais, ou seja,
aplicados a todas as pessoas;
● Os direitos humanos são inalienáveis, o que
significa que nenhum indivíduo pode ser
privado de seu direito (somente limitados em
situações específicas);
● Os direitos humanos são indivisíveis, inter-
relacionados e interdependentes, ou seja, a
violação de algum direito interfere em outros.
Apesar dos avanços na consolidação do tema
, ainda temos grandes violações de direitos básicos
em todo o mundo, como a privação do acesso à
alimentação, à moradia, à água potável, à educação,
ainda existem casos de tortura, prostituição infantil,
trabalhos em condições similares à escravidão, entre
outras. Por isso, a luta pela garantia dos direitos
humanos deve continuar!

Como é que se faz?

Organizando a aula
Para esta atividade, será necessário acesso à
internet e computadores para os estudantes.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 4 95


Despertando o interesse
Apresente a questão disparadora aos estudantes
e ajude-os a reconstruir a história da Declaração
Universal dos Direitos Humanos (DUDH). Faça uma
chuva de ideias, relembrando pontos como:
● o período de duração da Segunda Guerra
Mundial (1939-1945);
● o contexto que o mundo vivia após as
atrocidades da Segunda Guerra Mundial (campos
de concentração, câmaras de gás, experimentos
com humanos, bombas atômicas, etc);
● criação da Organização das Nações Unidas
(ONU) em 1945, com o objetivo de firmar a paz
entre os países;
● data da promulgação da DUDH (10 de
dezembro de 1948) e a composição plural
e democrática da Assembléia Geral. Neste
momento, mencione que a simulação que os
estudantes fizeram na Aula 2 buscou reproduzir
as condições em que a DUDH foi formulada,
sob inspiração da Teoria da Ação Comunicativa
de Habermas.
Como sugestão, pode-se utilizar esses
conhecimentos prévios para construir na lousa uma
breve linha do tempo.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Leia coletivamente a atividade e peça para
que os estudantes observem as ilustrações. Em
seguida, solicite que eles façam duplas e busquem o
documento oficial da DUDH na internet. Disponível em:
link externo. (Acesso em 3 de julho de 2020).

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 4 96


Dê o tempo necessário para que façam a leitura
a DUDH e relacione seus artigos às ilustrações.
Abra para a discussão e estimule os estudantes a
apresentarem suas respostas. Segue o gabarito para
auxiliá-lo na condução da discussão:
1. Artigo 2º: Todo ser humano tem capacidade
para gozar os direitos e as liberdades
estabelecidos nesta Declaração, sem distinção
de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo,
idioma, religião, opinião política ou de outra
natureza, origem nacional ou social, riqueza,
nascimento, ou qualquer outra condição.
2. Artigo 24º: Todo ser humano tem direito a
repouso e lazer, inclusive à limitação razoável
das horas de trabalho e a férias remuneradas
periódicas.
3. Artigo 13º: Todo ser humano tem direito à
liberdade de locomoção e residência dentro
das fronteiras de cada Estado. 2. Todo ser
humano tem o direito de deixar qualquer país,
inclusive o próprio, e a este regressar.
4. Artigo 14º: Todo ser humano, vítima de
perseguição, tem o direito de procurar e de
gozar asilo em outros países.
5. Artigo 4º: Ninguém será mantido em escravidão
ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos
serão proibidos em todas as suas formas.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 4 97


6. Artigo 21º: Todo ser humano tem o direito de
fazer parte no governo de seu país diretamente
ou por intermédio de representantes livremente
escolhidos.
7. Artigo 19º: Todo ser humano tem direito à
liberdade de opinião e expressão; este direito
inclui a liberdade de, sem interferência, ter
opiniões e de procurar, receber e transmitir
informações e ideias por quaisquer meios e
independentemente de fronteiras.
8. Artigo 26º: Todo ser humano tem direito à
instrução. A instrução será gratuita, pelo menos
nos graus elementares e fundamentais. A
instrução elementar será obrigatória. A instrução
técnico-profissional será acessível a todos, bem
como a instrução superior, baseada no mérito.

Atividade 2
Solicite que algum estudante leia o enunciado
da atividade. Forme grupos de até 6 pessoas e
encaminhe-os para a primeira etapa do trabalho.
Fique à disposição para qualquer dúvida que possa
surgir. Destaque que o vídeo deve conter o problema
(algum direito humano violado) e, no mínimo, duas
práticas de cidadania como propostas de solução.

Durante a pesquisa na internet sobre notícias


que violam os direitos humanos, sugira que o
grupo se divida em duplas para dar celeridade às
buscas nos computadores. Porém, aconselhe-os
a sentarem-se próximo uns dos outros, para que
possam se comunicar.

Também sugira que eles pesquisem sobre os


tipos de vídeos, para ajudar na escolha do formato
do filme. No material dos estudantes, há uma
sugestão de site que apresenta várias possibilidades
de produção audiovisual.

Circule pela sala, atentando-se às discussões.


Caso perceba grupos com temáticas semelhantes,
assegure-se de que a condução do enfoque está

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 4 98


diferente ou então aconselhe-os a trocar de tema.

Ressalte a importância do produto final ser um


vídeo, que será apresentado na última aula desse
tema (Aula 6).

Peça para eles planejarem o cenário e os


personagens para que possam trazer os materiais
necessários para a gravação do vídeo na próxima
aula, e que não se esqueçam dos aparelhos
telefônicos, carregadores e cabos para a filmagem e
edição do vídeo.

Registrando o aprendizado

Atividade 3
No final da aula, solicite que cada estudante
escolha uma palavra que represente o aprendizado
do dia e compartilhe-a em uma roda de fechamento
deste encontro .

Vamos falar de educação


socioemocional?

No caminho de reconhecer e compreender


a variedade de necessidades entre as pessoas, os
grupos sociais e as realidades culturais, encontramos
muitas divergências e até mesmo discordâncias.

Assim, se o desenvolvimento da cidadania exige


o exercício do acolhimento empático, por outro
lado, implica na aprendizagem colaborativa para
além das diferenças.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 4 99


COLABORAÇÃO

É a atitude de se comprometer com os objetivos


do grupo ao qual pertence ou com o bem-estar
do grupo como um todo.
A capacidade de unir forças através do que
existe de semelhante é uma das sementes da
colaboração.

Trabalhar em sala de aula para desenvolver o


espírito colaborativo é ajudar os alunos a enxergarem
os pontos de união entre eles, apesar de todas as
prováveis diferenças. Buscar na natureza, animais
e cadeias alimentares que funcionam baseadas
no relacionamento colaborativo é uma opção de
introduzir esse aprendizado.

Em seguida, propor atividades em grupo em


que cada membro realize uma função indispensável
para o alcance do resultado é um segundo passo
interessante. Durante a execução da atividade, o
educador deve orientar os alunos a se observarem
entre si: “Pergunte ao seu colega de equipe: precisa
de ajuda para terminar?; “Pergunte de que forma
você pode ajudá-lo a avançar mais rápido”, “Se é você
quem precisa de um apoio, peça ajuda ao seu colega
de equipe”, “Diga para ele o que pode fazer para vocês
somarem forças e terminarem juntos essa etapa”.

O trabalho para desenvolver a atitude


colaborativa deve estar pautado no seguinte passo
a passo:

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 4 100


1 - Trazer os alunos para experimentarem a
atividade em grupo;
2 - Auxiliá-los a observar a relevância do papel
de cada colega para a realização completa da
atividade;
3 - Orientá-los a pedir ajuda um para o outro
quando necessário, evidenciando a potência do
somatório dos esforços;
4 - Auxiliá-los a revezarem os papéis de ajudar e
receber ajuda dentro do grupo;
5 - Estimulá-los a compartilhar as vantagens de
realizar atividades de forma colaborativa.

Que tal aprender mais?

Brasil: Desafios e conquistas após 70 anos da


Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Essa é uma entrevista com Maurizio Giuliano,


diretor do Centro de Informações das Nações
Unidas no Rio de Janeiro, que aconteceu em 2018.
Ele lista alguns avanços, como a melhora do Índice
de Desenvolvimento Humano (IDH), na saúde e na
educação. No entanto, enfatiza que alguns desafios
precisam ser superados, como o racismo e os índices
de segurança. Disponível em: link externo.

Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf

Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Disponível
em:https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 4 101


pdf. Acesso em 02 jul. 2020.
NAÇÕES UNIDAS BRASIL. O que são direitos humanos? Disponível
em: https://www.unicef.org/brazil/o-que-sao-direitos-humanos
70 ANOS DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS.
Disponível em:https://www.direitoshumanos70anos.com/. Acesso em
03 jul. 2020.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 4 102


PROJETO DE VIDA
2º ANO
GUIA DO EDUCADOR TEMA 2
TEMA: CIDADANIA E POLÍTICA
AULA 5
TÍTULO: CIDADANIA E POLÍTICA

O que faremos hoje?

Bloco 2 Convivência e participação

Tema Cidadania e Política

1.Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos


sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e
explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação
e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas
diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida
pessoal e coletiva.
Competências 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis,
gerais da BNCC para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e
decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos,
a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito
local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao
cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização
da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 5 103


Conhecer, valorizar e respeitar os direitos humanos,
comprometendo-se com ações que visem à sua garantia.
Reconhecer e ser aberto à diversidade de culturas, crenças,
Habilidades de interesses e valores, respeitá-la e mediar e resolver conflitos
Projeto de Vida decorrentes da convivência coletiva de forma ética e dialógica.
Identificar, compreender e sensibilizar-se com problemas sociais e
ambientais, propondo e realizando ações voltadas ao bem comum,
à justiça social, à sustentabilidade e à democracia.

Objetos de
Cidadania e política
conhecimento

Materiais Acesso aos computadores e internet pelos estudantes.

Tempo de aula 120 minutos

O que dizem os estudiosos?

Infelizmente, o Brasil apresenta permanentes


violações dos direitos humanos em algumas esferas,
apesar de avanços significativos em outras. Essa
avaliação é realizada pelo Conselho dos Direitos
Humanos, responsável por revisar as políticas
públicas e publicar recomendações para melhorar
a situação dos direitos humanos no país. Na última
Revisão Periódica Universal (RPU), ocorrida em 2017,
o Brasil recebeu 246 recomendações. Uma delas é
sobre a segurança pública, que viola o direito à vida.

O número de homicídios continua


alarmante
e o foco dessa violência recai
sobre a população jovem, negra e
pobre.
A situação se torna ainda mais grave quando os
dados indicam que grande parte dessas mortes são
causadas por policiais, que também é uma categoria
profissional vítima da violência.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 5 104


Algumas recomendações dirigidas ao Brasil,
de acordo com os Estados-membros da ONU, são:
treinamento das forças policiais, pedido de rejeição
das propostas de redução da maioridade penal,
estabelecimento de metas para redução das mortes
provocadas por policiais em até 10%, criação de
um código de condutas para o uso da força em
protestos e manifestações, reforma do sistema
penitenciário, sugestão de sentenças alternativas à
prisão, entre outras.

Outra constante violação diz


respeito às ameaças e mortes de
líderes indígenas, quilombolas,
camponeses e daqueles que
defendem os recursos naturais.
Os conflitos por terras e recursos ambientais
provocam dezenas de mortes por ano. No entanto,
o direcionamento de políticas e recursos para
esses setores ainda são negligenciados. Como
recomendações, apresentaram: assegurar recursos
para a Fundação Nacional do Índio (FUNAI),
fortalecer a coordenação do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA), aumentar a participação dos indígenas na
política, estabelecer mecanismos para erradicar o
estigma e a discriminação contra povos minoritários,
entre outras.

Também houve um número significativo de


recomendações para combater o racismo estrutural,
a violência contra as mulheres, contra jornalistas e
defensores dos direitos humanos, para combater
a pobreza, para garantir o direito das pessoas
LGBTQIA+ e melhorar as políticas de educação.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 5 105


Como é que se faz?

Organizando a aula
Para esta atividade, será necessário o acesso à
internet e a computadores ou tablets.

Despertando o interesse
Inicie a aula recuperando as discussões feitas
na aula anterior. Para isso, peça que os grupos
apresentem brevemente seus planejamentos.
Permita que estudantes dos outros grupos façam
comentários e sugestões, a fim de colaborar com o
refinamento do projeto alheio.

Construindo conhecimentos

Atividade 1

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 5 106


Faça a leitura coletiva da atividade. Fique à
disposição em caso de dúvidas.

No momento de gravação, permita que os


estudantes explorem outros ambientes, além da sala
de aula, como pátios e corredores. Se possível, libere-
os para gravações externas, ao redor da escola, após
autorização dos responsáveis. Estimule-os a aprender
sobre edição de vídeos em sites da Internet e incentive
a participação de todos na confecção do projeto,
reforçando a importância da divisão das tarefas.

Registrando o aprendizado

Atividade 2
No final da aula, abra uma roda de conversa para
que os grupos compartilhem como foi a gravação do
vídeo, se todos conseguiram finalizá-la e, caso não
a tenham terminado, como irão se organizar para
solucionar a questão.

Vamos falar de educação


socioemocional?

O grande Darwin tentou nos ensinar: quanto


maior a quantidade de mutações de nossos genes,
maior a variedade de combinações de diferentes
tipos humanos. Desse modo, quanto mais diversos
formos, maiores são nossas chances de adaptação e
sobrevivência. A mensagem é muito clara: a evolução
humana é diretamente proporcional à diversidade, e
vida evolui na mesma direção da diversidade.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 5 107


DIVERSIDADE

É a atitude de conviver de forma harmônica com


pessoas de origens, naturezas e características
variadas e diferentes.
Uma pessoa com postura favorável à diversidade,
busca incluir e integrar as singularidades
individuais à harmonia coletiva.

Como temos visto, falar de cidadania é falar


de semelhanças e diferenças, de convergências
e divergências. É a busca por assegurar alguma
igualdade numa realidade tão repleta de diversidade.
Assim, aprender a conviver, respeitar, incluir e
integrar a diversidade humana se revela primordial
para o fortalecimento da cidadania.

Na sala de aula, o trabalho para desenvolver


atitudes de inclusão e integração da diversidade pode
ser mais natural do que se imagina, basta observar
os próprios alunos e suas particularidades. Afinal,
as diferenças começam nas características físicas,
como cor da pele, altura, peso, tipos e cortes de
cabelo, timbres de voz, passa pelas preferências de
entretenimento, como estilo musical, manifestação
artístico-esportiva e tribos geracionais, até chegar
às expressões identitárias como espiritualidade,
afetividade e sexualidade.

Vamos exemplificar. Aproveitando a riqueza da


própria interação dos alunos entre si, ao surgir uma

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 5 108


brincadeira ou piada de tom e intenção duvidosa, o
educador deve interromper a atividade e confrontar
a turma: “Levanta a mão quem se sentiria mal se
fosse alvo desse comentário”, “Vocês que levantaram
a mão, falem, um de cada vez, como se sentiriam”,
“Quem de vocês já se sentiu assim ou de forma
parecida com isso?” “O que vocês gostariam que os
outros soubessem sobre como é se sentir assim?”;
“Agora, vocês que não levantaram a mão, de onde
imaginam que veio esse comentário, ou quem vocês
ouviram fazê-lo?”; “Vocês imaginavam que esse
simples comentário estava associado a uma história
de direitos humanos violados?”.

Compreendendo que o cenário da diversidade


está posto, o educador deve estimular a reflexão e
o questionamento, por exemplo, sobre a origem de
comentários preconceituosos e comportamentos
discriminatórios dentro da turma mesmo.

Que tal aprender mais?

Como criar uma esquete

O site apresenta passo a passo para criar uma


esquete. Disponível em: link externo. (Acesso em: 04
jul. 2020).

20 ideias de vídeos criativos para você gravar

O site apresenta algumas sugestões de vídeos.


Disponível em: link externo. (Acesso em: 04 jul. 2020).

7 dos melhores editores de vídeo gratuitos para


Windows

O site apresenta 7 editores de vídeo, bem

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 5 109


como o link para os downloads. Disponível em: link
externo. (Acesso em: 04 jul. 2020).

Como o Brasil está descumprindo mais de 200


recomendações feitas na ONU.

Essa reportagem apresenta críticas em relação


à resposta do governo às recomendações da ONU
sobre a melhoria dos direitos humanos no país.
Disponível em: link externo

Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf

Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
NAÇÕES UNIDAS BRASIL. Brasil recebe centenas de recomendações
para combater violações aos direitos humanos. Disponível
em: https://nacoesunidas.org/brasil-recebe-centenas-de-
recomendacoes-para-combater-violacoes-aos-direitos-humanos/.
Acesso em: 04 jul. 2020.
MARTÍN, M. Brasil, um país em “permanente violação de direitos
humanos”.
Disponível em:
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/02/23/
politica/1456259176_490268.html. Acesso em: 04 jul. 2020.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 5 110


PROJETO DE VIDA
GUIA DO EDUCADOR 2º ANO
TEMA: CIDADANIA E POLÍTICA TEMA 2
TÍTULO: DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS AULA 6
DIREITOS HUMANOS

O que faremos hoje?

Bloco 2 Convivência e participação

Tema Cidadania e Política

1.Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos


sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e
explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação
e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas
diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida
pessoal e coletiva.
Competências 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis,
gerais da BNCC para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e
decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos,
a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito
local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao
cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização
da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 6 111


Conhecer, valorizar e respeitar os direitos humanos,
comprometendo-se com ações que visem à sua garantia.
Reconhecer e ser aberto à diversidade de culturas, crenças,
interesses e valores, respeitá-la e mediar e resolver conflitos
decorrentes da convivência coletiva de forma ética e dialógica.
Habilidades de Identificar, compreender e sensibilizar-se com problemas sociais e
Projeto de Vida ambientais, propondo e realizando ações voltadas ao bem comum,
à justiça social, à sustentabilidade e à democracia.
Reconhecer as responsabilidades pessoais com as demandas do
mundo comum e atribuir sentido ético e sociopolítico ao projeto
de vida, comprometendo-se com ações individuais e coletivas
voltadas ao bem comum.

Objetos de
Declaração Universal dos Direitos Humanos
conhecimento

Materiais Recursos para exibição de vídeos.

Tempo de aula 120 minutos

O que dizem os estudiosos?

É importante analisar a distância que existe


entre o discurso e a prática dos direitos humanos,
problematizando o real alcance deles e a
responsabilidade individual como parte dessas
conquistas. Nós nascemos livres e iguais perante a lei,
no entanto, essa premissa nem sempre foi verdadeira.

Os direitos humanos são


resultados de processos
históricos, de pessoas que lutaram
por condições mínimas de
liberdade, dignidade e igualdade.
Da mesma maneira que essas
garantias foram conquistadas, elas
precisam ser mantidas por meio
de batalhas diárias.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 6 112


O desafio de preservar tal conquista esbarra no
abismo que há entre o discurso e a prática destas
questões. Pôr em marcha os direitos humanos não é
só cobrar responsabilidade estatal, perpassa também
pela responsabilidade individual: é se ver como parte
do processo, como um cidadão comprometido
com o bem comum. Para isso, faz-se necessário
engajamento em ações socioambientais.

https://www.events.unsw.edu.au/event/human-rights

O caminho para a garantia dos direitos


humanos é a conscientização da população por
meio da educação. Puig (1995) defende que os
direitos humanos devem ser alicerce da formação
de cidadãos mais justos e éticos. Esses conteúdos
morais de amplo consenso, como é o caso da DUDH,
reforçam a construção de ideais democráticos e
podem ser fontes de projetos de vida voltados para
o compromisso social. Além disso, as práticas de
cidadania também podem inspirar projetos de vida,
pois à medida que os jovens compreendem que são
capazes de transformar a realidade comum, eles se
sentem mais fortalecidos para combater injustiças
e defender aquilo que é justo. A educação que, ao
mesmo tempo, é um dos direitos fundamentais,
também é garantia para os demais direitos. É preciso
fomentar uma cultura escolar e projetos de vida
dentro deste espectro da cidadania .

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 6 113


Como é que se faz?

Organizando a aula
Organize as mesas e cadeiras em semicírculo,
de maneira que todos visualizem as apresentações.

Despertando o interesse
Informe aos estudantes que nesta aula eles irão
compartilhar seus vídeos com toda a turma. Estimule
a curiosidade deles, mencionando os temas de
cada um dos vídeos e a abordagem escolhida pelos
grupos.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Esse é o dia da apresentação dos vídeos.
Assegure-se de que haverá respeito entre os
colegas ao assistir aos trabalhos um dos outros.
Retome a importância de eles fazerem elogios
e darem feedbacks específicos, que visem ao
aperfeiçoamento e não a crítica dos trabalhos.

Você pode sortear a ordem de apresentação


dos grupos ou perguntar se alguém se voluntaria
a começar. Após cada apresentação, reserve 10
minutos para o restante da turma fazer perguntas
ou comentários. Estimule a participação de todos,
evidenciando a riqueza dos diversos olhares sobre
um mesmo problema. Reforce o conceito de
cidadania participativa, procurando encorajá-los a
dar continuidade às práticas cidadãs propostas por
eles, e que eles incorporem essas práticas a seus
projetos de vida.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 6 114


Atividade 2
Solicite que os estudantes preencham
individualmente a tabela de autoavaliação. Reforce a
importância da sinceridade consigo mesmo.

Registrando o aprendizado

Atividade 3
Leia coletivamente a atividade. Abra uma roda
de conversa. Resgate a lista de valores fundamentais
construída em sala e estimule os estudantes
avaliarem se é necessário acrescentar algum
princípio, após conhecerem a DUDH. Depois, peça
que reflitam sobre como os direitos humanos podem
estar presentes no projeto de vida deles: como
uma fonte do projeto de vida, como uma prática a
ser incorporada, entre outras possibilidades. Nesse
momento, é fundamental reforçar que, muitas vezes,
é em uma experiência de cidadania que as pessoas
encontram a matriz de seus projetos e sentido para
sua vida. Por isso, sobretudo aqueles estudantes que
ainda não têm projetos de vida bem delimitados,
deveriam experimentar se engajar com causas que
façam sentido para eles, pois essa experimentação
pode levá-los a descobrir a si e seus caminhos.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 6 115


Vamos falar de educação
socioemocional?

Viver em sociedade de forma respeitosa,


harmônica e colaborativa exige assumir
compromissos e cumprir combinados. Em
síntese, é necessário compreender que são muitas
necessidades diferentes buscando realização ao
mesmo tempo.

Mais do que se responsabilizar pela


consequência de nossas ações, praticar uma atitude
efetivamente cidadã significa responsabilizar-
se pelos efeitos sociais de nossas escolhas,
posicionamentos, opiniões e comportamentos.

RESPONSABILIDADE SOCIAL

É a adoção de posturas e ações promotoras


de benefícios e transformações de impacto
para a sociedade e o meio ambiente. Pessoas
socialmente responsáveis participam ativamente
da resolução de algum problema local da
comunidade onde vivem.

Na sala de aula, o educador deve incentivar os


alunos a se interessarem pelo que está acontecendo
em sua comunidade. Deve solicitar que eles
pesquisem e expliquem para os outros alguns
aspectos mínimos sobre as condições de vida dos
moradores, como o acesso e qualidade da educação
básica, dos equipamentos de saúde e segurança
pública, o perfil sociodemográfico das famílias e
indicadores de desenvolvimento humano de sua
população.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 6 116


Vamos exemplificar. O educador deve provocar
reflexões no sentido de despertar o engajamento
de seus alunos: “Quais os maiores problemas das
pessoas que vivem nessa comunidade?”, “Que
serviços, públicos ou privados, são oferecidos para
garantir a qualidade de vida das pessoas daqui?”,
“Vocês acham que condições de vida ruins são
responsabilidade de cada família ou de todos que
vivem nessa comunidade?”, “O que vocês, enquanto
parte dessa comunidade, podem fazer para começar
alguma mudança?”, “Como as pessoas podem se
organizar e trabalhar juntas para transformar alguma
situação desafiadora da comunidade?”.

É muito significativo incluir nas discussões


com os alunos casos exemplares de engajamento
comunitário em nível global, nacional, estadual
e municipal, mostrar para eles como moradores
mobilizados são capazes de resolver necessidades
coletivas, assim como ampliar suas perspectivas
acerca do potencial de transformação da
responsabilidade social de cada indivíduo.

O foco central é fazê-los perceber que grupos


coletivamente organizados têm muito mais chance
de produzir impactos duradouros e, assim, instigá-los
a planejar e pilotar algum tipo de intervenção prática,
ainda que localizada, pontual e experimental.

Que tal aprender mais?

O uso do vídeo como ferramenta de apoio ao


ensino-aprendizagem

Nesse artigo, os pesquisadores Darlin Nalú Avila


Pazzini e Fabrício Viero de Araújo, da Universidade
Federal de Santa Maria, descrevem a relevância do

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 6 117


uso de vídeos como parte do processo de ensino-
aprendizagem nas escolas.

Disponível em: link externo.


(Acesso em: 12/07/2020).

Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf

Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
ALMEIDA, A. V. B.; COSTA, C. V. Direitos humanos: entre discurso,
prática e responsabilidades.
Disponível em:
https://paranaportal.uol.com.br/opiniao/sintonia-fina/direitos-
humanos-entre-discurso-pratica-e-responsabilidades/. Acesso em 05
jul. 2020.
PUIG, M. J. Aprender a dialogar: materiales para a educación ética y
moral. In: Educación secundaria. Madri: Rogar, 1995.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 6 118


RUBRICAS 2º ANO
AVALIAÇÃO EM TEMA 2
PROJETO DE VIDA

2º ANO BLOCO: Convivência e participação TEMA: Cidadania e Política

Tendo em vista que as escolhas e ações dos jovens


ocorrem no âmbito de um mundo compartilhado
com outras pessoas, a construção do projeto de
vida pressupõe o aprendizado de conhecimentos e
habilidades relacionados à convivência nas esferas
privada e pública, voltados ao desenvolvimento do
sentimento de responsabilidade e compromisso com o
bem comum. Neste tema, os conceitos de cidadania e
política figuram como eixo central.

II
I III IV
Atendeu
Não atendeu às Atendeu a maioria Atendeu todas as
parcialmente às
expectativas de das expectativas expectativas de
expectativas de
aprendizagem. de aprendizagem aprendizagem.
aprendizagem.

Reconhece
os direitos
dos diversos
Não reconhece Reconhece os Reconhece
grupos sociais,
os direitos dos direitos dos os direitos
demonstra
diversos grupos diversos grupos dos diversos
abertura à
sociais e não sociais mas grupos sociais
diversidade de
CONVIVÊNCIA E demonstra não demonstra e demonstra
crenças, culturas,
PARTICIPAÇÃO abertura à abertura à abertura à
interesses e
diversidade de diversidade de diversidade de
valores e participa
crenças, culturas, crenças, culturas, crenças, culturas,
ativamente
interesses e interesses e interesses e
da defesa do
valores. valores. valores.
bem comum
e da dignidade
humana.

COMENTÁRIOS
DO ESTUDANTE

COMENTÁRIOS
DO EDUCADOR

Clique aqui para baixar a ficha de avaliação

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 2 | AULA 6 119


PROJETO DE VIDA
GUIA DO EDUCADOR 2º ANO
TEMA: CAMPO DE POSSIBILIDADES TEMA 3
E ESCOLHA PROFISSIONAL
AULA 1
TÍTULO: AUTOCONHECIMENTO
E TOMADA DE DECISÃO

O que faremos hoje?

Bloco 3 Escolha e planejamento

Tema Campo de possibilidades e escolha profissional

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e


apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem
entender as relações próprias do mundo do trabalho, fazendo
escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto
Competências de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
gerais da BNCC responsabilidade.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e
emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas.

Sistematizar interesses, habilidades, conhecimentos e


Habilidades de oportunidades relativos às possibilidades e aspirações futuras, com
Projeto de Vida vistas a elaborar e utilizar estratégias para superar dificuldades e
buscar a realização de objetivos com determinação e resiliência.

Objetos de
Autoconhecimento e tomada de decisão.
conhecimento

Materiais Ficha de atividades da aula 1- Roda da vida

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 1 120


O que dizem os estudiosos?

A Roda da Vida é uma ferramenta de


autoconhecimento muito utilizada pela abordagem
de autodesenvolvimento chamada coaching, que
tem o objetivo de contribuir para que as pessoas
mudem seus comportamentos a fim de atingirem os
resultados que esperam nas mais diversas áreas da
vida. O coaching surgiu no meio empresarial, como
uma forma de desenvolver as competências dos
funcionários de empresas e corporações, e integra
conhecimentos de diversas áreas, tais como recursos
humanos, neurociência, gestão empresarial, entre
outras. Ainda que seu histórico e seus propósitos se
afastem das abordagens pedagógicas, recomendadas
para serem aplicadas com adolescentes com o
objetivo de favorecer a construção de seus projetos
de vida, é possível usar algumas de suas ferramentas
para trabalhar aspectos específicos do projeto de
vida, como o autoconhecimento.

Como é que se faz?

Organizando a aula
Esta é a primeira aula do tema Campo de
possibilidades e escolha profissional, que compõe
o Bloco 3. Escolha e Planejamento. Apresente-o
aos estudantes, expondo que, ao longo das
próximas seis aulas, eles serão convidados a avaliar
diferentes dimensões de sua vida, conhecer melhor

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 1 121


as possibilidades e desafios relativos ao mundo do
trabalho e à inserção social de modo geral, além de
desenvolver habilidades relacionadas à escolha, ao
planejamento e à realização de seus objetivos com
determinação e resiliência, que os capacitarão para
a construção de seus projetos de vida. Apresente as
habilidades dessa aula.

Despertando o interesse
Solicite aos estudantes que indiquem quais são
as principais áreas de suas vidas. Liste-as na lousa e
pergunte a eles em que medida estão satisfeitos com
cada uma delas. Essa discussão visa aproximar os
estudantes das atividades que serão realizadas neste
plano de aula. Feito isso, entregue a ficha da aula a
cada um deles.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Leia com os estudantes a introdução da
atividade que explica o que é a ferramenta Roda
da Vida, assim como os comandos para a sua
realização. Ressalte a importância de que eles
utilizem as perguntas orientadoras de cada área para
avaliá-la e mencione que eles podem considerar
outros aspectos que dizem respeito àquela área e
que não estão contemplados nas questões.

Após o preenchimento da Roda da vida, eles


deverão preencher os campos da tabela que são
referentes à coluna intitulada O que eu preciso
melhorar? O que devo fazer para melhorar? Solicite
que procurem ser específicos ao responder as
questões, sobretudo aquelas cuja pontuação é baixa,
pois isso os ajudará a criar novos comportamentos.

Atividade 2
Nesta atividade, os estudantes devem selecionar

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 1 122


uma das áreas da Roda da Vida para realizar uma
avaliação em profundidade e definir ao menos cinco
itens para serem avaliados. Veja, abaixo, exemplos
de itens em relação às áreas Saúde e Disposição e
Família e Amigos:

Saúde e Disposição
● Realização de atividade física.
● Alimentação.
● Nível de estresse.
● Disposição.
● Ausência de doenças.

Família e Amigos
● Cuidado e respeito com familiares.
● Cuidado e respeito com amigos.
● Diversão com familiares.
● Diversão com amigos.
● Aprendizado.
Após concluírem a atividade, faça um destaque
em relação à sugestão contida no final da atividade,
relacionada ao colocar em prática comportamentos
que os ajudem a melhorar a pontuação dessas áreas
e a ter uma vida mais feliz e equilibrada.

Registrando o aprendizado

Atividade 3
Reserve de 10 a 15 minutos finais da aula para
que os estudantes compartilhem, em duplas ou trios,
as principais avaliações de sua Roda da Vida e da sub-
roda da vida. Nesse momento, eles também deverão
se aconselhar em relação a estratégias que podem ser
desenvolvidas para melhorar uma área que foi avaliada
como parcialmente satisfatória ou insatisfatória.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 1 123


Vamos falar de educação
socioemocional?

A fase de escolha profissional costuma


desencadear muita expectativa, ansiedade e
pressão nos jovens. É claro que fazer escolhas
é o aprendizado de uma vida. Escolher é uma
habilidade que vai sendo aprimorada à medida
que nós a exercitamos. Aliás, como grande parte
das habilidades socioemocionais, ela precisa de
aplicação prática para amadurecer e se consolidar
como aprendizagem.

No entanto, não é essa a mensagem que


nossos jovens recebem. A maior parte se vê imersa
num oceano de expectativas e cobranças. Da
família, da escola, dos professores, dos amigos e
da comunidade. Todos anseiam que eles façam a
escolha certa. É muita pressão.

Resultado? Alunos altamente apressados, quando


não desesperados, para encontrarem uma resposta
que, sabemos, é descoberta numa jornada de muita
tentativa, erros, acertos, fracassos e conquistas.

Nessa fase de decisões, muitas vezes, o mais


importante é ajudá-los a desvendar a si mesmos,
a buscar as respostas na história de interesses e
afinidades que eles já desenharam até aqui.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 1 124


As melhores pistas de “por onde começar”
essa caminhada de escolhas profissionais já fazem
parte das pequenas preferências cotidianas: estão
impressas nas paixões de cada um deles.

PAIXÃO

É um tipo especial de dedicação. É uma dedicação


prolongada e duradoura, que, ao longo do tempo,
torna-se consistente.

Na sala de aula, o educador deve atuar como


facilitador para que os alunos estejam conscientes
das próprias paixões. Reconhecer as escolhas
movidas pela paixão na história de vida de cada um
deles deve ser sua bússola de orientação.

Vamos exemplificar. O educador deve estimular


a atitude investigativa nos alunos: “Que atividades
vocês fazem por meio das quais, depois, sentem-
se energizados?”, “Que coisas vocês poderiam fazer
durante horas, sem perceber o tempo passar, ou
sem ficar cansados?”, “Lembrem-se das atividades
de que vocês mais gostam e por meio das quais
vocês sentem prazer. Por que elas os deixam felizes/
realizados?”, “Quando você olha para o mundo, o
que tem vontade de fazer para torná-lo um lugar
melhor?”, “Que filme, seriado ou personagem o
deixou curioso e interessado em relação a trabalho
ou à profissão?”

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 1 125


Pessoas conscientes de suas paixões dedicam-
se às suas metas ao longo do tempo com muito mais
consistência. Paixão é um dos dois ingredientes mais
verificados na trajetória de profissionais realizados e
bem-sucedidos.

Que tal aprender mais?

Instituto Brasileiro de Coaching

Para conhecer mais sobre a abordagem do


coaching, acesse o site do Instituto Brasileiro de
Coaching. link externo. (Acesso em 12/07/2020).

Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf

Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva,
2011. https://www.sbcoaching.com.br/blog/roda-da-vida/
Acesso em 12/07/2020

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 1 126


PROJETO DE VIDA
GUIA DO EDUCADOR 2º ANO
TEMA: CAMPO DE POSSIBILIDADES TEMA 3
E ESCOLHA PROFISSIONAL
AULA 2
TÍTULO: CARREIRAS PROFISSIONAIS E
PROPÓSITO DE VIDA

O que faremos hoje?

Bloco 3 Escolha e planejamento

Tema Campo de possibilidades e escolha profissional

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e


apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem
Competências entender as relações próprias do mundo do trabalho, fazendo
gerais da BNCC escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto
de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade.

Conhecer os contextos, as características, as possibilidades e


os desafios do trabalho no século XXI, bem como identificar os
interesses pessoais em relação à inserção no mundo do trabalho.
Habilidades de
Projeto de Vida Sistematizar interesses, habilidades, conhecimentos e
oportunidades relativos às possibilidades e aspirações futuras, com
vistas a elaborar e utilizar estratégias para superar dificuldades e
buscar a realização de objetivos com determinação e resiliência.

Objetos de
profissionais e propósito Carreiras de vida
conhecimento

Tiras de papel, caneta e um saco pequeno. Acesso à internet e aos


Materiais computadores.
Ficha de atividades da Aula 2 - Feira das profissões - Parte 1

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 2 127


O que dizem os estudiosos?

O trabalho, junto com a temática família, é uma


das categorias centrais no projeto de vida dos jovens
(DAMON, 2009; DANZA, 2014). Logo, é papel da
escola ajudá-los na escolha das profissões.

Promover o autoconhecimento e
ampliar o leque de opções estão
entre as estratégias para auxiliá-
los a fazer escolhas conscientes
e autônomas sobre o âmbito
profissional.
Além de os estudantes identificarem suas
afinidades com as áreas profissionais e realizarem
uma análise do mercado de trabalho na hora da
escolha profissional, eles também podem alinhar
a carreira com o propósito de vida. Dessa maneira,
quando se consegue conciliar propósito de vida com
o trabalho, potencializa-se a sensação de satisfação
e felicidade. E, se isso acontece, a pessoa encara o
trabalho como uma oportunidade de transformar
pessoas, coisas ou situações, colaborando para a
construção de um mundo melhor. Isso vale tanto para
propósitos mais modestos, ou para um trabalho que
tenha por finalidade melhorar as condições de vida
dos familiares e até para os mais ambiciosos, como
exercer uma atividade em algum setor que impacte na
redução da desigualdade social (DANZA, 2019).

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 2 128


Como é que se faz?

Organizando a aula
Para as atividades do dia, será necessário que
os estudantes tenham acesso à internet e aos
computadores. Disponha as mesas e cadeiras em um
semicírculo antes de iniciar as atividades. Apresente
as competências e habilidades esperadas, bem como
o objeto de conhecimento da aula.

Despertando o interesse
Solicite que algum estudante leia a questão
disparadora presente na Ficha de Atividades. A
resposta pode ser coletiva e genérica. Se considerar
pertinente, peça para aqueles que afirmaram
conhecer muitas profissões que citem algumas que
julgam ainda não serem tão difundidas entre os
jovens. Exponha que esse é o objetivo da aula de
hoje: ampliar o leque de opções das profissões.

Leve algumas profissões anotadas em papel


e coloque-as em um saco. Peça para que algum
estudante retire uma profissão e explique o que ele
sabe sobre ela. Caso ele não saiba descrever essa
profissão, solicite que outros estudantes completem
as informações. Repita o procedimento até que se
esgotem os papéis do saco.

Seguem sugestões de dez profissões para


colocar nas anotações feitas em papal:
● Hotelaria
● Biotecnologia
● Engenharia mecatrônica
● Quiropraxia

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 2 129


● Ciências sociais
● Geologia
● Enfermagem
● Design de games
● Letras
● Fonoaudiologia
A intenção é gerar curiosidade e, se alguma
descrição sobre as profissões ficar incompleta,
tranquilize-os afirmando que, mais adiante, eles
buscarão as respostas em outra atividade.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Solicite que algum estudante faça a leitura da
atividade. Dê um tempo para que eles realizem
o exercício, reforçando a importância de ser
feito individualmente, a partir de suas reflexões
pessoais. Em seguida, peça que alguns estudantes
compartilhem suas respostas.

Atividade 2
Faça a leitura coletiva do enunciado da
atividade. Depois, agrupe os estudantes de acordo
com as respostas da atividade anterior, formando
grupos que representem cada um dos propósitos.
Caso algum propósito fique sem representantes,
não há problema. Contudo, se algum estudante
ficar sozinho em um grupo, você pode verificar se
ele deseja realizar o trabalho sozinho, ou se prefere
reunir-se com algum outro grupo. Lembre-se de
que o ideal é que os estudantes possam pesquisar
aquilo que de fato faz sentido para eles. Estudantes
que marcarem mais de um propósito terão de fazer
uma escolha. Nesse caso, incentive-os a formar
grupos que estão com poucos representantes, a
fim de que uma gama mais ampla de propósitos
sejam contemplada na feira. Outro critério para a

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 2 130


formação dos grupos pode ser aquele vinculado aos
indecisos, que podem migrar para grupos distintos
para conhecer mais sobre uma área desconhecida.
Tranquilize-os, pois, ao final da atividade, terão
acesso às informações sobre todas as profissões.

Organizados os grupos, oriente a busca por


profissões que se enquadram na lista de propósitos.
Destaque que uma profissão pode estar em mais
de uma categoria, desde que eles justifiquem a
relação entre a profissão e o propósito. Reforce que
podem pesquisar profissões de diferentes graus de
escolaridade (superior, tecnólogo, técnico ou cursos
de pequena duração).

Segue um gabarito para auxiliá-lo na condução


da atividade.
● Cuidar da saúde das pessoas, seja ela física,
mental ou espiritual – nessa categoria,
entende-se saúde como o bem-estar em
diversas áreas e não somente como ausência
de doenças. Portanto, nesse sentido, o
cuidado pode ser realizado por profissionais
da medicina, enfermagem, técnico de
enfermagem, fisioterapia, psicologia, educação
física, terapia ocupacional, odontologia,
técnico em saúde bucal, técnico de radiologia,
bombeiro, bem como por profissionais ligados
a áreas como teologia (cuidado espiritual),
musicoterapia (cuidado psicológico),
medicina veterinária (por exemplo, aqueles
que trabalham com terapia assistida por
animais), tecnologia em saneamento ambiental
(ao cuidar do saneamento básico, este
profissional está cuidando das condições que
afetam diretamente na saúde dos indivíduo),
gastronomia (ao proporcionar alimentação
de qualidade), além de profissionais do reiki
(terapias alternativas para o cuidado em saúde),
cabeleireiro (cuida da autoestima), entre outras
categorias.
● Realizar liderança, administração, mediação e/

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 2 131


ou negociação entre as pessoas, promovendo
a harmonia e a justiça – nessa categoria,
encaixam-se profissões como direito,
relações internacionais, comércio exterior,
administração, administração pública, gestão
da informação, gestão hospitalar, tecnólogo
em gestão comercial, tecnólogo em gestão
de qualidade, técnico em gestão de recursos
humanos, técnico em comércio, técnico em
serviços jurídicos, curso livre de administração
de conflitos. E também podemos ampliar,
pensando em profissionais da enfermagem
(pois possuem um forte eixo na gerência em
seu dia a dia), psicologia (para aqueles que
trabalham no ramo das mediações de conflitos,
ou pedagogia (para o professor que atua como
diretor de escola).
● Cuidar dos animais e da natureza, permitindo
uma vida em equilíbrio entre os seres vivos e o
meio ambiente – nessa categoria, encontram-
se cursos como medicina veterinária, biologia,
oceanografia, engenharia florestal, agronomia,
ecologia, geologia, meteorologia, geografia,
saneamento ambiental, astronomia, energias
renováveis, técnico em paisagismo, técnico em
floresta, agente de gestão de resíduos sólidos,
monitor ambiental, curso livre de banho e tosa,
entre outros. Também podem se enquadrar
nessa categoria a gastronomia (indivíduo que
trabalha com reaproveitamento alimentar,
diminuindo o desperdício), a administração
(proprietário de uma loja que incorporou em
suas práticas de trabalho a redução de lixo) ou
a filosofia (filósofo que escreve sobre causas
animais ou socioambientais).
● Proporcionar lazer para as pessoas, levando
alegria e diversão – nessa categoria, os
estudantes podem agrupar formação
em música, artes cênicas, teatro, dança,
gastronomia, hotelaria, turismo, animação,
museologia, rádio e tv, moda, design de games,
educador físico, tecnólogo em pilotagem
profissional de aeronaves, técnico em eventos,

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 2 132


técnico em organização esportiva, técnico em
hospedagem, agente de aeroporto, agente
de viagem, curso livre de maquiador cênico,
curso livre de recreador, curso livre de buffet
infantil, entre outras. E, também, um terapeuta
ocupacional, que trabalha com atividades
lúdicas em um hospital pediátrico, ou um
biólogo, que trabalha em um santuário de
animais aberto para visitas ao público.
● Viabilizar informação de qualidade e reflexões,
prezando pela veracidade e/ou crescimento
dos demais – nessa categoria, encaixam-se
profissões com formação em letras, jornalismo,
filosofia, pedagogia, teologia, biblioteconomia,
rádio e tv, comunicação institucional, história,
sociologia, ciências sociais, publicidade
e propaganda, gestão da tecnologia da
informação, estatística, composição de
músicas, curso livre de fotografia, curso livre
de documentário, curso livre de alguma língua
estrangeira, entre outras. Ampliando a visão,
podemos pensar em um nutricionista que
é pesquisador, trabalhando com divulgação
de informações de qualidade, ou em um
psicólogo, em uma sessão de terapia, que
facilita o crescimento pessoal dos seus clientes
por meio da reflexão.
● Produzir coisas novas, utilizando a criatividade
em benefício da sociedade – para essa
categoria, esperam-se profissões como todas
as engenharias, arquitetura, publicidade
e propaganda, marketing, automação
industrial, construção naval e civil, design,
nanotecnologia, técnico em design de móveis,
curso livre costura, curso livre de desenho de
moda, curso livre de ilustração, curso livre de
animação, curso livre de permacultura, entre
outros. Também podemos pensar em um
farmacêutico, que trabalha como pesquisador
no desenvolvimento de novos medicamentos
ou um escritor.
● Criar soluções com base na tecnologia,
aplicando as ferramentas do mundo virtual

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 2 133


para facilitar a vida – nessa categoria,
encontram-se formações como ciência da
computação, informática biomédica, engenharia
da computação, engenharia de sistema,
engenharia de software, design de multimídia,
técnico de redes de computadores, técnico
em desenvolvimento de sistemas, técnico em
programação de jogos digitais, informática, curso
livre de administrador de redes, entre outras.
Da mesma forma, podemos ter um pedagogo
envolvido com o ensino à distância, que
explora as ferramentas virtuais para melhorar o
desempenho acadêmico dos seus estudantes.
● Investigar e fazer descobertas científicas
que contribuam para o desenvolvimento da
humanidade – nessa categoria, encontram-
se os cientistas de todas as áreas do
conhecimento, como Matemática, Física,
Química, Biologia, Geografia, História,
Sociologia, Ciência Política, Letras, Psicologia,
Direito, Medicina, Farmácia, Educação Física,
entre outras. Vale destacar que é possível ser
pesquisador em todas as áreas.
● Ensinar outras pessoas, favorecendo seu
desenvolvimento pessoal e profissional –
nessa categoria, encontram-se os professores
dos diferentes níveis de ensino (da Educação
Infantil ao Ensino Superior e Pós-graduação),
palestrantes, escritores, mentores, treinadores,
monitores, entre outros.
Estimule-os a ampliar a visão sobre as
profissões, buscando funções ainda desconhecidas
para aquele profissional. Você também pode sugerir
para que os estudantes assistam os vídeos indicados
na seção “Que tal aprender mais?”, presentes neste
Guia do Educador.

A organização da feira das profissões ocorrerá


durantes dois turnos de aulas, porém, precisará de
um outro turno (a combinar com o diretor e demais
professores) para a apresentação. Sugere-se que
eles apresentem as profissões para os estudantes

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 2 134


do primeiro e do terceiro ano da escola. Viabilize
a impressão dos folders confeccionados por eles
para que possam distribuir para o público. Se não for
possível, pode recomendar o envio do folder online,
após recolher o e-mail dos interessados, ou mesmo
divulgar nas páginas online e redes sociais da escola.

Registrando o aprendizado

Atividade 3
Separe os minutos finais da aula para que eles
elaborem uma síntese dos principais aprendizados.
Peça para que os estudantes compartilhem as
palavras-chave do seu texto e registre-as na lousa.
O objetivo é que eles possam visualizar todos os
aprendizados do dia.

Vamos falar de educação


socioemocional?

O mundo do trabalho está sempre buscando a


melhor compatibilidade entre função e profissional
para desempenhá-la. Além das necessidades da
organização/instituição, a avaliação de perfil leva em
conta as competências técnico-funcionais e, cada vez
mais, as habilidades socioemocionais dos candidatos.

De modo geral, as primeiras dependem do


percurso acadêmico e da bagagem de experiências

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 2 135


práticas. Já as segundas, dependem essencialmente
da capacidade subjetiva de aprender a aprender com
os desafios do dia a dia do trabalho.

Nesse cenário, quando uma pessoa apresenta


a melhor combinação de competências técnicas e
comportamentais, é comumente atribuído a ela o
que chamamos de talento.

TALENTO

É a rapidez/facilidade com que as habilidades de


uma pessoa aumentam quando ela se esforça.

Ao contrário do que o senso comum acredita,


pessoas com talento não são sortudas, abençoadas
ou superdotadas. Em termos de desenvolvimento
humano, talento é simplesmente uma aptidão
exercitada de forma recorrente e consistente.
Demanda disciplina, esforço e muito treinamento.

Vamos exemplificar. A maioria de nós, para não


dizer todos nós, demonstra interesse, curiosidade,
entusiasmo ou facilidade para determinadas
atividades desde muito pequeno.

Às vezes, é uma aptidão para a expressão artística


– teatro, desenho, música, canto... Às vezes, é para
coordenação motora – esportes, danças, jogos
coletivos... Em outros momentos, ainda, a aptidão se
revela quando se busca criar e inovar – confecção,
culinária, tecnologia, eletrônicos e por aí vai.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 2 136


Esses lampejos de habilidades, uma vez
reconhecidos e encorajados por alguém, ou
simplesmente quando não contidos, punidos ou
reprimidos, encontram oportunidade de, com muito
treino, tornarem-se uma aptidão com boas chances
de se transformarem em talento.

Na sala de aula, o educador, ciente e atento às


manifestações desses lampejos, já está na metade
do caminho para conseguir apoiar seus alunos na
jornada de descoberta profissional.

Afinal, partir das experiências pessoais costuma


ser algo mais concreto do que pensar num futuro
desconhecido: “Lembram-se de quando eram
crianças, que coisas faziam com mais facilidade
que a maioria de seus pares?”, “Que sonhos e
desejos acabaram sendo deixados de lado devido à
dificuldade ou à falta de apoio?”, “Em que atividade
você tem um ótimo desempenho, mesmo sem ter
realizado algum tipo estudo, ou ter despendido horas
se dedicando a ela?”

Que tal aprender mais?

Vídeos Na Real

Nessa página da web, você encontra


depoimentos de diversos profissionais, relatando
sobre seu cotidiano de trabalho, sobre as facilidades,
bem como sobre os desafios da sua carreira.
Disponível em: link externo. (Acesso em 11/07/2020).

Um mundo além da escola – jovens e escolha


profissional

O vídeo aborda o que os jovens esperam dos

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 2 137


professores do Ensino Médio em relação à ajuda na
hora de escolher uma profissão. Disponível em:
link externo. (Acesso e 11/07/2020).

Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf

Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
DAMON, William. O que o jovem quer da vida? Como pais e
professores podem orientar e motivar adolescentes. São Paulo:
Summus, 2009.
DANZA, Hanna Cebel. Projetos de vida e Educação moral: um
estudo na perspectiva da Teoria dos Modelos de Organizadores do
Pensamento. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo. São Paulo, 2014.
DANZA, Hanna Cebel. Conservação e mudança dos projetos de vida
de jovens: um estudo longitudinal sobre educação em valores. Tese
de doutorado. Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
São Paulo, 2019.
GUIA DA CARREIRA.
Disponível: https://www.guiadacarreira.com.br/profissao/lista-de-
profissoes/. Acesso em: 9 jul. 2020.
GUIA DAS PROFISSÕES TÉCNICAS 2020.
Disponível em: https://www.cps.sp.gov.br/wp-content/uploads/
sites/1/2019/11/2019_guia_profissoes_tecnicas_final.pdf Acesso em:
9 jul 2020.
LOPES, Bárbara; ALVES, Luiza; CÂNDIDA, Vanessa; DI PIERRO, Gabriel
(coord.). Caderno para educadoras(es) Tô no Rumo – 2019. São Paulo:
Ação educativa, 2019. Disponível em: http://www.tonorumo.org.br/
wp-content/uploads/2020/01/Caderno-TNR-Educadoras-2019.pdf.
Acesso em 11/07/2020
SENAC. Cursos livres SENAC.
Disponível em: https://www.sp.senac.br/jsp/default.
jsp?template=1442.dwt&testeira=473&type=L&sub=3#. Acesso em: 9
jul. 2020.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 2 138


PROJETO DE VIDA
GUIA DO EDUCADOR 2º ANO
TEMA: CAMPO DE POSSIBILIDADES TEMA 3
E ESCOLHA PROFISSIONAL
AULA 3
TÍTULO: CARREIRAS PROFISSIONAIS E
PROPÓSITO DE VIDA

O que faremos hoje?

Bloco 3 Escolha e planejamento

Tema Campo de possibilidades e escolha profissional

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e


apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem
Competências entender as relações próprias do mundo do trabalho, fazendo
gerais da BNCC escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto
de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade.

Conhecer os contextos, as características, as possibilidades e


os desafios do trabalho no século XXI, bem como identificar os
interesses pessoais em relação à inserção no mundo do trabalho.
Habilidades de
Projeto de Vida Sistematizar interesses, habilidades, conhecimentos e
oportunidades relativos às possibilidades e aspirações futuras, com
vistas a elaborar e utilizar estratégias para superar dificuldades e
buscar a realização de objetivos com determinação e resiliência.

Objetos de
Carreiras profissionais e propósito de vida
conhecimento

Materiais Acesso à internet e aos computadores pelos estudantes.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 3 139


O que dizem os estudiosos?

Escolher uma profissão é um dos desafios


enfrentados pelos jovens do Ensino Médio. Para auxiliá-
los nesse processo, é importante compreender e
acolher as angústias que acompanham esse momento.
Fazer escolhas e tomar decisões sempre geram
desconfortos, preocupações e ansiedade, afinal optar
por uma das possibilidades significa deixar de escolher
outras várias. Por isso, o psicólogo Rodolfo Bohoslavsky
(2003) afirma que é necessário trabalhar com os jovens
a elaboração do luto, ou seja, para o autor, passar pela
adolescência é aceitar que essa fase inclui perdas -
como deixar para trás a infância, antigos projetos e
escolhas fantasiosas, por exemplo. Assim, escolher
uma profissão gera o sentimento de luto por tudo
aquilo que eles deixaram de escolher após sua decisão
final, fazendo-se necessário ensiná-los a acolher
essas perdas e abrir-se para o novo que os aguarda.
Dessa maneira, a escola tem um papel fundamental
ao auxiliá-los na escolha da profissão, favorecendo a
tomada de decisão consciente e responsável, mediante
estratégias de autoconhecimento e de conhecimento
das profissões.

Como é que se faz?

Organizando a aula
Para as atividades dessa aula, será necessário
que os estudantes tenham acesso à internet e aos

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 3 140


computadores. Se puder, verifique previamente a
disponibilidade de datas para a apresentação da
feira das profissões com o diretor e com os outros
docentes do Ensino Médio. Assim poderá apresentar
as opções aos estudantes. Pode ser durante algum
turno do dia, no(s) intervalo(s) de aula, ou durante um
sábado letivo. Encontre a melhor opção para todos,
de modo que isso dê visibilidade ao trabalho dos
estudantes, contribua para que os estudantes dos
outros anos e segmentos também tenham acesso
a essa experiência e que a comunidade escolar seja
convidada a contribuir e a inspirar os jovens.

Despertando o interesse
Resgate o conteúdo iniciado na atividade da
aula passada e solicite que cada grupo apresente
as profissões que relacionaram, tendo em vista o
propósito de vida escolhido. Após cada apresentação,
abra uma roda de conversa para que todos possam
dar sugestões e críticas. Ajude-os a ampliar a visão
sobre as profissões, mostrando as interfaces entre as
diversas áreas. Por exemplo, um advogado está no
grupo daqueles que valorizam a mediação entre as
pessoas, mas também pode pertencer ao grupo dos
que apreciam o cuidado com a natureza, pois ele
pode se especializar em direito ambiental.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Solicite que os grupos continuem a organização
da feira das profissões. Reforce a importância da
divisão das tarefas no trabalho em grupo.

Fique à disposição para auxiliá-los nos ajustes


finais, principalmente em relação à confecção do
material de apoio (cartazes e cartilhas).

Ajude-os com sugestões de pessoas para


darem depoimento sobre o trabalho no dia da

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 3 141


apresentação, mas lembre-se de destacar que
esse profissional dará apenas uma visão parcial da
profissão, aquela que compete à função específica
dele, não podendo ser generalizada. Por exemplo,
um enfermeiro que é docente dará um depoimento
carregado da sua experiência em sala de aula e
pouco representará um enfermeiro que trabalha
em situações de urgência e emergência dentro de
uma unidade de saúde. O depoimento não deixa
de ser válido; no entanto, os estudantes precisam
saber ouvi-lo com crítica, pois representa somente
uma perspectiva entre muitas outras dentro de uma
mesma profissão.

Registrando o aprendizado

Atividade 2
Separe os minutos finais da aula para que eles
respondam a questão proposta. Em seguida, solicite
que alguns estudantes compartilhem suas respostas.
Acolha as respostas, tranquilizando tanto aqueles que
já têm alguma decisão, quanto os que ainda não têm.
Reforce que as angústias fazem parte do processo de
tomada de decisão e estão relacionadas à sensação
de perda que toda escolha causa. Sugira que eles
encontrem profissionais nas áreas de interesse com
os quais possam conversar e esclarecer dúvidas
sobre o dia a dia da profissão.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 3 142


Vamos falar de educação
socioemocional?

Quando o jovem precisa lidar com as perdas


reais da adolescência, como é o caso da morte do
corpo infantil para nascimento da explosão hormonal
com todas tensões sexuais e as consequências
sociais da perda a inocência e para se tornar objeto
de desejo e até de fantasia erótica dos adultos, está
diante da dimensão concreta do luto.

Quando passa a ser cobrado e responsabilizado


pelo efeito de suas escolhas e ações, entra em
contato com a dimensão mais abstrata do luto: as
perdas simbólicas, como é o caso da dependência
afetiva em relação aos adultos cuidadores.

LUTO

É a experiência emocional de lidar com perdas


concretas e/ou simbólicas referentes a uma fase
da vida ou situação traumática do cotidiano,
como desemprego, traição, divórcio, acidente,
enfermidade ou morte.

Na sala de aula, o educador deve ter em


mente que o ato de escolher implica renunciar
a toda uma vastidão de possibilidades, cenários
e sonhos. Uma das grandes dificuldades do
estudante nessa fase é exatamente abrir mão
do “poderia ser”, para assumir o “vai ter de ser”.
Assim, a cada escolha e posicionamento cobrado,
os jovens se deparam com a experiência do luto
daquilo “que não poderá mais ser”.

Aqui, o educador deve conscientizá-los do

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 3 143


caráter mutável da vida e da identidade profissional:
“A escolha que fizerem agora é apenas um degrau na
escada que os levará ao seu futuro”, “Escolhas não são
um caminho sem volta, porque a vida é mudança”,
“São uma forma para que vocês mantenham o foco”,
“Mas as descobertas que só a experiência traz podem
fazer com que vocês reavaliem essas escolhas daqui
a um ou dois anos”, “As escolhas de agora são apenas
um começo, um primeiro degrau, o passo inicial da
trilha profissional”, “Serão certas ou erradas? Só a
experiência prática vai responder a essa dúvida de
cada um de vocês”, “E, para aqueles que descobrirem
que outra escolha ou caminho faz mais sentido, basta
atualizar a rota do gps e seguir o novo trajeto.”, “O
que viverem em cada escolha não vai se perder. É
aprendizado e é de vocês”.

Colocar as escolhas atuais em perspectiva,


trazendo exemplos de profissionais reais e suas
trajetórias particulares e pouquíssimo lineares,
orienta o estudante a experimentar as renúncias
como perdas potencialmente momentâneas e não
necessariamente como mortes irreversíveis.

Que tal aprender mais?

Olá, profissional, como é sua segunda-feira?

Neste vídeo, a youtuber JoutJout aconselha


os jovens, de maneira descontraída, a conversarem
com os profissionais das carreiras que eles almejam,
para compreenderem o dia a dia da profissão e
desmistificar algumas idealizações. Disponível em:
link externo. (Acesso em: 11/07/2020).

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 3 144


Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf

Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
BOHOSLAVSKY, Rodolfo. Orientação vocacional: a estratégia clínica.
São Paulo: Martins Fontes. 2ª ed. 2003.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 3 145


PROJETO DE VIDA
GUIA DO EDUCADOR
2º ANO
TEMA: CAMPO DE POSSIBILIDADES
E ESCOLHA PROFISSIONAL TEMA 3
TÍTULO: ESCOLHAS EQUIVOCADAS E AULA 4
ACERTADAS, PLANEJAMENTO DA CARREIRA
PROFISSIONAL

O que faremos hoje?

Bloco 3 Escolha e planejamento

Tema Campo de possibilidades e escolha profissional

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e


apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem
entender as relações próprias do mundo do trabalho, fazendo
escolhas alinhadas
ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e
Competências emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
gerais da BNCC reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da
diversidade de indivíduos e de grupos sociais, de seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.

Conhecer os contextos, as características, as possibilidades e


os desafios do trabalho no século XXI, bem como identificar os
interesses pessoais em relação à inserção no mundo do trabalho.
Habilidades de
Projeto de Vida Sistematizar interesses, habilidades, conhecimentos e
oportunidades relativos às possibilidades e aspirações futuras, com
vistas a elaborar e utilizar estratégias para superar dificuldades e
buscar a realização de objetivos com determinação e resiliência.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 4 146


Objetos de Escolhas equivocadas e acertadas, planejamento da carreira
conhecimento profissional.

Materiais Recursos para projeção de vídeo da Internet

O que dizem os estudiosos?

Rodolfo Boholavsky (1942 - 1977) foi um


importante teórico argentino que desenvolveu um
método clínico para ajudar as pessoas a fazerem
sua escolha profissional. Embora, na época, o
termo “orientação vocacional”, usado pelo autor,
fosse bem aceito, atualmente foi substituído por
“orientação profissional”, pois o conceito de vocação
traz consigo a ideia de que as pessoas nascem
predeterminadas a cumprir uma função social: sua
vocação. Hoje entende-se que

a escolha e o desenvolvimento
profissional ultrapassam os limites
de suas predisposições inatas, à
medida que as pessoas aprimoram
seus conhecimentos e habilidades
por meio da formação e da
experiência.
Ainda assim, os estudos e proposições de
Boholavsky continuam tendo muito valor. Para ele,
a escolha vocacional é realizada por um sujeito que
busca elaborar seu passado e criar possibilidades
futuras que atendam às suas necessidades objetivas
(sustento, por exemplo) e subjetivas (como realização
pessoal), por meio dos vínculos passados, atuais e
futuros e da identificação com o mundo laboral. Para

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 4 147


o autor, o momento de escolha é um ensaio do futuro
(BOHOSLAVSKY, 1998). Por essa razão, é fundamental
que os estudantes busquem averiguar, no presente,
quais escolhas podem levá-los a ter, no futuro, a vida
profissional que almejam, mediante um planejamento
que articule metas e estratégias.

Como é que se faz?

Organizando a aula
Para esta atividade, será necessário acesso à
internet e recursos para projetar um vídeo. Organize
a sala de aula de modo que todos os estudantes
consigam assistir à projeção.

Despertando o interesse
Entregue aos estudantes a Ficha de Atividades
desta aula (Aula 4 - Onde você quer chegar?). Leia as
questões disparadoras e a introdução, que apresenta
o conteúdo do vídeo que será exibido. Reproduza o
vídeo da palestra da chef de cozinha Paola Carosella,
disponível no link externo. (Acesso em 12/07/2020).

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 4 148


Após os estudantes assistirem ao vídeo,
abra uma roda de conversa, estimulando que os
estudantes respondam, oralmente, as seguintes
perguntas:
1. Você acredita que Paola Carosella tenha um
projeto de vida? Por quê?
2. Quais foram as escolhas equivocadas
que ela fez?
3. Quais foram as escolhas acertadas que ela fez?
4. O que ela precisou fazer para chegar aonde
chegou?
5. Qual trecho ou frase mais impactou você?
Por quê?
Permita que outras impressões sobre o vídeo,
levantadas pelos estudantes, também possam ser
compartilhadas.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Após a exibição do vídeo e a roda de
conversa, solicite que os estudantes respondam,
individualmente, às questões da atividade 2. É
importante zelar pelo silêncio para que todos possam
se concentrar nas próprias reflexões. Ao término
dessa atividade, solicite que alguns voluntários
compartilhem suas respostas com a turma. Medeie
a discussão sobre essa reflexão, destacando que,
quando tomamos boas decisões, podemos nos
sentir confiantes, seguros e felizes. E, se tomamos
decisões equivocadas, podemos nos sentir frustrados,
envergonhados, culpados, arrependidos. Por isso,
uma boa estratégia para perceber se eles têm feito
boas escolhas é observar quais os sentimentos estão
presentes antes, durante e após realizá-las.

Atividade 2
Nesta atividade, os estudantes deverão planejar
metas e estratégias para alcançar seu objetivo

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 4 149


profissional. É importante cuidar para que aqueles
estudantes que ainda não decidiram qual carreira
desejam seguir possam fazer o exercício com
alguma profissão de interesse, mesmo que não seja
sua escolha definitiva. Sobre isso, ressalte que a
intenção do exercício é justamente ajudá-los a fazer
a escolha, conhecendo melhor o que é preciso para
conquistar esse objetivo e se estão dispostos a isso.
Ao perceber que eles estão terminando a atividade,
solicite que formem grupos de até quatro estudantes
e que compartilhem seu planejamento, pedindo
para que os colegas os ajudem a identificar outras
metas necessárias e outras estratégias possíveis.
Eles deverão completar o planejamento com aquilo
que acreditam que faça sentido. Enquanto realizam
essa atividade, circule pela sala, estimulando os
estudantes, fazendo perguntas que os ajudem
a refletir sobre o tema dos objetivos, metas e
estratégias e a aperfeiçoar seu planejamento.

Registrando o aprendizado
Por fim, peça para que façam uma breve análise
do planejamento e escrevam como se sentem em
relação a ele: acreditam que será possível realizá-
lo? Sentem-se motivados? Acham que essa escolha
profissional faz sentido? Ou é necessário refletir mais
sobre esse tema? Peça para que registrem essas
reflexões no espaço dedicado a essa atividade.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 4 150


Vamos falar de educação
socioemocional?

A construção da trajetória profissional exige o


amadurecimento da capacidade de fazer escolhas
mais conscientes e de perseverar diante dos
obstáculos da vida.

A persistência, como característica psicológica


e comportamental, desenvolve-se à medida que
definimos nossa filosofia de vida e que aprendemos
a levantar depois dos tropeços e percalços da
caminhada profissional.

PERSISTÊNCIA

É a atitude de permanecer na mesma tarefa,


atividade ou objetivo ao longo do tempo, apesar
das adversidades, erros, decepções e frustrações.
A pessoa persistente enxerga as dificuldades
como oportunidade de aprendizado e não como
indicação para desistir ou abandonar o rumo
inicialmente estabelecido.

Na sala de aula, o educador deve estar atento


à postura que os estudantes adotam diante dos
próprios erros e limitações. Deve ajudá-los a
perceber que cada movimento de desistência
ou abandono pode, na verdade, indicar alguma
necessidade: de apoio, informação ou orientação.
Em geral, existe alguma razão que explica a vontade
de “deixar para lá”.

O educador deve orientá-los a refletir sobre


sua tendência de desinteresse: “Está muito
difícil escolher/fazer isso? Qual dificuldade está
incomodando/assustando mais você?”, “Você está

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 4 151


sentindo que o esforço não vale a pena?”, “Está se
sentindo sozinho? Acha que receber algum tipo
de ajuda de alguém poderia melhorar? Que tipo
de ajuda você imagina?”, “Acha que pode estar se
dando conta de que isso não é tão importante para
você?”, “Tem pensado que o fato de ser difícil é uma
evidência de que deveria ‘deixar pra lá’?”

A ideia aqui é mostrar a eles que a atitude de


persistência precisa dos obstáculos para amadurecer,
que estar sem respostas agora, ou não saber como
fazer só indicam que precisam de mais informação,
experiência ou orientação. E que você pode ser o
interlocutor que os apoia no mapeamento dessas
dificuldades, sugerindo ações de pesquisa, entrevista,
observação e discussão de campo.

Vamos exemplificar. Cada dificuldade aponta


para uma ação que pode sinalizar uma solução: “Você
já pensou em conversar com profissionais da área?
Ouvir deles como foi o caminho profissional nessa
área, os obstáculos e as conquistas?”, “Já criou listas
de vantagens e desvantagens sobre essa escolha?”, “Já
descobriu de que informação você precisa sobre essa
área de atuação, para se sentir mais seguro?”

Que tal aprender mais?

Compêndio de orientação profissional e de


carreira: perspectivas históricas e enfoques teóricos
clássicos e modernos. Volume 1.

Esse livro, organizado por Marcelo Afonso


Ribeiro, docente do Instituto de Psicologia da USP
e presidente da Associação Brasileira de Orientação
Profissional e pela Lucy Leal Melo-Silva, também
docente da USP e editora da Revista Brasileira

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 4 152


de Orientação Profissional, aborda as diferentes
perspectivas da orientação profissional e como elas
se constituíram na tentativa de contribuir para que as
pessoas encontrem seu lugar no mundo do trabalho.

RIBEIRO, Marcelo Afonso; MELO-SILVA, Lucy


Leal (Org.). Compêndio de orientação profissional
e de carreira: perspectivas históricas e enfoques
teóricos clássicos e modernos. Volume 1. São Paulo:
Vetor, 2011.

Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf

Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
BOHOSLAVSKY, Rodolfo. Orientação vocacional: a estratégia clínica.
São Paulo: Martins Fontes, 1998.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 4 153


PROJETO DE VIDA
GUIA DO EDUCADOR
TEMA: CAMPO DE POSSIBILIDADES
2º ANO
E ESCOLHA PROFISSIONAL TEMA 3
TÍTULO: LIMITES E OPORTUNIDADES SOCIAIS AULA 5
NA REALIZAÇÃO DO PROJETO DE VIDA;
MERITOCRACIA

O que faremos hoje?

Bloco 3 Escolha e planejamento

Tema Campo de possibilidades e escolha profissional

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e


apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem
entender as relações próprias do mundo do trabalho, fazendo
escolhas alinhadas
Competências ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
gerais da BNCC autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e
emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas.

Reconhecer os fatores pessoais e sociais que interferem na tomada


de decisões e fazer escolhas que impactam a vida pessoal e/ou
coletiva de forma autônoma, criteriosa e ética.
Habilidades de
Projeto de Vida Sistematizar interesses, habilidades, conhecimentos e
oportunidades relativos às possibilidades e aspirações futuras, com
vistas a elaborar e utilizar estratégias para superar dificuldades e
buscar a realização de objetivos com determinação e resiliência.

Objetos de Limites e oportunidades sociais na realização do projeto de vida;


conhecimento meritocracia

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 5 154


Aparelhos para reprodução de vídeo disponível na plataforma
YouTube
Materiais Vídeo: O segredo da meritocracia.
Ficha de atividades da aula 5 - Projeto de vida: limites e
oportunidades

O que dizem os estudiosos?

Ao construir um projeto de vida,


é muito importante que o jovem
leve em consideração o contexto
social, econômico, político e
histórico no qual está inserido,
afinal, esses fatores interferem
diretamente em seu campo de
possibilidades.
O termo “campo de possibilidades”, explorado
pelo sociólogo Gilberto Velho (2003), representa o
conjunto de fatores favoráveis e desfavoráveis para a
inserção da vida adulta. Tal campo é fluido, de modo
que pode ser expandido ou restringido, de acordo
com ações e contextos de cada um.

O estudo, a dedicação, boas condições


financeiras e o apoio de outras pessoas são
fatores que expandem o campo de possibilidades.
Envolvimento com drogas, falta de apoio familiar,
descompromisso com a própria formação e a gravidez
precoce são exemplos de fatores que restringem o
campo de possibilidades. Contudo, estamos falando
de um universo de possibilidades, e não de certezas.
Sobre isso, é fundamental compreender que nem
sempre os fatores que expandem esse campo

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 5 155


garantirão a conquista daquilo que se almeja, por
isso é importante considerar criticamente o conceito
de meritocracia. A meritocracia é um conceito que
representa a ideia de que as pessoas evoluem na vida
de acordo com seus méritos, ou seja, de acordo com
sua dedicação e esforços. Em contextos de igualdade,
a meritocracia é uma ideia válida, pois permite que
todos sejam tratados de forma justa, de acordo com
seus méritos.

Contudo, em contextos de
desigualdade social, tais como
o que ocorre no Brasil, falar em
meritocracia de forma ampla
e generalizada é cometer uma
injustiça, visto que as pessoas não
partem das mesmas condições de
igualdade,
ou seja, nem todas têm as mesmas condições
financeiras ou o mesmo apoio familiar, entre outros
fatores. Por essa razão, é importante incentivar os
jovens para que, além de se engajarem na expansão
do próprio campo de possibilidades, estejam
comprometidos com a construção de projetos de
vida que visem à diminuição da desigualdade social,
de modo que, um dia, todos possam perseguir seus
objetivos de modo justo e igualitário.

Como é que se faz?

Organizando a aula
Nesta aula, será necessário o uso de recursos

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 5 156


audiovisuais para reprodução de um vídeo disponível
na plataforma YouTube. Também será necessário
que os estudantes acessem artigos e matérias de
jornal disponíveis na internet. Caso não seja possível
o acesso aos materiais por meio da internet, é
possível imprimi-los previamente e distribuir para os
estudantes no momento de realização da atividade.

Despertando o interesse
Discuta com os estudantes o título, linha fina e
trechos da matéria “Brasil é um dos países com menor
mobilidade social e ranking global”. Disponível em:
link externo. (Acesso em: 13/07/2020).

Cesar Okada/Getty Images)

A matéria aborda a baixa colocação do Brasil no


ranking de mobilidade social medido pelo Índice Global
de Mobilidade Social. Evidencia que as acentuadas
desigualdades socioeconômicas no país dificultam a
mobilidade social, fazendo com que pessoas nascidas
em famílias das classes sociais baixas, em função das
escassas oportunidades que possuem, encontrem
grande dificuldade de ascender socialmente e obter
sucesso em relação a seus propósitos.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Organize a turma em quartetos. Cada um deles

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 5 157


deverá ler e responder às questões relativas a um
dos quatro casos a seguir. O acesso aos artigos e
matérias pode ser feito diretamente pelo estudante,
por meio dos links, ou você pode imprimi-los para
que sejam entregues a eles.

Caso 1 - Gravidez precoce

Artigo “Cedo ou tarde, será preciso ter


informações sobre sexualidade e direitos”.
Disponível em: link externo. (Acesso em:
14/07/2020).
1. Os fatores relacionados à gravidez na
adolescência são: desigualdades nos
campos da educação, saúde, indicadores
socioeconômicos e territoriais. Além disso,
estão entre as causas desse fenômeno o
casamento infantil, a violência e exploração
sexual.
2) Segundo o texto, a gravidez precoce reforça o
círculo vicioso de pobreza, uma vez que reduz
as possibilidades de as jovens concluírem seus
estudos, o que resulta em menor qualificação
profissional. O texto indica que a jovem grávida
tem maior dificuldade para concluir a educação
formal e, como consequência, o ingresso no
mercado de trabalho é prejudicado, ocorrendo
tardiamente e em condições mais precárias.
O texto não aborda diretamente os impactos
da gravidez precoce nos adolescentes do sexo
masculino. É importante mencionar que, muitas
vezes, as jovens não recebem apoio deles, que
optam por não assumir a paternidade, sendo esse
um problema relacionado à desigualdade de gênero
que precisa ser debatido com seriedade, dada a
carga desigual de responsabilidade que recai sobre
elas. Quando os jovens assumem a paternidade,
também são impactados por suas demandas,
embora, via de regra, são ainda as jovens que arcam
com as maiores responsabilidades e consequências
da gravidez precoce.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 5 158


Matheus Cardoso, fundador do Moradigna.TONI PIRES

Caso 2 - Protagonismo juvenil, superação e


empreendedorismo social

Matéria “O engenheiro que quer transformar a


periferia onde cresceu”. Disponível em: link externo.

(Acesso em: 13/07/2020).


1) Não, pois optou por mudar a realidade da
periferia, acabando por reformar, em primeiro
lugar, a casa de sua mãe.
2) Os alagamentos em seu bairro e em sua
casa; a participação de mutirões para
ajudar moradores do seu bairro vítimas
de enchentes; o incentivo de sua mãe
para não desistir dos estudos; a bolsa de
estudos para o cursinho pré-vestibular e a
bolsa pelo ProUni, que lhe permitiu cursar
a universidade; o estágio, cujo contraste de
realidades o fez refletir sobre a importância
de mudar a realidade de seu bairro; e a oficina
de empreendedorismo na universidade, que
o inspirou na criação de sua empresa. Com
isso, pode-se concluir que o seu sucesso
dependeu de como enfrentou dificuldades,
mas também de oportunidades que recebeu
ao longo da vida, algo a que nem todos os
jovens de periferia têm acesso.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 5 159


Caso 3 - Desigualdade no acesso ao Ensino
Superior

Matéria “estudante pobre tem só 0,16% de


chance de estar entre os melhores do Enem”
Disponível em: link externo. (Acesso em:
13/07/2020).
1) O percentual do impacto dos fatores
socioeconômicos no acesso ao Ensino Superior
é de até 85%. Os indicadores socioeconômicos
considerados foram: “ [...] cursar o ensino médio
em colégio municipal ou estadual, não ter carro,
computador, acesso à internet nem telefone fixo,
ter frequentado escola com pouca infraestrutura
(como baixo número de funcionários ou poucos
equipamentos multimídia) e renda familiar
inferior a R$ 312 por pessoa”.
2) Os fatores que fizeram com que alguns
jovens pobres conseguissem estar entre as
5% melhores notas do ENEM foram: o apoio
dos pais para a dedicação aos estudos (por
exemplo, podendo proporcionar a eles tempo
para realizar um estágio), o estudo por meio
de videoaulas na internet, o empréstimo de
computadores e o uso de biblioteca pública
para estudar.

https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2018-05/cotas-
foram-revolucao-silenciosa-no-brasil-afirma-especialista

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 5 160


Caso 4 - Cotas raciais no acesso à universidade

Por se tratar de uma matéria mais extensa do que


as demais, pode-se sugerir aos estudantes que façam
a leitura apenas até a seção intitulada “Mudanças”.

Matéria “Cotas foram revolução silenciosa


no Brasil, afirma especialista” Disponível em: link
externo. (Acesso em: 13/07/2020).
1) A política de cotas possibilitou o aumento
em 30% do número de negros matriculados
no ensino superior e o índice de conclusão
da graduação desse grupo aumentou
aproximadamente quatro vezes mais,
crescendo de 2,2%, em 2000, para 9,3% em
2017.
2) Resposta pessoal. Os estudantes poderão
destacar dados como o número médio de
anos de estudo (10 anos para os brancos e 8,2
anos para os negros), pessoas sem instrução e
Ensino Fundamental incompleto (33,5% para os
brancos e 48,9% para os negros), entre outros.
I) Nessa segunda etapa da Atividade 1, forme
novos grupos, cada um com um integrante dos
grupos da etapa anterior. A proposta é que eles
sejam formados por pelo menos um estudante de
cada um dos casos.

Após cada grupo responder à questão


solicitada, peça que compartilhem suas respostas.
Espera-se que reconheçam que todos os casos
abordam limites e oportunidades na realização de
um projeto de vida. No que concerne ao primeiro
caso, a gravidez na adolescência não é apenas
um fenômeno predominantemente associado
a uma condição de vulnerabilidade social, mas
também impõe desafios à realização de um projeto
de vida, que, embora não sejam intransponíveis,
dificultam sua realização. Em relação ao segundo
caso, a condição socioeconômica do jovem impôs
desafios, ao mesmo tempo que estimulou a busca
pela realização de seu sonho, mesmo tendo havido

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 5 161


adaptações ao longo de suas experiências de vida
devido à tomada de consciência que elas geraram.
Além disso, a conquista de seus objetivos só foi
possível devido a oportunidades que o jovem teve e
ao modo como reagiu positivamente frente a elas,
com esforço e determinação. Já o terceiro caso
evidencia o quanto a pobreza pode ser uma barreira
no acesso ao ensino superior, consequentemente,
dificultando a mobilidade social que esse nível
da educação oportuniza. O quarto caso, por fim,
pauta a desigualdade racial no acesso ao ensino
superior e demonstra como a política de cotas tem
representado um mecanismo de correção dessa
desigualdade histórica, aumentando a oportunidade
de a população negra acessar o ensino superior e
ascender socialmente por essa via.

Registrando o aprendizado

Atividade 2

Reproduza o vídeo “O segredo da meritocracia”


Disponível em: link externo. (Acesso em:
13/07/2020).

O conteúdo esperado para cada resposta


encontra-se a seguir:

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 5 162


1) O argumento central do vídeo é que em um
país com alto índice de desigualdades, como
é o caso do Brasil, não é possível defender
o princípio meritocrático de que o sucesso
é resultado do mérito individual, ou seja,
que advém tão somente do esforço e de
capacidades individuais. Isso porque se trata
de uma corrida na qual as pessoas iniciam a
partir de diferentes pontos. Entre a população
há uma enorme desigualdade de oportunidades
em relação ao acesso à educação, à cultura, à
saúde, ao lazer, à disponibilidade de capital para
iniciar um negócio, entre outros fatores que
interferem na realização de um projeto de vida
e no sucesso profissional.
2) O vídeo relaciona-se aos casos analisados
na Atividade 1 ao evidenciar os limites e
dificuldades impostos por determinadas
condições sociais (econômicas e raciais, por
exemplo) para a mobilidade socioeconômica
e o alcance de objetivos de vida. Ao mesmo
tempo, pontua que a oferta de oportunidades e
condições que buscam corrigir desigualdades,
como é o caso da política de cotas (caso 4) e
de programas de acesso à universidade (como
o ProUni mencionado no caso 2), são fatores
que contribuem para a mobilidade social.
Além disso, todos os casos abordam, cada um
por uma perspectiva diferente, a importância
do acesso à educação para a inclusão social
e mobilidade socioeconômica, algo que é
destacado pelo autor do vídeo.
3) Além de oportunidades oferecidas pelo meio
(como é o caso de políticas públicas de inclusão
e mobilidade social), é possível mencionar o
conhecimento dos limites e potencialidades
de sua realidade, a determinação, o esforço e a
resiliência (capacidade de resistir à pressão de
situações adversas e se adaptar a mudanças)
como capacidades que poderão auxiliar um
jovem nessas condições. Discuta com os
estudantes que, quanto mais desenvolverem
essas habilidades, maiores serão as chances que

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 5 163


terão para realizarem seus projetos de vida e que,
apesar das barreiras que certos contextos podem
oferecer e das dificuldades que delas resultam, é
possível alcançar seus objetivos de vida.

Vamos falar de educação


socioemocional?

Na jornada de amadurecimento das decisões


profissionais, tão relevante quanto olhar para dentro
de si, buscando autoconhecimento, é olhar para o
mundo lá fora, a fim de fazer uma leitura da realidade
econômica, social e cultural.

RADAR SOCIAL

É a atitude de investigar, compreender e decifrar


as características e as transformações do mundo
ao redor.

Apesar de cada vez mais globalizado e


conectado, o mundo do trabalho tem muitas
realidades diferentes, dependendo da área
profissional de interesse. Assim, além da importância
de orientar os jovens a tomarem consciência de
suas paixões, motivações, talentos e aptidões,
torna-se indispensável estimulá-los a analisar
as oportunidades do momento sócio-histórico,
correlacionando-as com suas preferências e
habilidades.

Na sala de aula, o educador deve fomentar o


autoquestionamento dos estudantes: “Já listaram suas
motivações, paixões, talentos e aptidões?”, “Agora é
hora de olhar para sua cidade, estado e país: existe

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 5 164


alguma graduação ou curso técnico relacionado
à profissão que deseja seguir?”, “Que profissões
parecem próximas das suas habilidades e atividades
de interesse?“, “Como é o dia a dia dos profissionais
dessa área?”, “Existe mais de uma área de atuação no
mercado para essa profissão?”, “Que relação vocês
enxergam entre seus interesses e essas rotinas de
trabalho?”, “A rotina de trabalho muda de uma cidade
para outra? Ou de um estado para outro?”

A ideia central aqui é incentivar os estudantes


a observarem o funcionamento mais pragmático do
mundo do trabalho, para além de suas idealizações e
inferências pessoais. Eles devem conseguir descrever
e explicar as diferenças entre profissão, área de
atuação, descrição de função, rotina de trabalho e
percurso formativo.

Dessa forma, demonstra-se a relevância de


estar conectado com as características e dinâmicas
da realidade das diversas áreas de atuação,
enfatizando para eles que os conhecimentos
acadêmicos exigidos num determinado exercício
profissional, nem sempre têm relação direta com
a rotina de trabalho ou com as necessidades do
mercado.

O educador deve trazer exemplos de


profissionais, carreiras e empreendedorismo para
explicitar aos estudantes como o autoconhecimento
precisa do conhecimento das profissões, das
áreas de atuação e das demandas da realidade
sociocultural para proporcionar sentido prático em
relação às escolhas e aos interesses pessoais.

Que tal aprender mais?

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 5 165


Meritocracia e Desigualdades

Nessa matéria, Sidney Chalhoub, professor


titular colaborador do Instituto de Filosofia e
Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp e docente
do Departamento de História da Universidade
de Harvard (EUA), discute como a meritocracia
é um mito que contribui para a reprodução das
desigualdades sociais no Brasil.

Disponível em: link externo. (Acesso em:


13/07/2020).

Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf

Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
COSTA RIBEIRO, Carlos Antonio. Classe, Raça e Mobilidade Social no
Brasil. DADOS. Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, Vol. 49,
no 4, 2006, p. 833 a 873. Disponível em: https://www.redalyc.org/
pdf/218/21849406.pdf. Acesso em: 07/05/2019.
VELHO, Gilberto. Projeto e metamorfose: antropologia das sociedades
complexas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 5 166


PROJETO DE VIDA
GUIA DO EDUCADOR 2º ANO
TEMA: CAMPO DE POSSIBILIDADES TEMA 3
E ESCOLHA PROFISSIONAL
AULA 6
TÍTULO: TOMADA DE CONSCIÊNCIA
SOBRE AS ESCOLHAS

O que faremos hoje?

Bloco 3 Escolha e planejamento

Tema Campo de possibilidades e escolha profissional

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e


apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem
entender as relações próprias do mundo do trabalho, fazendo
escolhas alinhadas
ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e
Competências emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
gerais da BNCC reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da
diversidade de indivíduos e de grupos sociais, de seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.

Reconhecer os fatores pessoais e sociais que interferem na tomada


de decisões e fazer escolhas que impactam a vida pessoal e/ou
coletiva de forma autônoma, criteriosa e ética.
Conhecer e desenvolver procedimentos de planejamento,
execução e acompanhamento de ações para o cumprimento de
Habilidades de
objetivos e metas de curto, médio e longo prazo, nos âmbitos
Projeto de Vida
pessoal e coletivo.
Sistematizar interesses, habilidades, conhecimentos e
oportunidades relativos às possibilidades e aspirações futuras, com
vistas a elaborar e utilizar estratégias para superar dificuldades e
buscar a realização de objetivos com determinação e resiliência.

PROJETO DE VIDA 167


Objetos de
Tomada de consciência sobre as escolhas
conhecimento

Materiais Ficha de Atividades

O que dizem os estudiosos?

O planejamento é parte fundamental no


desenvolvimento e realização de um projeto de vida.
No entanto, muitas vezes, um projeto pode sofrer
transformações e ajustes ao longo do tempo, em
função de mudanças de interesse, de mudanças no
contexto onde pretendemos atuar, de imprevistos
que fogem ao nosso controle, entre outros fatores.
Por tal razão,

um projeto de vida não pode


ser considerado algo rígido e
imutável.
Muito embora um projeto de vida, para que seja
assim denominado, pressuponha certa estabilidade
e consistência temporal, isso não significa que não
possa comportar planos alternativos e não deva
estar aberto a desvios de percurso. Ao contrário, a
abertura para o novo também é parte do projeto de
vida, pois permite que o sujeito o adapte a mudanças
pessoais e conjunturais e, por vezes, modifique-o
(MACHADO, 2006). Ademais,

a abertura para o novo e a


antecipação de imprevistos
permitem ao sujeito contornar

PROJETO DE VIDA 168


obstáculos e dificuldades, traçar
novos rumos e adaptá-lo às
circunstâncias e imprevistos, na
medida de suas possibilidades e
das oportunidades que o meio
lhe oferece.
Para isso, é fundamental criar condições para
que os jovens adquiram e coloquem em prática
habilidades como a flexibilidade, a resiliência, a
elaboração de planos alternativos e, é claro, a
persistência em relação a seus projetos de vida.

Como é que se faz?

Organizando a aula
Entregue a ficha de atividades dessa aula
(Reconstruindo a Roda da Vida) e solicite que
os estudantes se distribuam pela sala de aula,
buscando um lugar cômodo para trabalharem
individualmente. Como o exercício dessa aula
é reflexivo, permita que eles se acomodem da
maneira que lhes for mais pertinente, sentando-se
nas cadeiras, ou no chão da sala de aula, nas fileiras
ou fora delas. O mais importante é que eles possam
ter um momento de introspecção.

Despertando o interesse
Peça para um dos estudantes iniciar a leitura do
texto de abertura na ficha, que explica a necessidade
de planejar a realização de objetivos, prever desvios
e fazer reformulações que acompanhem não apenas
as mudanças interiores de cada jovem, mas também

PROJETO DE VIDA 169


aquelas de contexto e oportunidades. Discuta com
a turma como eles se sentem em relação a esses
aspectos. Estimule-os, fazendo perguntas como:
Saber que nem tudo está determinado gera mais
tranquilidade ou ansiedade em vocês? Por quê?
Alguém tem um sentimento diferente diferente? Como
podemos fazer para lidar com esses sentimentos?

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Após essa roda de discussão, solicite que eles
realizem a atividade 1, que consiste em refletir sobre
a roda da vida elaborada na primeira aula desse tema
e avaliar se algo nela mudou.

Atividade 2
Depois, peça para que eles realizem a atividade
2, que consiste em escolher uma das áreas da roda
da vida que consideram que possa lhes propiciar
mais satisfação, a fim de elaborar um planejamento
com objetivos claros e bem delimitados para que
possam conquistá-los.

Registrando o aprendizado

Atividade 3
Para a última atividade desta aula, peça para
que os estudantes sentem-se em duplas e discutam
a roda da vida e o planejamento que fizeram
com um colega. Informe-os de que o objetivo
dessa troca é que possam ajudar uns aos outros
a tomar consciência sobre a adequação de seus
planejamentos, entre outros aspectos que podem
surgir durante a conversa. Reforce que, às vezes,
ouvindo um colega falar sobre seus objetivos eles
podem refletir sobre pontos que ainda estavam
obscuros em suas reflexões pessoais.

PROJETO DE VIDA 170


Ao final da aula, peça para que cada estudante
faça uma lista de aspectos que aprendeu ao longo
do tema 3, com ênfase no tema dos objetivos que
desejam conquistar.

Vamos falar de educação


socioemocional?

Somos seres eminentemente sociais. Isso


significa que precisamos uns dos outros para
crescer, amadurecer, aprender e progredir. Por
isso, o processo de se tornar independente pode
ser tão desafiador.

Dessa forma, na mesma medida em que o


relacionamento com o outro é essencial para nos
desenvolvermos social e emocionalmente, precisamos
minimizar gradativamente a influência deles sobre
nossas decisões, atitudes e comportamentos para
alcançarmos o estágio da autonomia.

PROJETO DE VIDA 171


AUTONOMIA

É a capacidade de reconhecer suas necessidades


pessoais e transformar a realidade, tomando
decisões de acordo com sua própria vontade,
liberdade, prioridades e poder de escolha.

Pessoas autônomas são capazes de se


comportar na vida levando em conta suas
necessidades e interesses pessoais, sem
desconsiderar as necessidades, interesses e, em
último nível, a integridade das demais pessoas
do grupo. Aqui, necessidades comuns são: afeto,
segurança, aprovação, realização.

Ser autônomo é ter clareza do que somos


capazes de dar e oferecer para a rede de pessoas
que precisam de nós, assim como ter clareza do que
precisamos receber dessas pessoas para crescemos
como indivíduos e como grupo.

Na sala de aula, o educador deve orientar


os estudantes a diferenciarem suas necessidades
individuais dos interesses e expectativas dos outros:
“Essa escolha pretende satisfazer verdadeiramente
você ou sua família?”, “Essa decisão mostra o que
você espera de si mesmo ou o que as pessoas
importantes da sua vida esperam?”, “Você consegue
separar quais são seus desejos, sonhos e expectativas
dos da sua família?”, “O que acontece se você
descobrir que sua vontade mais íntima discorda da
opinião de pessoas importantes para você?”.

Para incentivar o desenvolvimento da autonomia


dos estudantes, especialmente no cenário das
escolhas do projeto de vida, é patente a identificação
e o estabelecimento de limites e fronteiras entre o
que é exigido ou solicitado de cada um e o que se
revela realmente como prioritário para atender e
satisfazer às suas demandas pessoais.

Afinal, dependência emocional acontece

PROJETO DE VIDA 172


quando a pessoa coloca as necessidades e interesses
das outras pessoas, ou de algumas pessoas em
especial, como é o caso de membros da família e
da rede de apoio social próxima, acima das suas
próprias necessidades e interesses.

Que tal aprender mais?

Página web do Prof. Nilson Machado

Nessa página da web o docente da Faculdade de


Educação da Universidade de São Paulo, disponibiliza
palestras, vídeo aulas, textos e outros materiais sobre
a prática docente, ética e muitos outros temas. Vale a
pena conferir. Disponível em: link externo.

(Acesso em: 20/07/2020).

Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf

Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
MACHADO, Nílson José. Educação, projetos e valores. São Paulo:
Escrituras, 2006.

PROJETO DE VIDA 173


RUBRICAS 2º ANO
AVALIAÇÃO EM TEMA 3
PROJETO DE VIDA

TEMA: Campo de possibilidades e


2º ANO BLOCO: Escolha e Planejamento
escolha profissional

Para que o projeto de vida seja elaborado e


para que o jovem seja capaz de empreender ações
que visem realizá-lo, é de fundamental importância
que conheça as carreiras profissionais, conheça seu
campo de possibilidades de inserção e atuação, bem
como desenvolva e coloque em prática estratégias
de planejamento e execução das ações necessárias
para alcançar seus objetivos.

II
I III IV
Atendeu
Não atendeu às Atendeu a maioria Atendeu todas as
parcialmente às
expectativas de das expectativas expectativas de
expectativas de
aprendizagem. de aprendizagem aprendizagem.
aprendizagem.

Reconhece
Reconhece
os diferentes
os diferentes
propósitos das
Reconhece propósitos das
profissões,
os diferentes profissões,
articula-os
propósitos das articula-os
Não reconhece aos próprios
profissões, aos próprios
os diferentes interesses,
articula-os interesses
propósitos das avançando em
aos próprios avançando em
profissões, direção à escolha
interesses, direção à escolha
ESCOLHA E não os articula profissional
avançando em profissional,
PLANEJAMENTO aos próprios e estabelece
direção à escolha estabelece
interesses e critérios para fazer
profissional mas critérios para fazer
não avança em escolhas que
não estabelece escolhas que
direção à escolha ampliem o campo
critérios para fazer ampliem o campo
profissional. de possibilidades,
escolhas que de possibilidades
mas não
ampliem o campo e planeja metas e
planeja metas e
de possibilidades. estratégias para
estratégias para
realizar objetivos
realizar objetivos
profissionais.
profissionais.

COMENTÁRIOS
DO ESTUDANTE

COMENTÁRIOS
DO EDUCADOR

Clique aqui para baixar a ficha de avaliação

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 3 | AULA 6 174


PROJETO DE VIDA
GUIA DO EDUCADOR
TEMA: TRANSFORMAÇÃO SOCIAL 2º ANO
TÍTULO: PAPEL DO JOVEM NA TEMA 4
TRANSFORMAÇÃO SOCIAL, PERFIL DE
COMPORTAMENTO SOBRE PROJETO DE VIDA, AULA 1
FONTES E ESTRATÉGIAS PARA A CONSTRUÇÃO
DE PROJETOS DE VIDA

O que faremos hoje?

Bloco 4 Engajamento e Transformação

Tema Transformação social

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos


sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e
explicar a realidade, continuando a aprender e a colaborar para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e
apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem
entender as relações próprias do mundo do trabalho, fazendo
escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto
Competências de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
gerais da BNCC responsabilidade.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e
emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com
base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e
solidários.

Conhecer diferentes perfis de comportamento e fontes de projetos


Habilidades de de vida, e reconhecendo o próprio perfil e fonte de projeto de vida.
Projeto de Vida
Propor estratégias para a construção dos projetos de vida.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 1 175


Papel do jovem na transformação social, perfil de comportamento
Objetos de
sobre projeto de vida, fontes e estratégias para a construção de
conhecimento
projetos de vida.

Matéria do Nexo Jornal: “Maio de 1968: as origens e os ecos do


Materiais movimento” impressa para cada grupo de quatro estudantes ou
acessada via internet.

Tempo de aula 120 minutos

O que dizem os estudiosos?

William Damon, importante estudioso dos


projetos de vida de adolescentes, encontrou
em um de seus estudos (2009) quatro perfis de
comportamento relativos à construção dos projetos
de vida: os desengajados, os sonhadores, os
superficiais e os que têm projetos de vida. Embora tal
estudo tenha sido realizado com jovens nos Estados
Unidos, esses perfis parecem fazer sentido ao nos
depararmos com a forma como os jovens brasileiros
respondem a perguntas relativas ao que desejam
para suas vidas futuras. Os jovens desengajados não
sabem o que desejam para suas vidas e não fazem
qualquer tipo de esforço para buscar algo com que
se engajar. Alguns são apáticos e desinteressados,
outros buscam apenas o prazer pessoal em
atividades cotidianas, como estar com os amigos,
ir a festas ou fazer compras. Os jovens sonhadores
desejam muitas coisas para a sua vida futura e esses
desejos são carregados de sentido pessoal. Contudo,
não se engajam em atividades que permitam
sua concretização, de modo que suas intenções
carecem de planos práticos para que sejam realistas.
Os jovens superficiais se engajam em atividades que
parecem estar vinculadas a algum tipo de propósito
para a sua vida presente, mas não em atividades que
lhes permitam ter o futuro que almejam.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 1 176


Os jovens que têm projetos de
vida, por sua vez, encontraram
algo para se dedicar que
consideram significativo,
sustentam esse interesse com
o passar do tempo, têm clareza
acerca do que é necessário fazer
para atingir esses objetivos e já
se comprometem em realizar as
atividades possíveis no momento
presente.
Conhecer esses perfis contribui para que os
jovens tomem consciência das diversas maneiras
de se lidar com o futuro, procurando identificar o
que é preciso fazer para construir um projeto de
vida e transformar a própria realidade por meio do
engajamento em ações concretas.

Como é que se faz?

Organizando a aula
Essa é a primeira aula do tema Transformação
social, do Bloco 4. Engajamento e Transformação.
Apresente-o aos estudantes, expondo que, ao longo
das próximas seis aulas, eles serão convidados a
refletir sobre como seus projetos de vida podem
mudar a própria realidade e a dos demais, caso eles
se engajem em atividades que visem à concretização
dessas mudanças. Depois, solicite que eles formem
grupos de até quatro estudantes para realizar as
atividades dessa aula.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 1 177


Despertando o interesse
Entregue a cada grupo de estudantes a matéria
“Maio de 1968: as origens e os ecos do movimento”,
publicada pelo Nexo Jornal e disponível no link abaixo.

link externo. (Acesso em 20/07/2020).

Solicite que eles leiam a matéria em grupos e,


depois, que se voluntariem para comentar o tema
abordado e responder oralmente às perguntas
disparadoras disponíveis na Ficha de Atividades
dessa aula (Aula 1 - O que o jovem quer da vida?).
Espera-se que os estudantes percebam que o
movimento conhecido como “Maio de 1968” reuniu
jovens que estavam insatisfeitos com os valores e o
conservadorismo da sociedade francesa da época e
que lutaram pela transformação social para construir
uma sociedade mais justa e menos individualista.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Leia junto com os estudantes o enunciado da
atividade 1. Promova uma roda de discussão sobre
a imagem da juventude em meados da década
de 1960 e da juventude atual. Estimule que eles
apresentem suas percepções sobre como os veículos
de comunicação os retratam e se eles se identificam
com o estereótipo de apatia, individualismo e/
ou imediatismo. Questione se eles percebem a
existência de um padrão geral de comportamento
mais ou menos engajado com a transformação
social. Não deixe de problematizar que atualmente
se fala muito em “juventudes” no plural, para designar
a diversidade de modos de vida e visões de mundo
existentes nesse grupo.

Atividade 2
Leia com os estudantes o enunciado da
atividade 2 e explique que eles farão um estudo

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 1 178


sobre oito casos diferentes de jovens e o que eles
desejam para suas vidas. O objetivo da atividade
é que eles possam identificar quais relatos
correspondem à classificação proposta por William
Damon sobre os comportamentos em relação ao
projeto de vida (jovens desengajados, sonhadores,
superficiais e que têm projetos de vida). Em um
segundo momento, eles deverão apresentar quais
são os aspectos desses relatos que poderiam inspirar
a construção de projetos, atuando como fontes
de projetos de vida. Por fim, eles deverão propor
estratégias para que cada um dos jovens dos casos
possa construir um projeto de vida que esteja de
acordo com a definição proposta por Damon. Abaixo
apresentamos uma possibilidade de gabarito para
essa atividade:

Relato 1
a) Sonhador.
b) Convivência, Relações interpessoais (família e
amigos).
c) Objetivos claros, estratégias e engajamento
para concretizá-los.

Relato 2
a) Projeto de vida.
b) Saúde mental, bem-estar físico e psicológico,
espiritualidade.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 1 179


c) Já é um projeto de vida, mas deve manter-
se engajada na realização das estratégias que
elaborou para atingir seus objetivos.

Relato 3
a) Desengajado.
b) Não apresenta possibilidades de fontes de
projeto de vida.
c) Uma fonte que lhe conceda propósito,
objetivos claros, estratégias e engajamento para
atingir seus objetivos.

Relato 4
a) Superficial.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 1 180


b) Conhecimento, ciência, estudos.
c) Objetivos de longo prazo, estratégias e
engajamento para conquistá-los.

Relato 5
a) Projeto de vida.
b) Criação, inovação, carros.
c) Já é um projeto de vida, mas deve manter-
se engajada na realização das estratégias que
elaborou para atingir seus objetivos.

Relato 6
a) Desengajado.
b) Não apresenta possibilidades de fontes de
projeto de vida.
c) Uma fonte que lhe conceda propósito,
objetivos claros, estratégias e engajamento para
atingir seus objetivos.

Relato 7
a) Sonhador.
b) Mudar o mundo, transformação social.
c) Objetivos claros, estratégias e engajamento
para concretizá-los.

Relato 8
a) Superficial.
b) Esporte, saúde física.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 1 181


c) Objetivos de longo prazo, estratégias e
engajamento para conquistá-los.

Registrando o aprendizado

Atividade 3
Após a discussão sobre os casos apresentados,
solicite que os estudantes perguntem a si mesmos
o que eles querem para sua vidas. Peça para que
reservem alguns minutos de introspecção para
refletir sobre os aprendizados da aula de hoje e a
relação que estabelecem com suas perspectivas
pessoais para o futuro. Após a reflexão individual,
oriente para que eles respondam a atividade 3, da
Ficha de Atividades, com o maior detalhamento
possível. Ao final da aula, pergunte se alguns
estudantes desejam compartilhar suas reflexões e o
que eles aprenderam sobre si mesmos.

Vamos falar de educação


socioemocional?

O ser humano é um ser social. Por isso, está


sempre envolvido em alguma relação. Pode ser
uma relação com algum familiar, de onde emergem
papéis sociais como o de filho, pai, mãe, irmão etc.

Também pode ser uma relação com a


comunidade, de onde emergem papéis sociais como
o de vizinho, síndico, religioso, líder comunitário...
Pode, ainda, ser uma relação com atividades da vida,
de onde emergem papéis como o de músico, atleta,
cantor, humorista... Por fim, pode ser uma relação
com o trabalho, de onde emergem papéis sociais
como o de estudante, colega de sala, monitor,
docente e por aí vai.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 1 182


PAPEL SOCIAL

É toda forma de interação social que usamos para


realizar alguma atividade ou para construir algum
relacionamento na vida.

No fim do dia, somos todos uma grande


combinação de vários papéis sociais, e isso é
importante porque nos ajuda a entender quem
somos e como nossa identidade vai se formando.
É por meio de nossos papéis sociais que somos
enxergados, reconhecidos e avaliados pela
sociedade. E é a partir desse reconhecimento social
que nossa Identidade começa a ser formada.

Quando analisamos as relações sociais das


quais fazemos parte, bem como as atividades que
praticamos ao longo do nosso cotidiano, temos a
chance de entender e decidir qual é nosso papel
no mundo. Às vezes, descobrimos que estamos
colocando nosso foco, esforço e energia em áreas,
atividades e relacionamentos que nos afastam de
nossos objetivos e sonhos.

Na sala de aula, o educador deve orientar os


estudantes a mapearem seus papéis sociais e a
refletirem sobre o impacto da prática de cada um
deles em sua vida: “Quais os papéis sociais mais
importantes que você pratica na sua vida hoje?”,
“Coloquem uma pontuação para o esforço e energia
que investem em cada um deles.”, “Esse investimento
está compatível com seus sonhos e objetivos?”,
“Que papel você deveria deixar de exercer para ficar
mais perto da pessoa que você quer ser/se tornar?”,
“Que papel está faltando na sua vida hoje, para que
você fique mais perto de realizar seus sonhos e
objetivos?”, “O que seus papéis estão mostrando para
as pessoas importantes do seu convívio?”, “Eles estão
mostrando como você gostaria de contribuir para
transformar o mundo?”.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 1 183


A ideia central aqui é ajudar os estudantes a
tomarem consciência de como estão distribuindo seu
tempo, energia e dedicação pessoal entre seus papéis
sociais, ficando mais aptos a descobrir se estão mais
próximos ou distantes de seus projetos de vida.

Que tal aprender mais?

Projeto de vida - Introdução

Neste vídeo promovido pela Frente de Currículo


e Novo Ensino Médio do Consed (Conselho Nacional
de Secretários da Educação), a pesquisadora
especialista em projetos de vida, Profa. Dra. Hanna
Cebel Danza, explica seis tipos de comportamento
relacionado à construção dos projetos de vida que
contribuem para uma compreensão mais ampla
sobre o perfil dos jovens brasileiros.

link externo. (Acesso em 20/07/2020).

Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf

Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
DAMON, William. O que o jovem quer da vida? Como pais e docentes
podem orientar os adolescentes. São Paulo: Summus, 2009.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 1 184


PROJETO DE VIDA
2º ANO
GUIA DO EDUCADOR TEMA 4
TEMA: TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
AULA 2
TÍTULO: PROTAGONISMO JUVENIL

O que faremos hoje?

Bloco 4 Engajamento e Transformação

Tema Transformação social

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos


sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e
explicar a realidade, continuando a aprender e a colaborar para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
Competências 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e
gerais da BNCC apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem
entender as relações próprias do mundo do trabalho, fazendo
escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto
de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade.

Conhecer e valorizar iniciativas individuais e coletivas que podem


Habilidades de ser consideradas ética e moralmente exemplares, avaliar seus
Projeto de Vida impactos nos indivíduos e na sociedade, bem como identificar sua
integração aos projetos de vida de seus agentes

Objetos de
Protagonismo Juvenil
conhecimento

Recursos para a reprodução de vídeo disponível na internet


Materiais
Folhas avulsas

Tempo de aula 120 minutos

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 2 185


O que dizem os estudiosos?

Protagonista é um termo cuja origem


etimológica vem da palavra grega protagonistés
(proto= primeiro; agonistes= ator), usada em
referência ao ator principal do teatro grego ou à
pessoa que desempenhava o papel principal em um
acontecimento.

O conceito de protagonismo
juvenil refere-se à participação
ativa de jovens em instâncias
de tomada de decisão e em
ações que visem atender às suas
necessidades, ao enfrentamento
de situações reais e à resolução de
problemas,
seja no âmbito escolar, da comunidade ou da
sociedade em sentido mais amplo (COSTA, 1999;
FERRETI; ZIBAS; TARTUCE, 2004).

O protagonismo juvenil, direcionado ao


enfrentamento de situações que afetam direta ou
indiretamente as juventudes, propicia sua inserção no
mundo adulto em face a suas complexas demandas.
Contribui, dessa forma, com o desenvolvimento do
senso de solidariedade, de responsabilidade e com
o compromisso social. Além disso, colabora com a
construção da autonomia intelectual e moral, bem
como com a capacidade de lidar com desafios e
de propor e colocar em prática estratégias para a
resolução de problemas reais e complexos.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 2 186


Como é que se faz?

Organizando a aula
Para a realização desta aula, será necessário
disponibilizar aos estudantes folhas de papel avulsas.
Caso seja possível aos estudantes acessarem a
internet, devem-se disponibilizar dispositivos
eletrônicos por meio do qual irão acessar os textos
e vídeos utilizados na aula. Caso contrário, sugere-
se imprimir os textos antes da aula. Os textos estão
disponíveis nos links apresentados na Atividade 2.

Despertando o interesse
Antes de entregar a ficha da aula aos estudantes,
realize a atividade introdutória, apresentando a
origem etimológica da palavra protagonista e
discutindo as duas questões, presentes no material
do estudante. Recomenda-se que essa aula seja
articulada ao projeto interdisciplinar, podendo
ser utilizada como primeira aula do projeto.
Após a leitura da origem etimológica da palavra
“protagonista”, permita que alguns estudantes
exponham suas respostas às questões disparadoras.
Explore com os estudantes em quais âmbitos da
vida (familiar, escolar, comunitário, social, etc.)
eles consideram que desempenham um papel de
protagonistas. Pergunte quais deles já se envolveram
com práticas voltadas à transformação social. Após
a discussão, apresente o conteúdo e as habilidades
dessa aula, explicando que eles conhecerão os
conceitos de Protagonismo Juvenil e de Projeto de
Vida Cidadão, além de casos de jovens protagonistas
de transformações sociais.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 2 187


Construindo conhecimentos

Atividade 1
Faça a leitura coletiva dos textos Protagonismo
Juvenil e Projeto de Vida Cidadão. Junto à leitura
do primeiro texto, é possível retomar as perguntas
disparadoras, pedindo que os estudantes revelem
experiências pessoais que podem ser consideradas
exemplos de protagonismo.

Acerca das questões a serem respondidas


ao final do texto, espera-se que os estudantes
identifiquem que um Projeto de Vida Cidadão
é motivado por valores como a justiça social, a
igualdade de gênero, a preservação ambiental, a
promoção da saúde, a paz, o cuidado com a pessoa
idosa, entre outros. Em relação às experiências
e/ou pessoas inspiradoras, os jovens poderão
citar acontecimentos pelos quais passaram, que
presenciaram ou por meio do qual tomaram
conhecimento. Além disso, podem mencionar
pessoas famosas, conhecidos ou familiares que
exemplificam condutas éticas e engajamento social.

Atividade 2
O acesso ao conteúdo de cada caso poderá
ser feito por meio de texto ou vídeo (casos 1, 2 e
4). Sobretudo para os casos 1 e 4, recomenda-se
dar prioridade ao vídeo pelo fato de apresentar os
depoimentos de jovens líderes sociais.

Organize as mesas da sala de aula em


estações, cada uma delas destinada a um dos
casos. Recomenda-se a formação de grupos
de quatro estudantes. Cada um deles ficará
responsável por elaborar as perguntas para um dos
casos e corrigi-las após seus colegas responderem.
Solicite que cada grupo formule duas perguntas
sobre o vídeo e registre-as na ficha da aula e em
uma folha de papel avulsa, que deverá ser deixada
em cima das mesas de sua estação. Após todos

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 2 188


os grupos formularem as perguntas, peça que
se dirijam à estação seguinte, para que leiam as
perguntas, acessem o material (texto ou vídeo) e
respondam às questões. Os grupos devem passar
por todas as estações.

É possível que, devido ao número de


estudantes por turma, seja necessário que dois
grupos fiquem responsáveis por um mesmo caso.
Se assim for, separe a turma em dois grandes
grupos que contenham um grupo responsável por
cada um dos casos, de modo que os estudantes
possam trocar as perguntas entre si.

No momento da correção, solicite que os


grupos compartilhem suas respostas e que o grupo
que as formulou avalie-as.

Caso 1. Líder jovem indígena engaja


juventudes para participar de decisões políticas em
comunidades na região amazônica

Acesso ao texto e ao vídeo: link externo.


(Acesso em: 20/07/2020).

Caso 2. BanCoP: o banco comunitário de


Pindoretama

Acesso ao texto: link externo.


(Acesso em: 20/07/2020).

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 2 189


Acesso ao vídeo: link externo.
(Acesso em: 20/07/2020).

Caso 3. Células motivadoras: conectando-se


com o futuro.

Acesso ao texto: link externo.


(Acesso em: 20/07/2020).

Caso 4. Grupo de meninas negras de São Paulo


articula rede que apoia jovens negras a terem mais
oportunidades com o uso da tecnologia

Acesso ao texto e ao vídeo: link externo.


(Acesso em: 20/07/2020).

Registrando o aprendizado

Atividade 3
Reserva os 10 minutos finais da aula para
os estudantes elaborarem a síntese de seus
aprendizados, conforme o comando da Atividade
3. Caso haja tempo, pode-se solicitar que
compartilhem seus textos com os colegas.

Vamos falar de educação


socioemocional?

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 2 190


A capacidade de criar laços sociais interfere
em várias áreas da vida. Afinal, onde há pessoas
interagindo existem relacionamentos das mais
diversas naturezas que estão sendo estabelecidos.

Aprender a se aproximar das pessoas,


criando vínculos de benefícios recíprocos, reflete
diretamente na qualidade dos relacionamentos
pessoais, profissionais e comunitários.

Como sabemos, essa habilidade de estreitar


laços sociais é fator preponderante não apenas para
viabilizar conquistas da vida pessoal e profissional,
mas, principalmente, para potencializar a saúde
mental e emocional.

Afinal, quanto maior a qualidade dos vínculos


interpessoais na vida de alguém, maior é a sua
chance de cultivar uma vida saudável, plena e
emocionalmente feliz.

SOCIABILIDADE

É a capacidade de conviver com os diferentes


atores do mundo social, estabelecendo dinâmicas
relacionais adaptativas.

Tanto a família quanto a comunidade escolar


têm papel fundamental no aperfeiçoamento
da sociabilidade. O florescimento efetivo dessa
habilidade nos estudantes pode, inclusive, ser o
ponto chave para desencadear movimentos de
organização e articulação social no cenário da
comunidade escolar.

Na sala de aula, o educador deve estar atento


inicialmente a três grupos mais marcantes de
expressão da sociabilidade: aquele dos estudantes
mais espontâneos e sociáveis, aquele dos estudantes
mais quietos e reservados e aquele dos estudantes
que se alternam entre sociáveis e reservados, de
acordo com o grau de intimidade e segurança com
quem estão estreitando contato.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 2 191


Uma boa estratégia para mapear essas
tendências naturais é começar a organizar trios
de trabalho constituídos por um estudante de
cada perfil. Esse ponto de partida aumenta as
chances de os perfis diferentes de sociabilidade
se complementarem na dinâmica e realização da
tarefa, cada um funcionando como contexto de
desenvolvimento social para o outro.

Vamos exemplificar. Quando um sociável


interage com um reservado, os dois são estimulados
a se compreender e a se adaptar a uma forma
diferente de interação social. Assim, o educador deve
incentivar o sociável a perguntar e ouvir mais sobre o
que reservado pensa e tem a dizer, prevalecendo seu
papel de ouvinte na interação. No mesmo sentido, o
reservado precisará se esforçar para se colocar e se
posicionar mais do que está habituado, exercitando
seu papel de comunicador na interação.

Que tal aprender mais?

Instituto Ashoka

O Instituto Ashoka trabalha com os temas do


protagonismo juvenil voltados à transformação
social. No site, é possível conhecer os programas
desenvolvidos pela ONG, a exemplo do LeadYoung,
de incentivo e reconhecimento de ações
transformadoras promovidas por jovens.

Protagonismo Juvenil na literatura


especializada e na reforma do Ensino Médio

Nesse artigo, os autores exploram o conceito


de protagonismo juvenil tal como aparece em
diferentes estudos, demonstrando sua relação com
conceitos como participação social e educação para

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 2 192


a cidadania. Estabelecem, ademais, relações com a
definição apresentada pelas Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Médio de 1998.

FREITAS, Celso J.; ZIBAS, Dagmar M. L.;


TARTUCE, Gisela Lobo B. P. Protagonismo juvenil
na literatura especializada e na reforma do ensino
médio. Cadernos de Pesquisa, v. 34, n. 122, p. 411-
423, maio/ago. 2004. Disponível em: link externo.

(Acesso em: 18/07/2020).

Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf

Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
COSTA, A.C.G. O adolescente como protagonista. Cadernos
Juventude, Saúde e Desenvolvimento. Brasília, DF: v.1, ago. 1999.
FREITAS, Celso J.; ZIBAS, Dagmar M. L.; TARTUCE, Gisela Lobo B.
P. Protagonismo juvenil na literatura especializada e na reforma do
ensino médio. Cadernos de Pesquisa, v. 34, n. 122, p. 411-423, maio/
ago. 2004.
NOVAES, Regina R. Juventude e Participação Social: apontamentos
sobre a reinvenção da política. In: ABRAMO, Helena; FREITAS, Maria;
SPOSITO, Marilia. (Org.). Juventude em debate. São Paulo: Cortez,
2000. p. 46-69.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 2 193


PROJETO DE VIDA
2º ANO
GUIA DO EDUCADOR TEMA 4
TEMA: TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
AULA 3
TÍTULO: PROCESSO CRIATIVO

O que faremos hoje?

Bloco 4 Engajamento e transformação

Tema Transformação social

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem


própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise
Competências crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas,
gerais da BNCC elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar
soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos
das diferentes áreas.

Habilidades de Criar soluções coerentes e inovadoras para problemas hipotéticos


Projeto de Vida ou reais

Objeto de
Processo criativo
conhecimento

Folhas A4, lápis de cor e/ou giz de cera, computador, música


Materiais
ambiente e caixa de som.

Tempo de aula 120 minutos

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 3 194


O que dizem os estudiosos?

A criatividade pode ser entendida como o


encontro da inteligência com a fantasia. Criatividade
significa capacidade de criar, inventar ou fazer
inovações frente a uma situação e/ou problema
e tem relação com a palavra originalidade. A
criatividade necessariamente gera uma ação, seja um
novo produto, uma nova ideia ou teoria.

A criatividade acontece por meio


de processos cognitivos, e isso
significa afirmar que todo ser
humano apresenta um certo
grau de habilidades criativas,
que podem ser aprimoradas
e desenvolvidas por meio de
exercícios e reflexões.
Para estimular o processo criativo, é interessante
conhecer suas etapas, conforme sistematizadas pelo
neurocientista Daniel Goleman (2011):
1. Primeira etapa: definição do problema. Faz
parte desse momento a observação atenta, a
sensibilização por determinada situação e/ou
problema e os questionamentos.
2. Segunda etapa: nessa etapa, o indivíduo explora
melhor a nova ideia, como se se refina a ideia
original por meio de estudos. É o momento
de reunir ideias, dados, informações, qualquer
coisa que vá ajudá-lo com uma descoberta
criativa.
3. Terceira etapa: é o período de internalização,
no qual o inconsciente está trabalhando
e fazendo conexões inesperadas. Nesse

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 3 195


momento, o ócio pode contribuir para a mente
inconsciente não pensar em nada, portanto é
preciso relaxar!
4. Quarta etapa: é a etapa de execução das ideias.
O autor propõe uma regra quanto ao insight
criativo: se alguém oferece uma ideia inédita,
em vez de a próxima pessoa a falar combatê-
la — o que acontece frequentemente na vida
organizacional —, a pessoa seguinte que falar
tem de ser uma ‘advogada dos anjos’, alguém
que vai dizer: ‘essa é uma boa ideia e eis o
porquê’.” As ideias criativas são como um frágil
botão de flor — têm de ser nutridas para que
possam florescer.
Algumas variáveis influenciam no ato de
criação. Por exemplo, sabe-se que alguns traços de
personalidade facilitam o processo criativo, já que
pessoas autoconfiantes têm coragem para expressar
novas ideias aos outros e estão predispostas a
correr riscos. Uma outra variável importante é
saber manter-se motivado e isso inclui aceitar
as frustrações como parte do processo criativo.
Também se considera que as condições sociais,
culturais e ambientais têm impacto importante no
desenvolvimento da criatividade individual.

Como é que se faz?

Organizando a aula
Receba os estudantes com música ambiente,
de preferência, um estilo musical não convencional
entre os jovens, como, por exemplo, uma música
clássica de Mozart. Disponível em: (link externo),
música tradicional grega (link externo), ou árabe
(link externo). Deixe-as tocando em volume baixo ao

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 3 196


longo de toda a atividade do dia. Pode-se acessar a
música do computador, ou do próprio celular, desde
que conectado com uma caixa de som. Selecione as
músicas com antecedência. Solicite aos estudantes
que afastem todas as mesas e cadeiras, deixando um
espaço no centro da sala para que possam se sentar
no chão, formando um círculo.

Despertando o interesse
Faça uma chuva de ideias sobre o que é a
criatividade. Estimule que o máximo de estudantes
participem, acolhendo todas as respostas com
respeito. Em seguida, distribua uma folha A4 para cada
estudante e deixe, no centro da roda, os lápis de cor
e/ou gizes de cera para que todos possam fazer uso
deles. Solicite que coloquem seus nomes nas folhas
e explique que a tarefa é fazer um desenho livre para
estimular a criatividade. Não conte os detalhes da
dinâmica, as etapas devem ser surpresa.
● Cada estudantes deve iniciar fazendo um
desenho livre no lado oposto da folha onde
está seu nome, reproduzindo qualquer coisa
que esteja em sua mente. Encoraje-os a
realizar algo desafiador e a fugir dos desenhos
convencionais. Lembre-os de que a aula é para
estimular a criatividade. Incentive-os a usar
cores variadas.
● Depois de 1 min, avalie se todos já iniciaram
alguns traços. Se não, dê mais alguns segundos
e sinalize que o tempo está se encerrando.
Após esse tempo, dê o comando para que
passem os seus desenhos para o colega do seu
lado direito. Este deve continuar o desenho, da
maneira como preferir, complementando, ou
criando algo novo.
● A cada 30 segundos, solicite que passem
o desenho para o colega ao lado, sempre
girando no mesmo sentido. A dinâmica só
deve terminar quando a folha com o nome do
estudante retornar até ele. Sugere-se que o
desenho passe por, ao menos, 15 estudantes.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 3 197


Peça para que eles, em silêncio, apreciem o
seu novo desenho e reflitam por meio de perguntas
como: gostou do produto final? Era o que você
havia planejado inicialmente? Peça para que eles
compartilhem suas impressões e expectativas,
contando o que haviam planejado e descrevendo
como ficou o resultado final.

Espera-se que eles percebam a potência da


diversidade de ideias ao apreciar o produto final
e que identifiquem que uma ideia pode seguir
diferentes caminhos criativos. Comente que não é
necessário que tenham gostado do novo desenho,
mas que compreendam que as novas ideias ali
reproduzidas apontam outros caminhos possíveis,
ou mesmo enriquecem e servem de inspiração
para sua ideia inicial. Sintetize apontando que a
capacidade criativa se potencializa quando as ideias
são compartilhadas, pois o sujeito amplia seu olhar e
aprende a enxergar por meio de diferentes ângulos.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Realize a leitura coletiva da atividade. Em
seguida, entregue uma nova folha A4 para cada
estudante. Oriente-os a dobrá-la duas vezes, de
modo que a folha fique com quatro quadrantes. Peça
para enumerarem os quadrantes de 1 a 4.

O propósito da atividade é trabalhar com ideias


de inovação. Explique que eles precisarão desenhar,
individualmente, o que eles inovariam no carrinho de
supermercado e que também podem complementar
o desenho com um texto descritivo. Ao todo, eles
apresentarão quatro sugestões de inovação e, a cada
2 minutos, você dará o comando para eles iniciarem
e/ou continuarem a ideia de inovação em outro
quadrante. Por exemplo, se um estudante iniciou
desenhando um leitor de código de barras acoplado

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 3 198


ao carrinho de supermercado para verificar os preços
dos produtos, no quadrante seguinte, ele pode
continuar as melhorias sobre essa ideia e acrescentar
um dispositivo para realizar o pagamento, como
uma máquina de cartão de crédito, ou aparelho de
pagamento por aproximação. Assim, além de verificar
o preço, o consumidor pode adicionar a mercadoria
na lista de compras e, ao final, realizar o pagamento.
Outras ideias seriam incluir um dispositivo com GPS
(mapas de navegação), para ajudar na localização dos
produtos, ou que reproduza sua lista de compras do
celular para um dispositivo no carrinho, por meio do
bluetooth para que, ao encontrar os produtos, seja
possível riscá-los da lista.

Finalizada a tarefa individual, forme pequenos


grupos (até cinco estudantes), para que possam
apresentar suas ideias uns aos outros. Reforce
a importância do respeito ao ouvir os colegas,
pois um ambiente acolhedor estimula o potencial
criativo. Para o próximo momento, peça para
eles elaborarem uma inovação em conjunto,
aproveitando as ideias dos membros do seu grupo
para apresentarem para a turma.

Para encerrar, solicite que cada grupo apresente


sua inovação. Provoque-os a identificar se as
inovações atendem às necessidades dos donos
de supermercados e consumidores, expostas no
enunciado da atividade, e quais outras necessidades
procuram atender.

Provoque reflexões a respeito da importância


da construção coletiva para as novas ideias e como
o compartilhamento de pontos de vista pode ser
facilitador do processo criativo. Caso os grupos
apresentem ideias semelhantes, vale destacar que
elas podem ser complementares, potencializando
a ideia que culminou com o produto final. Quem
sabe conseguem construir uma inovação única que
contemple as ideias da turma toda.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 3 199


Registrando o aprendizado

Atividade 2
Leia a atividade e dê um tempo para que eles
esquematizem alguma mudança criativa. Incentive-
os a criar algo passível de ser implementado.
Lembre-se: a criatividade pressupõe uma ação.

Caso seja possível, peça que compartilhem suas


ideias, sinalizando que podem inspirar-se naquelas
dos colegas para aperfeiçoar sua ideia inicial.

Vamos falar de educação


socioemocional?

A criatividade é um elemento chave no


desenvolvimento socioemocional porque abre
caminho para uma série de outras habilidades, como
é o caso da resiliência, da flexibilidade cognitiva, do
pensamento sistêmico e da resolução de problemas.

CRIATIVIDADE

É a capacidade de gerar novas ideias, conceitos,


ou novas associações entre ideias ou conceitos
existentes, geralmente levando a resultados
originais.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 3 200


Na sala de aula, o educador deve estar atento às
manifestações naturais e espontâneas da criatividade
dos estudantes. A criatividade permite pensar fora
da caixa, enxergar além do visível e transformar a
realidade com soluções inventivas e inovadoras.

Aqui, uma estratégia central é combinar


com os estudantes momentos adequados para
expressarem seu comportamento criativo. É
importante construir acordos colaborativos com
cada turma, com o intuito de definir quando e como
as expressões criativas estão autorizadas e quando
são inadequadas.

Dessa forma, os estudantes começarão a


compreender que a criatividade é muito bem-
vinda na sala de aula, bastando que respeitem o
compromisso de não atrapalhar ou interromper o
curso de outras atividades.

O educador deve incentivar seus estudantes a


buscarem tornar a criatividade recorrente no cotidiano
escolar: “Podemos usar alguns horários da semana
para exercitar nossa criatividade. O que acham?”,
“Que espaços e atividades exercitam a criatividade de
vocês? “, “Como podemos introduzir esses espaços na
nossa rotina de sala de aula?”, “É importante também
combinarmos alguns limites para expressar nossa
criatividade. Que limites são importantes na visão de
vocês?”, “Na minha visão de docente, alguns limites
centrais são...”, “Estão dispostos a fazer esse acordo de
possibilidades e limites para termos oportunidade de
praticar a criatividade?”

Nesse cenário, uma boa ideia é criar algum tipo


de cronograma de espaços e atividades que englobem
interesses de diversas naturezas e evidenciam
como a criatividade pode ser expressa de múltiplas
formas pelos diferentes estilos de pessoas. Eles vão
acompanhar o progresso criativo uns dos outros,
já que, quanto mais exercitada, mais a criatividade
se expande. Também é bastante válido começar
a fazer as manifestações criativas dos estudantes

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 3 201


interagirem entre si, no sentido de produzirem
algo colaborativamente, como roteiros de teatro,
vídeo, painéis de desenhos e pinturas, campanhas
publicitárias, jogos tecnológicos. O céu é o limite.

Que tal aprender mais?

IDEO Cart Project – em português

IDEO é uma empresa norte-americana que


trabalha com design e inovação. O vídeo expõe
a rotina de trabalho para o processo de criação
dos seus funcionários e o exemplo de inovação
apresentado na reportagem é justamente um
carrinho de supermercado.

Se julgar pertinente, passe o vídeo no final da


atividade 1, como fechamento do tema. Disponível em:
link externo

10 ideias que podem estimular a criatividade

Nesse vídeo, o historiador Leandro Karnal


apresenta 10 ideias que ajudam a estimular a
criatividade. Disponível em: link externo. (Acesso em
abril 2020).

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 3 202


Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf

Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
ALVES, M. L. C.; CASTRO, P. F. Criatividade: histórico, definições e
avaliação. Revista Educação UNG-Ser, Guarulhos, v.10, n.2, p.47-58,
2015. Disponível em: http://revistas.ung.br/index.php/educacao/
article/view/2161. Acesso em 16 jul. 2020.
CRIATIVIDADE. Dicionário Online de Português. Disponível em:
https://www.dicio.com.br/criatividade/. Acesso em: 16 jul. 2020.
GOLEMAN, Daniel. O cérebro e a inteligência emocional .Objetiva.
Edição do Kindle, 2011.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 3 203


PROJETO DE VIDA
GUIA DO EDUCADOR 2º ANO
TEMA: TRANSFORMAÇÃO SOCIAL TEMA 4
TÍTULO: AS ARTES COMO FERRAMENTA AULA 4
DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL; CONCEITO DE
ARTE CONTEMPORÂNEA

O que faremos hoje?

Bloco 4 Engajamento e Transformação

Tema Transformação social

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais,


das locais às mundiais, também participando de práticas
diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora,
Competências como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem
gerais da BNCC como conhecimentos das linguagens artística, matemática e
científica, para se expressar e
partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em
diferentes contextos, produzindo produzir sentidos que levem ao
entendimento mútuo.

Conhecer e valorizar iniciativas individuais e coletivas que podem


ser consideradas ética e moralmente exemplares, avaliar seus
impactos nos indivíduos e na sociedade, bem como identificar sua
Habilidades de integração aos projetos de vida de seus agentes.
Projeto de Vida
Identificar, compreender e sensibilizar-se com problemas sociais e
ambientais, propondo e realizando ações voltadas ao bem comum,
à justiça social, à sustentabilidade e à democracia.

Objetos de As artes como ferramenta de transformação social; conceito de


conhecimento arte contemporânea.

Materiais Aparelho para a reprodução de música

Tempo de aula 120 minutos

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 4 204


O que dizem os estudiosos?

Desde a Modernidade, a arte tem sido cada vez


mais utilizada como ferramenta de questionamento
de padrões sociais e de manifestação política. Seja
por meio das artes visuais, da literatura, do teatro, da
dança, do cinema, da fotografia ou da música,

artistas têm assumido o papel


de formular críticas sociais,
reivindicar direitos e lutar pelo
bem comum. Tendo em vista que
se engaja em problemas sociais
que afetam a coletividade, a arte
pode ser considerada uma forma
de ativismo.
A arte contemporânea, que tem como
características mesclar diferentes linguagens
artísticas e contestar representações habituais e a
própria definição de arte, costuma problematizar
e suscitar reflexões sobre questões da sociedade
atual. Muitas vezes, preocupa-se menos em seguir
determinado padrão estético sobre aquilo que é
considerado belo e mais com o gerar interrogações,
incômodos, interagir com o espectador e promover
críticas sociais. Por tal razão, pode contribuir
com a transformação social, sobretudo quando
extrapola os círculos acadêmicos e os museus e
intervém no espaço público por meio de instalações,
performances, murais e grafites.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 4 205


Como é que se faz?

Organizando a aula
Inicie a aula mencionando o tema e as
habilidades que serão trabalhadas. Informe aos
estudantes que a primeira metade da aula está voltada
à reflexão sobre o papel das artes na transformação
social, mediante a análise de produções artísticas, e
que, na segunda metade, eles irão iniciar a pesquisa de
canções para compor uma playlist. Essa aula pode ser
feita em parceria com os componentes curriculares
de Artes e Língua Portuguesa.

Despertando o interesse
Antes de solicitar que os estudantes analisem as
diferentes produções artísticas disponíveis na Ficha
de Atividades, reproduza a canção Maria de Vila
Matilde, de Elza Soares. Disponível em: link externo.

Acesso: 26/07/2020. Solicite a eles que


acompanhem-na mediante a leitura da letra.

Leia com os estudantes as questões e reserve


alguns minutos para que eles analisem as produções
e pensem nas respostas para as perguntas. Pergunte a
eles se conhecem os artistas e sugira que investiguem
outras produções que realizaram em casa. Em seguida,
discuta coletivamente cada uma das questões.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 4 206


1) As artes podem dar margem a diferentes
interpretações. Algumas das interpretações
possíveis para cada uma das quatro produções
são expostas a seguir.
Por meio da canção Maria de Vila Matilde, Elza
Soares buscou problematizar a violência doméstica
contra a mulher, fato ainda muito presente no
lar de muitas famílias brasileiras. A autora faz
referência ao Disque 180, canal de denúncia à
violência contra a mulher criado pela Secretaria de
Políticas para Mulheres.

Paulo-Ito-Fome-Zero

O grafite do artista Paulo Ito faz uma crítica à


influência e manipulação que a mídia pode exercer
sobre a opinião das pessoas e o quanto estas estão
alienadas acerca do poder que a mídia exerce
sobre elas.

Por meio do poema Vida Loka, Sérgio Vaz,


poeta periférico e fundador do Sarau Cooperifa,
explora o potencial dos estudos, da leitura e da
poesia em emancipar os jovens moradores das
periferias e oferecer a eles um caminho alternativo
ao mundo do crime e do tráfico. O poeta usa
referências do mundo das drogas e do crime como
recurso metafórico, deslocando-as para o contexto
dos estudos, da leitura e da poesia.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 4 207


A escultura de Jens Galschiot foi exposta
durante a Cúpula do Clima de Copenhague em
dezembro de 2009, com o objetivo de denunciar
as injustiças globais. A escultura de uma mulher
obesa sendo carregada por uma homem pobre e
extremamente magro procura representar o quanto
a população pobre carece de recursos para a própria
sobrevivência enquanto “carrega nas costas” uma
parcela da população que a explora e que obtém um
excedente de recursos.

Uma interpretação esperada para a ilustração de


Pawel Kuzynski é que o mundo digital em geral (os
celulares e as redes sociais, em particular) estão cada
vez mais presentes na vida das pessoas, ocupando
toda parcela de seu tempo, sem deixar espaço para
outras atividades, como o lazer, que não dependam
desses recursos. Nesse momento, é importante
problematizar os prejuízos que o excesso de uso
das redes sociais pode causar à saúde mental, ao
campo dos relacionamentos e à qualidade de vida
das pessoas. Mencione que o vício em redes sociais é
considerado uma doença por alguns especialistas, um
tipo de dependência tal como a dependência a drogas,
inclusive podendo causar sintomas de abstinência
como o sentimento de ansiedade e angústia quando a
pessoa não consegue (ou permanece certo tempo sem
poder) acessar uma rede social.
2) Resposta pessoal. Questione os estudantes
quais são as produções artísticas com maior
potencial transformador. Problematize o
quanto a acessibilidade e o alcance social de
uma produção artística são fatores diretamente
relacionados ao seu potencial transformador,
tal é o caso da canção e da arte de rua (murais,
grafittes, lambs, teatro, instalações, etc).
3) Resposta pessoal. Alguns artistas conhecidos
por usarem a arte como ferramenta de
contestação são aqueles da música popular
brasileira que se manifestaram contra a ditadura
militar, como Chico Buarque (com canções
como “Roda Viva”, “Cálice” e “Apesar de você”),

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 4 208


Geraldo Vandré (com a icônica “Pra não
dizer que não falei das flores”) e Elis Regina,
que interpretou a composição “O bêbado e
o equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc.
Pergunte aos estudantes se conhecem artistas
que se manifestaram politicamente no período
da ditadura militar e se conhecem essas
canções. Alguns artistas da nova geração que
se destacam pelo ativismo por meio de suas
letras são o rapper Emicida, a banda Baiana
System e a cantora transgênero Liniker.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Faça a leitura do texto com os estudantes.
Depois, peça para que eles respondam oralmente
às perguntas dessa atividade. Para contribuir com a
discussão, veja uma possibilidade de gabarito abaixo:
a) Mundano parece ter como projeto de vida
usar a arte como uma ferramenta de crítica
e transformação social. Por meio dela, ele
contribui para tirar da invisibilidade social
catadores de lixo reciclável que, apesar de
fazerem um trabalho muito digno, que oferece
benefícios para a sociedade, são pouco
valorizados.
b) O tema da invisibilidade social dos catadores de
lixo reciclável e a desvalorização da arte de rua.

a-arte-e-o-amor-de-mundano-pelos-catadores-e-pela-liberdade-
conexao-planeta-bom-dia-abre

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 4 209


Atividade 2
Nesta atividade, os estudantes deverão
pesquisar canções que façam algum tipo de crítica
ou reivindicação social. Comunique a eles que as
canções selecionadas serão usadas na aula seguinte
para a realização de dinâmicas de grupo e produção
de uma playlist coletiva.

Registrando o aprendizado

Atividade 3
Nesta atividade, os estudantes deverão fazer
uma produção artística que contemple alguma crítica
ou reivindicação social. A proposta não é a criação
de uma produção elaborada, mas tão somente um
exercício de criatividade e síntese dos aprendizados
desta aula. Diga aos estudantes que não há problema
se não possuem habilidades técnicas, pois o mais
importante é a ideia por trás da produção. Mencione
que, caso optem por um desenho e julguem que ele
não expressa suas ideias adequadamente, podem
complementá-lo com uma descrição.

Caso alguns estudantes sintam dificuldade


em criar algo sem uma referência inicial, sugira,
como possibilidade, que usem trechos das letras
de canções que pesquisaram na Atividade 2 e
componham uma ilustração para elas, ou que
mesclem partes das letras de músicas diferentes e
produzam um verso, ou uma estrofe original.

Vamos falar de educação


socioemocional?

A comunicação é uma habilidade essencial

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 4 210


para qualquer relacionamento humano. É por meio
de variadas formas de expressão de pensamentos,
sentimentos, impressões e intenções que as pessoas
começam a fazer parte do universo pessoal umas
das outras.

COMUNICAÇÃO

É a capacidade de transmitir informações, ideias,


emoções e mensagens para as outras pessoas.

Em geral, a comunicação pode ser verbal


ou analógica. Existem muitas formas de se
comunicar: por meio da fala, da escrita, dos gestos
e movimentos corporais, das expressões faciais, de
imagens e de sons.

Para aprender a se comunicar com clareza e


precisão, é necessário combinar diversas formas de
expressão. Afinal, quando as palavras não abarcam o
significado que se pretende transmitir ao ouvinte, é
o momento de lançar mão de recursos expressivos
complementares, como é o caso das expressões
faciais, gestos corporais ou entonações vocais.

A arte também é uma forma de expressão


humana que, muitas vezes, busca comunicar alguma
ideia, conceito, emoção ou reflexão. O formato

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 4 211


comunicativo da arte tende a ser subjetivo, sendo
possível depreender mais de um significado para a
mesma obra, dependendo da pessoa que a observa e
interpreta.

De todo modo, a boa comunicação exige


um conhecimento mínimo do conteúdo que será
transmitido, assim como do contexto sociocultural
das pessoas que receberão a mensagem.

Na sala de aula, o educador deve estimular a


comunicação em suas variadas formas, orientando os
alunos a atentarem para alguns elementos centrais da
boa comunicação: “Quando vocês quiserem passar
uma ideia, primeiro precisam saber exatamente ‘o
que’ esperam que seu ouvinte compreenda”, “Depois
devem refletir sobre a melhor forma de expressar
essa ideia. É a hora de pensar no ‘como’ passar a
mensagem”, “Nessa etapa, vocês devem decidir
se a ideia é melhor transmitida apenas falando, ou
usando o apoio de uma imagem, som, manifestações
artística e por aí vai ”, “É sempre importante perguntar
ao seu ouvinte o que ele captou, é uma forma de
você descobrir se precisa complementar com algum
recurso mais esclarecedor para a realidade cultural da
sua audiência”.

Que tal aprender mais?

A Arte Contemporânea

Vídeo produzido pela Casa do Saber em que


a curadora e pesquisadora Sabrina Moura define
a arte contemporânea e aborda seu papel como
ferramenta sociopolítica. Disponível em:
link externo. (Acesso em: 21/07/2020).

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 4 212


Adição à internet ou uso problemático da
internet? Qual dos termos usar?

Esse artigo discute o vício à internet e seus usos


deletérios para a saúde mental. Disponível em:
link externo. (Acesso em: 24/07/2020).

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Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
ARTE Contemporânea. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte
e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível
em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo354/arte-
contemporanea. Acesso em: 21 de Jul. 2020.
HAMERLY, Giovanna. A arte contemporânea como instrumento de
protesto em tempos de crise. Disponível em: http://www.edgardigital.
ufba.br/?p=10249. Acesso em 21/07/2020.
A Arte Contemporânea.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=S3jRywWQJH8.
Acesso em: 21/07/2020.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 4 213


PROJETO DE VIDA
GUIA DO EDUCADOR 2º ANO
TEMA: TRANSFORMAÇÃO SOCIAL TEMA 4
TÍTULO: ARTE E ENGAJAMENTO SOCIAL; AULA 5
ARTE COMO FONTE DE PROJETOS DE VIDA

O que faremos hoje?

Bloco 4 Engajamento e transformação

Tema Transformação social

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e


culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas
diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora,
como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem
como conhecimentos das linguagens artística, matemática e
científica, para se expressar e partilhar informações, experiências,
ideias e sentimentos em diferentes contextos, produzindo sentidos
que levem ao entendimento mútuo.
Competências 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação
gerais da BNCC e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas
diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida
pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e
apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem
entender as relações próprias do mundo do trabalho, fazendo
escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto
de vida, com liberdade, autonomia, consciência social e
responsabilidade.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 5 214


Identificar, compreender e sensibilizar-se com problemas sociais e
Habilidades de
ambientais, propondo e realizando ações voltadas ao bem comum,
Projeto de Vida
à justiça social, à sustentabilidade e à democracia.

Objeto de
Arte e engajamento social; arte como fonte de projetos de vida
conhecimento

Computador e caixa de som;


Materiais
Notas de papel, saco opaco ou uma caixa.

Tempo de aula 120 minutos

O que dizem os estudiosos?

A neurociência comprovou que a música traz


benefícios significativos para o ser humano. Entre
os mais conhecidos, estão a redução do estresse e
a melhora do humor, o que indica forte associação
com as áreas cerebrais que regulam a afetividade, o
controle dos impulsos, as emoções e a motivação
(AREIAS, 2016). A música também facilita o processo
de aprendizagem, aumentando a concentração,
a memória e ampliando o vocabulário. Além dos
benefícios psíquicos e cognitivos,

a música, quando usada em prol


do ativismo, também tem o poder
de conscientização e, por estar
presente nos mais variados grupos
sociais, é uma ótima ferramenta
para engajar os jovens na temática
da transformação social
(WEIGSDING; BARBOSA, 2014).

Diversos estudos associam a música com


transformação social (WEIGSDING; BARBOSA, 2014),
sobretudo quando se referem às práticas musicais,
ou ao ensino da música. Entretanto, apenas a ação

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 5 215


de escutar músicas já produz grandes benefícios
para o indivíduo e para a sociedade. Alguns cantores
reconhecem a canção como um meio para a
promoção da cidadania - uma vez que há uma
íntima relação entre ela e transmissão de valores –
assim, muitas composições expressam realidades
sociopolíticas e econômicas, influenciando
na tomada de consciência dos problemas da
comunidade e/ou do mundo.

Como é que se faz?

Organizando a aula
Para esta aula, os estudantes precisarão acessar
a internet. Portanto, se precisar, agende com
antecedência o laboratório de informática. Para o
momento do jogo, eles precisarão de espaço para
realizarem as adivinhações.

Despertando o interesse
Inicie a aula perguntando se todos trouxeram
as canções sobre transformação, solicitadas na aula
passada. Solicite que alguns exponham como foi
buscar por canções com essa temática, se tiveram
alguma dificuldade em pesquisá-las ou se eram as
que estavam acostumados a ouvir.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Realize a leitura coletiva da atividade. Lá
constam as regras do jogo de adivinhação, que
ocorrerá em três etapas.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 5 216


Antes de iniciar o jogo, é preciso que os
estudantes conheçam todas as canções selecionadas
para a playlist. Sugere-se que cada pequeno grupo
apresente duas delas, podendo variar para mais ou
menos, a depender do número total de estudantes
em sala. Estima-se que, para a dinâmica, são
necessárias entre 15-20 canções.

Ajude-os a organizar o jogo, seja colocando


as canções no saco, auxiliando a decidir a ordem
dos pequenos grupos, cronometrando o tempo
ou somando os pontos na lousa. Enquanto um
grupo está tentando adivinhar a canção, é preciso
zelar pelo silêncio do restante da turma, para não
atrapalhar a vez dos colegas.

Certifique-se de que ninguém está com caderno


ou anotações, para evitar que tenham copiado os
nomes das canções e estejam lendo. Esse jogo
estimula a memória e a concentração.

Cuide para que nenhum papel do saco se perca


após o seu uso. Você pode sugerir para depositarem
na mesa aqueles papéis que o grupo acertar e
devolver imediatamente para o saco aqueles que eles
resolverem pular. Nas três etapas, eles adivinharão as
mesmas canções, porém em formatos diferentes.

Quando o mesmo grupo for participar de novo


de alguma rodada, solicite que haja um o rodízio entre
aqueles que forem ler o papel e fazer a adivinhação.

O jogo termina quando se esgotarem os papéis


na 3ª etapa. Faça a somatória dos pontos e anuncie
o grupo campeão.

Atividade 2
Realize a leitura da atividade 2. Em semicírculo,
abra a discussão com a turma sobre as propostas
de divulgação da playlist. Estimule-os a dar diversas
ideias e, depois de listadas algumas opções, ajude-
os a chegar a um consenso – lembrando que podem
escolher mais de uma via de divulgação.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 5 217


Não se esqueça de orientá-los a eleger alguns
representantes para pôr em prática essa divulgação.
Combine uma data com eles.

Registrando o aprendizado

Atividade 3
Leia o enunciado da atividade junto com
os estudantes. Dê alguns minutos para que eles
reflitam sobre como seria o mundo sem o trabalho
dos artistas. Depois, peça para que compartilhem
oralmente o que eles faria para conquistar seu
projeto de vida, caso ele estivesse relacionado com o
tema das artes. Espera-se que eles mencionem que
iriam se dedicar a estudar e a aprender as habilidades
técnicas necessárias, que se dedicariam a ter uma
boa rede de contatos profissionais que pudesse
ajudá-los, recomendando-os ou convidando-os para
eventos, que procurariam compreender quais são as
melhores oportunidades de trabalho, que buscariam
um emprego estável até sentirem ser possível
trabalhar apenas com música, que buscariam apoio
de familiares, entre outras opções.

Vamos falar de educação


socioemocional?

O processo de amadurecimento emocional


pode ser, desconfortável e solitário. Na maior parte
dos casos, os jovens olham para o mundo buscando
referências acerca de como se posicionarem diante
da sociedade e, ao mesmo tempo, de como podem
conquistar autonomia para se tornarem o que desejam.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 5 218


REPRESENTATIVIDADE

É a capacidade de se reconhecer em determinado


grupo, movimento ou símbolo social dotado
de características típicas e particulares. É
concretizada por meio da ação e da participação
dos representados.

Nessa busca por referências, esperam encontrar


fontes de inspiração com as quais possam se
identificar. Precisam encontrar, no mundo já
estabelecido, modelos nos quais ancorar sua
construção identitária.

Dessa forma, o mais relevante não é alcançarem


respostas certas ou bem definidas, mas, sim, terem
liberdade de oportunidade para selecionar fragmentos
de seu interesse na multiplicidade da realidade.

A autonomia necessária para protagonizarem


o planejamento e execução de seus projetos de vida
apenas será conquistada quando cada aluno for
capaz de construir o mosaico de si mesmo, a partir
dessa colcha de retalhos da representatividade.

Assim, na sala de aula, o educador deve estar


ciente de que modelar um projeto de vida exige
incentivar posicionamentos e comportamentos dos
alunos que gradativamente os habilitem a delimitar
suas identidades.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 5 219


E a representatividade é a conexão entre
esses posicionamentos e suas identidades. Vamos
exemplificar. O educador deve questionar os alunos
a respeito de suas referências: “Se você fosse uma
canção, um livro, uma banda, um filme, um seriado...
quem você seria? Por quê?”, “Que formas de
expressão artística representam o que você pensa
em relação a si mesmo, aos outros, ao mundo e ao
seu futuro?”, “Com que personalidade, personagem
ou ícone cultural você se identifica? O que ele tem
a ver com você? E com seu projeto de futuro? Ou
com o que você deseja que aconteça em sua vida?”,
“Quando você olha para o mundo, enxerga algum
lugar para pessoas como você? Onde seria? Ao lado
de qual estilo de pessoas? Na companhia de pessoas
com qual tipo de comportamentos?”.

A definição do projeto de vida perpassa o


conjunto de referências, identificações, afinidades
e imagens projetivas de futuro com as quais cada
aluno se sente intimamente representado em sua
singularidade.

Que tal aprender mais?

Neurociência e os benefícios da música para o


desenvolvimento cerebral e a educação escolar

Esse artigo aprofunda a relação da música


com a neurociência. Ainda que direcionado para
o desenvolvimento infantil, apresenta diversos
conceitos e aspectos fisiológicos do cérebro
necessários para a compreensão dos benefícios da
música para as pessoas em geral.

RIZZO, S. C.; FERNANDES, E. Neurociência e


os benefícios da música para o desenvolvimento

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 5 220


cerebral e a educação escolar. Revista de Pós-
Graduação Multidisciplinar, São Paulo, v. 1, n. 5, p.
13-20, 2018. Disponível em: link externo. Acesso em
20 jul. 2020

Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf

Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
AREIAS, J. A música, a saúde e o bem estar. Nascer e Crescer, Porto,
v.25, n.1, 2016. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0872-07542016000100001. Acesso em
19 jul. 2020.
MORAN, Seana. Adolescent aspirations for change: creativity as a life
purpose. In: Asia Pacific Educ. Rev. (2015) 16:167-175.
WEIGSDING, J. A.; BARBOSA, C. P. A influência da música no
comportamento humano. Arquivos do MUDI, Maringá, v.18, n.2, p.47-
62, 2014. Disponível em: file:///C:/Users/Fernando/Downloads/2505-
12523-1-PB.pdf. Acesso em 19 jul. 2020.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 5 221


PROJETO DE VIDA
GUIA DO EDUCADOR 2º ANO
TEMA: TRANSFORMAÇÃO SOCIAL TEMA 4
TÍTULO: GÊNERO TEXTUAL DO MANIFESTO E AULA 6
PROJETO DE VIDA

O que faremos hoje?

Bloco 4 Engajamento e Transformação

Tema Transformação social

8. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos


sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e
explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e
apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem
entender as relações próprias do mundo do trabalho, fazendo
escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto
Competências de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
gerais da BNCC responsabilidade.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e
emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com
base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e
solidários.

Reconhecer as responsabilidades pessoais com as demandas do


mundo comum e atribuir sentido ético e sociopolítico ao projeto
de vida, comprometendo-se com ações individuais e coletivas
Habilidades de voltadas ao bem comum.
Projeto de Vida Reconhecer e avaliar as características que constituem a própria
identidade, identificar como repercutem nas relações sociais,
relacioná-la ao projeto de vida e comprometer-se com sua
construção.

Objetos de
Gênero textual do manifesto e projeto de vida.
conhecimento

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 6 222


Folhas sulfites, lápis de cor ou canetinhas para confecção do
Materiais
manifesto.

Tempo de aula 120 minutos

O que dizem os estudiosos?

Em levantamento realizado pela pesquisadora


Dra. Daniela Haertel (2018), engajamento é um
termo que está presente em poucos estudos, sendo
comumente associado a termos como participação.
Mesmo diante dessa imprecisão, a autora, que
estudou a relação entre o engajamento social e
o projeto de vida de jovens universitários, aposta
que ele traz inúmeros benefícios, tanto do ponto
de vista do indivíduo, quanto do ponto de vista das
comunidades. Sobre isso, ela revela que,

do ponto de vista de quem


se engaja com uma causa de
transformação social, essa ação
lhe permite desenvolver-se nas
esferas pessoal, emocional,
política e ideológica e a tornar-
se um cidadão comprometido e
atuante no mundo.
Do ponto de vista das comunidades ou
contextos beneficiados pelo engajamento de
indivíduos, estes podem ter sua conjuntura
transformada, interferindo, inclusive, na percepção
dos indivíduos sobre a necessidade ou formas
de engajamento. Ainda assim, diversos estudos
realizados no Brasil e nos Estados Unidos (DAMON,

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 6 223


2009, DANZA, 2014; 2019;) revelam que o
engajamento social emerge como fonte de um
número muito pouco expressivo de projetos de
vida. Nesse sentido, apostamos na necessidade
de contribuir para que os jovens reconheçam o
engajamento social como uma fonte de projetos de
vida que possibilite a realização pessoal mediante a
atuação no mundo.

Como é que se faz?

Organizando a aula
Esta é a última aula do tema Transformação
social. Avise aos estudantes que essa aula de
encerramento marca não apenas o final do trabalho
com esse tema, mas a jornada de aprendizado
percorrido ao longo do ano e que, por isso, será
importante reavivar a memória sobre todos os
aprendizados e experiências que viveram ao longo
desse intenso processo rumo à construção de seus
projetos de vida.

Despertando o interesse
Pergunte aos estudantes se eles sabem o que
é um manifesto. Faça uma chuva de ideias para
que eles exponham os conhecimentos que têm
acerca do tema. Pergunte se eles conhecem algum
manifesto e, caso a resposta seja afirmativa, que
compartilhem as informações que possuem. Depois,
entregue a ficha de atividades desta aula (aula 6 - O
que você quer da vida?) e peça para que um deles
se voluntarie a ler a seção introdutória. Pergunte se
eles sabiam sobre a classificação das artes e se há

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 6 224


alguma expressão artística que percebem que não
foi contemplada da lista do pesquisador italiano
Ricciotto Canudo. Espera-se que eles mencionem
a fotografia, as artes digitais, o teatro, entre outras
possibilidades. Depois, enfatize que atualmente essa
lista já é bem maior e sugira que eles pesquisem em
suas casas sobre esse tema, a fim de ampliar seu
repertório cultural.

Construindo conhecimentos

Atividade 1
Solicite que outro estudante leia o enunciado da
atividade 2. Pergunte se eles conhecem os nomes
das pessoas que assinaram o Manifesto 2000 e o
que elas fizeram em suas vidas. Permita que eles
compartilhem seus conhecimentos e, uma vez mais,
estimule que eles pesquisem sobre essas pessoas.
Caso eles tenham acesso à recursos da internet
em sala de aula, você pode sugerir que façam uma
pesquisa rápida em grupos e compartilhem as
informações com a turma. Depois, peça para que
os estudantes se revezem na leitura do manifesto.
Verifique se todos compreenderam qual era o
intuito do manifesto e a sua importância. Verifique
também se eles identificaram qual é a estrutura
textual, ou seja, que ele é composto por um título, os
argumentos e complemente que ele também exige a
assinatura das pessoas, acompanhada pela data em
que se comprometeram a segui-lo.

Atividade 2
Solicite que os estudantes realizem a atividade
3, que consiste na elaboração de um manifesto
que responda à pergunta: “O que você quer da
vida?”. É importante que eles mencionem princípios
éticos, objetivos pessoais e profissionais, ações,
crenças e ideais com os quais se comprometem a
preservar, expressar e concretizar. Antes de iniciarem
a atividade, faça perguntas que estimule a reflexão

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 6 225


dos estudantes sobre esses aspectos, resgatando
o aprendizado do ano letivo. Nesse sentido, você
pode pedir que resgatem o que aprenderam sobre
autoestima e as capacidades pessoais no tema 1, as
causas sociais com as quais se identificam no tema
2, a roda da vida que elaboraram no tema 3 e o que
aprenderam sobre as diversas fontes de projetos
de vida e a criatividade como parte indispensável
desse processo, presentes no tema 4. Caso eles
desejem, podem consultar esses materiais para criar
o manifesto. Após escreverem a primeira versão,
peça que a compartilhem com os colegas do grupo,
de modo a identificar diferenças e semelhanças,
acrescentar novos aspectos e a combinarem como
podem ajudar uns aos outros a colocar o manifesto
em prática.

Registrando o aprendizado

Atividade 3
Após concluírem a versão final do manifesto,
solicite que usem a criatividade para criar uma versão
que possa ser fixada em algum local onde possa
ser visualizada cotidianamente, de modo a não se
esquecer daquilo com que se comprometeram a
seguir, apoiar e concretizar. Como será algo que
ficará exposto, sugira que cuidem da parte estética
do produto final, usando papéis coloridos, canetas
e lápis de cor, notas autoadesivas e outros recursos
que julgarem apropriados. Encerre a aula enfatizando
que você confia na capacidade de eles se
comprometerem consigo mesmos, estimulando-os
a serem persistentes e disciplinados em relação aos
aspectos do manifesto. Contudo, destaque que os
manifestos são datados, ou seja, é preciso reformulá-
los ao longo do tempo para incorporar as mudanças
que ocorrerem no modo como eles entendem o
projeto de vida.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 6 226


Vamos falar de educação
socioemocional?

Estimular os jovens a delinear seus projetos de


vida desde cedo pode ser um divisor de águas. Muito
mais pela ampliação da janela de aprendizagem do
que necessariamente pela antecipação da discussão.

Afinal, quanto mais cedo precisamos colocar


conceitos e teorias em prática, mais rápido entramos
em contato com erros, fracassos e frustrações.
E quanto mais cedo descobrimos que talvez a
rota precise ser ajustada, mais tempo, energia e
dedicação teremos para efetivar as atualizações.

METACOGNIÇÃO

É a capacidade de observar e avaliar a própria


aprendizagem. Pessoas com metacognição
desenvolvida refletem sobre uma determinada
tarefa e conseguem selecionar e usar o melhor
método para resolvê-la, por conta própria.

Alguém com boa metacognição sabe o que


precisa fazer para aprender mais e aprender melhor.
Aperfeiçoar nossa metacognição é ter conhecimento
das práticas que facilitam e aceleram nossa própria

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 6 227


aprendizagem. É, por exemplo, conhecer que
técnicas ou estratégias de estudo funcionam melhor
para sua aprendizagem.

Nossa metacognição nos ajuda a perceber


que é hora de transformar alguns aprendizados,
descartando algumas partes, reaproveitando outras
e adicionando novas informações às aprendizagens
iniciais criando, nesse sentido, algum novo
aprendizado.

Aplicar a metacognição ao projeto de vida é


entender que aquilo que um dia foi aprendido pode
precisar ser descartado, transformado e atualizado
para um novo aprendizado se consolidar. Em
geral, aquilo que precisa ser desaprendido para ser
reaprendido acaba melhorando nossa capacidade de
adaptação, seja às pessoas, às culturas, ou ao mundo.

Dessa forma, na sala de aula, o educador deve


incentivar os alunos a imaginarem seu projeto de vida
caminhando lado a lado com o amadurecimento de
suas metacognições: “O projeto de vida de vocês é
uma reta, uma curva, um zigue-zague, uma sequência
de bifurcações ou um pouco dos quatro?”, “Como a
disposição para aprender com os erros, fracassos e
frustrações pode beneficiar o projeto de vida?”, “Fazer
adaptações ao longo da implementação do projeto de
vida significa o que para vocês?”.

Que tal aprender mais?

Criativos da escola

O Criativos da escola é um programa que faz


parte do Design for change (Design pela mudança)
que é um movimento global que estimula crianças

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 6 228


e jovens a transformar suas realidades por meio
de quatro pilares: o protagonismo, a empatia, a
criatividade e o trabalho em equipe. No link abaixo,
você poderá acessar o manual criado por eles para
implementar atividades que visem ao engajamento
dos estudantes na transformação de seus contextos.

link externo. Acesso em 24/07/2020

Clique aqui para acessar o material do estudante em pdf

Clique aqui para acessar o Material do Estudante Editável

Referências Bibliográficas
COVALESKI, Rogério Luiz. Artes e comunicação: a construção de
imagens e imaginários híbridos. Galaxia (São Paulo, Online), n. 24, p.
89-101, dez. 2012
Disponível em:
http://revistas.pucsp.br/index.php/galaxia/article/viewFile/8218/9413
Acesso em 24/07/2020
DAMON, William. O que o jovem quer da vida? Como pais e
professores podem orientar e motivar os adolescentes. São Paulo:
Summus, 2009.
DANZA, Hanna Cebel Danza. Projetos de vida e Educação Moral:
um estudo na perspectiva da Teoria dos Modelos Organizadores do
Pensamento. Dissertação de mestrado. Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo. São Paulo, 2014.
DANZA, Hanna Cebel Danza. Conservação e mudança nos projetos de
vida de jovens: um estudo longitudinal sobre Educação em Valores.
Tese de doutorado. Faculdade de Educação da Universidade de São
Paulo. São Paulo, 2019.
HAERTEL, Daniela. Projetos de vida de jovens universitários:
um estudo sobre engajamento social e projeto de vida. Tese de
doutorado. Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. São
Paulo: 2018.
Disponível em :
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-11122018-
095813/publico/DANIELA_HAERTEL.pdf. Acesso em 24/07/2020
http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/UNESCO-
Organização-das-Nações-Unidas-para-a-Educação-Ciência-e-
Cultura/manifesto-em-defesa-da-paz-2000.html
Acesso em 24/07/2020

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 6 229


RUBRICAS 2º ANO
AVALIAÇÃO EM TEMA 4
PROJETO DE VIDA

2º ANO BLOCO: Engajamento e Transformação TEMA: Transformação social

Para que as mudanças sociais que os jovens


desejam ver no mundo ocorram, é preciso
engajamento com a transformação social. Por
isso é fundamental construir conhecimentos,
habilidades e valores que sensibilizem os jovens
para as problemáticas sociais e ambientais da esfera
pública e se engajar com as transformações que eles
desejam para suas comunidades e para o mundo.

II
I III IV
Atendeu
Não atendeu às Atendeu a maioria Atendeu todas as
parcialmente às
expectativas de das expectativas expectativas de
expectativas de
aprendizagem. de aprendizagem aprendizagem.
aprendizagem.

Identifica e explica Identifica e explica


as causas e as causas e
Identifica e explica
Tem dificuldade consequências de consequências de
as causas e
de identificar e problemas sociais problemas sociais
consequências de
explicar as causas e ambientais, e ambientais,
problemas sociais
e consequências expressa suas expressa suas
e ambientais,
de problemas opiniões e opiniões e
expressa suas
sociais e sentimentos sentimentos
opiniões e
ambientais, com criticidade, com criticidade,
sentimentos
ENGAJAMENTO E assim como propõe soluções propõe soluções
com criticidade,
PARTICIPAÇÃO de expressar para seu para seu
propõe soluções
suas opiniões e enfrentamento, enfrentamento,
para seu
sentimentos a reconhece reconhece
enfrentamento,
respeito deles seu papel no seu papel no
mas não
com criticidade, enfrentamento enfrentamento
reconhece
e não propõe desses problemas desses problemas
seu papel no
soluções para seu e sente-se e sente-se
enfrentamento
enfrentamento. comprometido comprometido
desses problemas.
a promover a promover
mudanças sociais. mudanças sociais.

COMENTÁRIOS
DO ESTUDANTE

COMENTÁRIOS
DO EDUCADOR

Clique aqui para baixar a ficha de avaliação

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | TEMA 4 | AULA 6 230


PROJETO DE VIDA
GUIA DO EDUCADOR 2º ANO
PROJETO INTERDISCIPLINAR

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem


própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise
crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas,
elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar
soluções (inclusive
tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
Competências cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
gerais da BNCC outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização
da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com
base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e
solidários.

Reconhecer as responsabilidades pessoais com as demandas do


mundo e atribuir sentido ético e sociopolítico ao projeto de vida,
comprometendo-se com ações individuais e coletivas voltadas ao
bem comum.
Identificar, compreender e sensibilizar-se com problemas sociais e
ambientais, propondo e realizando ações voltadas ao bem comum,
à justiça social, à sustentabilidade e à democracia.
Habilidades de Criar soluções coerentes e inovadoras para problemas hipotéticos
Projeto de Vida ou reais.
Exercitar e praticar a tomada de perspectiva e a empatia para
reconhecer e compreender as ideias, pensamentos, sentimentos e
comportamentos alheios.
Conhecer e desenvolver procedimentos de planejamento,
execução e acompanhamento de ações para o cumprimento de
objetivos e metas de curto, médio e longo prazo, nos âmbitos
pessoal e coletivo.

Objetos de Práticas de cidadania; problemas sociais e ambientais; projetos


conhecimento sociais.

Materiais Ficha do Projeto Interdisciplinar

Tempo de aula 8 aulas de 120 minutos

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | PROJETO INTERDISCIPLINAR 231


1. Projeto social
Se a educação em valores e para a cidadania é
um dos principais objetivos da educação formal, é
fundamental levar a cabo situações de aprendizagem
em que a construção destes valores e da cidadania
ocorra na prática, isto é, mediante o engajamento
efetivo dos jovens no enfrentamento de questões
sociais, problematizando a realidade e formulando e
desenvolvendo intervenções sobre ela.

É essa a perspectiva assumida pelo Projeto


Social, que aplica a máxima do aprender-fazendo
à educação em valores e para a cidadania (PUIG
et al, 2009). Nesse sentido, o Projeto Social tem o
objetivo de fomentar a criticidade e sensibilidade
social dos estudantes, a construção de valores
morais e o compromisso social, constituindo-se
como oportunidade para que os jovens integrem
esses componentes da educação a suas identidades
e projetos de vida (SILVA; ARAÚJO, 2019).

Diferentemente de campanhas de solidariedade


promovidas pela escola ou de ações pontuais de
voluntariado, o Projeto Social se constitui como
uma prática pedagógica sistemática e intencional,
integrada ao currículo, que deve articular
aprendizado e intervenção social e ser protagonizada
pelos jovens. Essas são características fundamentais
do projeto a serem observadas pelo educador, que
irá desempenhar o papel de orientador.

1.1. A importância das parcerias


O Projeto Social pode ser desenvolvido apenas
pelos atores da instituição escolar. No entanto,
tendo em vista sua complexidade, estabelecer
parcerias com instituições sociais e/ou órgãos
do poder público que atuam sobre determinada
demanda social, pode favorecer e viabilizar o
seu desenvolvimento. O acesso e a inserção dos
estudantes no contexto onde se manifesta a

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | PROJETO INTERDISCIPLINAR 232


demanda social, o aporte de conhecimentos e o
oferecimento de recursos materiais e humanos
para a realização da intervenção são exemplos de
contribuições que uma parceria pode prover para os
projetos. Por isso, é importante mapear instituições
sociais que tenham disposição de realizar uma
parceria com a escola, tal como sugerimos na
primeira etapa do projeto.

1.2 A articulação entre diferentes


componentes curriculares
O Projeto Social poderá ser desenvolvido
em parceria com os mais diversos componentes
curriculares, tanto na análise de fenômenos sociais e
ambientais sobre os quais os estudantes irão intervir,
como na elaboração e execução das propostas de
intervenção. A definição de quais componentes
curriculares poderão participar do desenvolvimento
do projeto poderá ser feita após o mapeamento
dos tipos de problemas sociais e ambientais da
comunidade, ou após os grupos definirem a
intervenção que pretendem realizar.

2. Etapas do projeto
Antes de iniciar o projeto, leia cada uma de
suas etapas, tal como estão descritas no Material do
Estudante e neste Guia do Educador. Recomenda-
se que a Aula 2 do Tema 4, intitulada Protagonismo
Juvenil e Transformação Social, seja realizada como
preâmbulo do projeto, mesmo que se opte por
desenvolvê-lo em um momento do ano letivo em
que o Tema 4 ainda não tenha se iniciado. O tema
poderá incentivar os jovens a se empenharem no
desenvolvimento do projeto.

Apresente a iniciativa aos estudantes, realizando


a leitura de cada uma de suas etapas e explicando
como eles irão proceder. Nesse momento, é
fundamental fazer a leitura da rubrica de avaliação,

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | PROJETO INTERDISCIPLINAR 233


para que conheçam os parâmetros e critérios por
meio dos quais serão avaliados.

2.1 Pesquisa de campo: mapeamento


dos problemas e instituições sociais da
comunidade
Problemas sociais da comunidade

Essa etapa deve ser realizada, de preferência,


mediante uma saída das turmas para a comunidade
do entorno da escola em uma aula determinada, a
fim de garantir que todos os estudantes presentes
participem.

Ainda que muitos possam reconhecer alguns


problemas da comunidade sem a necessidade
de uma pesquisa de campo, ela proporciona ao
jovem um olhar para a comunidade com um
sentido investigativo, buscando explorar e desvelar
questões até então não percebidas, além de exercitar
procedimentos de coleta de dados.

Instituições sociais que atuam na comunidade

Tendo em vista que o projeto visa intervir


sobre problemas da comunidade, deve-se priorizar
o estabelecimento de parcerias com instituições
sociais que atuam na coletividade. Todavia, é possível
firmar parcerias com outras instituições dispostas
a participar do projeto, seja de conhecimento dos
estudantes ou dos educadores.

O contato com as instituições e seus


representantes pode ser feito no momento da
pesquisa de campo e/ou em outras oportunidades.
É possível organizar os estudantes em grupos e
solicitar que cada um deles entre em contato com 2
instituições (que, vale ressaltar, não necessariamente
serão aquelas com as quais desenvolverão o projeto).
Recomenda-se que também o educador verifique
possibilidades de parceria.

Acerca do preenchimento da tabela com

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | PROJETO INTERDISCIPLINAR 234


informações sobre parcerias, peça que os estudantes
verifiquem se, e como, a instituição poderia
colaborar com o projeto: seja recebendo um ou mais
grupos para auxiliá-la a atender alguma demanda,
seja mediante outras formas de colaboração. Mesmo
que ela não tenha disponibilidade de oferecer uma
ajuda mais significativa, eles poderão contar com um
apoio pontual em algum momento do projeto.

Comente com os jovens que eles também


poderão obter informações sobre essas duas seções
com seus familiares e amigos.

O Fórum Comunitário

Uma alternativa para a realização dessa primeira


etapa é convidar instituições e moradores do
entorno, além de profissionais da escola, estudantes
e seus familiares, para um encontro com o objetivo
de mapear os problemas da coletividade e identificar
as possibilidades de parceria para o desenvolvimento
do projeto. O Fórum Comunitário é uma instância
democrática que proporciona o engajamento da
escola e da comunidade no desenvolvimento de
projetos, com o objetivo de melhorar os pontos
levantados. Nesse sentido, o Fórum também
pode ser realizado na etapa de planejamento das
intervenções, convidando a comunidade a opinar
e contribuir com as intervenções propostas pelos
estudantes. Para mais informações, você pode ler o
artigo “Aprendizagem-serviço e fóruns comunitários:
articulações para a construção da cidadania na
educação ambiental” (SILVA; ARAÚJO, 2019).

2.2 Desenvolvimento do projeto


Escolha do problema

Reserve uma aula para os estudantes


compartilharem os problemas encontrados e as
possíveis parcerias. Verifiquem quais questões
podem receber o auxílio de instituições parceiras.
Após tomarem conhecimento dessas informações,

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | PROJETO INTERDISCIPLINAR 235


solicite que eles escolham dois problemas sobre os
quais desejariam atuar. Chame atenção para o fato
de que a inexistência de uma parceria para enfrentar
determinado ponto não inviabiliza o desenvolvimento
de um projeto. Com as escolhas feitas, organize-os
em grupos. Verifique a primeira e segunda opção dos
estudantes. Caso haja algum problema com excesso
de estudantes, utilize a segunda opção para uma
melhor distribuição dos grupos.

Cada grupo ficará responsável por atuar sobre


um dos problemas da comunidade. Também é
possível que mais de um grupo atue sobre uma
mesma questão, no caso de desenvolverem tipos
diferentes de intervenção.

Diagnóstico e estudo do problema

Nesta etapa, os estudantes deverão conhecer


com mais detalhes o problema sobre o qual irão
intervir. Sugerimos que isso seja feito mediante uma
pesquisa de campo, que pode ser complementada
com a leitura de textos e vídeos, contendo
informações que possam ampliar o repertório e o
conhecimento crítico dos estudantes sobre o tema
abordado.

Plano da intervenção

Solicite que os estudantes elaborem um quadro


ou tabela para organizar o plano de intervenção
em consonância com o tempo de que dispõem
para a conclusão do projeto. Mencione que essa é
mais uma oportunidade de exercitarem habilidades
de planejamento e cumprimento de metas, tão
importantes para a realização de um projeto de vida.

É possível que parte do plano de intervenção


seja elaborada ao mesmo tempo que a execução da
intervenção, sobretudo no caso de o projeto contar
com mais de uma intervenção ou segmentar uma
em diferentes etapas.

Execução da intervenção

Considerando que os grupos irão atuar sobre

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | PROJETO INTERDISCIPLINAR 236


problemáticas distintas, o tempo para a realização
das intervenções poderá variar. É possível que alguns
iniciem antes do que outros. De qualquer forma,
lembre-os da importância de que a intervenção seja
realizada a partir de um planejamento.

Peça aos estudantes que registrem suas


intervenções para que possam compartilhar o
resultado do projeto com seus colegas e para que os
educadores envolvidos possam avaliá-lo.

Idealmente, as intervenções devem ocorrer


no horário das aulas, sendo acompanhadas por
professores e outros profissionais da escola.
Contudo, caso seja preciso, os estudantes podem
se organizar com seus familiares e outros adultos
responsáveis para realizá-las fora do momento das
aulas. Nesses casos, é importante comunicar as
famílias sobre os objetivos do projeto e pedir para
que registrem a ação feita.

2.3 Socialização do projeto social


Reserve um momento para que os grupos
compartilhem o percurso do projeto. Solicite que
elaborem uma apresentação descrevendo suas etapas,
os momentos mais marcantes, os aprendizados
adquiridos e os desafios que tiveram que enfrentar.
A apresentação poderá servir de referência para a
avaliação dos grupos na etapa seguinte.

2.4 Avaliação do projeto social


O Projeto Social deverá ser avaliado mediante o
uso da rubrica de avaliação abaixo, que contempla
as principais expectativas de aprendizagem. Solicite
que os estudantes também respondam à rubrica de
avaliação. Esta é uma oportunidade de reflexão sobre
a experiência individual no âmbito do projeto e,
consequentemente, de aprendizado. A autoavaliação
dos estudantes poderá servir como recurso
complementar à avaliação do educador.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | PROJETO INTERDISCIPLINAR 237


Protagonismo e autonomia

0 1,0 1,5 2,0

Atuei no Atuei com


Atuei no Atuei no
desenvolvimento autonomia no
desenvolvimento desenvolvimento
do projeto sempre desenvolvimento
do projeto mais do projeto com
ou quase sempre do projeto,
em função do autonomia,
em função do tomando iniciativa
incentivo ou tomando iniciativa
incentivo ou na realização
comando de um na realização
comando de um de pesquisas,
adulto ou de um de pesquisas,
adulto ou de um na proposição
colega do que por na proposição
colega, e não por de ideias, no
iniciativa pessoal, de ideias, no
iniciativa pessoal, planejamento e
seja na realização planejamento e
seja na realização na realização da
de pesquisas, na realização da
de pesquisas, intervenção, por
na proposição intervenção, sem
na proposição vezes necessitando
de ideias ou no necessitar do
de ideias ou no do incentivo ou
planejamento comando de um
planejamento comando de um
e realização da adulto ou de um
e realização da adulto ou de um
intervenção. colega.
intervenção. colega.

Trabalho colaborativo

0 1,0 1,5 2,0

Me comprometi Me comprometi
Me comprometi o
somente em alguns na maior parte
tempo todo com
momentos com do tempo com
o alcance dos
o alcance dos o alcance dos
objetivos e metas
Não me objetivos e metas objetivos e metas
individuais e do
comprometi com individuais e do individuais e do
grupo, cumprindo
o alcance dos grupo, cumprindo grupo, cumprindo
prazos, dando
objetivos e metas prazos, dando prazos, dando
ideias, realizando
individuais e do ideias, realizando ideias, realizando
as tarefas que me
grupo. as tarefas que me as tarefas que me
foram atribuídas e
foram atribuídas e foram atribuídas e
cooperando com
cooperando com cooperando com
meus colegas em
meus colegas em meus colegas em
seus desafios.
seus desafios. seus desafios.

Engajamento social

0 1,0 1,5 2,0

Me senti respon-
Me senti
sável por contri-
parcialmente
Me senti buir com o en-
responsável por
responsável por frentamento do
Não me senti contribuir com o
contribuir com o problema e dedi-
responsável por enfrentamento
enfrentamento quei grande es-
contribuir com o do problema
do problema e forço para a reali-
enfrentamento do e somente em
me esforcei para zação do projeto,
problema e realizei alguns momentos
a realização do dispondo de meu
o projeto somente me esforcei para
projeto em função tempo, conheci-
em função das a realização do
das tarefas e do mentos e habilida-
determinações e projeto, sempre em
espaço-tempo des, independente-
avaliação da escola. função das tarefas
determinados pela mente das tarefas e
e do espaço-tempo
escola. do espaço-tempo
determinados pela
determinados pela
escola.
escola.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | PROJETO INTERDISCIPLINAR 238


Conhecimento sobre o problema

0 1,0 1,5 2,0

Conheço o
Conheço o
Conheço pouco contexto de Conheço o
contexto de
o contexto de vida das pessoas contexto de
vida das pessoas
vida das pessoas associadas ao vida das pessoas
associadas ao
associadas ao problema, mas associadas ao
problema e
problema e não tenho dificuldade problema e
consigo explicar
consigo explicar de explicar consigo explicar
suas causas e
suas causas e suas causas e suas causas e
consequências
consequências consequências consequências
em nível local, de
em nível local em nível local em nível local, de
modo a produzir
e produzir uma e produzir uma modo a produzir
uma justificativa
justificativa justificativa uma justificativa
embasada para a
embasada para embasada para embasada para a
intervenção, mas
a intervenção, a intervenção, intervenção, bem
tenho dificuldade
nem estabelecer assim como como estabelecer
de estabelecer
relações com de estabelecer relações com
relações com
fatores sociais e relações com fatores sociais e
fatores sociais e
políticos de maior fatores sociais e políticos de maior
políticos de maior
escala. políticos de maior escala.
escala.
escala.

Intervenção

0 1,0 1,5 2,0

A intervenção foi A intervenção foi


realizada a partir realizada a partir
A intervenção não
A intervenção foi das observações das observações
foi realizada a partir
realizada a partir e escuta das e escuta das
das observações
das observações pessoas implicadas pessoas implicadas
e escuta das
e escuta das ao problema ao problema
pessoas implicadas
pessoas implicadas e atendeu e atendeu
ao problema e
ao problema satisfatoriamente satisfatoriamente
não atendeu,
e atendeu às suas demandas, às suas demandas,
ou atendeu
parcialmente às porém seu impacto causando um
parcialmente, às
suas demandas. não irá perdurar impacto que irá
suas demandas.
para além do perdurar para além
projeto social. do projeto social.

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Referências Bibliográficas
ARAÚJO, Ulisses Ferreira de. Temas transversais e a estratégia de
projetos. São Paulo: Moderna, 2003.
MARTÍN, Xus; RUBIO, Laura. (Coord.). Prácticas de ciudadanía: diez
experiencias de aprendizaje servicio. Ministerio de Educación, 2010.
PUIG, J. M. et al. (Org.) Aprendizaje servicio: educación y compromiso
cívico. Barcelona: Graó, 2009.
SILVA, Marco Antonio Morgado da; ARAÚJO, Ulisses Ferreira de.
Aprendizagem-serviço e fóruns comunitários: articulações para
a construção da cidadania na educação ambiental. Ambiente e

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 2º ANO | PROJETO INTERDISCIPLINAR 239


Educação: revista de educação ambiental, Rio Grande, v. 24, n. 1,
p. 01-17, 2019. Disponível em: https://periodicos.furg.br/ambeduc/
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SILVA, Marco Antonio Morgado da; ARAÚJO, Ulisses Ferreira de.
Identidade Moral e aprendizagem-serviço. In: CAETANO, Luciana
Maria; SILVA, Sandrelei Cano da. Psicologia para pais e educadores:
desenvolvimento moral e social. Curitiba: Juruá, 2019, p. 55 - 67.

PROJETO DE VIDA 240

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