Projeto de Vida - Guia Do Educador - 3º Ano

PROJETO
DE VIDA 3º
ANO
GUIA DO EDUCADOR
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ESTADO DE ALAGOAS
SECRETARIA DE ESTADO
DA EDUCAÇÃO
JOSÉ RENAN VASCONCELOS JACIELMA PEREIRA LEITE

CALHEIROS FILHO Gerente de Desenvolvimento
Governador do Estado de Alagoas Educacional
FÁBIO GUEDES GOMES DANIELLY VERÇOSA SILVA

Secretário de Estado da Educação de Gerente das Modalidades e
Alagoas Diversidades da Educação Básica
RICARDO LISBOA MARTINS FABIANA ALVES

Superintendente de Políticas DE MELO DIAS
Educacionais Gerente da Educação Básica
ROSEANE FERREIRA DANIEL MELO MACEDO

VASCONCELOS Supervisor do Ensino Médio
Superintendente da Rede Estadual de
Educação NILMA THESINHA
DOS SANTOS
WILANY FELIX BARBOSA Supervisora de Políticas de Educação
Superintendente do Sistema Estadual Profissional e Tecnológica
de Educação
ANDREIA LUIZA
ALVES DE OLIVEIRA
Gerente da Educação Profissional e
Ensino Superior
COLABORAÇÃO DE Cícera Meireles dos Santos

REDAÇÃO Clarissa Rodrigues Pereira
Daniel Melo Macedo Cláudia Luisa Brandão Sotto
Danielly Verçosa Silva Cristiane Gomes de Souza
Cristiane Maria das Chagas Souza
Cristina de Fátima da Silva
EQUIPE TÉCNICA Denilma Diniz Botelho
Adriana Alves Salles Edeilda Severino da Silva
Ana Cristina Marques dos Santos Edineide Soares Carvalho
Ana Lúcia Ferreira da Silva Edma Alves Afonso Sotero
Ana Maria do Nascimento Silva Edneide Anselmo Farias
Ana Maria Souza de Oliveira Edvaldo Albuquerque dos Santos
Andréa Alves Couto Vanderlei Égide Jane de Amorim
Andréa Alves do Nascimento Santos Eline da Silva
Angela Maria Vasco Eraldo Santos de Melo
Bernadete Fernandes de Araújo Eva Maria Silva Ferreira
PROJETO DE VIDA 2
Gildimar Guilherme da Silva Maria do Socorro Ferreira Coelho
Helena Lemos Souza Melo Maria José da Rocha Siqueira
Iranildo da Costa Santos Maria José Silva da Hora
Izaura Cristina G. da Silva Medeiros Maria Luciana Pereira da Silva
Jailma Pereira Bispo Rodrigues Maria Madalena Curaçá de Araújo
Jailson Barbosa Costa Maria Vanúzia da Silva
Jair do Nascimento Porto Maria Verônica Barbosa Pinto
Jeane Cristina Rodrigues do Marilda Basílio S. Silva
Nascimento Marília Santos de Gusmão Martins
Jefferson Vitoriano Cunha Marta Maria Teixeira
Jennifer Patrícia de Araujo Nádia Gomes de Araújo
João Maria Fernandes Pereira Noélia Paula de Souza Reis Fonseca
Josafá Ferreira Campos Patrícia Francisca Batista da Silva
José Claudino da Silva Filho Pollyanna Vieira Nemézio
José Clebson dos Santos Quitéria Rosa Pereira Oliveira
Josineide Melo Machado Nascimento Radijalma Ferreira de Lima
Juliane dos Santos Medeiros Ricardo Alves da Silva Santos
Jussimare Cipriana da Silva Rosa Patrícia da Silva Santos
Kátia Almeida Cadengue Rosilma Ventura da Silva
Laudenice Maria Lins Rossane Romy Pinheiro de Almeida
Leônia Oliveira da Silva Batista
Lúcia Pedro dos Santos Rozilene Belo dos Santos
Márcia Cristina Batista da Silva Rute de Cássia Bezerra da Silva
Maria Andra da Silva Sebastião Ferreira Palmeira Júnior
Maria Aparecida da Costa Soraia Maria da Silva Nunes
Maria Aparecida Silva dos Santos Suzy Clea Lisboa Melo
Maria Arlene do Nascimento Tamara Tatyana Araujo
Maria Betânia Apratto Cavalcante dos Tássia Dalianne Nery Silva
Santos Vanessa dos Anjos Tenório
Maria da Glória Alves da Silva Virgínia Moura Miller
Maria da Penha Torquato Viviane Marcos V. de Oliveira Ferreira
Maria de Fátima B. de Andrade
COLABORAÇÃO DE
DIAGRAMAÇÃO
Assessoria de Comunicação –
ASCOM/SEDUC
CONSULTORIA
Hanna Cebel Danza
Marco Antonio Morgado da Silva
Lumaira Marques
PROJETO DE VIDA 3
Educadores de Alagoas,
É com grande satisfação que os apresentamos
e convidamos a conhecer o Projeto de Vida,
aqui representado por um conjunto de materiais
didáticos que permite o desenvolvimento de
práticas pedagógicas cujo objetivo consiste no
desenvolvimento de competências e habilidades
dentro do escopo da multidimensionalidade (pessoal,
social e profissional) como premissa para a educação
integral e com foco no protagonismo das juventudes
do ensino médio. Tal proposta foi estruturada para
agregar à temática enquanto componente curricular
e com carga horária específica no decorrer dos anos
que integram o Ensino Médio.
A jornada de ensino e aprendizagem do Projeto de

Vida se divide nos três anos do ensino médio, podendo
ser adaptada para outros tempos de organização
da oferta e atende ao que está estabelecido na Lei
13.415/2017 e na Base Nacional Comum Curricular.
Este produto foi resultado de um longo trabalho de
estudo e escrita que envolveu técnicos da Secretaria
de Estado da Educação de Alagoas, do Instituto Sonho
Grande e pesquisadores do assunto no Brasil ao longo
do desafiador ano de 2020.
Este material apresenta um grande percurso

pedagógico, com orientações didáticas,
apontamentos teóricos e suporte socioemocional
que busca articular as dimensões pessoal, cidadã
e profissional dos estudantes, consolidando seu
protagonismo e colocando em outro patamar o papel
do Ensino Médio na educação alagoana. A cada ano
serão trabalhados temas essenciais à experiência das
juventudes e sua potencialidade para a concretização
da vida futura, com autonomia e responsabilidade.
PROJETO DE VIDA 4
Autoconhecimento e Identidade; Convivência e
Participação; Escolha e Planejamento; Engajamento
e Transformação são alguns dos temas que darão
sentido a cada aula de Projeto de Vida.
Nesse empreendimento desafiador, e na certeza

do compromisso que os educadores de Alagoas
sempre demonstraram ao longo da história, os
convidamos a investir em uma experiência escolar
para além dos conhecimentos científicos e que lance
um olhar efetivo para os afetos e para a convivência
familiar e comunitária de forma respeitosa, tolerante,
solidária e colaborativa na construção de um
futuro próspero com senso de pertencimento
e engajamento social. Assim, esperamos que
aproveitem esta vivência de forma intensa, auxiliando
os estudantes na compreensão e construção dos seus
Projetos de Vida, promovendo debates e conversas
profícuas e acolhedoras.
É com imensa satisfação que os recebemos nesta

jornada, na esperança de juntos construirmos uma
realidade cada vez mais feliz.
PROJETO DE VIDA 5
SUMÁRIO
BLOCO 1: Autoconhecimento e Identidade 8
TEMA: Identidade
Aula 1 - Seja você 8
Aula 2 - Liberdade e identidade 17
Aula 3 - Feminilidades e masculinidades 26
Aula 4 - Identidade e redes sociais 40
Aula 5 - Estados da identidade 50
Aula 6 - Identidade narrativa 59
Avaliação em Projeto de Vida 1 66
BLOCO 2: Convivência e participação 67
TEMA: Profissionalismo
Aula 1 - Função social das profissões 67
Aula 2 - O bom profissional 76
Aula 3 - Competências para o século XXI 85
Aula 4 - Ética profissional 93
Aula 5 - Visão de mundo e o exercício profissional 103
Aula 6 - Visão de mundo e o exercício profissional - Parte II 110
PROJETO DE VIDA 6
BLOCO 3: Escolha e Planejamento 118
TEMA: Mercado de trabalho
Aula 1 - Caminhos para a formação profissional 118
Aula 2 - Caminhos para a formação profissional - Parte II 126
Aula 3 - Aproximação à carreira: visita técnica 133
Aula 4 - Avaliar, planejar e engajar 142
Aula 5 - Aprimorando o PDI 150
Aula 6 - Tomada de decisão responsável 158
BLOCO 4: Engajamento e transformação 169
TEMA: Empreendedorismo e inovação
Aula 1 - Proatividade 169
Aula 2 - Empreendedorismo e inovação 179
Aula 3 - Empreendedorismo social 187
Aula 4 - Obstáculos profissionais 194
Aula 5 - Compartilhando experiências 203
Aula 6 - Últimas reflexões 211
PROJETO INTERDISCIPLINAR 3º ANO: “Feira de empreendedorismo” 220
PROJETO DE VIDA 7
PROJETO DE VIDA
3º ANO
GUIA DO EDUCADOR TEMA 1
TEMA: IDENTIDADE
AULA 1
TÍTULO: SEJA VOCÊ
O que faremos hoje?
Bloco 1 Autoconhecimento e identidade
Tema Identidade
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e

emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
Competências outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização
gerais da BNCC da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com
base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e
solidários.
Reconhecer os valores, pensamentos, sentimentos e hábitos e

regular as próprias condutas.
Habilidades de Reconhecer e avaliar as características que constituem a própria
Projeto de Vida identidade, identificar como repercutem nas relações sociais,
relacioná-la ao projeto de vida e comprometer-se com sua
construção.
Objetos de
Identidade pessoal e autoafirmação.
conhecimento
Materiais Acesso à internet.
PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1 8

O que dizem os estudiosos?
A autoafirmação é um fenômeno
complexo, de ordem tanto cognitiva
como afetiva, que corresponde ao
julgamento feito por uma pessoa
sobre si mesma (Eu Pessoal) e sobre
sua adaptabilidade às expectativas
externas (Eu Social).
Os conceitos sobre si mesmo e sobre
seu papel na vida social são fundamentais para
entender-se como uma pessoa digna de valor e
de reconhecimento pelos outros, sendo esses os
principais fatores que motivam o comportamento
humano. A experiência oposta, derivada do
sentimento de ser ignorado, de não ter valor, de ser
esquecido, de situar-se em um lugar inferior em
qualquer aspecto da vida, ou de ser incapaz diante
das expectativas sociais, parece ser do tipo mais
traumático, segundo diversas teorias psicológicas,
tais como as de Freud, Adler e Jung.
Os estudos do psicólogo Oswaldo de Barros

Santos (1982) corroboram essas teorias ao constatar
que a estrutura psicológica torna-se mais forte na
medida em que a pessoa reconhece as características
que lhe são próprias e é capaz de apreciar-se como
alguém com suas próprias idéias, pensamentos,
sentimentos e maneira de ser, sem a sensação de
inferioridade. Do ponto de vista da construção
do projeto de vida, é importante considerar que,
entendendo-se que a motivação humana é altamente
influenciada pela autoafirmação, ela pode tanto
engajar os jovens na conquista de seus objetivos e
de seu lugar no mundo, quanto impedir que seus
projetos se realizem.

Como é que se faz?
Organizando a aula
Essa é a primeira aula do tema Identidade, do
Bloco 1. Autoconhecimento e Identidade. Inicie-a
dando boas vindas aos estudantes e solicitando que
eles formem um semicírculo com suas mesas e
cadeiras. Em seguida, distribua a Ficha de atividades
dessa aula (Ficha 1 - Seja você).
Despertando o interesse
Questione os estudantes se em alguma situação
eles sentiram que as pessoas tinham um olhar sobre
eles diferente do que têm sobre si mesmos. Permita
que eles exponham seus relatos e escute-os com
empatia, demonstrando interesse pelo que estão
dizendo. Caso seja necessário, estimule-os com
perguntas como: alguma vez alguém disse algo
sobre vocês com o qual vocês não concordaram?
Algo que vocês acharam injusto? Algo que vocês
não sabiam sobre si mas que, ao ouvirem a pessoa,
consideraram pertinente?
Depois, peça para que vejam o meme disponível

na ficha de atividades. Pergunte se eles conhecem
outros memes como esse, que representam os
diferentes olhares que as pessoas podem ter sobre
outra. Após ouví-los, indague: “Como é possível que
esses diferentes olhares possam coexistir?”, “Quais
fatores interferem nesse processo?”. Estimule a
turma a discutir sobre essas perguntas e a registrar
os pontos mais significativos na ficha. É esperado
que eles mencionem que as pessoas se relacionam
de forma diferente com as outras , revelando
aspectos de si que nem sempre são demonstrados

a todos, devido ao grau de intimidade, de confiança
e ao tipo de relação. Também é ansiado que eles
mencionem que algumas pessoas julgam as outras
pela aparência, por comportamentos ou falas
específicas e até mesmo por fatores sociais, como
a classe social, o perfil étnico-racial, o gênero,
entre outros. É importante que compreendam que
é impossível controlar o modo como os outros irão
nos enxergar, contudo, podemos tentar expressar
com intencionalidade, as características da nossa
identidade que queremos que eles conheçam.
Também é relevante abordar que é impossível
agradar a todas as pessoas, e que, o mais importante
é ser fiel a quem se é, desde que isso não signifique
prejudicar ou desrespeitar outras pessoas.
Construindo conhecimentos
Atividade 1
Solicite que os estudantes leiam o enunciado
da atividade 1 e criem um meme que represente a
forma como eles acreditam que são vistos pelos
seus familiares, pelos seus amigos, pelos seus
professores e por si mesmos. Depois, peça para
que respondam às perguntas que têm o objetivo de
aprofundar essa reflexão. Assim que terminarem essa
atividade, verifique se há voluntários que gostariam
de compartilhar suas respostas.
Atividade 2
Para introduzir a atividade 2, enfatize que, às vezes,
para nós, é muito evidente que temos determinada
característica, mas, na verdade, não conseguimos
expressá-la para as outras pessoas de modo que ela
seja percebida. Por isso, é importante observar nossas
condutas para compreender o que elas revelam sobre
nós e se estamos confortáveis com isso.
Caso os alunos percebam que não se

sentem confortáveis com algumas condutas que
influenciam a maneira como os outros os veem,

sugira que pensem em modos de agir que possam
mudar a percepção que os outros têm deles. Dito
isso, solicite que realizem a atividade 2, que consiste
em listar os aspectos da própria identidade que eles
gostariam de colocar em evidência e a maneira
como podem fazer isso.
Registrando o aprendizado
Atividade 3
Pergunte aos estudantes se eles conhecem
a expressão “sair do armário” e o que ela significa.
Permita que exponham seus conhecimentos,
atentando-se para que sejam respeitosos em suas
colocações. Como o tema da homossexualidade
será abordado, é importante que você cuide para que
não sejam feitos comentários homofóbicos. Avise
que não serão admitidos quaisquer comentários de
intolerância, desrespeito e discriminação. Acesse o
link da notícia que explica o origem da expressão e
leia-a para a turma.
link externo. (Acesso em 16/08/2020).
Solicite que um voluntário leia o texto que dá

continuidade à atividade e dê alguns minutos para
que os estudantes reflitam se há algum aspecto de
suas identidades que lhes provoca ou já provocou
vergonha. Crie um clima de confiança entre a turma,
sugerindo que, caso eles desejem, compartilhem
suas experiências com os colegas. Se nenhum
estudante quiser se expor, você pode apresentar um
relato pessoal. Esse recurso contribui para que eles
desenvolvam confiança em você e para criar um
clima de segurança entre a turma.
Em seguida, peça para que formem grupos

de 4 estudantes para refletir sobre aspectos que
eles acreditam que podem envergonhar algumas
pessoas. Alguns aspectos que podem ser levantados
são: pobreza/classe social, regionalidade e sotaque,
características étnico-raciais, identidade e orientação

sexual, entre outras possibilidades. É importante
destacar que não devemos ter vergonha de quem
somos, muito pelo contrário, é fundamental
assumir e valorizar as próprias origens, condições
materiais e outros aspectos da identidade, pois isso
nos torna únicos. Lembre-os de que todos temos
valor. Depois, peça para que registrem como o
fato de ter vergonha e não assumir esses aspectos
pode impactar a construção do projeto de vida.
Assim que terminarem a atividade, peça para que
compartilhem suas reflexões, dando ênfase ao fato
de que a autoafirmação é um elemento fundamental
para a construção de um projeto de vida que confira
dignidade e permita a realização pessoal.
Para encerrar a aula, projete o vídeo “O que eu

quero é diferente do que você quer?”, produzido pela
ONU Brasil, e estimule os estudantes a refletir sobre a
importância do respeito à diversidade para que todos
tenham o direito de ser quem realmente são.
link externo. (Acesso em 16/08/2020).

Vamos falar de educação
socioemocional?
Falar sobre si de uma forma positiva pode ser

um desafio. Fatores culturais podem nos levar,
algumas vezes, a confundir a baixa capacidade de se
autovalorizar com humildade ou modéstia. Porém,
esses são conceitos diferentes.
Sermos capazes de reconhecer características

boas em nós não exclui a capacidade de reconhecer
e aceitar as nossas falhas. Além disso, quando
nos vemos com um olhar excessivamente crítico,
podemos acabar adotando um comportamento
de autossabotagem, não sendo capazes de lutar
por ou de aceitar as vitórias que tanto buscamos.
Outra crença equivocada é a de que apenas os
outros podem nos elogiar, pois assim estaríamos
sendo modestos. Porém, essa ideia também nos
leva a uma atitude insegura, em que permanecemos
dependentes da opinião externa para construir a
imagem que temos de nós mesmos.
AUTOVALORIZAÇÃO
A autovalorização é a capacidade de
reconhecermos nossas próprias qualidades e
talentos, além de expressá-los com segurança.
Pessoas que se autovalorizam também
conseguem se sentir merecedoras de suas
conquistas, reconhecendo seu esforço para
alcançá-las. A autovalorização é verdadeira
quando é constante e estável, e não flutua com
a validação externa ou a falta dela. Quando não
somos capazes de exercer a autovalorização,
podemos nos tornar pessimistas, desistir
facilmente frente a desafios ou criar relações de
dependência.

Para ajudar os alunos a desenvolverem a
autovalorização, é importante criar um ambiente
em que eles se sintam estimulados a reconhecer
o seu melhor. Quando fazemos constantemente
comparações entre os estudantes, criando um
ambiente competitivo, os desencorajamos a
acreditar no seu valor de forma incondicional.
Como professores, podemos estabelecer a ideia de
que todos têm a sua importância a partir de como
valorizamos as suas individualidades em sala de aula.
Honrar, respeitar e até mesmo celebrar as

diferentes histórias e caminhos que trouxeram cada
um dos nossos alunos até aqui é uma das formas
de criarmos um ambiente propício para que eles
exercitem a autovalorização. Também podemos
reconhecer seus esforços tanto quanto seus
sucessos, deixando claro que o importante é estar
constantemente evoluindo. Afinal, fracassos são parte
natural do aprendizado e não diminuem o nosso valor.
Por fim, a autovalorização autêntica é

aquela que não precisa da validação alheia para
ser cultivada. Podemos incentivar os alunos a
desenvolverem o hábito de reconhecer as suas
próprias qualidades, assim como de acolher as suas
vulnerabilidades e pontos a serem trabalhados. O
importante é deixar claro que a existência de pontos
fracos não anula seus pontos fortes.
Que tal aprender mais?
Laerte: A mudança que experimentei deu fim a

um ciclo de amargura e me trouxe liberdade

Nessa matéria, a cartunista Laerte Coutinho
revela a importância que a afirmação da sua
identidade como mulher teve para viver sem ter
vergonha de si as transformações que ocorreram em
sua vida pessoal e profissional.
Disponível em: link externo. (Acesso em

16/08/2020).
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Referências Bibliográficas
SANTOS, Oswaldo de Barros. Aconselhamento Psicológico &
Psicoterapia — Auto-afirmação um determinante básico do
comportamento humano. São Paulo: Livraria Pioneira, 1982.

PROJETO DE VIDA
3º ANO
TEMA: IDENTIDADE
AULA 2
TÍTULO: LIBERDADE E IDENTIDADE
O que faremos hoje?
Tema Identidade

Competências 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
gerais da BNCC cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização
da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
qualquer natureza.
Reconhecer e avaliar as características que constituem a própria

identidade, identificar como repercutem nas relações sociais e
relacioná-las ao projeto de vida.
Habilidades de
Projeto de Vida Compreender que a identidade é uma construção que cada
indivíduo realiza ao longo de sua vida na interação com o meio,
sob a influência de elementos políticos e socioculturais, e respeitar
a diversidade de identidades.
Objetos de
Identidade social e liberdade
conhecimento
Materiais Recursos para projetar vídeo da internet.

Apesar de cada um de nós ser um ser único,
com identidades que nos são muito particulares,
também compartilhamos com outras pessoas
algumas características que fazem com que
formemos parte de um mesmo grupo social, por
exemplo, em relação à nossa nacionalidade, à região
onde nascemos e vivemos, a crenças religiosas,
classe social, raízes étnico-raciais, gênero, coletivo
político, à profissão, entre outros aspectos. Caso
nos identifiquemos com determinado grupo social,
sentindo-nos parte dele e comprometidos com
ele, significa que ele faz parte da nossa identidade
social. Assim, se uma pessoa negra se identifica,
sente-se pertencente e também comprometida com
as reivindicações da comunidade negra, podemos
afirmar que a negritude é parte de sua identidade
social, entre outros agrupamentos dos quais ela se
sinta pertencente.
Reconhecer a própria identidade social é

fundamental para compreender seu papel no
mundo, os desafios que pode enfrentar, eleger
políticos que representem seus interesses e
necessidades, além de conferir um sentimento de
pertencimento comunitário, que faz com que você
não se sinta sozinho no mundo.
Contudo, é importante que a identidade social

não reduza as pessoas às características do seu
grupo, para que possam formar uma identidade
pessoal autêntica e autônoma.

Como é que se faz?
Organizando a aula
Acolha aos estudantes, solicitando que formem
um semicírculo com suas mesas e cadeiras. Em
seguida, distribua a Ficha de atividades dessa aula
(Ficha 2 – Liberdade e identidade).
Inicie a aula perguntando aos estudantes o

que, para eles, significa a palavra liberdade. Faça
uma chuva de ideias, estimulando que associem
a liberdade ao maior número de palavras possível,
anotando-as na lousa. Depois, peça para que leiam
o texto sobre liberdade escrito pela filósofa Simone
de Beauvoir, o poema de Cecília Meirelles e a
canção composta por Juliana Strassacapa, cantora e
compositora da banda Francisco El Hombre. Sugere-
se que a música ou o videoclipe sejam reproduzidos
(Disponível em: link externo.
Em seguida, peça para que grifem os aspectos

que mais chamam a atenção deles nessas obras.

Por fim, abra uma roda de conversa sobre o
tema, permitindo que exponham seus pontos de
vida e sentimentos sobre o tema. Ao final, pergunte
se eles perceberam que todas essas obras foram
escritas por mulheres. Caso julgue pertinente, esse
é um bom momento para discutir a desigualdade de
gênero, tematizando o quanto as mulheres sofrem
com restrições a sua liberdade. Para isso, você pode
solicitar que as meninas da turma mencionem alguns
exemplos de situações em que não se sentiram
livres pelo simples fato de serem mulheres. Espera-
se que elas citem situações como andar sozinha na
rua, usar as roupas que desejam sem se preocupar
com assédio ou julgamentos, não estar dentro dos
padrões estéticos considerados desejados, entre
outras possibilidades.
Para terminar esse momento, relembre que, no

passado, as mulheres sofriam ainda mais restrições de
liberdade, como não poder votar, não poder trabalhar,
não poder se divorciar, entre outras questões. Enfatize
a importância de todos, mulheres e homens, lutarem
pela igualdade entre os gêneros, pois isso representa
mais liberdade e dignidade para todos.

Atividade 1
Projete a imagem da artista plástica Gersony
Silva disponível no link externo.
Pergunte se eles acreditam que ela sofre

algum tipo de restrição da sua liberdade. Permita
que construam hipóteses sobre a artista, baseadas
apenas no que eles estão vendo. Nesse momento,
é natural que a julguem pela sua aparência e façam
inferências diversas, pois o único recurso que têm é
a imagem. Depois, peça para que leiam o enunciado
da atividade 1, que apresenta o fato de que a artista
tem hipersudorese em suas mãos, sendo essa uma
característica da qual se envergonhou durante boa
parte de sua vida. Pergunte a eles se envergonhar-se
de si é algo que restringe a liberdade e permita que
comentem essa questão durante alguns minutos.
Projete o vídeo da artista, disponível no link externo.
Depois, solicite que respondam às demais

questões dessa atividade.
Atividade 2
Peça para que respondam às questões da
atividade 2, que é um exercício de reflexão sobre
contextos em que sentem mais ou menos liberdade
e pessoas com as quais se sentem mais ou menos
livres. A última questão dessa tarefa é um convite
para que identifiquem e conversem com alguém
que eles acreditam que expressa bem a sua
identidade, com liberdade para ser quem é. Estimule-
os a realizá-la, pois eles podem aprender muito
escutando a experiência de outras pessoas.
Atividade 3
Solicite que um dos estudantes leia o texto de
enunciado da atividade 3 que explica o conceito de
identidade social. É importante que eles entendam
que a identidade social pode ser constituída por
diversos fatores, tais como nacionalidade, região
onde nascemos e vivemos, crenças religiosas,

classe social, raízes étnico-raciais, gênero, profissão,
geração, entre outros aspectos. Peça para que listem
os aspectos que compõem a identidade social deles
e o que podem fazer para afirmá-las, valorizando-as
e expressando-as com liberdade.
Ao final, provoque-os a refletir se sentem-

se solidários a grupos sociais dos quais não fazem
parte. Nesse momento, você pode questionar se
eles pertencem a algum grupo cuja identidade social
sofre opressão e discriminação, como é o caso das
mulheres, da comunidade LGBTQIA+, de negros
e indígenas, de praticantes de religião de matriz
africana etc. Pergunte se sentem-se solidários a
algum grupo social do qual não fazem parte.
Atividade 4
Para encerrar a aula, leia com os estudantes o
texto da atividade e permita que eles reflitam sobre
o meme que expressa como a identidade social, às
vezes, pode estereotipar as pessoas, encobrindo
sua identidade pessoal. Depois, peça para que
eles deixem suas fichas de atividade em cima de
suas mesas com a atividade 3 voltada para cima,
sugira que circulem pela turma para conhecer os
elementos que compõem a identidade social de
seus colegas, buscando identificar semelhanças e
diferenças. Nesse momento, é importante enfatizar
que todos devem se respeitar e criar um clima de
confiança e liberdade, para que se sintam à vontade
para expressar quem são.

socioemocional?
Ainda que descobrir a nossa identidade seja um

processo de autoconhecimento constante, assumir
e viver segundo quem realmente somos pode ser
um desafio. Todos desejamos nos sentir amados
e aceitos, mas nem sempre temos a confiança
necessária para acreditar que vamos consegui-
lo sendo nós mesmos. Os padrões criados pela
mídia e pelas redes sociais ainda reforçam a ideia
de que é necessário atender a certos critérios para
podermos receber a estima a que aspiramos. Os
adolescentes, emocionalmente mais vulneráveis, são
frequentemente influenciados por essas mensagens,
tornando-se inseguros.
A liberdade de ser quem somos encontra,

então, um obstáculo no medo da rejeição. Ele nos
direciona a tentarmos agir de acordo não com o
que somos, mas com o que achamos que vai evitar
que sejamos rejeitados.

REJEIÇÃO
Quando gostaríamos de receber amor, amizade

ou aprovação de uma pessoa ou grupo e isso
não ocorre, nos sentimos rejeitados. A rejeição
pode ter sido intencionalmente praticada pela
outra parte, ou apenas o resultado de como
interpretamos a situação. Só nos sentimos
rejeitados quando existe o desejo ou a
necessidade de sermos aceitos. Por exemplo: se
alguém com quem gostaríamos de nos relacionar
escolhe outra pessoa, se não passamos em
um teste ou processo seletivo, se não somos
convidados para uma festa, se sentimos que
nossos pais não nos aprovam etc.
Evitar por completo episódios de rejeição em

nossas vidas é muito difícil. Não há uma fórmula ou
comportamento que garanta que nunca vamos nos
sentir preteridos. E, na verdade, um esforço intenso
para se adequar pode resultar em relacionamentos
superficiais que enfraquecem a nossa confiança
de que podemos ser aceitos por quem somos. Os
efeitos da rejeição são ainda intensos quanto menos
acreditamos que podemos agir de acordo com o que
somos de verdade. Como consequência, pequenas
situações, talvez até mesmo mal-entendidos, podem
ser interpretados como evidências de que não
somos ou não merecemos ser queridos.
Todos nós experimentamos a rejeição em

algum momento. Quando isso acontece, é a
confiança genuína no nosso valor que determina
quão resilientes seremos ao lidar com ela. E essa
confiança, por sua vez, pode ser construída a partir
de relações verdadeiras, em que exercermos a nossa
verdadeira identidade.
Como professores, podemos criar um ambiente

em que todos os alunos se sintam seguros para serem
quem são. Uma forma de fazer isso é demonstrar,

sempre que possível, que torcemos para o sucesso
de todos. Também é importante contribuirmos para
que não se estabeleçam hierarquias na comunidade
escolar, especialmente as determinadas por questões
de raça, gênero ou classe social.
Identidade X Modernidade
Nesta videoaula, o professor Luiz Costa Pereira

Júnior explora as relações entre as características
da modernidade e a construção da identidade, que
recebe influências dos modelos culturais vigentes.
Disponível em link externo.
GIDDENS, Anthony. Modernidade e Identidade. Rio de Janeiro: Zahar,
2002.
ROSA, Nina Gabriela. Identidade: Anthony Giddens e Norbert Elias.
Humanidades em diálogo. v. 1, n. 1, 2007, p. 135 - 148.

PROJETO DE VIDA
3º ANO
TEMA: IDENTIDADE
AULA 3
TÍTULO: FEMINILIDADES E MASCULINIDADES
O que faremos hoje?
Tema Identidade
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos

sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e
explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
Competências 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
gerais da BNCC cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
qualquer natureza.

identidade, identificar como repercutem nas relações sociais,
relacioná-las ao projeto de vida e comprometer-se com sua
Habilidades de construção.
Objetos de
Feminilidades e Masculinidades
conhecimento

Manchetes e notícias impressas separadamente em folha A4;
Fita adesiva e/ou barbante;
Projetor e caixa de som;
Materiais 12 folhas de cartolinas brancas;
Canetas hidrográficas de ponta grossa e/ou lápis de cor de cores
variadas e/ou tintas e pincéis;
Revistas para recorte.

Como vimos nas aulas anteriores, a construção
da identidade recebe influência direta do meio social.
Dessa maneira, o indivíduo vai incorporando aspectos
que ele julga serem importantes para si mesmo.
Assim, aprendemos o que é ser homem e o que é
ser mulher ao longo da vida. Essas características
vão sendo integradas à identidade do indivíduo a
partir das experiências vividas. Como dizia a filósofa
e feminista francesa Simone de Beauvoir: “não se
nasce mulher, torna-se mulher” - frase clássica do
seu livro “O segundo sexo”, publicado em 1949. De
modo equivalente, também se entende que não
se nasce homem, torna-se homem, ao incorporar
as características esperadas pela sociedade para a
construção da identidade masculina.
Em síntese, características como ser delicada e

possuir maiores habilidades para cuidar do lar e dos
filhos, frequentemente associadas às mulheres, e ser
valente e agressivo como traços ligados aos homens,
não são características naturais de cada gênero, são
condutas determinadas e esperadas pela sociedade
para aquele grupo.

O debate atual propõe os termos
feminilidades e masculinidades,
no plural, pois compreende que há
diversas possibilidades de ser homem
e de ser mulher.
Ou seja, uma mulher pode se identificar
como corajosa e trabalhar no mercado financeiro,
bem como um homem pode reconhecer-se
como sensível e envolver-se em projetos sociais
que promovem ajuda humanitária. É importante
desconstruir esses estereótipos hegemônicos
determinados pela sociedade patriarcal, uma vez
que há padrões que geram dano e sofrimento para
si e para o outro, como é o caso da masculinidade
tóxica, que resulta em violência contra mulheres.
O termo masculinidade tóxica tem sido

empregado para debater os efeitos nocivos da
socialização dos homens, dando abertura a novas
formas de se relacionar, de maneira mais autêntica
e acolhedora. Essa é uma das saídas encontradas
para diminuir o número de casos de violência
contra as mulheres.
Como é que se faz?
Organizando a aula
Para o planejamento dessa aula, será necessário
imprimir as manchetes apresentadas na atividade 1,
de forma que a leitura delas fique a uma distância de
aproximadamente 3 metros. Também será preciso
imprimir a notícia na íntegra, separadamente, para
distribuí-la para os estudantes. Recomenda-se
sintetizar algumas notícias, para que o tempo de
leitura entre os grupos seja semelhante.

Antes da chegada dos estudantes, se possível,
organize a sala com as manchetes da atividade
1. Distribua-as pela sala, de preferência em locais
distintos, por exemplo, expondo-as em um mural,
pela parede e/ou em forma de varal, para que os
estudantes cheguem e encontrem a sala já preparada.
Inicie a aula solicitando a organização das mesas e
das cadeiras, formando um semicírculo e deixando o
meio da sala livre para a primeira atividade.
Para aproximar os estudantes da temática do
dia, organize-os em duas filas, uma de meninos e
outra de meninas, dispostas uma de frente para a
outra e, ao mesmo tempo, com uma certa distância,
de maneira que permita que os jovens deem passos
para a frente sem se chocarem. Se o número de
meninos e meninas não for aproximadamente
equivalente, você pode dispô-los em uma única
fileira, desde que caiba na sala, mesclar as duas fileiras
ou ainda fazer um grande círculo. O importante é que
todos tenham a visão uns dos outros e que tenham
espaço para dar passos para frente.
A dinâmica é semelhante ao desafio do aplicativo

Tik Tok chamado “eu nunca”. Você lerá em voz alta
as afirmações abaixo e quem já ouviu ou passou por
aquela situação deve dar um passo para a frente, e
quem nunca ouviu ou passou por aquela situação
deve permanecer no mesmo lugar. É importante ler as
frases no masculino e no feminino, para que ambos
possam se identificar com as situações.
1. Eu nunca tive medo de andar sozinho(a)
em uma rua escura pensando que seria
estuprado(a).
2. Eu nunca fui assediado(a) no transporte
público.
3. Eu nunca fui assediado(a) na rua por estranhos.
4. Eu nunca fui julgado(a) como objeto sexual pela
roupa que eu estava usando.

5. Eu nunca fui cobrado para ter que aprender a
limpar a casa e/ou cozinhar.
6. Eu nunca ouvi alguém dizer que eu tinha que
me valorizar.
7. Eu nunca me senti cobrado para seguir padrões
estéticos.
Ao final, peça para eles observarem quem deu
mais passos para a frente. Espera-se que as meninas
tenham vivido mais as situações apresentadas, pois
representam exemplos de opressões vividas por
mulheres no dia a dia.
Estimule os estudantes a refletirem sobre as

afirmações e sobre o porquê de elas atingirem mais
as mulheres. Escreva na lousa as palavras que forem
surgindo dessa chuva de ideias. É possível que
apareçam palavras como machismo, feminismo,
cultura patriarcal, opressão contra as mulheres,
violência contra as mulheres, masculinidade tóxica,
entre outras. Deixe-as registradas na lousa até o
final da aula.
Imagem: harassment
Atividade 1
Oriente os estudantes a circularem pela sala
a fim de que leiam as manchetes espalhadas. Em
seguida, dê o comando para eles pararem na frente
da notícia que mais lhes chamou a atenção.

1. SP: violência contra mulher aumenta 44,9%
durante a pandemia
Fonte: link externo.
2. A cada hora, quatro meninas com menos de 13
anos são estupradas no Brasil
Fonte link externo.
3. O melhor dia da minha vida foi quando a
conheci. O pior, quando eu a matei
Fonte link externo.
4. Assassinato de mulheres por armas de fogo
cresce na maioria dos estados
Fonte link externo.
5. Armas matam mulheres
Fonte link externo.
6. [RJ] Mulheres são as principais vítimas de
ameaça e constrangimento ilegal; companheiro
e ex são os principais autores
Fonte link externo.
7. Brasil registra 1206 casos de feminicídio em
2018
Fonte link externo.
8. [CE] Violência psicológica é a mais recorrente
entre as mulheres no estado, revela pesquisa
NUDEM-CE
Fonte link externo.
9. 51,9% das meninas vítimas de violência sexual
têm entre 1 e 5 anos
Fonte link externo.
10. [RJ] De cada dez estupros registrados no
estado em 2018, sete foram praticados em casa
Fonte link externo.
11. Fim do relacionamento é o momento de maior
risco à vida da mulher
Fonte link externo.
12. Mulheres são maioria dos atendimentos

por exposição íntima, ofensas e conteúdos
violentos na internet
Fonte link externo.
Com os estudantes já divididos em pequenos

grupos, de acordo com as manchetes pelas quais
eles se interessaram, entregue as notícias na íntegra
para realizarem a leitura. Caso alguma manchete
fique sem nenhum representante, não haverá
impacto na atividade. Ao contrário, se algum grupo
estiver com muitos estudantes, pergunte se alguns
deles se interessam por outras manchetes similares.
Se não houver interesse em mudar, deixe-os nos
agrupamentos originais.
Dê um tempo para eles discutirem as questões

propostas para a atividade e oriente-os a expressar
essas respostas na folha de cartolina, que será
apresentada para o resto da turma. Deixe disponíveis
no centro da sala as revistas para recorte, lápis,
canetas e/ou tintas. Finalizados os cartazes e a
discussão proposta para os pequenos grupos, abra
o debate para a turma. Caso considere que o tempo
disponível não permitirá a elaboração dos cartazes,
solicite que os estudantes compartilhem suas
respostas oralmente.
Gabarito esperado para nortear a discussão:

1. Entre as sínteses das notícias, é importante que
apareçam pontos como:
● é alto o número de casos de violência contra as
mulheres, sobretudo de feminicídio;
● o Brasil está entre os países que lideram o
ranking de mais feminicídios no mundo;
● entre os tipos de violência contra as mulheres,
a violência psicológica é a mais frequente,
porém nem todos os homens têm a percepção
de que ameaças e humilhações se enquadram
nesse conceito;
● o perfil da violência contra as mulheres, em sua
maioria, é: mulheres negras, com escolaridade
até ensino fundamental, o autor da agressão

é o atual companheiro ou o ex, o local do
crime é a própria residência, o tempo médio de
violência vivida até a denúncia é de 1-10 anos;
● a flexibilização do acesso a armas de fogo pode
aumentar o número de mortes de mulheres,
pois elas estão entre os instrumentos utilizados
para praticar tais crimes;
● a violência sexual ainda é um tabu e se inicia
na infância. Geralmente, o autor da agressão
é algum parente próximo da vítima e o crime
ocorre na própria casa da vítima;
● Fim do relacionamento é um dos principais
motivos que levam os homens a praticarem os
atos de violência contra as mulheres;
2. Para essa questão, ouça as opiniões dos grupos

e instigue-os a pensar se há motivos justificáveis
para algum ato de violência (por exemplo: traição
justifica violência? Ele sempre apanhar quando
criança e presenciar o pai batendo na mãe muitas
vezes justifica ser violento com a companheira?).
É interessante que eles relacionem a cultura
patriarcal com a manutenção das desigualdades
entre homens e mulheres.
Atividade 2
Leia coletivamente o enunciado da atividade e,

em seguida, reproduza o trecho do documentário “O

silêncio dos homens” do início até o minuto 7:03. O
vídeo está disponível gratuitamente no YouTube: link
externo.
Dê um tempo para os estudantes responderem

às questões individualmente e depois abra para a
discussão com a turma. Lembre-se de manter uma
atmosfera de respeito ao ouvir as diversas opiniões.
Caso surja algum comentário ofensivo, de caráter
machista, deve ser interrompido, direcionando o
debate justamente para desconstrução dessa forma
de pensamento e para o respeito. É importante
deixar claro que até os comentários em tom de
brincadeira não são permitidos, pois eles também
reforçam a cultura patriarcal. Mostre que não só
as meninas devem alertá-los quando há alguma
brincadeira machista, que isso pode ser feito também
entre os meninos. Segue o gabarito para auxiliá-lo na
condução da discussão:
1. O termo masculinidade tóxica tem sido
empregado para debater os efeitos nocivos da
socialização dos homens, dando abertura a
novas formas de se relacionar, de maneira mais
autêntica e acolhedora. Atitudes agressivas
e de dominação são ensinadas aos meninos
desde a infância. Dessa maneira, eles crescem
normalizando a violência como forma de se
relacionar, o que, consequentemente, faz com
que causem danos a si mesmos e aos outros ao
seu redor. Os homens vivem, em média, 7 anos
a menos que as mulheres e morrem mais por
causas externas (acidente de trânsito, acidente
de trabalho e lesão por violência), e também
são os principais agressores nos casos de morte
de terceiros.
2. Resposta pessoal. Pode ser que alguns
estudantes identifiquem que já ouviram (ou
presenciaram alguém dizendo para outra
pessoa) que homem não chora, que homem
não vai ao médico e não precisa cuidar da sua
saúde, que homem não lava louça, que não
leva desaforo para casa, que tem que sustentar

a casa, que fazer ballet (ou outra atividade
com público predominantemente feminino ) é
coisa de mulher, entre outras frases. Também
pode ser que alguns desabafem situações de
violências vividas em casa. Acolha-os e mostre
que é possível se relacionar de outras maneiras.
Atividade 3
Aproveite as frases listadas na atividade
anterior para eleger com a turma as 5 melhores
afirmações que representam a masculinidade tóxica
e faça a brincadeira do Tik Tok, como no início da
aula. Espera-se que mais meninos deem passos
para a frente . Encerre a atividade, incentivando-os
a serem agentes de transformação, interferindo nas
situações que eles avaliam que estão reforçando
os padrões de desigualdade de gênero, seja
mudando sua própria maneira de pensar e agir ou
sensibilizando outras pessoas sobre as diversas
formas de feminilidades e masculinidades.

socioemocional?
A desconstrução da masculinidade tóxica é um

processo que não depende apenas da boa educação
recebida. Como um fator cultural, ela continua
sendo normalizada por ser um comportamento
amplamente adotado. Para romper com essas
tendências, é necessário, algumas vezes, nos
diferenciarmos do grupo social em que estamos
incluídos. Essa tarefa não é tão simples quanto
parece. A identificação social é uma forma de
nos sentirmos pertencentes a uma comunidade.
Romper com ela pode significar a nossa exclusão,
o que é um processo doloroso, especialmente para
adolescentes.
PRESSÃO DE PARES
Os “pares” são as pessoas com quem nos

identificamos como parte do mesmo grupo
social. É natural nos compararmos com eles
ou estabelecermos relações de admiração. Por
isso, acabamos sendo influenciados por essas
pessoas, especialmente em um período de
formação de identidade como a adolescência.
Essa influência pode ser positiva, gerando
bons feedbacks, encorajamento e exemplos
que nos inspiram. Porém, em outros casos,
os pares podem exercer pressão direta ou
indiretamente para que adotemos determinados
comportamentos, sob o risco de não sermos
mais consideramos parte do grupo.
A pressão de pares entre adolescentes pode se

dar de mais de uma forma: verbal ou não-verbal;

direta ou indireta; positiva ou negativa. A pressão
verbal ocorre quando um dos pares direciona o
outro a adotar um comportamento, declarando
o que ele deveria fazer, seja através de persuasão,
ordem ou influência. Já na não-verbal, a pressão se
dá pela observação do comportamento dos demais.
Na pressão direta, o adolescente é colocado em
posição de fazer uma escolha entre adotar um certo
comportamento ou não, de forma verbal ou não-
verbal, por exemplo: quando alguém lhe oferece
bebidas alcoólicas. Já na pressão indireta, um
adolescente é influenciado pelo comportamento
adotado por outros, passando a imitá-los. Por fim, a
pressão exercida pelos pares pode levar à adoção de
comportamentos saudáveis e construtivos (positivos),
ou autodestrutivos e contrários aos seus próprios
valores (negativos).
O grupo de pares é muito relevante para

os adolescentes. Por isso, é difícil enfraquecer a
sua influência no processo de ajudar os alunos
a encontrarem a sua própria identidade. Como
educadores, podemos incentivar os alunos
a construírem seus próprios pontos de vista,
estabelecendo a fidelidade aos nossos valores como
algo positivo.
Também é importante sermos cuidadosos

para não assumirmos uma postura de antagonistas
em relação às lideranças informais reconhecidas
pelos alunos - outros adolescentes em que eles se
inspiram e tendem a imitar, nem sempre resultando
em comportamentos saudáveis. Nesta fase da
vida, ser aceito pelo grupo pode ser muito mais
importante do que ganhar a aprovação dos adultos.
Uma boa estratégia é, então, conquistar aliados entre
esses jovens que possam influenciar os demais.

The mask you live in –

A máscara em que você vive [2015]
Este documentário aborda a “crise dos meninos”

nos Estados Unidos e explica como criar uma
geração de homens mais sensíveis e livres para
expressarem suas verdadeiras identidades.
PODCAST MEMOH
Esse podcast apresenta discussões que
envolvem o universo masculino. MEMOH é um
grupo que tem como propósito promover a
equidade de gênero, fazendo o homem refletir sobre
o seu modo de agir consigo e com os outros.
COLETIVO FEMINISTA SAÚDE E SEXUALIDADE. Masculinidade tóxica:
o que há para além dela? Disponível em: https://www.mulheres.org.
br/masculinidade-toxica-o-que-ha-para-alem-dela/
COUTO, Maria Aparecida Souza. Masculinidades e feminilidades: a
construção de si no contexto escolar. Revista Aurora, Marília, n. 7,
2011. Disponível em: http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/
aurora/article/view/1249
SECRETARIA NACIONAL DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA
AS MULHERES. Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra
as Mulheres. Brasília, 2011. Disponível em: https://www12.senado.leg.
br/institucional/omv/entenda-a-violencia/pdfs/politica-nacional-de-
enfrentamento-a-violencia-contra-as-mulheres

SENADO FEDERAL. Painel de violência contra mulheres.
Brasil. Disponível em: http://www9.senado.gov.br/
QvAJAXZfc/opendoc.htm?document=senado%2FPainel%20
OMV%20-%20Viol%C3%AAncia%20contra%20Mulheres.
qvw&host=QVS%40www9&anonymous=true
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1413-81232016000200647
SILVA, Melaine Laura Mariano da Penha; COSTA, Maria Aparecida
Tenório Salvador. Discussões de gênero e feminilidades na escola
contemporânea. Interthesis, Florianópolis, v. 15, n.2, 2018. Disponível
em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/interthesis/article/
view/1807-1384.2018v15n2p55

PROJETO DE VIDA
3º ANO
TEMA: IDENTIDADE
AULA 4
TÍTULO: IDENTIDADE E REDES SOCIAIS
O que faremos hoje?
Tema Identidade
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação

e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas
Competências diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,
gerais da BNCC acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida
pessoal e coletiva.

Objetos de
Identidade e Redes Sociais
conhecimento
Materiais Folhas de sulfite (uma para cada estudante);
Notícia da atividade 3 impressa (uma por grupo de até 6 pessoas).

É no âmbito da interação social que surge
o conceito que o indivíduo possui de si mesmo.
Significa que, durante a interação, não descobrimos
apenas elementos que caracterizam o outro, mas
também é o momento em que descobrimos a nós
mesmos, identificando nossas individualidades.
Se é na interação que definimos quem somos

nós, inevitavelmente, as redes sociais colaboram para
a formação da identidade, uma vez que facilitam
o vínculo entre os usuários do mundo digital. Isso
quer dizer que o nosso perfil online atua como um
espelho, pois tudo aquilo que postamos,
a maneira como nos relacionamos,

as pessoas que seguimos e nossas
condutas dentro das redes sociais
revelam algumas faces da nossa
identidade
– algumas faces porque compartilhamos
apenas as características que gostaríamos que
fossem visualizadas, frequentemente relacionadas
a um eu ideal e a algo que queremos ser. É
importante destacar que nem sempre essas
múltiplas facetas da nossa identidade online são
coerentes entre si. A modo de exemplo, em uma
rede social o indivíduo pode postar sua indignação
diante de um caso de racismo e no cotidiano não
ver problema em fazer/ouvir piadas entre seus
amigos relacionadas à cor de pele.
O advento da era digital também modificou as

fronteiras do que é público e do que é privado. Uma
das marcas desse modo de expressão é a exposição
excessiva, deslocando diversas situações da esfera

privada para a pública e, na maioria das vezes, sem as
reflexões necessárias sobre o que aquilo representa
para si. A exposição excessiva pode estar relacionada às
publicações de autopromoção e aos comportamentos
narcisistas, bem como aos discursos de ódio e aos
cancelamentos de pessoas. É comum os usuários
se sentirem mais confortáveis para se expor pela via
online, por isso é urgente o debate sobre esse assunto,
para que os jovens tenham consciência, ética e
responsabilidade dentro e fora das telas.
Como é que se faz?
Organizando a aula
Para o planejamento das atividades dessa aula,
você precisará de folhas de sulfite (uma para cada
estudante) e a notícia da atividade 3 impressa (uma
por grupo de até 6 pessoas). Antes de iniciar a aula,
solicite que os estudantes façam um semicírculo
com as cadeiras e mesas. Apresente as competências
e habilidades que serão trabalhadas na aula.
Após a leitura coletiva da tirinha, solicite que os
estudantes respondam às questões individualmente e
depois abra para uma roda de conversa.
Gabarito sugerido:
● Resposta pessoal. Estimule a reflexão sobre
a veracidade das informações postadas nas
redes sociais. Você também pode instigar os
estudantes sobre o problema da comparação
com perfis de influencers, levando-nos
a acreditar que nossas vidas não são tão
interessantes, o que pode afetar nossa
autoestima.

● Resposta pessoal. É esperado que eles utilizem
pelo menos uma rede social. Instigue a
reflexão sobre a maneira como eles as usam ,
estimulando-os a falar que tipo de publicações
costumam fazer. Não é necessário esgotar o
tema, pois esse é o foco da próxima atividade.
Preze pelo respeito entre os colegas ao ouvi-los.
Atividade 1
Solicite que os estudantes façam a leitura coletiva
da atividade, que será dividida em quatro etapas:
1. Para a primeira etapa, peça que respondam
à questão individualmente. Pode ser em uma
folha de caderno ou A4, na orientação de
paisagem, para que tenha espaço suficiente
para marcar as três colunas. Ressalte que
podem acrescentar mais situações, caso achem
pertinentes.
Sugestão: podem trabalhar com as palavras-
chaves referentes às situações propostas, para deixar
a apresentação das colunas mais claras.
2. Para a segunda etapa, separe-os em grupos
de seis estudantes e oriente-os a discutir suas
respostas, a fim de chegarem a um consenso
do que seria público, privado e secreto.
Caminhe por entre os grupos e observe o
movimento de concordância e discordância
entre eles. Reforce que é preciso respeito ao
ouvir a opinião dos colegas e que eles precisam
argumentar o porquê de cada escolha. Oriente-
os que quando houver muita discordância
em um caso, eles podem repetir a mesma
situação em duas colunas ou mais e, se houver
situações em que o grupo estiver indeciso,
dependendo de mais informações do contexto
para afirmarem se publicariam ou não, sugira
indicar a(s) palavra(s)-chave(s) na(s) coluna(s)
correspondente(s) com asterisco, por exemplo,
sinalizando que há uma situação especial para
aquele caso.

3. Finalizada essa etapa em pequenos grupos,
peça para que apresentem o resultado para
a turma. Desenhe as três colunas na lousa
(público, privado e secreto), ocupando todo o
espaço disponível, em seguida, solicite que os
grupos apresentem suas respostas preenchendo
as colunas. Para as equipes seguintes, as
situações que já estiverem representadas
na lousa na mesma coluna, demonstrando
consenso, não precisam ser repetidas. As que
diferirem devem ser acrescentadas na coluna
correspondente. Todos os grupos vão escrever
suas respostas na lousa.
Além de apresentarem suas conclusões,
estimule-os a falar sobre as situações que foram
mais fáceis de entrar em consenso e aquelas com
mais divergências de opiniões. Também peça para
sinalizarem as que precisaram ser duplicadas e
refletirem se é necessário que haja o consenso para
todos os itens apresentados.
4. Para finalizar, solicite que eles observem o
resultado final na lousa. Houve situações
com consenso absoluto? Ou situações que
estão presentes nas três colunas? Em seguida,
proponha que tentem construir um consenso
coletivo na lousa, apagando as palavras
duplicadas na medida em que a turma avança
em direção a um acordo. Não é objetivo chegar
a uma consonância sobre todas as situações.
O gabarito abaixo contribui para conduzir a
discussão:
● É interessante que os estudantes percebam
que há diferenças entre eles em relação ao
uso das redes sociais – uns mais reservados
e outros com maior exposição. O importante
é que sempre tenham consciência, ética e
responsabilidade ao utilizar alguma rede social.
● Vale incentivá-los a refletir se aquilo que
eles publicam nas redes sociais representa a
maneira como se veem/definem ou gostariam
de serem vistos.

● Discuta os efeitos negativos da superexposição
digital como o narcisismo, a futilidade, a perda
de tempo, a dependência das curtidas e da
aprovação dos outros, entre outros.
● Algumas situações devem situar-se
obrigatoriamente na coluna nomeada “secreto”,
ou seja, questões que, se compartilhadas -
seja via digital ou em uma roda de conversa
-, não agregam valor para o indivíduo e/ou
sociedade ou podem expor os estudantes a
riscos. Alguns exemplos são os assuntos de
natureza preconceituosa (comentário racista,
sobre a orientação sexual do colega, sobre
a mudança de visual do cantor), temas que
incitam violência (vídeos com cenas explícitas),
difamação de alguém (vídeo do amigo
embriagado, foto de nudez de um conhecido) e
as fakes news.
● Os demais itens podem estar tanto na coluna
pública quanto na privada, a depender do
perfil do usuário. Algumas situações merecem
atenção, por exemplo, as opiniões, críticas e
comentários podem ser publicados somente se
forem elaborados de maneira respeitosa.
● Destaque a importância da responsabilidade
individual envolvendo as publicações, tanto
relacionada a sua própria imagem (como o
indivíduo pretende se apresentar para o mundo),
como em relação ao outro, já que influenciamos
na construção da identidade do outro.
Atividade 2
Ofereça alguns minutos para que os estudantes
preencham as lacunas da atividade 2.
Pode ser que alguns precisem buscar em sua

rede social os nomes de alguns perfis que admiram.
Destaque que o objetivo da atividade não é que eles
busquem alguém novo, que ainda não acompanham
nas redes, só para poderem citar nessa atividade.
Caso alguém não tenha influencers de admiração,
oriente-os a deixar os espaços em branco, podendo
completar em um momento oportuno.

Posteriormente, oriente-os a caminhar pela
sala e, quando você sinalizar, eles devem parar em
duplas, um de frente para o outro e ler sua resposta
para o colega. A ideia é que, além de conhecerem
melhor os colegas de turma, também possam
ampliar as opções de pessoas públicas a seguir
com valores semelhantes aos seus. Repita esse
procedimento por, no mínimo, cinco vezes.
Finalizadas as trocas, peça para alguns

estudantes contarem sobre a experiência, se tiveram
dificuldade para preencher alguma lacuna, se
encontraram colegas com características, valores e
bandeiras de luta semelhantes às suas e se ficaram
interessados em algumas sugestões de influencers.
Estimule-os a refletir sobre o impacto de

cercar-se (tanto virtualmente quanto fisicamente) de
pessoas que eles admiram. Para os estudantes que
já acompanham influencers que agregam valor a sua
identidade, peça para exemplificarem algo que já
aprenderam nas redes sociais com essas pessoas.
Pode-se sugerir para alguém ficar responsável

por anotar todas as indicações de influencers
e disponibilizar para a turma toda em um outro
momento.
Atividade 3
Em grupos de até 6 pessoas, oriente-os a
fazerem a leitura da notícia e responderem às
questões. Matéria disponível no link externo.
Quando finalizarem, abra um espaço de

discussão com a turma. As respostas para as duas
questões são de cunho pessoal e os estudantes
podem basear suas justificativas na notícia. É
importante que eles compreendam que podem
não concordar com alguém nas redes sociais, mas
não devem faltar com o respeito e nem promover
discursos de ódio, e percebam que há outras
maneiras de se relacionar, sem o uso da violência
verbal ou a exclusão das pessoas.

Peça para analisarem suas redes sociais e
explicarem se suas publicações refletem quem eles
são, de maneira autêntica e verdadeira. Dê um tempo
para responderem individualmente e depois solicite
que alguns estudantes compartilhem suas respostas.

socioemocional?
A pesquisadora Brené Brown ficou

mundialmente conhecida após sua apresentação
no TED de 2010 sobre o poder da vulnerabilidade.
Na época, foi um tanto quanto surpreendente a
conclusão do seu estudo sobre o que diferencia
as pessoas com um forte senso de valor pessoal
daquelas que não o possuíam: a aceitação da própria
vulnerabilidade.
Com as redes sociais, todos passamos a ter

uma plataforma para construir uma imagem de
nós mesmos que ficamos confortáveis em expor.
Porém, elas criam uma falsa impressão de que
estamos todos compartilhando a nossa privacidade,
quando, na verdade, o que está sendo mostrado
é apenas uma parte embelezada e bem curada de
quem realmente somos. Isso pode intensificar a

insegurança no nosso valor pessoal. Afinal, passamos
a nos comparar com padrões não realistas.
VULNERABILIDADE
A definição técnica da palavra “vulnerável” é a

de algo suscetível a ser ferido ou destruído. No
contexto das nossas emoções, ela se refere aos
nossos medos e fraquezas, fatores que podem
nos causar inseguranças. De forma análoga,
podemos desenvolver a necessidade de esconder
nossas vulnerabilidades se acreditarmos que
expô-las nos deixará suscetíveis a sermos
machucados.
A nossa vulnerabilidade nos expõe à

vergonha e ao medo. Segundo Brené Brown, uma
reação comum é evitarmos esses sentimentos
desconfortáveis. Porém, esconder alguns
sentimentos também nos impede de viver outros
plenamente - como a alegria, o amor e a conexão
verdadeiros. Por medo de sermos considerados
não merecedores, escondemos nosso lado mais
vulnerável. No entanto, esse medo não deixa de
existir, fazendo com que as nossas conexões não
sejam vividas por completo, já que precisamos
esconder alguma coisa.
Acolher a nossa vulnerabilidade é, então, um

caminho para vivermos de forma mais plena e
segura. Esse processo não deixa de ser desafiador,
no entanto. Algumas estratégias para avançarmos
nesse sentido são praticar a gratidão e o amor por
nós mesmos. Esse é um exercício que pode precisar
de tempo, mas que trará grandes recompensas:
repetir diariamente, até nos convencermos, de que
“você é imperfeito, mas você é merecedor de amor e
pertencimento exatamente do jeito que é”.

Mário Sérgio Cortella – redes sociais
Nesta entrevista, o filósofo Mário Sérgio Cortella

apresenta suas críticas em relação às redes sociais.
FERREIRA, Gil Baptista. Rostos do Facebook – a formação da
identidade nas redes sociais. Exedra: Revista Científica, n.9, 2014.
Acesso em 14 ago 2020. Disponível em: , https://dialnet.unirioja.es/
servlet/articulo?codigo=6498997>.
PECHANSKY, Rafaela. Identidade e cultura: reflexões sobre redes
sociais. Revista Temática, v.13, n.6, 2017. Acesso em 14 ago 2020.
Disponível em: <https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/tematica/
article/view/34848>

PROJETO DE VIDA
3º ANO
TEMA: IDENTIDADE
AULA 5
TÍTULO: ESTADOS DA IDENTIDADE
O que faremos hoje?
Bloco 1 Autoconhecimento e Identidade
Tema Identidade

Competências emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
gerais da BNCC reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e

Objeto de
Desenvolvimento da identidade
conhecimento

Uma das abordagens mais utilizadas nos estudos
da identidade é denominada status da identidade,
formulada pelo psicólogo James Marcia (1966), que
deu continuidade à tradição de estudos fundada pelo
psicanalista e estudioso do desenvolvimento Erik
Erikson (1976).
De acordo com a perspectiva de status

da identidade formulada por Marcia (1966) e
amplamente utilizada por outros pesquisadores
(Fadjukoff et al, 2016; Moshman, 2011; Schwartz et al,
2015), uma identidade madura pode ser definida por
meio de duas variáveis psicossociais: a exploração
e a definição de compromissos com determinados
domínios relativos a interesses, valores e crenças
(como carreira, religião, sexualidade, ideologia
política/moral, amizades e família), que passarão
a definir quem a pessoa é e a orientar, em grande
medida, suas escolhas e ações.
O autor encontrou quatro formas diferentes

de experienciar esses dois processos de formação
da identidade (status da identidade). São elas: I)
Identidade difusa: não há compromisso e nem
exploração de possibilidades; II) Identidade fechada:
há compromisso, porém esse é estabelecido pela
reprodução dos valores e crenças de figuras de
referência, e não via um processo autônomo de
exploração; III) Moratória: não há compromissos
definidos, mas há uma busca ativa em alcançá-
lo. Esse estado representa aquilo que Erikson
denominou “crise da identidade” da juventude,
momento marcado por questionamentos e até
mesmo conflitos, mas que sinalizam um processo
de transformação; e IV) Identidade estabelecida:
o sujeito possui compromissos definidos por um
processo de exploração ativa.

Sendo a adolescência uma etapa em que a
elaboração e o desenvolvimento da identidade são
intensificados e tendo em vista que constituir o
status de conquista da identidade é um desafio para
quem está nesta fase, é fundamental dar suporte
para que possam conquistá-lo, pois
uma identidade bem consolidada

costuma conferir maior estabilidade
psíquica, baixos sintomas de ansiedade
e depressão, e uma elaboração mais
clara sobre o sentido da própria vida
(Schwartz et al, 2015).
Como é que se faz?
Organizando a aula
Anuncie o tema e as habilidades desta aula.
Caso os estudantes peçam esclarecimento sobre
o conceito de Estado da Identidade, informe que
ele será explorado ao longo do encontro, para que
sua definição não condicione suas respostas para a
atividade proposta na seção.
Leia com os estudantes os sete domínios
dispostos na tabela e oriente-os a recuperar suas
respostas na Aula 1 e a buscarem identificar se
algum desses domínios estão presentes, e em que
medida demonstraram ter importância na definição
e descrição de suas identidades. Reserve cerca de 10
minutos para que eles realizem essa tarefa.

Para efeito de esclarecimento, o domínio moral
refere-se a valores que regulam a convivência
social, tais como a igualdade, a solidariedade e a
honestidade. Já o domínio gênero refere-se ao
significado e à importância que temas relacionados à
orientação sexual, à identificação com determinado
gênero, assim como seus possíveis papéis sociais
entre outros debates acerca da sexualidade têm para
o indivíduo. É possível que os estudantes denotem
a sobreposição entre os domínios moral, ideologia
política e gênero, a depender do valor que é relevante
para eles - este seria o caso da igualdade de gênero
como uma demanda moral, identitária e política.
Em seguida, oriente-os a preencher a tabela

com a pontuação de cada domínio segundo as
respostas para o questionário. Após concluírem esta
etapa, questione o que acham que esses resultados
indicam, porém, não revele a eles que a pontuação
servirá como referência para avaliarem o estado da
identidade em que se encontram em relação a cada
um desses domínios.
Atividade 1
Devido à complexidade dos conceitos
apresentados no texto, é possível que seja mais
apropriada a leitura coletiva sob a mediação do
educador. Independentemente da abordagem
escolhida, verifique se os conceitos foram
compreendidos pelos estudantes, solicitando que
expliquem com suas palavras o que compreenderam.
Vale mencionar que alguns estudos (Fadjukoff

et al, 2016; Moshman, 2011; Schwartz et al, 2015)
indicam que a identidade estabelecida é um
fenômeno que passa a ocorrer com maior frequência
no início da idade adulta e, mesmo assim, muitas
pessoas apenas construirão uma identidade madura
após os 30 anos de idade. Afirme que isso é um

fenômeno relacionado, em certa medida, à falta de
oportunidades para refletir a respeito da identidade
e do projeto de vida, o que reforça a importância
de aproveitarem esses momentos de aprendizado e
construção pessoal.
Ao final da leitura do texto, analise o esquema

com os estudantes. Verifique se eles são capazes
de identificar entre quais estados da identidade
não ocorrem movimentações e de explicar esse
fenômeno. Pesquisas revelam que dificilmente
uma pessoa retorna da moratória para a identidade
fechada, pois, passa a considerar compromissos
e alternativas. O mesmo raciocínio vale para o
caminho que sai da identidade estabelecida para
a fechada. Também vale pontuar que para chegar
à identidade estabelecida é preciso passar pela
exploração ativa e autônoma de compromissos,
motivo pelo qual não há setas que indicam
movimentação da difusão e do fechamento
diretamente para a identidade estabelecida.
Veja a seguir algumas considerações sobre cada

uma das questões:
1. Resposta pessoal. É possível que alguns
estudantes sintam dificuldade em precisar o
estado em que se encontram ou mesmo que
se equivoquem na definição, por exemplo,
assinalando a identidade estabelecida por
tratar-se de um estado mais elaborado e
desejável. O acerto em relação a essa resposta,
pela própria dificuldade em um adolescente
fazer um diagnóstico sobre si acerca de uma
dimensão psicossocial complexa, é menos
importante do que a reflexão que a questão
busca suscitar.
2. Resposta pessoal.
3. Resposta pessoal.
4. Apenas após os estudantes concluírem a
questão 3, é que deve-se apresentar a eles a
pontuação que indica o estado da identidade
para cada domínio. A tabela a seguir apresenta

os indicadores de avaliação. Note que as
questões 1, 2 e 3 são relativas ao tema do
compromisso, ao passo que as questões 4, 5 e
6, à exploração.
Apresente a eles a tabela e peça para que
identifiquem em qual estado se encontram para
cada domínio.
Compromisso Exploração
Estados da identidade
questões 1, 2 e 3 questões 4, 5 e 6
Identidade difusa menos de 9 pontos menos de 9 pontos
Identidade fechada menos de 9 pontos mais de 9 pontos
Moratória mais de 9 pontos menos de 9 pontos
Identidade estabelecida mais de 9 pontos mais de 9 pontos
5. Mencione que uma pessoa pode possuir

uma identidade elaborada, mas não se sentir
vinculada e não ter compromisso com alguns
dos domínios apresentados. Por exemplo,
alguém pode se engajar profundamente com
a carreira e a moral, mas não se envolver com
o tema da religião - apenas para citar um
exemplo. Por essa razão, a pergunta disparadora
da atividade, relativa à presença de todos os
elementos na identidade de todas pessoas é
negativa, ou seja, nem todos os elementos
compõem a identidade de todas as pessoas.
Atividade 2
Organize os estudantes em duplas ou trios. Peça
que compartilhem suas respostas e identifiquem
os pontos em comum e as diferenças. Chame a
atenção para a importância de dialogarem com
empatia e respeito. Solicite que justifiquem por que
avaliaram que se encontram em determinado estado
da identidade e que sinalizem o que podem fazer
para terem mais consciência de si e construírem
uma identidade com autonomia, engajamento e
compromisso. Oriente-os, também, a pensarem

se têm alguma sugestão para dar aos colegas em
relação a esses últimos aspectos.

socioemocional?
No processo de construção da própria

identidade, distinguir a sua própria voz pode ser
um desafio. Aspectos do que entendemos pela
nossa identidade podem nos ter sido impostos
ou aprendidos durante tanto tempo que os
internalizamos. Contemplar a possibilidade de ganhar
uma nova perspectiva sobre nós pode, então, ser
assustador. Isso significaria abrir mão do que é familiar
e das certezas a que nos apegamos. Por isso, algumas
vezes relutamos em vivenciar experiências como
mudar de ambiente ou tentar uma carreira diferente
da expectativa criada pela nossa família para nós.
RELUTÂNCIA
Relutância é o que experimentamos quando

precisamos fazer algo, potencialmente benéfico
ou necessário, porém o evitamos. Isso pode
ocorrer por vários motivos: porque vai requerer
algum tipo de esforço ou recurso; porque você
acha que poderá ser desagradável de alguma
forma (por exemplo: uma tarefa entediante); ou
porque há emoções negativas associadas a fazê-
lo, como vergonha ou medo.

Relutar em fazer algo que é necessário é
bastante natural. Nós antecipamos as dificuldades
que virão em decorrência daquele novo passo,
ou mesmo, evitamos correr os possíveis riscos
associados a uma certa atitude. Porém, sem passar
pelo desconforto de fazer algo desafiador, acabamos
perdendo grandes oportunidades de crescimento e
de fortalecimento.
Quando resistimos, precisamos compreender

o que está ocasionando este sentimento. O que está
relacionado a este desconforto? Será que não nos
sentimos preparados? Ou não nos identificamos com
aquele grupo? Temos medo ou vergonha do que
pode acontecer? Receamos que investir recursos
em algo pode ser em vão? Ou não há motivação o
suficiente para justificar qualquer esforço?
Em cada caso, podemos avaliar os riscos

e recompensas envolvidos. Também podemos
buscar formas de facilitar a nossa atitude - por
exemplo, se estamos relutando em ir à academia
depois do trabalho, podemos sair de casa com as
roupas apropriadas ou convidar amigos para nos
acompanharem. Em nenhuma hipótese devemos
adotar uma atitude julgadora: isso só vai aumentar
a falta de crença da pessoa consigo mesma. Toda
dificuldade deve ser acolhida e compreendida para
que possa ser mudada.
Alguém que constantemente deixa de fazer

ações benéficas para si pode estar apresentando
um quadro de autossabotagem. Em situações mais
graves, como em casos de depressão, a relutância
pode ser um sintoma de um bloqueio mais profundo.
Nessas ocasiões, o ideal é encaminharmos a pessoa
para o atendimento profissional adequado. Somente
ele poderá determinar a melhor forma de ajudar.

Desenvolvimento da identidade em
adolescentes estudantes do ensino médio
Neste artigo, são apresentados os resultados

de uma pesquisa sobre os estados da identidade
desenvolvida com adolescentes estudantes do
ensino médio, cujos resultados revelam que a
maioria encontrava-se no estado de moratória.
Erikson E. (1976). Identidade: juventude e crise. Rio de Janeiro: Zahar.
Fadjukoff, P., Pulkkinen, L. & Kokko, K. (2016) Identity Formation in
Adulthood: A Longitudinal Study from Age 27 to 50, Identity, 16:1,
8-23.
Marcia, J. (1966). Development and validation of ego identity status.
Journal of Personality and Social Psychology, 3(5), 551-558.
Moshman, D. (2011). Adolescent rationality and development:
cognition, morality, and identity. 3. ed. Taylor and Francis Group.
Schwartz, S. J., Luyckx, K., & Crocetti, E. (2015). What have we
learned since Schwartz (2001)?: A reappraisal of the field of identity
development. In K. C. McLean & M. Syed (Eds.), Oxford library of
psychology. The Oxford handbook of identity development (p. 539–
561).

PROJETO DE VIDA
3º ANO
TEMA: IDENTIDADE
AULA 6
TÍTULO: IDENTIDADE NARRATIVA
O que faremos hoje?
Bloco 1 Autoconhecimento e Identidade
Tema Identidade

Competências emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
gerais da BNCC reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e

Objeto de
Identidade e narrativa de vida.
conhecimento
Aparelhos para reprodução de vídeo disponível na plataforma

YouTube.
Materiais
Tamanho grande? Prefiro meu tamanho I Ashley Graham I
TEDxBerkleeValencia
Tempo de aula 120 minutos

No campo de estudos sobre identidade, uma
das abordagens mais utilizadas, ao lado do status
da identidade (Aula 5), é a identidade narrativa. De
acordo com essa perspetiva, apesar de as crianças
serem capazes de recuperar e narrar eventos de sua
história de vida,
é apenas no final da adolescência e

início da idade adulta que o indivíduo
se torna capaz de sintetizar passado,
presente e futuro, organizando
o vasto conjunto de memórias
autobiográficas em uma narrativa
de vida, com a finalidade de conferir
unidade, coerência e propósito à
identidade pessoal
McAdams, 2018
Revisões sobre essa perspectiva (McAdams, 2018;

Schwartz, et al, 2015) indicam que uma identidade
madura pode ser reconhecida pela capacidade do
sujeito de elaborar uma narrativa de vida, o que
passa por reconhecer e dar sentido aos eventos
de sua história, conectá-los de modo coerente e
identificá-los como significativos para a construção da
identidade no presente e no futuro.
Assim, a narrativa de vida é, por um lado,

expressão da identidade, uma vez que revela a
clarificação, eleição, síntese e organização de
atributos da personalidade, de experiências e
pessoas significativas, de objetivos de vida e de
valores que o sujeito reconhece como importantes
para a pessoa que se tornou e que deseja ser. De
outro lado, o processo de elaboração de uma

identidade narrativa auxilia o sujeito a mobilizar
os procedimentos há pouco mencionados, o que
contribui com a sua construção.
Como é que se faz?
Organizando a aula
A atividade disparadora da aula exige a
reprodução de vídeo disponível na plataforma
YouTube. Desta forma, será necessário dispor de
aparelhos de audiovisual e acesso à internet ou
baixar o vídeo com antecedência. Entregue aos
estudantes a Ficha da Aula 6 e anuncie o tema e as
habilidades deste encontro.
Peça a um estudante que faça a leitura do
título, do texto e das questões introdutórias da aula.
Reserve alguns minutos para que eles exponham seus
conhecimentos e suposições acerca das perguntas.
Antes de iniciar a reprodução do vídeo

“Tamanho grande? Prefiro meu tamanho” (Disponível
em link externo. Acesso em: 11/08/2020), leia
os tópicos que deverão ser respondidos pelos
estudantes ao final da leitura. As respostas esperadas
para cada um deles são listadas a seguir:

- O tema central de sua narrativa é a contestação
do padrão estético dominante sobre o corpo
considerado “normal”, e a valorização da beleza
da diversidade de corpos.
- Ashley Graham expõe as dificuldades que teve
em aceitar o seu próprio corpo e de não ser
estigmatizada como modelo plus size “de rosto
bonito”, mas reconhecida como modelo, como
tantas outras profissionais da área.
- A modelo e ativista demonstra que a
autoaceitação, a diversidade de formas de
beleza e o empoderamento feminino são
valores com os quais se compromete.
Atividade 1
Após ou ao longo da leitura do texto, verifique
se os conceitos de narrativa de vida e identidade
narrativa ficaram claros para os estudantes,
solicitando que expliquem-nos com suas próprias
palavras e deem exemplos.
Em seguida, faça a leitura coletiva dos

comandos da produção da narrativa de vida. Nesse
momento, enfatize a importância de que cada tópico
seja respondido antes do início da produção da
narrativa. Tendo em vista que os estudantes poderão
listar uma grande quantidade de conteúdos de sua
identidade, convém orientá-los a selecionar um
ou dois temas sobre os quais será desenvolvida a
narrativa de vida e que dêem prioridade a aqueles
que façam parte de seus projetos de vida.
Atividade 2
Essa atividade pode ser conduzida por meio
de uma discussão coletiva com toda a turma, em
duplas, ou cada estudante pode registrar suas
reflexões. Seu objetivo é que o jovem reflita sobre
os aprendizados desenvolvidos pela produção da

narrativa de vida. Nesse momento, mencione que
a escrita auxilia a organizar ideias, a clarificar e
estabelecer novas relações entre conhecimentos,
podendo levar o escritor a construir novas
percepções sobre determinado assunto.

socioemocional?
Viktor Frankl sobreviveu à prisão em um campo

de concentração, em um dos episódios mais
tristes do século XX: o Holocausto. Sua experiência
superando esse momento da sua vida permitiu-
lhe identificar a busca por sentido como um dos
fatores capazes de levar alguém a superar até
mesmo sofrimentos tão intensos quanto os que ele
experimentou.
Segundo ele, a felicidade e o sucesso não

podem ser perseguidos. Se nos apegamos a esses
resultados, qualquer situação externa diferente da
nossa expectativa poderá destruir a nossa motivação e
esperança. Por isso, é importante encontrar um sentido
que seja maior do que a nossa satisfação pessoal.

SENTIDO
“O sofrimento deixa de ser sofrimento quando

encontra significado”. Com essa ideia, Viktor Frankl
nos introduz ao seu conceito de sentido. Quando
criamos um profundo sentimento de propósito,
encontramos um sentido que supera o nosso ego
e direciona a nossa existência. O sofrimento se
transforma em uma tarefa a ser superada, e não
mais um impedimento. Quando não encontramos
sentido nas nossas vidas, podemos nos sentir
apáticos, deprimidos ou ansiosos.
Para Frankl, embora não tenhamos controle

sobre os eventos que acontecem na nossa vida,
sempre temos escolha sobre como respondemos
a eles. Essa ideia, uma vez internalizada, nos leva a
estabelecer uma postura menos vulnerável, mesmo
sob as mais difíceis condições. Segundo ele, “quando
não somos mais capazes de mudar uma situação,
somos desafiados a mudar a nós mesmos”.
Nem sempre é tão simples adotar essa atitude.

Algumas vezes, crescemos acreditando que não há
nada que possamos fazer diante dos momentos mais
desafiadores das nossas vidas. Isso é especialmente
verdadeiro para crianças que cresceram em
situações adversas. Afinal, elas normalmente ainda
não estão preparadas para escolher como responder
aos eventos que vivenciam.
Por isso, é importante ajudarmos os

adolescentes a encontrarem sentido em sua
caminhada. Quando perseguimos coisas muito
superficiais, como objetos materiais ou aprovação
nas redes sociais, entregamos o controle do nosso
estado emocional para elementos que podem ser
facilmente perdidos ou destruídos. Mesmo que o
nosso passado ou presente sejam pouco agradáveis,
a melhor forma de nos prepararmos para o futuro
é encontrando um sentido que seja maior do que

nós mesmos. É ele que nos ajudará a apresentar
resiliência e a ressignificar as nossas experiências.
Para isso, podemos ajudá-los a se inspirar em

histórias de pessoas que dedicaram suas vidas a uma
causa maior do que elas. Atualmente, alguns ativistas
tão jovens quanto eles estão exercendo um papel
relevante em importantes discussões globais - como
Greta Thunberg. Outras pessoas levaram muitos anos
para construir seus legados. O importante é encontrar
algo com o qual nos importamos profundamente.
A Narrativa Autobiográfica - UNIVESP TV
Nesse vídeo, a Profa. Dra. Vivian Batista Silva,

da Faculdade de Educação da Universidade de São
Paulo (FEUSP), aborda a narrativa autobiográfica
como recurso para a formação de professores e
clarificação da identidade docente.
Bruner, J. Life as Narrative. Social Research, v. 71, n. 3, p. 691-709, 2004.
Fadjukoff, P., Pulkkinen, L. & Kokko, K. (2016) Identity Formation in
Adulthood: A Longitudinal Study from Age 27 to 50, Identity, 16:1, 8-23.
McAdams, D. P. Narrative Identity: What Is It? What Does It Do? How
Do You Measure It?. Imagination, Cognition and Personality, 37(3),
359-372, 2018.
Schwartz, S. J., Luyckx, K., & Crocetti, E. (2015). What have we learned
since Schwartz (2001)?: A reappraisal of the field of identity development.
In K. C. McLean & M. Syed (Eds.), Oxford library of psychology. The
Oxford handbook of identity development (p. 539–561).

RUBRICAS 3ª ANO
AVALIAÇÃO EM TEMA 1
PROJETO DE VIDA
3º ANO BLOCO: Autoconhecimento e identidade TEMA: Autoestima
Este tema compreende objetos de

conhecimento e habilidades que visam oportunizar
aos jovens o autoconhecimento necessário para a
construção de uma identidade madura, que integre
valores morais e de cidadania. Pretende-se, com
isso, que os jovens construam um projeto de vida
que expresse seus interesses, sonhos e valores e que
decorra de decisões autônomas e críticas.
II
I III IV
Atendeu
Não atendeu às Atendeu a maioria Atendeu todas as
parcialmente às
expectativas de das expectativas expectativas de
expectativas de
aprendizagem. de aprendizagem aprendizagem.
aprendizagem.
Identifica alguns
Tem dificuldade
conteúdos e Identifica os
ou não identifica
domínios como conteúdos e Identifica os
os conteúdos e
centrais para sua domínios que são conteúdos e
domínios que são
representação centrais para sua domínios que são
centrais para sua
de si, porém representação de centrais para sua
representação
tem dificuldade si e os organiza representação de
de si, e não
de reconhecer em uma narrativa si e os organiza
reconhece o
AUTOCONHECI- o processo de de vida que em uma narrativa
processo de
MENTO construção da articula passado, de vida que revela
construção de
identidade e, presente e futuro. autonomia e
sua identidade,
consequentemente, Porém, esta não crítica sobre a
produzindo uma
de produzir uma revela ser fruto construção da
narrativa de vida
narrativa de vida de um processo identidade e que
que não articula
que articule de reflexão articula passado,
coerentemente
coerentemente autônoma e presente e futuro.
passado, presente
passado, presente e crítica.
e futuro.
futuro.
COMENTÁRIOS
DO ESTUDANTE
COMENTÁRIOS
DO EDUCADOR
Clique aqui para baixar a ficha de avaliação

PROJETO DE VIDA
3º ANO
TEMA: PROFISSIONALISMO
AULA 1
TÍTULO: FUNÇÃO SOCIAL DAS PROFISSÕES
O que faremos hoje?
Bloco 2 Convivência e Participação
Tema Profissionalismo
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais

e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhes
Competências possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho
gerais da BNCC e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu
projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade.
Conhecer os contextos, as características, as possibilidades e

os desafios do trabalho no século XXI, bem como identificar os
interesses pessoais em relação à inserção no mundo do trabalho;
Sistematizar interesses, identificar habilidades, conhecimentos
e oportunidades que correspondem às aspirações profissionais,
abrindo caminho à elaboração escalonada de metas e estratégias
Habilidades de viáveis.
Projeto de Vida Refletir e avaliar as implicações éticas e sociais das profissões,
compreendendo que é possível contribuir com a sociedade por
meio do exercício profissional.
Conhecer e valorizar iniciativas individuais e coletivas que podem
ser consideradas ética e moralmente exemplares, avaliar seus
impactos nos indivíduos e na sociedade, bem como identificar sua
integração aos projetos de vida de seus agentes.
Objetos de
Função social das profissões
conhecimento
Materiais Ficha de atividades da Aula 1 - Função social das profissões

Atualmente, estamos vivendo o que muitos
analistas e estudiosos chamam de Quarta Revolução
Industrial, um período histórico marcado por
transformações tecnológicas que repercutem
em diversos setores, como na economia e no
mundo do trabalho. Ao observamos nosso passado
histórico, percebemos que sempre que ocorrem
grandes invenções, como a energia a vapor ou a
elétrica, há também grandes reorganizações no
mundo do trabalho: algumas profissões deixam de
existir, enquanto outras, inimagináveis, surgem para
atender às novas demandas. Por isso, é fundamental
compreender quais são as funções sociais das
profissões, quais são as demandas do mundo atual
e prever demandas futuras, a fim de ingressar no
mercado de trabalho em áreas que sejam mais
promissoras. Não estar atento a esses processos
significa correr o risco de experimentar situações de
desemprego e exclusão social. Dessa forma,
é importante criar condições para que

as juventudes possam construir um
perfil profissional flexível a mudanças
e manter uma postura de curiosidade
e de busca por novos desafios, a fim de
acompanhar as transformações de um
mundo profissional dinâmico.

Como é que se faz?
Organizando a aula
Esta é a primeira aula do tema Profissionalismo,
que compõe o Bloco 2. Convivência e Participação.
Informe aos estudantes que, ao longo das próximas
aulas, o referido assunto será abordado em sua
relação com o tema das profissões. Apresente o
tema desse encontro, assim como as habilidades a
serem desenvolvidas.
Antes de entregar a Ficha de Atividades (Aula
1), pergunte aos estudantes se eles conhecem
profissões que deixaram de existir. Em seguida,
pergunte se já ouviram falar nas profissões de
despertador humano, acendedor de lampiões ou
pianista de cinema.
Entregue a Ficha de Atividades e faça a leitura

coletiva do texto correspondente à atividade
disparadora da aula. Ao chegar na profissão de
“leitor”, você pode fazer a leitura dos seguintes
trechos do poema “Descoberta da literatura”, de
João Cabral de Melo Neto, no qual o autor narra
o período da sua infância em que, sendo o único
leitor entre os trabalhadores de um canavial,
proporcionava a eles sessões de leitura da literatura
de cordel, os “romances de barbante”, como eram
popularmente conhecidos.
No dia-a-dia do engenho,
toda a semana, durante,
cochichavam-me em segredo:
saiu um novo romance.

E da feira do domingo
me traziam conspirantes
para que os lesse e explicasse
um romance de barbante.
Sentados na roda morta
de um carro de boi, sem jante,
ouviam o folheto guenzo,
a seu leitor semelhante,
com as peripécias de espanto
preditas pelos feirantes.
Embora as coisas contadas
e todo o mirabolante,
em nada ou pouco variassem
nos crimes, no amor, nos lances,
e soassem como sabidas
de outros folhetos migrantes,
a tensão era tão densa,
subia tão alarmante,
que o leitor que lia aquilo
como puro alto-falante,
e, sem querer, imantara
todos ali, circunstantes,
receava que confundissem
o de perto com o distante,
o ali com o espaço mágico,
seu franzino com o gigante,
e que o acabassem tomando
pelo autor imaginante
ou tivesse que afrontar
as brabezas do brigante.
As respostas esperadas para as perguntas

referentes ao texto são apresentadas a seguir:
- Uma profissão existe para a atender a alguma
necessidade social e deixa de existir quando ela é
plenamente atendida, quando outra profissão ou
uma tecnologia automatizada passa a atendê-la,
ou quando a necessidade deixa de existir.

- As profissões servem para atender a
necessidades sociais, ou seja, toda profissão
cumpre uma função social.
Atividade 1
Faça a leitura coletiva do texto e das orientações
da atividade. Solicite aos estudantes que tracem uma
tabela, conforme o modelo da Ficha (sem delimitar
a linha inferior), para fazer os registros da atividade.
Recomenda-se que a turma seja dividida em grupos
de até 6 estudantes.
A cada rodada, você deverá apresentar aos

estudantes uma das funções sociais listadas na
tabela a seguir, escrevendo-a na lousa. Após reservar
20 segundos para que escrevam as profissões que
podem exercer, peça que cada grupo verifique quem
foi o vencedor da rodada.
Então, solicite que o vencedor de cada grupo

exponha as profissões listadas. Após o primeiro
estudante se manifestar, peça que os vencedores
dos grupos seguintes indiquem se apontaram outras
profissões. Em seguida, pergunte se alguém registrou
uma profissão que não foi mencionada. Lembre-
se de pedir para que justifiquem a pertinência da
escolha, sobretudo quando a relação entre função
social e profissão não for fácil de reconhecer. Ao
final das exposições, você pode contabilizar na lousa
o vencedor da turma.
Ao longo da atividade, auxilie-os a identificar a

repetição de uma profissão em diferentes funções
sociais e revele que uma mesma profissão pode
desempenhar diferentes funções sociais.
A tabela abaixo contém as funções sociais e

alguns exemplos de profissões que podem promovê-
las. Vale mencionar que, aqui, apresentamos apenas
algumas possibilidades de função social e que elas
estão elencadas de modo abrangente; portanto,

para cada função listada, é possível pensar em
diversas ocupações distintas. Comente isso com os
estudantes.
FUNÇÃO SOCIAL PROFISSÕES
Promover a saúde Enfermeiro, médico, psicólogo, educador

físico, gestor ambiental, gari, cozinheiro,
agricultor etc.
Facilitar a comunicação entre as pessoas Programador de tecnologias digitais,

design gráfico, publicitário, engenheiro
de som, operador de telemarketing,
analista de mídia social, jornalista etc.
Proporcionar o aprendizado Professor, comunicadores, artistas,

cientistas etc.
Cuidar e preservar o meio ambiente Gestor, auditor ou engenheiro ambiental,

biólogo, geógrafo, gari, agricultor,
jardineiro etc.
Zelar pelo respeito aos direitos humanos Jurista (advogado, defensor público, etc),
professor, cientista social, policial, político
etc.
Preservar e promover cultura Artistas (músico, ator, escritor, dançarino,

pintor etc.), comunicadores, operadores
de equipamentos audiovisuais, gestor de
eventos, professor, historiador etc.
Produzir e comercializar produtos Vendedor, administrador de empresa,

publicitário, contador, artesão, operário
de indústria, agricultor etc.
Construir moradias Engenheiro, arquiteto, marceneiro,

pedreiro, político etc.
Reduzir as desigualdades sociais Assistente social, político, historiador,

cientista social etc.
Facilitar o transporte das pessoas Motorista de automóveis ou trens,

piloto de transportes aéreos, mecânico,
engenheiro de tráfego, urbanista etc.
Atividade 2
Peça aos estudantes que procurem ser o mais
específicos que conseguirem em relação à profissão
e que listem o maior número de funções sociais que
identificarem, contanto que sejam pertinentes e bem
justificadas. Caso algum estudante mencione que
ainda não escolheu a profissão que deseja exercer,
diga que é comum ter dúvidas a esse respeito e
oriente-o a indicar profissões que ele considera que
gostaria de desempenhar.

1) Resposta pessoal. Essa questão tem o objetivo
de suscitar a reflexão de que a recorrência de
uma função social pode significar que se trata
de uma contribuição social que é importante
(um valor) para o estudante. Isso pode auxiliá-
lo em suas dúvidas em relação à sua escolha
profissional a considerar a função social como
um dos critérios de escolha. Promova essa
discussão no momento da correção.
2) Resposta pessoal.
3) Os estudantes podem mencionar a
remuneração, o plano de carreira, a
flexibilidade, a oportunidade de aprender
constantemente, além da realização de outros
interesses pessoais.
Atividade 3
Incentive os estudantes a descreverem
detalhadamente as consequências da ausência da
profissão escolhida, procurando considerar não
apenas as pessoas que são diretamente atendidas
por ela, mas também seus impactos indiretos. Essa é
uma forma de explorarem o alcance da função social
dessa profissão e reconhecer seus efeitos sistêmicos.
Negócio foto criado por rawpixel.com - br.freepik.com</a>

socioemocional?

O trabalho pode ser uma fonte de
realização pessoal quando sentimos que ele nos
permite exercitar nossas potencialidades e gerar
contribuições para a sociedade. Porém, a definição
do que é um trabalho muda com rapidez e está cada
dia mais fluida. Como podemos preparar os jovens
para lidar com um cenário tão ambíguo?
A sensação de plenitude que encontramos ao

desempenhar nosso trabalho não vem da profissão
em si, mas de como ela nos ajuda a completar a nossa
missão pessoal. Vamos entender esse conceito melhor.
MISSÃO PESSOAL
Nossa missão pessoal é como declaramos o

papel que desempenhamos no mundo. Ela nos
traz clareza e senso de propósito, mesmo que
as circunstâncias externas não saiam de acordo
com os nossos planos. A diferença entre uma
missão e uma ambição é que a missão diz respeito
ao impacto que causamos em pessoas, além
de nós mesmos. Quando temos uma missão,
é menos importante o que fazemos do que o
porquê fazemos. Isso significa que, mesmo que
a profissão que desempenhamos seja alterada
ou deixe de existir, nós ainda podemos encontrar
realização em outras atividades, desde que elas
nos ajudem a cumprir a mesma missão.
Encontrar a nossa missão pode não ser tão

simples, especialmente para os mais jovens. Mas
não é um problema que façamos alterações
na forma como a definimos ao longo da vida,
conforme expandimos nosso conhecimento sobre
as possibilidades e as necessidades do mundo. Uma
estratégia para descobrirmos qual é a nossa missão
pessoal é analisar os seguintes aspectos:
● Pessoas: quais são as pessoas ou causas que eu
gostaria de servir?
● Desafios: dentre os desafios enfrentados pelas

pessoas, com qual eu me importo o suficiente
para dedicar a minha vida ?
● Talentos: Através de um processo de
autoconhecimento, podemos identificar quais
talentos e habilidades possuímos ou podemos
desenvolver para oferecer ao mundo.
A nossa missão é, então, uma combinação de quais
desafios queremos enfrentar, impactando quais pessoas,
e de como desenvolvemos nossos talentos para isso.
Guia das profissões
O site Guia das profissões apresenta uma

variedade de profissões, com suas respectivas atuações
e demais características, como remuneração.

(Acesso em: 27/08/2020).
https://epocanegocios.globo.com/colunas/noticia/2019/06/o-futuro-
das-profissoes.html. Acesso em 15/09/2020.

PROJETO DE VIDA
3º ANO
AULA 2
TÍTULO: O BOM PROFISSIONAL
O que faremos hoje?
Bloco 2 Convivência e participação

Competências capacidade para lidar com elas.
gerais da BNCC 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
solidários.

Habilidades de
Projeto de Vida Sistematizar interesses, identificar habilidades, conhecimentos
abrindo caminho sólido à elaboração escalonada de metas e
estratégias viáveis.
Objetos de
Profissionalismo
conhecimento
Recursos tecnológicos e internet para reproduzir o trecho do filme

“O golpe do destino”.
Materiais
Saco plástico com as palavras da atividade 2 impressas em tiras
para sorteio.

Quando se imagina um bom profissional,
independentemente da sua área de atuação, quais
características vêm à mente? Qualidades como ser
respeitoso, responsável, proativo, saber trabalhar em
equipe e saber dialogar são frequentemente listadas.
Nota-se que a seleção de atributos enumera mais
características relacionadas a atitudes e ao caráter
do que em relação ao conhecimento técnico. Isso
significa que saber fazer não garante o título de bom
profissional, também é preciso saber ser. Em outras
palavras, espera-se que a formação profissional
promova tanto as habilidades técnicas quanto
as comportamentais, que, usualmente, têm sido
apresentadas como características opostas, mas, na
verdade, são indissociáveis.
As habilidades técnicas estão

relacionadas ao campo do
conhecimento técnico e científico e
são adquiridas por meio de estudos
e práticas.
Elas ainda seguem determinando grande
parte da estrutura dos currículos escolares, por
exemplo, referem-se aos conhecimentos de
matemática, português, de línguas estrangeiras, de
informática ou à capacidade de escrita. Todavia,
isso vem se modificando, visto que o mercado de
trabalho tem exigido cada vez mais as habilidades
comportamentais.

As habilidades comportamentais
referem-se às aptidões
socioemocionais do indivíduo e têm
relação com a maneira com que ele
atua no mundo.
O investimento no aprendizado das habilidades
comportamentais não serve somente para se
conseguir um bom emprego, elas oferecem
ferramentas para que ocorra a formação moral do
indivíduo, ou seja, a formação de seres humanos
mais justos e solidários, preocupados com a
construção de um mundo melhor. São exemplos
de habilidades comportamentais: habilidades de
comunicação, resolução de conflitos, pensamento
crítico, tomada de decisão, empatia, ética, liderança,
motivação, trabalho em equipe, entre outras.
Para concluir, é importante compreender

que deve haver um equilíbrio entre as habilidades
técnicas e as comportamentais, pois ambas são úteis
para o florescimento humano.
Como é que se faz?
Organizando a aula
É preciso preparar-se previamente para a
atividade 2. Imprima a tabela e recorte as palavras.
Leve um saco plástico onde poderá guardar as
palavras para sorteá-las. Agende com antecedência
o uso de uma sala de aula com computador,
retroprojetor, caixa de som e internet.
Leia a questão disparadora e faça uma chuva

de ideias de todas as características que eles
citarem, relacionadas a um bom profissional.
Registre-as na lousa.
Atividade 1
Leia a questão coletivamente e, em seguida,
projete o trecho do filme “O golpe do destino”,
disponível no link externo. Dê alguns minutos para
eles responderem às questões individualmente.
A cena ilustra uma consulta médica. O paciente

Jack Mackee agendou uma consulta com a
otorrinolaringologista mais renomada da cidade em
busca de um diagnóstico para seus sintomas, e ela
rapidamente identificou sua doença.
Gabarito sugerido:
● Espera-se que os estudantes concluam
que a médica não é uma boa profissional,
pois faltaram habilidades comportamentais
importantes para um atendimento humanizado,
como pontualidade, atenção, empatia, escuta
e comunicação respeitosa. É importante
destacar que mesmo que a doutora tenha
demonstrado competência técnica, isso não a
exime das habilidades comportamentais. Um

bom profissional é aquele que sabe equilibrar
habilidades técnicas e comportamentais.
● Podem listar características como: empatia,
respeito, responsabilidade, saber dialogar, saber
escutar, pontualidade, humildade, paciência,
veracidade, privacidade, perseverança, entre
outras.
● Resposta pessoal. Sabe-se que ainda é
um desafio encontrar profissionais que
saibam equilibrar habilidades técnicas e
comportamentais no mercado de trabalho,
uma vez que as universidades tradicionalmente
investem mais na formação científica. No
entanto, esse contexto vem mudando após
as recomendações das Diretrizes Curriculares
Nacionais (DCN), que evidenciam a importância
das habilidades comportamentais para os cursos
da área da saúde, sobretudo da medicina.
Atividade 2
Leia coletivamente o enunciado da atividade
e organize os estudantes em grupos de até 6
participantes. Dê alguns minutos para eles listarem
cinco habilidades da tabela para cada profissional.
Oriente-os a já discutirem previamente uma possível
hierarquia entre as características escolhidas.
Inicie o leilão esclarecendo que todos os grupos

têm a mesma quantidade de dinheiro e que para
o contrato de cada profissional eles terão 1000
unidades. Peça para que cada grupo escolha um
porta-voz, para que somente esse representante dê
os lances. Tire uma palavra por vez do saco e deixe
que deem os lances. O porta-voz deve consultar
o grupo antes de anunciar a quantia a ser ofertada
por determinada característica. O dinheiro total
deve ser suficiente para comprar, no mínimo, duas
habilidades, portanto, eles devem se planejar.
Você pode simular alguns detalhes do leilão,

como instigá-los a dar novos lances com a famosa
frase “quem dá mais?” ou encerrando o lance

dizendo “dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três,
vendido!”.
Para cada funcionário, leiloe todas as palavras.

Pode ser que algumas habilidades não recebam
nenhum lance, mas alerte os estudantes que eles
não poderão voltar e oferecer dinheiro pelas palavras
já sorteadas. Portanto, devem pensar em estratégias
para dar os lances, a fim de que terminem com duas
características por funcionário.
Como sugestão, para auxiliá-lo na discussão

final, pode-se desenhar na lousa uma coluna para
cada profissional e ir escrevendo as habilidades
leiloadas para cada um deles, seguidas do valor.
Assim, ficará visível quais características receberão os
maiores lances.
Encerrado o leilão, abra para a discussão.

Estimule-os a comentar se estão satisfeitos com
as habilidades que compraram e se elas estavam
na lista prévia que eles haviam feito antes do leilão.
Peça para aqueles que gastaram muito dinheiro em
alguma habilidade justificar o porquê; igualmente
para aqueles que gastaram menos. Reflita se as
habilidades mais disputadas eram de caráter técnico
ou comportamental.
Atividade 3
Para a elaboração do currículo, possibilite
aos estudantes o acesso a dispositivos digitais
(computador, notebook ou tablet) para o uso de
programas de edição de texto, a fim de delinearem
o documento via digital e enviá-lo aos seus
respectivos e-mails, caso precisem ter acesso.
Oriente-os a escrevê-lo de maneira completa, com
ênfase nas habilidades técnicas e comportamentais.
Fique à disposição em caso de dúvidas no
preenchimento dos dados. Eles podem buscar
modelos de currículos na internet.

Ao final, solicite que alguns compartilhem suas
habilidades listadas em seu currículo. Cuide para
que o ambiente seja seguro e respeitoso para que
eles possam se sentir confortáveis em compartilhar
suas informações.

socioemocional?
A ideia da nossa personalidade ser um traço

imutável fez parte do senso comum por muito
tempo. As narrativas mais populares da nossa
cultura sempre reforçaram essa ideia, apresentando
protagonistas e antagonistas como representações
apenas do bem ou do mal, respectivamente. Mas
sabemos que os seres humanos são bem mais
complexos. Além disso, podemos e precisamos nos
melhorar constantemente.
Para isso, é necessário apresentarmos

flexibilidade e disposição para aprender quando
não alcançamos os resultados que desejamos.
Cada vez mais, habilidades não cognitivas são
reconhecidas como um importante componente da
formação profissional. E, para nos desenvolvermos
continuamente, precisaremos lidar com o
ressentimento ao longo da vida.

RESSENTIMENTO
Quando acreditamos que merecemos algo mas

não o recebemos, ou quando assistimos alguém
receber algo de que achamos que ele ou ela não
era merecedor, podemos sentir ressentimento.
Se adotamos uma postura de ressentimento
perante a vida, de forma geral, acreditando que
não recebemos a atenção, a remuneração ou o
poder que acreditamos merecer, corremos o risco
de desenvolver um certo cinismo. Uma atitude
como essa poderá resultar em resistência a aceitar
críticas ou a alterar nosso comportamento.
Embora nos sintamos ressentidos em relação

a alguém, guardar mágoa só prejudica a própria
pessoa que a está cultivando. Por isso, é importante
desenvolver uma estratégia que podemos exercitar
ao longo da vida quando nos deparamos com este
sentimento.
Em primeiro lugar, precisamos reconhecer

e acolher o que estamos sentindo. Como o
ressentimento é algo negativo, nossa reação pode
ser a de negá-lo ou de tentar reprimi-lo. Porém, isso
só o torna mais poderoso. Em seguida, podemos
identificar a situação que causou o ressentimento e
o motivo pelo qual ela nos fez sentir assim. Verbalizar
o que aconteceu, mesmo que para nós mesmos,
ajuda-nos a entender as nossas emoções e a ver a
situação com mais clareza.
Por fim, podemos compreender o que está ao

nosso alcance para fazer com que essa situação se
aproxime da que consideramos justa. Por exemplo,
podemos nos esforçar mais, mudar de estratégia,
buscar ajuda para receber feedback e exercitar as
habilidades de que precisamos, etc.

Resenha do livro INTELIGÊNCIA EMOCIONAL.
400 páginas em 10 minutos. DANIEL GOLEMAN.
Esse vídeo apresenta, de maneira didática, o

resumo do livro Inteligência Emocional de Daniel
Goleman, um dos autores referência nesse assunto.
ESPINOZA, Marco; BARZOLA, Doris Gallegos. Habilidades
blandas en la educación y la empresa: Mapeo Sistemático.
Revista Científica Uisrael, v.7, n.1, 2020. Acesso em 21 ago
2020. Disponível em: < https://revista.uisrael.edu.ec/index.
php?journal=rcui&page=article&op=view&path%5B%5D=245 >
SOLÉ BLANCH, Jordi. El cambio educativo ante la innovación
tecnológica, la pedagogía de las competencias y el discurso de la
educación emocional: una mirada crítica. Teoría de la educación
Revista Interuniversitaria, v.32, n.1, 2020. Acesso em 21 ago 2020.
Disponível em: < https://revistas.usal.es/index.php/1130-3743/article/
view/teri.20945/21291>.

PROJETO DE VIDA
3º ANO
AULA 3
TÍTULO: COMPETÊNCIAS PARA O SÉCULO XXI
O que faremos hoje?

possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho
e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu
responsabilidade.
gerais da BNCC 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
qualquer natureza.
solidários.

Habilidades de Sistematizar interesses, identificar habilidades, conhecimentos e
Projeto de Vida oportunidades que correspondem às aspirações profissionais.
Refletir e avaliar as implicações éticas e sociais das profissões,
Objetos de
Competências para o século XXI e mercado de trabalho.
conhecimento
Ficha de atividades (Aula 3 - Competências para o século XXI)

Materiais
dicionário ou acesso à internet (opcional).

O Conselho de Pesquisa Nacional, uma
organização dos Estados Unidos que faz pesquisas
sobre diversos temas sociais a fim de levantar dados
que inspirem políticas públicas, fez um estudo
com educadores, psicólogos e economistas para
entender quais são as competências que devem
ser desenvolvidas para que os estudantes estejam
mais aptos a atuar em um mundo de constantes
transformações. Os resultados desse estudo foram
publicados em um guia chamado “Educação para a
vida e para o trabalho: desenvolvendo transferência
de conhecimento e habilidades do século 21”.
Para os autores, “transferência de

conhecimento” significa que não basta que os
estudantes aprendam os conceitos, eles precisam
aplicá-los a situações novas e ensinar outras
pessoas. Essas competências foram divididas em três
dimensões: a cognitiva, que envolve o pensamento
crítico e estratégico e está mais associado ao
aprendizado tradicional; a intrapessoal, relacionada
com a capacidade de lidar com as emoções e
regular as próprias condutas; e a interpessoal, que
se refere ao relacionamento com as outras pessoas,

capacidade de expressar ideias e se comunicar. É
importante destacar que essas dimensões são fluidas,
ou seja, às vezes uma competência mobiliza mais
de uma dimensão, como pode ser visto no esquema
abaixo, onde constam as principais competências
para o século XXI.
Arte disponível em link externo.
Como é que se faz?
Organizando a aula
Inicie a aula solicitando que os estudantes
formem grupos de 6 participantes. Depois, entregue-
lhes a Ficha de Atividades dessa aula (Competências
para o século XXI).
Solicite que os estudantes leiam o texto inicial
da ficha para compreender o que e quais são as

competências para o século XXI. Explique a diferença
entre cada uma das dimensões que agrupam as
competências. Depois, peça para que sigam o
comando de grifar as competências que acreditam
que têm mais desenvolvidas e circular aquelas que
eles ainda precisam desenvolver. Caso haja dúvidas
em relação ao significado dessas competências,
disponibilize dicionários para que realizem uma
consulta ou permita que acessem a internet para
fazer uma pesquisa rápida. Você também pode
conversar com eles sobre as competências, dando
exemplos de como elas se manifestam nas atitudes
das pessoas, por exemplo: alguém que tem iniciativa
não precisa que os outros peçam para que resolva
um problema, pois, ao detectá-lo, ela assume a
responsabilidade de encontrar uma solução para ele.
Por fim, leia a pergunta: “Qual é a importância

de desenvolver essas competências?”. Faça uma
chuva de ideias, anotando as contribuições dos
estudantes na lousa. Incentive-os até que sejam
mencionadas as que ultrapassam a esfera pessoal
(exemplos: “porque ajuda a conseguir um emprego”,
“porque poderei evoluir na minha profissão” etc.)
e atingem a esfera social (“porque poderei orientar
melhor as pessoas com as quais trabalho”, “porque
terei condições de encontrar soluções para
problemas que afetam muitas pessoas” etc.)
Atividade 1
Esta é uma tarefa que tem o objetivo de
introduzir alguns conteúdos que serão usados na
atividade 2. Solicite que os estudantes leiam o texto
que explica a importância da divisão de tarefas na
vida pessoal e na vida empresarial. Depois, peça
para que leiam as diferentes funções assumidas por
cada um dos principais setores de uma empresa. Ao
terminarem a leitura, devem realizar o exercício de
reflexão sobre em qual dessas áreas eles gostariam

de trabalhar e identificar quais competências para o
século XXI estão mais relacionadas a ela.
Atividade 2
Esta atividade é uma simulação do exercício
profissional em uma empresa com o uso ativo de
algumas competências para o século XXI. Cada
grupo deverá escolher quem será o gerente de
cada uma das áreas da empresa listadas na ficha. É
importante que todos os estudantes sejam gerentes
de alguma área. Oriente-os a fazer essa escolha,
considerando as características que reconhecem uns
nos outros, embora não seja necessário ter um perfil
totalmente compatível.
A atividade ocorrerá em 5 rodadas. Em cada

uma, os grupos irão representar um dos setores
da empresa, serão liderados pelo gerente do setor
e deverão resolver um desafio em especial. Todos
os desafios são sobre o caso de uma empresa
fictícia, fabricante de chocolates. Espera-se que os
estudantes utilizem as competências para o século
XXI que foram requisitadas para cada desafio. O
gerente deverá exercitar a competência da liderança.
Caso eles tenham dificuldades para compreender
o que cada competência significa, peça para que
consultem seu significado no dicionário ou façam
uma pesquisa rápida na internet. Os grupos deverão
registrar as respostas que elaboraram para cada um
dos desafios e, ao final da atividade, compartilhá-las
com os colegas da turma.
Não existem respostas certas ou erradas , mas

é importante que eles possam identificar que estão
praticando ou tendo dificuldades para praticar a
competência correspondente a cada um deles. No
momento de socialização das respostas, estimule-
os a compartilhar também o que sentiram ao
representar esses papéis e se acreditam que tiveram
um bom desempenho na tarefa.

Atividade 3
Solicite que os estudantes leiam as questões
da atividade 3 e registrem suas respostas na ficha.
Elas não (são?) um convite à sistematização dessa
aula, e, portanto, favorecem a reflexão sobre quais
competências eles tiveram mais dificuldade para
praticar e, portanto, precisam desenvolver, e quais
desempenharam com maior facilidade. Depois,
deverão relacionar essas descobertas sobre si
mesmos com as carreiras profissionais que gostariam
de exercer.
<a href=’https://br.freepik.com/fotos/pessoas’>Pessoas foto criado

por wayhomestudio - br.freepik.com</a>

socioemocional?
Decidir quais habilidades precisamos ou

queremos desenvolver requer um certo nível de
definição sobre o que queremos alcançar. Para os
adolescentes, ainda com pouca experiência de vida,
esses objetivos normalmente nascem do contato
e da observação de pessoas que eles admiram. Por
isso, estabelecer esse tipo de relação nessa faixa
etária é muito importante.

ADMIRAÇÃO
Quando admiramos alguém, estamos

reconhecendo a representação dos valores que
consideramos importantes. Ter acesso a um
conjunto de pessoas que admiramos nos ajuda a
criar referências sobre como podemos nos tornar
melhores. Essa admiração pode acontecer dentro
de uma interação real, como com os nossos pais,
professores e amigos; ou através de histórias das
quais tomamos conhecimento, seja envolvendo
pessoas famosas ou personagens fictícios.
Dependendo da realidade do estudante,

encontrar bons modelos para admirar nem sempre
será fácil. Identificação também é um fator muito
importante para que isto aconteça. Por mais que
admiremos pessoas ou personagens com quem
pouco nos identificamos, dificilmente vamos
acreditar que eles podem nos servir de modelos se
temos pouco em comum com sua trajetória.
Muitos movimentos, atualmente, buscam

oferecer acesso a mais histórias de mulheres bem-
sucedidas nas ciências, por exemplo. Há também
bastante pressão do público para que personagens
negros sejam mostrados em papéis mais positivos,
em oposição ao que infelizmente observamos
historicamente.
Como educadores, podemos ficar atentos às

figuras que nossos estudantes admiram. Eles nos
indicam quais trajetórias estão propensos a tentar
imitar. Em certas ocasiões, pode ser importante
oferecer mais exemplos positivos. Para serem
ainda mais efetivos, além de terem características
em comum com os jovens, esses modelos podem
ser provenientes da mesma realidade deles - por
exemplo, pessoas que frequentaram a mesma escola
ou vieram da mesma comunidade.

Reinventar a educação para enfrentar o futuro
Neste vídeo, Tony Wagner, diretor do

Laboratório de Inovação da Universidade de Harvard,
nos Estados Unidos, explora, de maneira simples,
quais são as competências fundamentais que devem
orientar os educadores para formar os estudantes
para o século XXI.

(Acesso em 27/08/2020).
https://porvir.org/conheca-competencias-para-seculo-21/ Acesso
em 27/08/2020

PROJETO DE VIDA
3º ANO
AULA 4
TÍTULO: ÉTICA PROFISSIONAL
O que faremos hoje?

Competências projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
gerais da BNCC responsabilidade.
solidários.

abrindo caminho sólido à elaboração escalonada de metas e
Habilidades de estratégias viáveis.
Projeto de Vida Refletir e avaliar as implicações éticas e sociais das profissões,

Objetos de
Ética profissional
conhecimento
Materiais Computador, projetor, caixa de som e internet.
Ética profissional é um conjunto de

valores e de normas adotados em
ambiente de trabalho para contribuir
para um clima organizacional
harmonioso e sadio.
Existe um código de ética específico para
cada profissão, com o objetivo de estabelecer os
direitos, as responsabilidades e os deveres, bem
como determinar o que é proibido fazer. Em linhas
gerais, são condições básicas para manter a postura
ética no trabalho: ser respeitoso, ser honesto, saber
manter o sigilo profissional, ser competente para a
área que exerce, ser prudente e humilde.
Nota-se que os valores esperados para a esfera

profissional não diferem daqueles desejados para a
formação do ser humano. Dessa maneira, uma pessoa
ética necessariamente é um profissional ético, porém
o contrário nem sempre é verdadeiro, pois o indivíduo
pode obedecer ao código de ética profissional, mas,
fora do ambiente de trabalho, não exercer a mesma
postura. É preciso manter a coerência entre seus
valores e condutas nos diversos âmbitos da vida.

Como é que se faz?
Organizando a aula
Agende com antecedência o uso do projetor e
das caixas de som para a atividade 3.
Apresente as competências e habilidades e as

atividades da aula.
Inicie a aula perguntando aos estudantes se
já ouviram falar em código de ética profissional e
para que ele serve. Depois, construa uma nuvem
de ideias com as palavras que eles relacionarem
à ética profissional. Escreva-a na lousa e deixe-a
exposta até o final da aula, pois a retomarão em um
próximo momento para completá-la. Instigue-os,
perguntando qual é o conceito de ética, a relação
da ética com as profissões, quais posturas éticas são
esperadas para o ambiente de trabalho e o que é
considerado antiético. Não é preciso esgotar o tema,
pois ele será trabalhado nas atividades dessa aula.
Atividade 1
Dê alguns minutos para os estudantes
responderem às questões individualmente.
Em seguida, organize-os em grupos de até 6

pessoas e peça para que discutam suas respostas
até formarem um consenso entre eles. Oriente-os
a escrever a resposta do grupo. Para encerrar, abra
para a discussão com a turma.
Segue o gabarito para auxiliá-lo:

Caso 1: Em todas as hipóteses, espera-se

que Daiana não decida chegar atrasada.
É importante prezar pela pontualidade
e honestidade no ambiente de trabalho,
independentemente de estar sendo observada/
controlada ou da relação que se tem com o
chefe.
Caso 2: Espera-se que Carlos não quebre o sigilo
profissional atendendo ao pedido da sua irmã.
O prontuário é um documento que contém
informações extremamentes sigilosas e só
podem ter acesso a esses dados os profissionais
de saúde e o próprio usuário de saúde. Carlos
é agente comunitário e, como profissional
da saúde, tem acesso aos prontuários. O
que está proibido é o compartilhamento das
informações com terceiros, visando garantir a
privacidade do paciente.
Caso 3: Ana não deve disponibilizar o medicamento
sem a prescrição médica, pois não está entre
as competências da sua função. Realizar ações
que não estão entre as competências do
profissional caracteriza-se como imperícia e é
passível de punição no âmbito civil e criminal, a
depender da gravidade do caso.
Atividade 2
Oriente os estudantes a continuarem com os
mesmos grupos da atividade anterior. Faça a leitura
coletiva do enunciado e distribua aleatoriamente
as empresas para as quais eles terão que criar as
posturas éticas recomendadas.
Empresa 1: ateliê de pintura em tela. Além de
oferecem cursos, também têm um ambiente
para exposição e venda das obras de arte.
Nessa empresa, convivem vários professores de
artes, funcionários de serviços gerais, auxiliares
administrativos e seguranças.
Empresa 2: cooperativa de reciclagem. Composta
basicamente por catadores de resíduos sólidos.
Empresa 3: multinacional automobilística. Uma
grande empresa com uma variedade de

cargos e funções, como diretor executivo,
administradores, engenheiros, funcionários da
linha de produção, entre outros.
Empresa 4: hospital público. Composto
majoritariamente por profissionais da saúde,
porém também fazem parte do seu quadro de
funcionários porteiros, maqueiros, profissionais
de tecnologia da informação, administradores,
cozinheiros, entre outros.
Empresa 5: rede de hotéis. Profissionais de hotelaria,
serviços gerais, cozinheiros, mensageiros,
manobrista, entre outros.
Empresa 6: escola de idiomas. Professores,
recepcionista, bibliotecário, porteiro, segurança,
entre outros.
Empresa 7: sede de uma rádio local. Jornalistas,
publicitários, cantores, radialistas,
comentaristas, recepcionista, entre outros.
O objetivo da atividade é construir uma lista com
as principais posturas éticas esperadas/desejadas
para cada empresa. Cite alguns profissionais de cada
empresa para eles considerarem a diversidade de
funções ao elaborarem uma lista comum a todos eles.
Finalizado o trabalho, em pequenos grupos,

abra a discussão para a turma. Peça para cada equipe
apresentar sua lista e estimule-as a refletir sobre as
semelhanças e as diferenças entre as posturas éticas
esperadas para as diferentes empresas.
Destaque a presença de uma base ética

comum a todas as profissões, com posturas como:
honestidade, competência, sigilo, prudência,
pontualidade, respeito, comunicação respeitosa,
cordialidade, honestidade, humildade, empatia,
colaboração, veracidade, transparência, entre outras
que possam surgir com a discussão.
Como reflexão final, pergunte qual a diferença

entre as posturas éticas relacionadas ao ambiente
de trabalho e aquelas que devemos ter no dia a
dia. Espera-se que percebam que as condutas

adotadas por um indivíduo devem ser as mesmas,
independentemente do ambiente onde está, fazendo
com ele seja coerente nas diversas situações da vida.
Atividade 3
Leia coletivamente a atividade antes de projetar

o trecho do filme “O diabo veste Prada”. Pergunte se
já assistiram a esse filme e, em caso afirmativo, peça
para alguém fazer um breve resumo da história. Em
seguida, projete a cena e dê alguns minutos para eles
responderem às questões.
Trecho do filme “O diabo veste Prada” disponível

em link externo.
Gabarito sugerido:
● A cena demonstra que os funcionários da
Miranda têm medo dela, pois os mostra
organizando a sala e os materiais antes dela
chegar, trocando os sapatos, se maquiando,
servindo água, cedendo o elevador para ela
subir sozinha e jogando fora os alimentos que
estavam comendo. O medo está presente nas
situações de assédio moral.
● São situações de assédio moral no trabalho:

x Suas decisões são contestadas a todo o momento.
x Sempre sobrecarregar o funcionário com novas tarefas.
Periodicamente realizar críticas e avaliações sobre sua função – faz parte

do processo de trabalho receber críticas e avaliações, desde que feitas com
respeito, não se caracterizam como assédio moral.
Exigir que o trabalho seja cumprido com eficiência – também faz parte do
ambiente de trabalho cumprir metas e ser eficiente; é importante destacar que
a maneira como se realizam tais exigências determina se entrará para o caso de
assédio moral.
x Gritar ou falar de forma desrespeitosa.
Más condições de trabalho – não se caracteriza como assédio moral.
x Não levar em conta seus problemas de saúde.
x Desconsiderar ou ironizar, injustificadamente, suas opiniões.
x Retirar cargos e funções sem motivo justo.
Uso de ponto eletrônico para controle de presença e pontualidade - não se

caracteriza como assédio moral.
x Delegar tarefas impossíveis de serem cumpridas ou determinar prazos

incompatíveis para finalização de um trabalho.
x Vigilância excessiva;
x Limitar o número de vezes que o colaborador vai ao banheiro.
• Segundo a cartilha sobre assédio moral, do

Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do
Conselho Superior da Justiça do Trabalho
(CSJT),
“assédio moral é a exposição de

pessoas a situações humilhantes
e constrangedoras no ambiente
de trabalho, de forma repetitiva e
prolongada. [...] É qualquer conduta
abusiva, manifestando-se por
comportamentos, palavras, atos,
gestos ou escritos que possam trazer
danos à personalidade, à dignidade
ou à integridade física e psíquica de
uma pessoa, pondo em perigo o seu
emprego ou degradando o ambiente
de trabalho”.

Circunstâncias isoladas de humilhações não se
caracterizam como assédio.
Solicite que cada estudante diga uma palavra
que represente o aprendizado do dia. Coloque as
palavras novas na nuvem de ideias do início da aula.

socioemocional?
O exercício de cada profissão normalmente

estabelece uma série própria de definições de ética
profissional. Em alguns casos, elas fazem, inclusive,
parte da formação do profissional, como na
medicina, no direito e na psicologia. Mas o que nos
impele a segui-las em todos os casos, mesmo que
em detrimento de interesses pessoais?
Ser fiel aos nossos valores e ao que

enxergamos como o certo a se fazer é uma forma
de construirmos uma vida plena e com significado.
Mas, para além disso, também é uma forma de
construirmos uma boa reputação e de atrair boas
oportunidades. E, para construir uma reputação
positiva, precisamos apresentar integridade.
INTEGRIDADE
Integridade é uma qualidade que demonstramos

quando apresentamos fortes valores morais, os
quais seguimos em qualquer situação. Apresentar
honestidade e confiança é essencial para que
sejamos íntegros. As origens da palavra se referem
ao conceito de inteiro, completo; ou seja, pessoas
íntegras são consistentes e não adaptam seus
princípios a cada situação.
Pessoas que apresentam integridade conseguem

construir, a longo prazo, relações de confiança. Isso
traz vantagens para as suas relações profissionais
e pessoais. Como vivemos em uma época em que
as câmeras de vídeo são ubíquas e as redes sociais
têm uma grande influência sobre as informações
que consumimos, seguir a nossa cartilha moral,
independentemente de quem está nos assistindo,
faz-se ainda mais importante. A nossa reputação é,
e ficará cada vez mais, facilmente verificável com
recursos digitais.
Para apresentarmos integridade, é importante

valorizarmos a honestidade e a transparência em
tudo o que fazemos. Também é um componente
importante a Mentalidade de Crescimento, que foi
discutida em outras aulas: se sentirmos vergonha
dos nossos erros, tendemos a tentar escondê-los, o
que pode levar à desonestidade e à corrupção. Se,
por outro lado, os encaramos como parte natural
do processo de aprendizagem, nos sentimos mais
seguros para exercitar a transparência.
Para promover a integridade na formação dos

nossos alunos, então, é relevante estabelecer um
ambiente com transparência e regras claras e justas.
Dessa forma, demonstramos também consistência
e criamos confiança para que os estudantes possam
fazer o mesmo.
A dor (in)visível - Assédio Moral no Trabalho
Este documentário sobre assédio moral no

ambiente de trabalho apresenta entrevistas com
vítimas desta conduta e especialistas no assunto,
para que possamos compreender com maior clareza
como ele ocorre no cotidiano da vida profissional.
OLIVEIRA, Antônio Roberto. Ética profissional. Belém: IFPA; Santa
Maria: UFSM, 2012. Acesso em 24 ago 2020. Disponível em: <http://
estudio01.proj.ufsm.br/cadernos/ifpa/tecnico_metalurgica/etica_
profissional.pdf>
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Cartilha de prevenção ao
assédio moral. 2019. Acesso em 24 ago 2020. Disponível em: <https://
www.tst.jus.br/documents/10157/55951/Cartilha+ass%C3%A9dio+mo
ral/573490e3-a2dd-a598-d2a7-6d492e4b2457>

PROJETO DE VIDA
GUIA DO EDUCADOR 3º ANO
TEMA: PROFISSIONALISMO TEMA 2
TÍTULO: VISÃO DE MUNDO AULA 5
E O EXERCÍCIO PROFISSIONAL
O que faremos hoje?
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos

sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e
explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
Competências 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais
gerais da BNCC e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhes
responsabilidade.

Habilidades de e oportunidades que correspondem às aspirações profissionais,
Projeto de Vida abrindo caminho sólido à elaboração escalonada de metas e

Objetos de
Visão de mundo e exercício profissional
conhecimento
Ficha de atividades da aula 5 - Visão de mundo e exercício

Materiais
profissional.

Visão de mundo é um conceito utilizado
para se referir a um sistema de crenças, valores e
ideologia de uma pessoa. Ela a constrói a partir da
assimilação das crenças, valores e ideologias com as
quais ela tem contato em seu processo formativo.
A visão de mundo exerce influência

sobre a forma como se percebe,
interpreta, sente e age sobre os
fenômenos físicos, sociais e sobre si
mesma
SANTOS, 2009
É muito comum que seja semelhante à daquelas

pessoas com as quais mais se convive e da cultura
na qual se cresce. Porém, o conhecimento de
diferentes visões de mundo, cada vez mais possível
em uma sociedade globalizada e digital, permite às
pessoas formarem olhares que não necessariamente
reproduzem aqueles que foram transmitidos por
seus familiares e por sua cultura de origem. Assim,
o contato com a cultura, os costumes e valores de
diferentes lugares, instituições e pessoas, pode ampliar
nosso repertório e apontar outros caminhos possíveis
para interpretar e agir sobre o mundo. Possibilita-nos,
desta forma, construir a nossa própria visão de mundo
com autonomia e autenticidade (SANTOS, 2009).

Como é que se faz?
Organizando a aula
Apresente o tema e as habilidades previstas para
esta aula.
Inicie a aula perguntando aos estudantes o que
eles entendem por visão de mundo. Reserve alguns
minutos para que eles reflitam sobre as questões
introdutórias da ficha de atividades e exponham suas
respostas. Incentive-os a formular hipóteses e exibir
suas concepções, sem apresentar o conceito de
visão de mundo. Depois, leiam com os estudantes
o discurso do líder indígena Chefe Seattle, que
expressa sua visão de mundo sobre o território
que ele e seu povo ocupavam no século XIX. Tal
documento foi a resposta dada por ele à proposta do
então presidente dos Estados Unidos, para comprar
suas terras. Após a leitura, questione quais são as
diferenças entre a visão de mundo da tribo indígena
Duwamish e do presidente dos Estados Unidos?
Atividade 1
Para aprofundar o aprendizado, leia com os
estudantes a definição de visão de mundo e dos
conceitos a ela relacionados. Depois, peça para eles
responderem às perguntas referentes à atividade. A
seguir, apresentamos uma possibilidade de gabarito.
a) Resposta pessoal. Espera-se que o estudante
verifique se compartilha de alguma forma da
visão de mundo dos indígenas Duwamish, que

considera a natureza como uma entidade que
possui valor intrínseco, com a qual suas vidas,
seu sustento e sua cultura estão intimamente
conectados, devendo ser respeitada e cuidada.
b) Respostas pessoais.
Atividade 2
Nesta atividade, os estudantes deverão ler
algumas afirmações que representam visões de
mundo opostas sobre alguns temas de relevância
social e se posicionar se concordam mais com uma
ou com outra . Antes de iniciarem o preenchimento
dos pares de afirmações, comente que são apenas
algumas concepções entre outras possíveis, e que
estão formuladas de modo simplificado, apenas
para auxiliá-los a reconhecer seus posicionamentos
(e, logo, sua visão de mundo) acerca desses temas.
Depois, eles deverão escrever um pequeno texto que
sistematize a visão de mundo deles. Ressalte que
para a escrita do texto o estudante poderá considerar
outros valores, crenças e concepções, além daquelas
abordadas na questão anterior.
Atividade 3
Nesta atividade, os estudantes deverão
entrevistar um profissional para compreender como
sua profissão impactou sua visão de mundo em
termos mais gerais. Em outras palavras, o objetivo da
atividade é que eles compreendam o que a carreira
profissional pode ensinar sobre a vida e o mundo em
termos mais amplos. Reserve alguns minutos para
que cada estudante registre o tipo de profissional
que deseja entrevistar e para que pense em possíveis
perguntas a serem feitas. Em seguida, forme trios
ou quartetos para a elaboração das perguntas da
entrevista. Embora o questionário seja formulado
coletivamente, recomenda-se que cada jovem e
realize a entrevista com o profissional escolhido por
ele. Informe que pode ser feita remotamente, pois
isso poderá facilitar sua logística e aplicabilidade. É

possível destinar uma aula para que os estudantes
realizem as entrevistas com moradores e
trabalhadores da comunidade.
Atividade 4
Para sistematizar o aprendizado sobre o tema
da visão de mundo e sua relação com o exercício
profissional, solicite que os estudantes escrevam um
parágrafo com suas principais reflexões.

socioemocional?
Uma metáfora relativamente bem difundida

na cultura popular deixa o conceito da visão de
mundo explícito: a dos cegos com o elefante.
Nesta história, cada cego tem contato com apenas
uma parte do animal, e por isso tiram conclusões
diferentes a respeito de qual criatura é aquela.
Analogamente, as nossas visões de mundo são
bastante influenciadas pelas experiências específicas
a que temos acesso - como se pudéssemos
conhecer apenas um pedaço do elefante.

Por isso mesmo, nossa visão pode ser limitada.
Logo, é importante compreendermos que as outras
pessoas têm vivências diferentes das nossas. E quanto
mais nos abrimos para compreender outras visões,
mais ampliamos a nossa compreensão do todo. Para
fazer esse exercício, podemos contar com as sinergias.
SINERGIA
Quando duas ou mais pessoas ou entidades

colaboram e o resultado é melhor do que a soma
das partes separadas, dizemos que ocorreu uma
sinergia. Isso se dá geralmente porque cada uma
das partes tem contribuições complementares
para oferecer. Para que a sinergia ocorra, é
essencial que a comunicação e a transferência de
informações e recursos em geral esteja facilitada.
Para possibilitar o aproveitamento de sinergias,

são necessários dois fatores: a abertura para o novo,
no nível pessoal; e o contato com a diversidade, no
nível estrutural.
Para ajudarmos os estudantes a estarem abertos

para novas concepções, podemos propor um exercício
de observação: apresentamos diversos objetos e
cada um escreve a descrição do que vê, baseada em
suas percepções. Em seguida, ao compartilhar com
a turma, vão se dar conta de que um mesmo objeto
concreto pode ser visto de várias formas. Uma postura
de resistência comum é a de questionar se a visão do
outro não está “incorreta”, já que, do seu ponto de
vista, apenas a sua parece corresponder à “realidade”.
Podemos, então, levantar a discussão proposta pelo
filósofo George Berkeley: “se uma árvore cai na floresta
mas não há ninguém por perto, ela faz barulho?”; ou
seja, ele questionava se a existência de qualquer coisa
no que chamamos de “realidade” não seria apenas uma
questão da construção da nossa percepção individual,
e portanto, sempre subjetiva. Em conclusão: o que
estamos vendo corresponde à realidade ou à nossa
interpretação dela?

Por fim, para promover sinergias
estruturalmente, é necessário possibilitar que a
comunicação e as trocas fluam facilmente. Para isso,
podemos estimular discussões construtivas e entre
grupos diferentes de alunos. Dessa forma, facilitamos
o encontro de novos pontos de vista, criando uma
atmosfera de tolerância e aceitação.
O papel da visão de mundo na construção de

uma sociedade viável
Neste texto, é abordada a contraposição entre

a visão de mundo mecanicista, fundada pela ciência
moderna, e a visão de mundo sistêmica, associada
ao novo paradigma científico e à ecologia. Ele traz
reflexões sobre a importância de ampliarmos nossa
visão de mundo de modo a compreender o papel
que todos nós, incluindo os elementos da natureza,
exercem para o equilíbrio da vida no planeta Terra.

(Acesso em: 28/08/2020).
CAPRA, Fritjof. O Ponto de Mutação. A ciência, a sociedade e a cultura
emergente. São Paulo: Cultrix, 2016.
SANTOS, Boaventura de Souza. Para um novo senso comum: a
ciência, o direito e a política na transição paradigmática. 7 ed. São
Paulo: Cortez, 2009. v. 1: A crítica da razão indolente: contra o
desperdício da experiência.

PROJETO DE VIDA
TEMA: PROFISSIONALISMO TEMA 2
TÍTULO: VISÃO DE MUNDO AULA 6
E O EXERCÍCIO PROFISSIONAL - PARTE II
O que faremos hoje?

Competências possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho
gerais da BNCC e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu
responsabilidade.

Habilidades de e oportunidades que correspondem às aspirações profissionais,
Projeto de Vida abrindo caminho sólido à elaboração escalonada de metas e
Objetos de
Visão de mundo e exercício profissional
conhecimento
Folhas de papel, equipamentos para acesso à Internet e ficha de

Materiais atividades da aula 6 - Visão de mundo e o exercício profissional -
Parte II.

Com o advento da tecnologia, o mundo do
trabalho vem passando por intensas mudanças no
que diz respeito ao que se espera do trabalhador.
Se, durante a era industrial, esperava-se que os
colaboradores tivessem as competências técnicas
necessárias para realizar o seu ofício, caracterizado
por alto grau de especificidade, atualmente, a
incerteza provocada pela alta velocidade com
que a tecnologia agrega mudanças às formas de
trabalho tem gerado a necessidade dos funcionários
se formarem também na dimensão ético-política,
comunicacional e de relações pessoais, para que
possam participar como sujeitos integrais neste
ambiente. Nesse sentido, construir uma visão de
mundo que integre seus valores pessoais, suas
crenças e ideologias com aquilo que se espera do
mundo do trabalho é fundamental para ter uma visão
do mercado de trabalho ampliada, e assim, buscar
oportunidades promissoras.
Como é que se faz?
Organizando a aula
Inicie a aula revisando o que foi trabalhado no
encontro anterior e informe aos estudantes que essa
aula dará continuidade ao tema visão de mundo e
exercício profissional. Organize os equipamentos para a
reprodução de vídeo disponível na plataforma YouTube.

Reproduza o vídeo com a entrevista da faxineira

e empresária Verônica Oliveria, disponível no link
externo.
Questione os estudantes sobre os pensamentos

e sentimentos que a entrevista despertou neles.
Depois, peça para se lembrarem do que aprenderam
sobre as funções sociais das profissões e qual é a
função social das pessoas que trabalham com faxina.
Incentive que eles usem informações da entrevista
que assistiram para formular uma resposta que
valorize a função desses profissionais e que não
reproduza qualquer tipo de discriminação por causa
da classe social ou da ocupação dessas pessoas. É
possível que alguns estudantes tenham familiares
que trabalhem no setor da limpeza. Incentive que
esses estudantes compartilhem relatos sobre a
experiência dessas pessoas, de modo a valorizar seu
trabalho e sua importância social.
Em seguida, indague qual é a visão de mundo

de Verônica em relação ao trabalho. Solicite que
tragam elementos da entrevista, como, por exemplo,
o fato de que o trabalho pode estar relacionado
a uma atividade prazerosa, que seu valor não está
necessariamente relacionado ao grau de instrução
que exige (trabalhar com faxina não exige formação

em Ensino Superior, mas exige estudar para se
aperfeiçoar), entre outros aspectos.
Atividade 1
Entregue um pedaço de papel para cada
estudante. Peça para que escrevam um resumo
sobre a entrevista que realizaram com o profissional
sobre sua visão de mundo. Após todos terem
concluído essa etapa, forme grupos com 6
integrantes. Procure compor equipes diversas e
separar aqueles estudantes que são mais próximos
e que, portanto, poderão conhecer a entrevista
feita por seus colegas. Oriente-os a numerar as
folhas conforme a quantidade de componentes
do grupo, dobrá-las com o conteúdo voltado para
dentro, embaralhá-las e retirar aleatoriamente uma
delas. Caso alguém tenha retirado a própria folha, o
sorteio deve ser refeito. Após pegar um dos papéis,
os estudantes deverão lê-lo para todo o grupo,
tentar adivinhar a profissão da pessoa entrevistada
e justificar o motivo de seu palpite. Dê um tempo
para esse momento de adivinhação e solicite que
cada um compartilhe com seus colegas o texto
lido e seu palpite, verificando se algum integrante
do grupo tem uma opinião diferente. A resposta
correta só deve ser revelada após o fim da rodada de
exposições.
Atividade 2
Peça para que os estudantes acessem o perfil de
Verônica Oliveira, fundadora da empresa “Faxina boa”
na rede social LinkedIn, especializada em contatos
profissionais. Pergunte aos alunos se eles já conheciam
essa rede social e permita que eles a explorem,
conhecendo quais são os aspectos que podem ser
destacados no perfil de uma pessoa. Depois, permita
que pesquisem essa rede, buscando pessoas que eles
conhecem e/ou que admiram para entender como
construíram seus perfis profissionais. Por fim, convide-

os a criar seu próprio perfil no LinkedIn, a fim de que
comecem a estabelecer contatos profissionais com
pessoas e instituições que possam ajudá-los a se
inserirem no mercado de trabalho.
Atividade 3
Para encerrar a aula, peça para os estudantes
formarem uma roda e formularem uma frase curta que
represente a visão de mundo deles sobre o universo
do trabalho. Dê alguns minutos para que formulem
essa frase, incentivando-os a se lembrar da definição
de visão de mundo, que inclui valores, crenças e
ideologias e das atividades realizadas nesse tema.

socioemocional?
Segundo o líder indiano Mahatma Gandhi,

“a melhor maneira de encontrar a si mesmo é se
perder a serviço de outros”. A sua vida é um exemplo
inspirador de dedicação a servir uma causa: para

alcançar a independência da Índia do Reino Unido,
ele empregou resistência pacífica. Devido às suas
manifestações, foi diversas vezes preso, o que,
em nenhum momento, se mostrou um motivo
para que desistisse. Ao final, além de conquistar
a independência para a Índia, inspirou diversos
movimentos pacíficos pelo mundo.
Estar a serviço de outros nos ajuda a superar

adversidades. Quando enxergamos o que fazemos
como um ato de serviço a algo em que acreditamos,
situações superficiais como status social, vaidade e
poder se tornam menos importantes.
SERVIÇO
Quando estamos a serviço de algo, significa

que escolhemos nos engajar sem expectativa
de receber algo em troca. Por isso, um bom
resultado só é possível se esta escolha for feita de
forma autêntica e em alinhamento com nossos
valores pessoais. Se sentimos que estamos nos
sacrificando para servir a algo ou a alguém,
provavelmente este serviço não é verdadeiro.
Nesse caso, não é necessário insistir no sacrifício:
o serviço só é válido para as nossas vidas quando
se torna uma fonte de satisfação.
Quando falamos de uma definição de

serviço como essa, não estamos necessariamente
implicando que o trabalho deve ser não remunerado,
mas, sim, que a remuneração não seja o fim ao
qual nos propomos. Em nossas profissões, também
podemos encontrar significado no valor que estamos
entregando aos outros. Dessa forma, o nosso
trabalho se torna também uma fonte de realização
pessoal, não apenas financeira ou intelectual
Para ajudarmos os estudantes a descobrirem

que serviço gostariam de prestar, podemos propor
atividades de engajamento social. Dessa forma, eles
podem conhecer a satisfação em prover algum tipo

de serviço para as pessoas da sua comunidade. Além
disso, poderão experimentar empregar diferentes
habilidades e descobrir em quais delas se sentem
mais realizados.
Juventude e Trabalho
Este documento elaborado pelo Ministério

da Educação (MEC) aborda diversas dimensões da
relação entre as juventudes e o mundo do trabalho. É
importante que você esteja por dentro desses temas
para orientar os estudantes na inserção no mundo
do trabalho.
Disponivel em link externo.

(Acesso em: 31/08/2020).
BRASÍLIA. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Juventude e trabalho. Brasília, DF:
Ministério da Educação. SECAD - Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade, 2007. (Coleção Cadernos de EJA) .
SANTOS, B. S. Para um novo senso comum: a ciência, o direito e a
política na transição paradigmática. 7 ed. São Paulo: Cortez, 2009. v.
1: A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência.

RUBRICAS 3ª ANO
PROJETO DE VIDA
3º ANO BLOCO: Convivência e participação TEMA: Profissionalismo
Tendo em vista que as escolhas e ações

dos jovens ocorrem no âmbito de um mundo
compartilhado com outras pessoas, a construção
do projeto de vida pressupõe o aprendizado de
conhecimentos e habilidades relacionados à
convivência nas esferas privada e pública. Neste
tema o destaque é a ética no contexto profissional.
II
I III IV
Atendeu
parcialmente às
expectativas de
aprendizagem.
Reconhece a
Não reconhece a Reconhece a Reconhece a
função social
função social das função social função social
de algumas
profissões, não das profissões, das profissões,
profissões,
identifica quais identifica quais identifica quais
identifica algumas
são as habilidades são as habilidades são as habilidades
habilidades
técnicas e técnicas e técnicas e
técnicas e
comportamentais comportamentais comportamentais
comportamentais
necessárias para necessárias para necessárias para
necessárias para
ser um bom ser um bom ser um bom
CONVIVÊNCIA E ser um bom
profissional, profissional, profissional,
PARTICIPAÇÃO profissional,
não conhece conhece e conhece e
conhece e
e valoriza os valoriza os valoriza os
valoriza os
princípios que princípios que princípios que
princípios que
regem a ética regem a ética regem a ética
regem a ética
profissional e profissional mas profissional e
profissional e
não compreende não compreende compreende
não compreende
como a profissão como a profissão como a profissão
como a profissão
influencia a visão influencia a visão influencia a visão
influencia a visão
de mundo. de mundo. de mundo.
de mundo.
COMENTÁRIOS
DO ESTUDANTE
COMENTÁRIOS
DO EDUCADOR

PROJETO DE VIDA
TEMA: MERCADO DE TRABALHO TEMA 3
TÍTULO: CAMINHOS PARA AULA 1
A FORMAÇÃO PROFISSIONAL
O que faremos hoje?
Bloco 3 Escolha e Planejamento
Tema Mercado de trabalho
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e

apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem
entender as relações próprias do mundo do trabalho, fazendo
escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto
de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis,
para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e
Competências decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos,
gerais da BNCC a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito
local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao
cuidado de si, dos outros e do planeta.
cooperação, fazendo-se respeitar, promovendo o respeito ao
qualquer natureza.

Habilidades de interesses pessoais em relação à inserção no mundo do trabalho.
Projeto de Vida Reconhecer os fatores pessoais e sociais que interferem na tomada
de decisões e fazer escolhas que impactam a vida pessoal e/ou
coletiva de forma autônoma, criteriosa e ética

Objetos de
Sistema de ensino brasileiro; escolha profissional.
conhecimento
Recursos para reprodução de vídeo disponível na plataforma

YouTube.
Materiais
Equipamentos com acesso à internet.
Ficha de atividades da aula 1.

A escolha de uma carreira profissional é uma
decisão que recebe influência de múltiplos fatores
pessoais e sociais, entre os quais, os valores e
interesses dos jovens, as expectativas da família,
a dinâmica e estrutura do mercado de trabalho,
bem como as possibilidades, oportunidades e
desafios que o mundo material apresenta a eles,
de acordo com categorias sociais como classe,
raça e gênero. Nesse contexto, um importante
componente que deve ser considerado em
relação à escolha profissional é o conhecimento
da formação necessária para o ingresso e o
desenvolvimento na carreira profissional desejada.
Saber quais são os cursos que determinada carreira
demanda, quais instituições oferecem tais cursos
e, ademais, saber diferenciar tais instituições
segundo critérios de qualidade, é fundamental
para que os jovens façam uma escolha pautada
em um procedimento reflexivo e crítico e possam
se engajar, desde o presente, em ações que visem
alcançar seus objetivos profissionais. Segundo
Bock (2002), muito embora os jovens das classes
populares enfrentem maiores restrições no âmbito
da liberdade de escolha profissional, em função
de constrangimentos socioeconômicos, e tenham
de lidar com maiores desafios para alcançarem

seus projetos de vida, a realização da profissão
desejada deve ser colocada no horizonte de suas
escolhas. Tendo em vista que muitos desses jovens
não possuem familiares com níveis elevados de
escolarização e, portanto, capazes de orientá-los
acerca dos caminhos formativos que devem trilhar
para seguir determinada carreira profissional,
é imperioso que a instituição escolar

assuma o papel de proporcionar aos
jovens o conhecimento das diferentes
trilhas formativas, com vistas a
ampliar seu repertório e permitir
a tomada de decisões criteriosas e
conscientes em consonância com
seus projetos de vida.
Como é que se faz?
Organizando a aula
Esta é a primeira aula do tema Mercado de
Trabalho, do Bloco 3. Escolha e Planejamento.
Inicie comentando que o foco das próximas aulas
será a escolha e o planejamento sobre a carreira
profissional. Apresente o tema e as habilidades
da aula e diga que esse conteúdo será abordado
também na aula seguinte. Como a Atividade 1 exigirá
a reprodução de vídeo disponível na internet, é
preciso se organizar para executá-la.
Leia a tirinha da Mafalda e abra uma roda de
conversa. Oriente os estudantes a fazerem uma breve

reflexão sobre seus projetos de vida, em especial em
relação à área profissional. Dê alguns minutos para
que eles elaborarem uma resposta. Em seguida, abra
uma roda de conversa e deixe-os contar quem já
tem um plano profissional traçado e como eles estão
se sentindo em relação a isso na reta final do Ensino
Médio. Seria interessante que todos apresentassem
suas reflexões, de maneira breve, pois, dessa forma,
eles poderão comparar sua situação com a de outros
colegas e perceber que os sentimentos e emoções
envolvidos na tomada de decisão da escolha
profissional podem ser similares. Assim, quando
compartilhados, ajudam a amenizar a sensação de
angústia. Reforce que não há problema caso alguém
ainda não tenha tomado essa decisão e enfatize a
necessidade de todos respeitarem o tempo uns dos
outros. Se algum estudante demonstrar segurança
em sua escolha profissional, peça para detalhar um
pouco mais como foi o processo de tomada de
decisão e o que o ajudou. Acolha todas as respostas,
sinalizando que as próximas aulas serão direcionadas
para ajudá-los nas escolhas profissionais.
Atividade 1
Leia a questão da atividade e, antes de projetar
o vídeo, solicite que respondam coletivamente a
quais conselhos eles imaginam que a jornalista
Sabine Righetti dá para ajudar pessoas na escolha
profissional. Em seguida, projete o vídeo disponível
no link externo

Após a reprodução do vídeo, abra uma roda de
conversa. Antes de entrar nas questões propostas,
pergunte a opinião deles sobre o vídeo e o que mais
chamou a atenção sobre a exposição dela.
Em seguida, construa as respostas das questões

coletivamente com os estudantes, atentando-se para
estimular os mais tímidos a participarem também.
1- O principal conselho que a jornalista deixa,
no final da sua apresentação, é para todos os
indivíduos se responsabilizarem a orientar um
jovem na escolha profissional, conversando
sobre sua profissão, ou indicando alguém com
quem ele possa conversar e tirar suas dúvidas.
Ela explica que isso poderia ajudá-los a fazer
escolhas mais conscientes. Outra sugestão que
ela deixa é para orientar esses jovens, quando
entrarem em uma universidade, a cursarem
disciplinas optativas ou cursos em outras
áreas, com o objetivo de construírem um
currículo interdisciplinar, que permita múltiplas
possibilidades de escolha.
2- Resposta pessoal. Ouça quais os planos
profissionais dos estudantes e o que eles sabem
sobre a carreira desejada. Procure fazê-los sair
do senso comum sobre as profissões, lançando
perguntas como: qual é a rotina de trabalho
desse profissional; qual a carga horária média de
trabalho; qual a taxa de empregabilidade; se é um
curso com muita desistência; se ele pode atuar
em diversas áreas, ou apenas em uma específica;
se sabem o custo de vida (valor do transporte
público e/ou moradia) da cidade onde está a
instituição de ensino desejada; se a instituição
de ensino disponibiliza bolsas de estudos, entre
outras. O objetivo é mostrar que eles podem
investigar mais sobre a profissão desejada.
Atividade 2
Nesta atividade, a proposta é que os estudantes
conheçam diferentes modalidades de curso de
formação profissional, bem como o sistema
educacional brasileiro, para terem condições de

escolher quais etapas e modalidades pretendem
estudar. Comece perguntando o que eles sabem
sobre os tipos de cursos que podem contribuir com
a formação profissional. Permita-lhes que troquem
entre em si o conhecimento que já têm a respeito
das diferentes modalidades educacionais e para que
elas servem.
Conduza a leitura coletiva do texto e vá

fazendo pausas para esclarecer cada modalidade de
formação, perguntando aos estudantes se conhecem
alguém formado em cada uma delas. Ao comentar
sobre os cursinhos preparatórios para o vestibular,
informe-os da existência de cursinhos populares,
voltados para jovens que não podem arcar com os
custos de um cursinho particular.
Para ilustrar o assunto do texto, apresente aos

alunos alguns exemplos: posições de liderança em
grandes empresas exigem mais níveis de formação
do que posições menores dentro da hierarquia
empresarial; para ser professor ou pesquisador em
uma universidade pública, é necessário ser doutor,
independentemente da área do conhecimento
escolhida, e assim por diante.
Acerca das três perguntas que compõem essa

atividade, para os estudantes que ainda não definiram
a profissão que desejam exercer, peça que pensem
naquelas pelas quais têm mais interesse. Note
que, apesar da pós-graduação proporcionar maior
reconhecimento, qualificação e remuneração para
algumas profissões, pode não oferecer os mesmos
benefícios para outras.

socioemocional?
Tomar decisões nem sempre é fácil. Esse

processo pode ser particularmente difícil para os
jovens, especialmente quando precisam tomar
decisões tão relevantes para as suas vidas, com poucas
referências ou experiência. Por isso, é importante
oferecer caminhos para que possam passar por essa
jornada de forma mais consciente e embasada.
TOMADA DE DECISÃO RESPONSÁVEL
No contexto socioemocional, a tomada de

decisão responsável diz respeito a fazer escolhas
pessoais e sociais, baseando-se em princípios
éticos, segurança e normas sociais. Para isso, é
necessário avaliar de forma realista as possíveis
consequências de cada ação. Além disso, a
preocupação com o seu bem-estar e dos outros
deve ser uma preocupação central.
A tomada de decisão responsável é uma habilidade

a ser adquirida com conhecimento e experiência.
Ao ajudar os adolescentes a desenvolvê-la, estamos
contribuindo para formar adultos éticos e aptos a
participar ativamente da sociedade. Para isso, podemos
ajudá-los a praticar os componentes presentes em
uma decisão tomada de forma responsável:
● Identificar um problema: a tomada de decisão
requer consciência. Reconhecer que estamos
diante de um problema ou questão que precisa
de solução é o primeiro passo a ser tomado.
● Analisar situações: o próximo passo é adotar
uma postura analítica para entender o que está
acontecendo e suas causas.

● Resolução de problemas: agora, é
necessário explorar as possíveis soluções
e suas consequências. Para isso, podemos
apresentar metodologias que sejam do nosso
conhecimento e que se façam adequadas
para a situação: design thinking, mediação de
conflitos, etc.
● Avaliar: a cada etapa ou tentativa de solução,
avaliamos os resultados e se eles estão de
acordo com o esperado.
● Refletir: a reflexão ajuda a promover o
aprendizado, para desenvolver novas
propostas para o problema em questão e para
situações futuras.
● Responsabilidade ética: a todo momento,
devemos ter claros quais direcionamentos éticos
Tô no Rumo
Este projeto da ONG Ação Educativa

é dedicado a fornecer subsídios teóricos e
metodológicos para educadores e jovens lidarem
com o tema da escolha profissional.

(Acesso em: 03/09/2020).
BOCK, Silvio Duarte. Orientação profissional: uma abordagem sócio-
histórica. São Paulo: Cortez, 2002.

PROJETO DE VIDA
TÍTULO: CAMINHOS PARA AULA 2
A FORMAÇÃO PROFISSIONAL - PARTE II
O que faremos hoje?
Tema Escolha e Planejamento

Competências entender as relações próprias do mundo do trabalho, fazendo
gerais da BNCC escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto
responsabilidade.

interesses pessoais em relação à inserção no mundo do trabalho.
Reconhecer os fatores pessoais e sociais que interferem na tomada
Habilidades de de decisões e fazer escolhas que impactam a vida pessoal e/ou
Projeto de Vida coletiva de forma autônoma, criteriosa e ética.
Sistematizar interesses, habilidades, conhecimentos e
oportunidades relativos às possibilidades e aspirações futuras, com
vistas a elaborar e utilizar estratégias para superar dificuldades e
buscar a realização de objetivos com determinação e resiliência.
Objetos de
Sistema de ensino brasileiro; escolha profissional.
conhecimento
Aparelhos para reprodução de vídeo disponível na plataforma

Materiais YouTube.
Equipamentos com acesso à internet.

A decisão sobre qual curso os estudantes farão
para capacitarem-se para o mercado de trabalho
deve ser feita com critérios. Isso porque nem
todas as instituições apresentam boa infraestrutura
ou professores bem formados, o que pode fazer
com que os estudantes percam tempo e dinheiro,
enquanto almejam conquistar boas vagas no
mercado. Por isso, é importante verificar se a
instituição é cadastrada no Ministério da Educação
(MEC), que é o órgão responsável por validar e
fiscalizar a qualidade de ensino. Além disso, para
poder se cadastrar, as instituições precisam atender
a alguns requisitos mínimos, que garantam sua
qualidade. Caso a instituição escolhida não for
cadastrada, os estudantes podem receber um
diploma sem validade e reconhecimento. Além disso,
o MEC realiza uma série de avaliações e atribui notas
para as instituições de ensino. Uma dessas avaliações
chama-se Exame Nacional de Desempenho dos
Estudantes (ENADE) que mede o aprendizado dos
estudantes que estão finalizando cada curso da
instituição. A pontuação da prova varia de 0 a 5 e é
atribuída por curso. É importante que os estudantes
possam comparar as notas das instituições que
oferecem os cursos desejados para escolher qual
delas é de melhor qualidade.

Como é que se faz?
Organizando a aula
Nesta aula, os estudantes deverão fazer
pesquisas na internet. Para isso, reserve a sala de
informática da escola, ou autorize a utilização de
dispositivos móveis, como smartphones e tablets.
Nesse caso, é importante disponibilizar algum
equipamento para os estudantes que não têm esse
tipo de dispositivo.
Conduza a leitura coletiva dos trechos da matéria
publicada no portal de notícias G1, disponíveis na Ficha
dos estudantes. Pergunte se já ouviram falar desse
tipo de fraude cometido por algumas e faculdades.
Nesse momento, é importante mencionar que esse
não é um caso isolado, pois há outras faculdades
que já foram denunciadas por esse tipo de crime.
Entretanto, é necessário acrescentar que essa prática
não pode ser generalizada para todas as instituições
de ensino superior, pois muitas atuam com seriedade
e oferecem cursos de altíssima qualidade. Comente
também que esse é apenas um exemplo restrito ao
universo do ensino superior, mas que há instituições
que oferecem cursos técnicos profissionalizantes,
de aperfeiçoamento ou outra modalidade, que
também podem cometer fraudes e/ou enganar os
consumidores sobre a qualidade de seus serviços.
Reserve alguns minutos para que os estudantes
compartilhem as respostas para as perguntas.
Atividade 1
Esta atividade pode ser feita em conjunto com
a atividade seguinte, pois ambas dizem respeito a

uma pesquisa sobre a formação profissional e as
instituições que oferecem cursos nesse campo.
Entretanto, sugere-se que primeiro concluam a
pesquisa determinada por essa atividade.
Após ou durante a leitura do texto, mencione

que um bom parâmetro para a escolha de um curso
de Ensino Superior são as universidades públicas,
que, além de gratuitas, são de reconhecida qualidade
e prestígio social. Reforce que há universidades
e faculdades privadas que oferecem cursos de
qualidade e possuem prestígio, mas que também
existem aquelas que operam com cursos de baixa
qualidade que pouco contribuem para a formação
profissional e para a qualificação com vistas à
entrada no mercado de trabalho.
Atividade 2
Oriente os estudantes a se sentarem
individualmente nos computadores para realizarem
as pesquisas propostas. Se não houver aparelhos
suficientes para cada um, forme duplas de acordo
com a área de interesse. Por exemplo, forme duplas
entre os estudantes que desejam seguir a mesma
carreira ou, de maneira mais ampla, estudantes que
desejam seguir carreiras da mesma área. Fique à
disposição caso surjam dúvidas ou dificuldades em
alguma pesquisa.
Atividade 3
Reserve aproximadamente 15 minutos ao final
da aula para os estudantes elaborarem um texto
com os aprendizados do dia. Depois, peça para
alguns compartilharem suas avaliações. Destaque
que, independentemente da escolha profissional,
é importante a continuação dos estudos – seja
profissionalizante, técnico ou superior – para o
aperfeiçoamento das competências e habilidades,
cada vez mais exigidas pelo mercado de trabalho.

socioemocional?
Planejar o nosso futuro é um passo necessário

para alcançarmos nossos sonhos. Porém, ao fazer
isso, podemos começar a antecipar dificuldades
que teremos de enfrentar, ou mesmo situações que
não sairão como desejamos - por exemplo, entrar
na faculdade que queremos. Nesses casos, alguns
elementos podem gerar preocupação, tais como ter
de tomar decisões, ou ter de resolver conflitos que
surjam ao longo do caminho que escolhermos.
PREOCUPAÇÃO
A preocupação é um estado em que, de modo

constante, pensamos a respeito de algo que pode
vir a ser um problema no futuro. E, nesse sentido,
difere-se da ansiedade, cuja razão não é clara, já
que, quando a preocupação surge, há um motivo
mais concreto que a justifica. Por exemplo, um
estudante pode estar preocupado com as suas
notas, pois, até então, elas estão baixas.
A preocupação não precisa ser suprimida. Ela

tem uma razão de existir, que é a de nos preparar
para executar uma ação caso seja necessário.

Podemos ter um problema se a preocupação nos
deixar em um estado de alerta e pessimismo que
nos impede de fazer algo a respeito da questão com
a qual estamos lidando. Ou mesmo, se o motivo da
preocupação estiver muito fora do nosso controle,
ela pode acabar se estendendo por um longo
período, prejudicando nosso bem-estar.
Uma forma de lidar com a preocupação quanto

ao nosso futuro profissional é estabelecer planos
secundários, além do nosso plano principal. Isso
nos ajuda a ganhar mais tranquilidade ao sentir que,
se algo não sair como esperado, nosso futuro não
estará totalmente comprometido.
Além disso, separar nossas conquistas do

nosso valor pessoal é importante para termos uma
postura mais tranquila com relação ao que pode vir a
acontecer. O estado de preocupação pode ser mais
forte quanto mais sentimos que temos a perder. Por
exemplo, se temos medo de decepcionar nossos pais
e perder nossos amigos caso não tenhamos sucesso.
Para isso, é importante cultivar relações autênticas
e seguras. Como professores, podemos oferecer
espaços de acolhimento em que os jovens possam
construir comunidades em que se sintam seguros.
Quando a preocupação se relaciona a

acontecimentos potencialmente trágicos, como
a perda de um ente querido, o mais importante
é acolher esse sentimento para que seja possível
lidar com ele. Tentar suprimi-lo só vai tornar a
situação mais dolorosa. Em todo caso, aprendermos
a direcionar energia apenas para o que está em
nosso controle é um exercício constante. Quando
situações mais difíceis aparecerem, essa habilidade
emocional já poderá estar mais desenvolvida.

Abrace uma carreira
O programa da Rádio USP destaca as profissões

com entrevistados de todas as áreas e concretiza
a aproximação entre estudantes, docentes e
profissionais do mercado. Para ouvir os programas,
organizados por carreira profissional, acesse a página
de internet do programa.
link externo.
http://portal.mec.gov.br/enade

PROJETO DE VIDA
TÍTULO: APROXIMAÇÃO À CARREIRA: AULA 3
VISITA TÉCNICA
O que faremos hoje?

responsabilidade.

Habilidades de
Projeto de Vida Sistematizar interesses, habilidades, conhecimentos e
Objetos de
Aproximação à carreira: Saída de campo
conhecimento
Projetor, computador, internet e caixa de som para projetar o vídeo

Materiais “Como é um formigueiro por dentro” cujo link é indicado na seção
“Despertando o interesse”

Sabemos que a vida é repleta de escolhas,
algumas mais fáceis e outras mais difíceis. Entre
estas, encontra-se a escolha profissional. Ao final do
Ensino Médio, espera-se que os estudantes passem
por um processo de decisão profissional autônomo
e responsável, o que requer a conscientização de
fatores internos e externos que influenciam na
escolha profissional.
Uma parte importante desse processo decisório

vincula-se às questões de autoconhecimento
(quanto mais o indivíduo conhece suas habilidades
e valores, mais facilidade ele terá para encontrar
afinidade com alguma área), enquanto que a outra
parte, como vimos na aula passada, refere-se ao
acesso às informações sobre o mercado de trabalho
e à etapa de preparação para ingressar nele, ou seja,
a etapa de formação.
Além de buscas sobre o curso na internet,

conversar pessoalmente com algum profissional da
área e/ou visitar o futuro local de trabalho podem ser
estratégias interessantes para o processo de tomada
de decisão. Os estudantes precisam aproximar-se
dos detalhes da profissão, ou seja, da rotina, dos
aspectos positivos e negativos do trabalho, para
que possam decidir com autonomia. No entanto,
é preciso ter cautela em relação à visão de mundo
apresentada por esse profissional, pois ela representa
uma visão parcial, ou seja, somente a percepção de
um indivíduo em relação àquele trabalho.

Como é que se faz?
Organizando a aula
Pesquise previamente possíveis locais para
realizarem a saída de campo, de preferência locais
que contemplem o interesse da turma toda, já que,
na aula passada, eles apresentaram suas opções
profissionais. Dessa maneira, poderá auxiliá-los
melhor durante o processo de planejamento.
Por exemplo, pode ser alguma grande empresa,
cooperativa, pequenos comércios, indústrias, centros
de saúde, museus, entre outras opções. Explore com
criatividade as opções de visita.
Caso não seja possível realizar a saída de campo

com a turma toda, investigue a possibilidade de
fazer parceria com outros professores para eles
acompanharem a visita com algum grupo. Outra
possibilidade é se dispor a fazer as visitas com os
grupos em dias distintos. Recomenda-se que os
estudantes tenham o acompanhamento de um
professor para intermediar e facilitar a conversa com
os profissionais, quando isso for pertinente. Também
é válido pesquisar previamente as possibilidades de
oferecer o transporte coletivo, ajuda de custo e/ou
visitar alguma instituição em uma cidade vizinha.
Após observarem a imagem, pergunte para os
estudantes que animal é aquele. Trata-se de uma
formiga, que está em escala ampliada, assim como
deve estar a visão dos estudantes em relação às
carreiras profissionais. Assim que eles indicarem que
é uma formiga, dê um tempo para responderem a
outra questão individualmente. Em seguida, abra

para a discussão com a turma. Algumas das funções
da formiga no meio ambiente são: elas exercem
um papel importante na aeração e na incorporação
de matéria orgânica no solo, favorecendo o
crescimento das plantas. Além disso, algumas
espécies de formigas atuam como polinizadoras e
dispersoras de sementes, ajudando na reprodução
dos vegetais. Também protegem algumas plantas
contra outros insetos herbívoros, contribuem para
o crescimento vegetal, fazendo podas regulares, e
são fontes de alimentação para outros animais como
parte da cadeia alimentar.
Verifique se os estudantes foram capazes de

listar três funções das formigas. Suscite uma reflexão:
quando não nos aprofundamos nas informações
que precisamos obter, ficamos apenas com o senso
comum. Faça uma analogia com as profissões,
mencionando que, para fazer a escolha da carreira,
não é possível ter conhecimentos superficiais sobre a
atuação do profissional.
Para encerrar, reproduza o vídeo que mostra o

interior de um formigueiro. Explique que é diferente
imaginar como é um formigueiro e ver como ele
de fato é. Por isso, para aprofundar as informações
sobre as profissões, é recomendado que visitem o
local de trabalho dos profissionais que atuam em
áreas de interesse dos estudantes.
Vídeo disponível no link externo no final do texto.

Apesar de o vídeo trazer contribuições
científicas sobre a organização da vida das formigas,
é importante questionar aos estudantes se eles
consideram os métodos usados pelos pesquisadores
éticos, ou seja, se eles respeitam os direitos animais.
Permita que eles expressem suas visões sobre o
tema, ponderando que atualmente a humanidade
tem tecnologias mais sofisticadas como câmeras e
scanners para fazer esse tipo de pesquisa, de modo a
não sacrificar ou ferir os animais.
Atividade 1
Retome a tabela da atividade 2 da aula passada
e separe os estudantes em grupos relacionados às
grandes áreas: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, CIÊNCIAS
EXATAS e CIÊNCIAS HUMANAS.
Para os estudantes que têm opções profissionais

em áreas distintas, ou para aqueles sem opções
definidas, oriente-os a escolher a área em que estão
os profissionais com quem desejariam conversar,
que despertam maior interesse de sua parte, para
que possam aprofundar seus conhecimentos. Inicie
com a leitura coletiva da atividade. Para o primeiro
momento, certifique-se de que eles passarão por
todas as etapas. Se preciso, deixe-os acessar a
internet para a busca de locais para a visita. Circule
pelos grupos e estimule-os a usarem a criatividade
nas propostas de visitas. Para essa primeira etapa,
deixe-os livres para listar todos os lugares de que
gostariam de visitar, sem se preocupar em atender as
áreas dos outros grupos em uma única vista. Lembre-
se de que podem ser desde grandes empresas a um
comércio local. Incentive-os a pensar em quem e
como irão contactar o responsável pelo serviço.
Para o segundo momento, oriente os estudantes

a escreverem suas perguntas individualmente antes
de compartilharem no pequeno grupo. Assim,
apresentarão maiores possibilidades de dúvidas para

acrescentarem no diário de campo. Reforce que
aquele é um instrumento sugerido; portanto, pode
ser modificado.
Para o terceiro momento, deixe os grupos

apresentarem suas opções de visitas para a
turma, bem como as cinco questões do diário
de campo, a título de exemplo. Após todas
as apresentações, analise se há locais que se
repetem em diferentes grupos, ou se há serviços
que podem ser explorados por outras áreas
profissionais. Por exemplo, em um hospital, vocês
podem contactar algum profissional da saúde para
conversar com o grupo das ciências biológicas,
algum profissional da administração para conversar
com o grupo de humanas e alguém que trabalha
no setor financeiro para conversar com o grupo
de exatas. Se não for possível contemplar todos
uma única visita, elaborem estratégias para irem a
locais distintos. Fica a critério do professor definir
se conseguirá apoio de outros professores para
acompanhar os demais grupos nas visitas, se ele
acompanhará os três grupos em datas diferentes,
ou se os grupos irão sozinhos. Ajude-os a dividir as
responsabilidades para contactar os profissionais e
estabeleça um prazo para as ações.
Caso tenham dificuldades intransponíveis para

realizar a visita técnica, oriente-os a entrevistar
individualmente algum profissional que conheçam,
que se relaciona com a sua área de interesse
profissional, em dia e horário que melhor se ajuste
à agenda dele. Ou, em última circunstância, solicite
que encontre depoimentos de profissionais na
internet que contemplem as dúvidas pré elaboradas
no diário de campo. Para isso, você pode sugerir
para os estudantes assistirem a série de vídeos “Vai
dar match”, do SENAC RJ, indicada na sessão “Que
tal aprender mais?”

Atividade 2
Este é o momento para os estudantes refletirem
sobre a autoavaliação. Solicite que preencham
individualmente os itens da autoavaliação e estimule
alguns a compartilhar com a turma. Reforce a
importância da sinceridade e que a autoavaliação é
uma ferramenta essencial para o autoconhecimento.

socioemocional?
Na adolescência, os jovens se deparam com

uma série de decisões a serem tomadas, muitas vezes,
pela primeira vez. Além disso, as responsabilidades e a
cobrança que passam a receber são bem maiores do
as que experimentaram até então. Para muitos, isso
vai gerar uma pressão que pode levá-los a apresentar
algum nível de ansiedade.

Uma vez ansiosos, têm a capacidade de tomar
decisões de forma acertada ainda mais prejudicada.
A saúde mental também pode ser afetada,
prejudicando tanto seu desempenho escolar,
quanto sua vida pessoal. Por isso, é importante saber
reconhecer e lidar com a ansiedade.
ANSIEDADE
Ansiedade é um sentimento de antecipação do

futuro, de que algo ameaçador possa acontecer.
Podemos experimentá-la em qualquer situação
em que haja incerteza quanto que irá acontecer.
Ela antecede o sentimento do medo, pois
enquanto o último provoca em nós sensação de
reação à ameaça (“correr ou lutar”), a ansiedade
não encontra a ameaça a qual reagir, provocando
apenas um estado de extremo alerta.
Para ajudarmos os estudantes a lidar com a

ansiedade com relação às escolhas que precisam
fazer para o futuro, podemos deixar claro que não
existe uma escolha certa ou totalmente segura.
Enquanto estivermos fazendo o nosso melhor
e sendo fiéis aos nossos valores, estaremos no
caminho certo. Também podemos ganhar mais
confiança a partir de uma atitude de contínuo
aprendizado. Afinal, qualquer escolha tem o
potencial de nos apresentar situações em que
teremos desafios desconhecidos. Se acreditamos
que temos de ter todas as respostas, estaremos
sempre inseguros para iniciar qualquer projeto.
Podemos lidar melhor com essa ambiguidade se
estamos abertos a aprender sempre.
Para não sermos controlados pela ansiedade,

podemos incluir, no nosso dia a dia, práticas que nos
ajudem a nos focar no momento presente - como
meditação e atividades esportivas. As artes em geral
também nos auxiliam a nos concentrar em coisas
mais concretas e a lidar com os nossos sentimentos
a partir da expressão criativa.

A ansiedade também pode estar relacionada
a quadros de insegurança e de baixa autoestima,
em que a pessoa tem medo de cometer erros, pois
acredita que isso vai mostrar que ela não é boa
o suficiente. Em outros casos, ainda, ela pode se
apresentar de forma crônica e precisar de ajuda
clínica. Encaminhar para um terapeuta é a melhor
solução nessas situações.
Vai dar match
É uma série com 10 episódios curtos, que

apresenta a rotina de novos profissionais do mercado
de trabalho, como maquiador cênico, marketing
digital, organizer, entre outros.
Botelho, T. L. Formigas: as defensoras da natureza. Acesso em 3 set.
2020. Disponível em: <http://eurekabrasil.com/mantenedoras-da-
natureza/>
SOUZA, Raquel. Guia Tô no rumo – jovens e escolha profissional. São
Paulo: Ação educativa, 2014.

PROJETO DE VIDA
3º ANO
TEMA: MERCADO DE TRABALHO
AULA 4
TÍTULO: AVALIAR, PLANEJAR E ENGAJAR
O que faremos hoje?

gerais da BNCC 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
solidários.
Conhecer e desenvolver procedimentos de planejamento,

execução e acompanhamento de ações para o cumprimento de
objetivos e metas de curto, médio e longo prazo, nos âmbitos
Habilidades de pessoal e coletivo.
Objetos de
Ferramentas de avaliação e planejamento.
conhecimento
Ficha de atividades da aula 4 - Avaliar, Planejar e Engajar. Lápis e/

Materiais ou canetas coloridas, folhas sulfites, notas autoadesivas e outros
materiais que estimulem o trabalho criativo.

Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) é
um roteiro personalizado construído para que cada
pessoa atinja seus objetivos, que podem ser metas de
aperfeiçoamento em diversos aspectos de vida, ou
objetivos mais gerais, relacionados ao projeto de vida.
Um bom PDI contribui para que as

pessoas não percam o foco em seus
objetivos, ao estabelecer metas
concretas para serem realizadas em
um período de tempo viável.
Além disso, ele aumenta o grau de motivação,
ao permitir a visualização do progresso pessoal
e do atingimento das metas; a responsabilidade,
pois faz com que as pessoas percebam que,
se não dedicarem esforços, não atingirão seus
objetivos; e autoconhecimento, já que ele revela
se o tempo que estabelecemos para cumprir as
metas estão alinhados às nossas capacidades e quais
são as nossas dificuldades ao longo do processo
(GOLEMAN, 2014). Em geral, um PDI é feito para
o período de três meses a um ano. Contudo, se
usado como uma ferramenta de planejamento do
projeto de vida, que abarca metas de longo prazo, é
possível fazer um PDI de até três anos, que pode ser
segmentado em três partes.

Como é que se faz?
Organizando a aula
Solicite que os estudantes se organizem em suas
mesas e cadeiras e distribua a Ficha de Atividades da
aula 4 - Avaliar, Planejar e Engajar.
Peça para que os estudantes leiam o texto
introdutório da ficha de atividades. Depois, pergunte
se eles conhecem a estratégia de avaliação pessoal
chamada “9 box”. Prossiga a aula lendo o texto que
explica como essa ferramenta pode ser usada para
avaliar o desempenho pessoal.
Depois, sugira que eles pensem em um objetivo

e apliquem, em si mesmos, a estratégia “9 box”, de
modo a compreender em qual das nove categorias
eles se encontram. Peça para que repitam essa
avaliação com diferentes objetivos, compreendendo
os âmbitos pessoal e profissional. Peça para que
anotem os objetivos e o “box” que corresponde a
cada um deles.. Durante o exercício, circule pela sala
de aula, colocando-se à disposição dos estudantes
para ajudá-los a fazer a autoavaliação.
Nesse momento, você pode ajudá-los fazendo

perguntas como: “Quais características podem
revelar que uma pessoa tem um bom potencial
para atingir esse objetivo? Você percebe essas
características em você?”. Por fim, questione se eles
se sentem satisfeitos com a avaliação que fizeram de
si mesmos e o que é possível fazer para terem uma
avaliação melhor daqui a três meses.

Atividade 1
Após realizar a avaliação, os estudantes serão
convidados a criar um Plano de Desenvolvimento
Individual (PDI), com o objetivo de ajudá-los a se
avaliarem melhor, daqui a algum tempo, em relação
aos objetivos que compõem seus projetos de vida.
A construção do PDI deve ser feita em quatro
momentos.
1. Mapeamento
A primeira etapa deve ser feita a partir do

levantamento dos seguintes pontos:
1. Defina quais são seus objetivos e metas.
2. Avalie os custos envolvidos.
3. Crie um cronograma.
4. Analise sua situação.
5. Peça feedback para outras pessoas.
6. Revise e faça ajustes.
2. Definição de estratégias
Para a segunda etapa, você deve descrever

quais estratégias irá usar para atingir seus objetivos,
considerando todos os aspectos levantados na etapa
do mapeamento.
3. Execução
Nessa etapa, você deverá executar as estratégias

que criou para alcançar seus objetivos. Será
importante manter o foco, a disciplina e a persistência
se quiser que as estratégias sejam eficazes.
4. Monitoramento
Essa etapa deve ser dedicada a avaliar se as

estratégias escolhidas foram adequadas, ou se
precisam ser reformuladas, se algum aspecto
do mapeamento mudou, de forma a alterar seu

planejamento, e se você teve algum progresso em
relação ao alcance dos seus objetivos. Para objetivos
de longo prazo, o monitoramento pode ser mais
espaçado. Para criar o PDI eles poderão utilizar o
modelo proposto na ficha de atividades ou criar seus
próprios modelos.
Atividade 2
Finalize a aula com uma roda de conversa em
que todos os estudantes possam compartilhar suas
impressões sobre como foi autoavaliar-se por meio
da estratégia “9 box” e como foi criar o próprio PDI,
comentando seus desafios e motivações.

socioemocional?
Disciplina é a única forma de exercermos algum

controle. Fatores externos, muitas vezes, têm uma

influência muito grande sobre as nossas vidas, mas
sempre podemos escolher fazer o nosso melhor em
todos os casos. A autodisciplina é a ferramenta que
nos permite levar nossos planos adiante, aprendendo
o que for necessário no caminho.
As crianças nascem com pouca capacidade de

tomar decisões por si mesmas. Os pais e professores
criam as primeiras regras a que elas devem se
submeter para que possam se manter saudáveis e
progredir: tomar banho, se alimentar bem, estudar e
fazer os deveres, etc. Se tiveram a oportunidade de
receber uma educação amorosa e estável, conforme
crescem, elas podem assumir a posição de tomar
essas decisões por si mesmas.
Na adolescência, já é esperado que os jovens

demonstrem algum nível de comprometimento
e independência na tomada de decisão. Porém,
é necessário observar que as condições às quais
muitos foram expostos durante a infância podem
dificultar esse processo. Fatores como autocontrole
e autoestima podem ser prejudicados caso eles
tenham tido experiências traumáticas, ou se não
tiveram a oportunidade de construir relações
seguras. Isso pode levá-los a apresentar baixa
capacidade de ter autodisciplina.
AUTODISCIPLINA
Autodisciplina é a capacidade de disciplinar a

si mesmo. Para desenvolvê-la, é necessário
apresentar motivação, autocontrole e persistência.
Sem a autodisciplina, não conseguimos alcançar
objetivos de longo prazo, adotar hábitos saudáveis
e evitar vícios.
Assim como muitas características psicológicas,

o senso comum atribui erroneamente a presença
da autodisciplina a uma característica inata de
personalidade. Porém, isso não é verdade: essa

é uma habilidade que é possível praticarmos e
desenvolvermos.
O primeiro passo nesse sentido é trabalhar

esse entendimento. Podemos checar com os
alunos como eles se enxergam quanto à própria
autodisciplina. Eles se acham disciplinados? Ou
eles se vêem como incapazes de impor disciplina a
si mesmos, seja por se considerarem preguiçosos,
ou por nunca terem realmente pensado a respeito
disso? Uma vez feito esse breve diagnóstico,
podemos ensinar sobre a natureza da autodisciplina
como uma habilidade que pode ser adquirida. Em
seguida, podemos oferecer algumas estratégias que
vão ajudá-los nesse processo. Por exemplo:
● Definir sua motivação. Ajude-os a identificar o
que os motiva a perseguir algo, um objetivo.
● Quebrar os objetivos maiores em menores:
entender os nossos objetivos como uma série
de passos para alcançá-los torna o processo
mais claro e factível.
● Definir pequenos passos: o que é uma pequena
atitude que podemos adotar agora mesmo
para que possamos melhorar e alcançar nossos
objetivos? Por exemplo: subir um lance de
escadas; fazer um exercício de matemática do
Vestibular por dia; etc.
● Autocompaixão: um dos maiores inimigos da
autodisciplina é o perfeccionismo. É natural que
eventualmente apresentemos falhas na jornada
a que nos comprometemos. Se nos sentirmos
culpados, somos levados a desistir. Porém, se
adotamos uma postura de autocompaixão,
somos capazes de nos perdoar e persistir
tentando.

Foco: a atenção e seu papel fundamental para o

sucesso
Nesse livro, o psicólogo Daniel Goleman aborda o

papel que a atenção cumpre no alcance de objetivos,
alto desempenho e para a obtenção de sucesso. Ele
defende que a atenção deve ser exercitada, de modo
a aprendermos a lidar melhor com as distrações
cotidianas e a impedir que elas sejam determinantes no
resultado final de nossas atividades.
GOLEMAN, Daniel. Foco: a atenção e seu papel

fundamental para o sucesso. São Paulo: Objetiva, 2014.
GOLEMAN, Daniel. Foco: a atenção e seu papel fundamental para o
sucesso. São Paulo: Objetiva, 2014.
https://neilpatel.com/br/blog/pdi-o-que-e/
https://avaliacaodedesempenho.net/matriz-nine-box/ Acesso em:
31/08/2020

PROJETO DE VIDA
3º ANO
AULA 5
TÍTULO: APRIMORANDO O PDI
O que faremos hoje?

responsabilidade.
cooperação, fazendo-se respeitar, promovendo o respeito ao
qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia,
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos,
inclusivos, sustentáveis e solidários.

Objetos de
Ferramentas de avaliação e planejamento.
conhecimento
Materiais Ficha de atividades da aula 5 - Aprimorando o PDI.
Tempo de aula Tempo de aula: 120 minutos

Nesta aula, os estudantes irão experimentar
a pedagogia do dom. A origem da teoria se
encontra na obra do antropólogo francês Marcel
Mauss (2009), chamada Ensaio sobre o dom, cujo
original é do ano 1924, na qual ele descreve várias
manifestações da vontade humana de doar, um
comportamento comum em diferentes culturas,
ainda que se manifeste de formas diversas. Nessa
obra, ele apresenta a ideia de que a espécie humana
tem tanto ou mais desejo de oferecer ajuda que de
receber, e que essa disposição de prestar favores é
que permite a construção de relações e formas de
convivência positivas.
Dom significa “qualquer prestação de bens ou de

serviços efetuada, sem garantia de devolução, com
vistas a criar, alimentar ou voltar a criar um laço social
entre pessoas” (Godbout, 1997, p. 32, tradução nossa).
O dom é um ciclo composto por três momentos:
dar, receber e devolver. O ciclo se inicia com o ato
de dar, de maneira livre e sem esperar nada em troca,
algum benefício para outra pessoa ou para um grupo.
O segundo momento consiste na aceitação do dom
por parte da pessoa ou da comunidade receptora,

uma atitude que supõe permitir ser ajudado - algo
não muito simples -, sem sentir-se pressionado nem
humilhado. O terceiro momento, que nem sempre
ocorre, é o da devolução, ou seja, quando o receptor
deseja devolver ao doador o favor recebido. Esse
desejo, quando acompanhado do sentimento de
gratidão, e não de obrigação, é muito potente para
fortalecer o laço afetivo.
O dom cria vínculo entre todos porque

pressupõe o reconhecimento recíproco das pessoas
implicadas. Para doar, é preciso reconhecer a
necessidade, o valor e a dignidade do outro. Por isso,
o dom tem efeitos positivos na

autoestima e na construção da
identidade, pois permite que
as pessoas se percebam como
comprometidas umas com as outras,
que são capazes de ajudar e também
são dignas de receber.
A pedagogia do dom é usada para convidar
os jovens a descobrir suas capacidades, construir
projetos de vida e assumir os desafios necessários
para realizá-los.
Como é que se faz?
Organizando a aula
Inicie a aula acolhendo os estudantes e
distribuindo a Ficha de atividades da aula 5 -
Aprimorando o PDI.

Comece a leitura da ficha de atividades,
perguntando o que significa, para eles, a palavra
“dom”. Faça uma chuva de ideias, anotando na lousa
os principais conceitos que eles mencionarem.
Depois, leia a definição de dom proposta por
Jacques Godbolt: “qualquer prestação de bens ou
de serviços efetuada, sem garantia de devolução,
com vistas a criar, alimentar, ou voltar a criar um
laço social entre pessoas” (Godbout, 1997, p. 32,
tradução nossa). E questione se, em algum momento
de suas vidas, eles doaram algo a alguém e se já
receberam algum tipo de doação. Utilizando os
conceitos apresentados na seção “O que dizem
os especialistas?”, mencione que doar é um ato de
reconhecimento das necessidades, do valor e da
dignidade dos outros, e que receber uma doação,
é um ato de humildade e de reconhecimento de
que somos dignos de receber algo de outra pessoa.
Reforce que nem sempre é fácil estar nessas
posições e que, na aula de hoje, vocês irão exercitar
as habilidades de doar e de receber ajuda. Sobre isso,
não deixe de enfatizar a necessidade de todos se
respeitarem e entenderem que, em alguma medida,
precisam de ajuda e podem ajudar.
Atividade 1
Inicie uma roda de conversa, perguntando como
os estudantes se sentiram ao realizar o PDI na aula
passada. Pergunte se eles tiveram algum tipo de
dificuldade e estimule o compartilhamento dessas
impressões. Reforce que a escolha profissional e
a construção de um PDI que busca ajudá-los a
conquistá-la são tarefas exigentes e que, por isso, é
natural que eles precisem de ajuda. Mencione que
você irá criar, na lousa, uma lista com os pedidos de
ajuda que eles gostariam de fazer para aprimorarem
seu PDI. Na ficha de atividades, há alguns exemplos

que podem ser usados, além de outros que eles
podem incluir. Enquanto você cria a lista na lousa,
peça para um voluntário copiá-la em uma folha
destacada do caderno, em formato de tabela, para
que possa passá-la pela turma. Nessa folha, cada
aluno deverá escrever seu nome nos campos em
que necessita ajuda. Ressalte que eles podem
escrever seus nomes em quantos campos quiserem.
Assim que a lista estiver pronta, recolha-a e faça
agrupamentos entre os estudantes, de modo que os
grupos contenham jovens com dificuldades variadas.
Essa orientação é importante para não agrupar
estudantes com o mesmo tipo de dificuldade, o que
pode ser prejudicial para encontrarem soluções para
suas dificuldades. Com os grupos formados, solicite
que eles realizem a atividade 1, que consiste em pedir
e oferecer ajuda sobre as dificuldades em relação
ao PDI. Cada estudante deverá anotar as dicas que
recebeu na ficha, para usá-las na atividade seguinte.
Atividade 2
Solicite que os estudantes sentem-se
individualmente, para realizar o exercício proposto
na atividade 2, que consiste em usar as dicas
oferecidas pelos colegas para aprimorar o PDI
construído na aula anterior. Dê alguns minutos para
que os estudantes realizem essa atividade. Depois,
peça para que eles retornem aos seus grupos
de ajuda e compartilhem quais alterações e/ou
inclusões eles fizeram no PDI. Caso não tenham
conseguido avançar com as dicas dos colegas,
reforce que não há problema algum nisso, mas
que eles deverão continuar refletindo sobre esses
aspectos nos próximos dias, com o objetivo de
encontrar possíveis soluções para essas dificuldades.
Para terminar a aula, pergunte para a turma como foi
dar e receber ajuda dos colegas. Verifique se eles se
sentiram confortáveis nessa situação e quais foram
os maiores desafios. Para finalizar, destaque que

tanto oferecer quanto pedir ajuda são habilidades
fundamentais para a convivência humana, tanto nas
relações privadas, quanto nas relações profissionais.
E reforce que, inclusive, essas são habilidades muito
valorizadas no mercado de trabalho.

socioemocional?
A personagem Pollyana, da autora norte-

americana Eleonor H. Porter, tornou-se uma referência
bastante difundida no imaginário popular. Ao passar a
vida jogando o “Jogo do Contente”, em que procurava
uma razão para estar contente em qualquer situação,
ela nos mostrava os benefícios da gratidão. Quando
nos sentimos gratos, somos capazes de aceitar e
de oferecer ajuda com mais facilidade. Além disso,
conseguimos reconhecer nossos dons e colocá-los a
serviço do bem de mais pessoas.

GRATIDÃO
Gratidão é a capacidade de reconhecermos

algo bom em nossas vidas e, ao nos sentirmos
agradecidos e satisfeitos,, demonstrarmos
generosidade. Praticar a gratidão tem efeitos
positivos na saúde mental, levando-nos a
apresentar menos estados depressivos. Isso
porque as práticas de gratidão nos ajudam a
desenvolver vieses para enxergar o lado positivo
em nossas vidas, uma capacidade que fica
dificultada quando há um quadro depressivo.
A prática da gratidão pode ser externa, quando
expressamos nossos agradecimentos a outras
pessoas, ou interna, quando fazemos esse registro
apenas para nós mesmos.
Para percebermos os benefícios da gratidão,

é necessário incorporá-la como uma prática
frequente. Uma forma de fazer isso é manter um
diário de gratidão. Podemos listar as coisas pelas
quais nos sentimos gratos e estabelecer o hábito
de escrever nele com uma certa frequência - por
exemplo, diariamente ou semanalmente. Um outro
exercício é o de escrever cartas, que podem ou não
ser enviadas, a pessoas às quais nos sentimos gratos.
A expressão de gratidão pode ter ficado um

pouco superutilizada na cultura popular e mídias
sociais nos últimos anos, fazendo-a se destacar do
seu sentido original para se tornar uma expressão
superficial. Muitas vezes, ela acaba sendo associada
a práticas de consumo e à vaidade. Isso gera o
efeito oposto ao da gratidão genuína, alimentando
uma dinâmica de comparação e escassez entre
nós. Ao contrário, ser realmente gratos nos torna
generosos e focados no nosso próprio caminho.
Por isso, é importante conectarmos a prática da
gratidão ao seu significado mais profundo: o de
perceber que podemos nos sentir felizes com o que
nos é oferecido, de que há oportunidades a serem

aproveitadas em qualquer situação e de que a vida
não está em dívida conosco.
Notas para uma antropologia da dádiva
Neste texto, o professor Nílson José Machado,

da Faculdade de Educação da Universidade de São
Paulo, explora o significado e as aplicações das
palavras dom e dádiva, além de seus empregos nas
mais diversas dimensões da vida humana.

(Acesso em 31/08/2020).
Godbout, Jacques. El espíritu del don. México: Siglo Veintiuno
Editores, 1997.
MARTÍN, Xus; PUIG, Josep Maria; GIJÓN, Mónica. Pedagogía del don:
relación y servicio en educación. In: Estudios sobre Educación. vol. 37,
2019, p. 51 - 68.
Mauss, Marcel. El ensayo sobre el don. Buenos Aires: Katz, 2009.

PROJETO DE VIDA
3º ANO
AULA 6
TÍTULO: TOMADA DE DECISÃO RESPONSÁVEL
O que faremos hoje?

responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis,
para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e
Competências decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos,
gerais da BNCC a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito
local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao
cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
qualquer natureza.

Reconhecer os fatores pessoais e sociais que interferem na tomada
de decisões e fazer escolhas que impactam a vida pessoal e/ou
coletiva de forma autônoma, criteriosa e ética.
Habilidades de vistas a elaborar e utilizar estratégias para superar dificuldades e
Projeto de Vida buscar a realização de objetivos com determinação e resiliência.
Reconhecer os valores, pensamentos, sentimentos e hábitos,
regulando as próprias condutas.
Exercitar e praticar a empatia para reconhecer e compreender as
ideias, pensamentos, sentimentos e comportamentos alheios.
Objetos de
Tomada de decisão responsável
conhecimento
Materiais Folhas impressas ou recurso para projeção de texto.

O filósofo Hans Jonas (2016) dedicou-se a estudar
o conceito de responsabilidade e reconheceu a
existência de dois tipos. O primeiro é a responsabilidade
que se assume pelas consequências de um ato
realizado, tanto do ponto de vista legal quanto moral.
Neste caso, a responsabilidade não depende do que
uma lei determina, pois é o próprio indivíduo que se
sente responsável pelas consequências de seu ato,
tornando-se juiz de si mesmo. O segundo tipo de
responsabilidade não ocorre como consequência
de um ato, mas é anterior a ele. É o sentimento de
responsabilidade por algo ou alguém devido ao nosso
vínculo com um princípio, com uma pessoa, com a
sociedade e/ou com o meio ambiente. Tal sentimento
nos torna comprometidos com aquilo pelo qual nos
sentimos responsáveis. Nem sempre é possível prever
todas as variáveis que podem afetar nossas ações e, às
vezes, as consequências de nossas decisões podem
não corresponder ao que esperávamos, sobretudo
quando a decisão não passa por um processo reflexivo.

Por isso, para ter maior consciência
e controle sobre nossas decisões, é
importante levar em consideração o
contexto onde nossa ação irá incidir,
suas múltiplas variáveis e tentar
antecipar suas consequências,
considerando, principalmente, seus impactos
em nossa vida, na vida de outras pessoas e no
meio ambiente.
Como é que se faz?
Organizando a aula
Nesta aula, você irá apresentar aos estudantes
dilemas morais antes de propor o tema da aula e
entregar a ficha correspondente. Para isso, você
poderá imprimir os dilemas ou projetá-los, conforme
julgar melhor. As perguntas relativas a cada dilema
também devem ser impressas, separadamente, para
que você as entregue uma por vez.
Antes de anunciar para os estudantes o tema
da aula, apresente a eles os dilemas morais que
constam após essas orientações. Explique que um
dilema moral é uma situação de conflito moral
em que se deve tomar uma decisão entre duas ou
mais opções, sem a possibilidade de conciliação
entre elas. Mencione que, nesta aula, eles deverão
solucionar dilemas morais.
Forme grupos de até 5 estudantes e apresente

a eles os dilemas. Você pode imprimir o texto ou
projetá-lo na lousa. Entregue a primeira questão do

dilema e dê alguns minutos para eles discutirem.
Solicite que cada estudante exponha o que faria diante
dele, bem como seus argumentos. Feito isso, o grupo
deverá tentar chegar a uma resposta única, buscando
o consenso por meio da argumentação e do diálogo.
Caso todos os integrantes tenham a mesma opinião,
peça que o grupo identifique as opções em conflito
e os argumentos favoráveis ou contrários a cada uma
delas. Depois, entregue a segunda pergunta e repita o
procedimento descrito acima.
Após a resolução dos dilemas, solicite que cada

grupo compartilhe as dificuldades que teve para
chegar a um consenso, quais argumentos foram
mobilizados e quais critérios foram adotados para se
chegar a uma resposta.
Questione se alguém mudou de opinião após

receber as perguntas. Como elas introduzem no
dilema a figura de uma pessoa conhecida, com
a qual tenderiam a ter um vínculo afetivo, as
respostas podem ser diferentes de quando o dilema
é analisado de um ponto de vista mais objetivo e
abstrato. Discuta com eles como algumas variáveis
existentes na tomada de decisão podem alterar
nossos julgamentos e decisões. Por fim, aproveite
o ensejo da discussão para apresentar o tema e as
habilidades que serão desenvolvidas nesta aula.
Dilema 1
Você tem um amigo desempregado que está

buscando um emprego sem sucesso. Ele imaginou
que teria mais chances de ser contratado se tivesse
um currículo mais impressionante. Dessa forma,
tomou a decisão de complementar seu currículo
com informações falsas, para torná-lo mais atrativo
e competitivo no mercado de trabalho. Como
consequência desse ato, seu amigo finalmente
conseguiu ser contratado, superando vários candidatos
que possuíam melhores qualificações do que ele.
Por coincidência, você descobre que a empresa

que o contratou é a mesma em que sua mãe
trabalha. Ela atua no setor de recursos humanos,
responsável pela contratação de novos funcionários.
Diante desse fato, qual seria sua reação: contaria
à sua mãe que seu amigo alterou o currículo com
informações falsas?
Após os estudantes responderem a primeira

pergunta, entregue a eles a segunda.
Você ficou sabendo que um conhecido de seu pai,

desempregado e com dois filhos pequenos, concorreu
à mesma vaga disputada pelo seu amigo contratado.
Nesse caso, você contaria à sua mãe que o currículo
aceito na entrevista de emprego continha dados falsos?
Caso julgue apropriado, você pode dar sequência à
dinâmica, apresentando o segundo dilema.
Dilema 2
Você faz parte de um grupo de ecologistas

que vivem em um território isolado de uma floresta.
Todo o grupo, que inclui oito crianças, foi feito
refém por um grupo de terroristas milicianos. Um
dos terroristas gosta de você. Ele informa que seu
líder pretende matar você e o resto dos reféns na
manhã seguinte. Ele está disposto a ajudar você e as
crianças a escapar, mas como um ato de boa fé, ele
quer que mate um de seus colegas reféns de quem
ele não gosta. Se recusar a oferta, todos os reféns,
incluindo as crianças e você, morrerão. Se aceitar
sua oferta, você e as oito crianças escaparão, mas os
outros reféns morrerão.
Você mataria um de seus colegas reféns

para escapar dos terroristas e salvar a vida de oito
crianças?
Após os estudantes responderem à primeira

questão, entregue a eles as próximas.
Você mudaria de opinião se a pessoa que você

precisa matar for um grande amigo? E se, entre as
oito crianças, estiver seu filho?

Atividade 1
Oriente os estudantes a lerem todos os
comandos da atividade, incluindo os conteúdos da
tabela, antes de iniciarem o preenchimento. Verifique
se os critérios e respectivos pontos de vista estão
claros para todos estudantes.
É possível que alguns deles ainda não tenham

decidido por uma carreira profissional específica.
Nesse caso, procure tranquilizá-los, pontuando que
é comum ainda não se ter certezas a esse respeito.,
oriente-os a levar em conta as opções que têm em
mente e a pensar nas respostas que dariam para cada
uma delas, buscando verificar aquelas que melhor
atendem a seus critérios pessoais. Caso julgue
apropriado, sugira que copiem a tabela no caderno e
preencham-na considerando mais de uma profissão.
Atividade 2
Organize a turma em um círculo, de modo
que todos possam se ver. Essa atividade exige
criar um clima de acolhimento e respeito, que
faça os estudantes se sentirem confortáveis para
expressar seus sentimentos e acolherem os de seus
colegas. Diga a eles que esse é um momento muito
importante para falarem, serem ouvidos e escutarem
seus colegas sobre os sentimentos e experiências
relacionados a seus projetos de vida. Mencione
que todos, em algum grau, podem possuir dúvidas,
receios, inseguranças, entre outros sentimentos, e
que é provável que muitos colegas partilhem das
mesmas emoções que eles. Por isso, devem sentir-
se à vontade para se expressar e acolher os colegas
com empatia e respeito.
Após alguns estudantes se manifestarem, você

poderá dar a oportunidade para eles apresentarem

sugestões para lidar com as questões que foram
mencionadas, passando a intercalar a conversa com
momentos de compartilhamento e aconselhamento.
Priorize que os conselhos partam dos estudantes e
intervenha somente quando sentir que é necessário
pontuar determinados aspectos que não foram ditos.

socioemocional?
Os seres humanos são feitos para a

convivência em comunidade. Para conservamos
uma convivência pacífica e saudável, é necessário
confiança. Dessa necessidade, surgem os nossos
princípios éticos. Ferir esses princípios, então, é
ferir a nossa própria capacidade de cultivar uma
comunidade da qual precisamos. Por isso, quando
não agimos de acordo com o que achamos que é
certo, nós nos sentimos culpados.

CULPA
Sentir culpa significa se sentir responsável por algo

ruim que aconteceu com outra pessoa, seja por
uma ação direta ou indireta da nossa parte. Esse
sentimento não necessariamente está associado
a “ser culpado” em si: algumas pessoas podem
cometer crimes hediondos sem se sentirem
culpadas por causa disso. O sentimento de culpa
pode nos levar a tentar consertar ou compensar
o que foi feito de alguma forma, seja ajudando a
pessoa afetada, ou encontrando alguma forma de
punição para nós mesmos.
Podemos observar que a culpa se manifesta nos

alunos e em nós mesmos de duas formas: a genuína
e a falsa. No primeiro caso, nós nos sentimos mal por
termos feito algo que contraria os nossos princípios
éticos. Esse sentimento afeta a percepção que temos
de nós mesmos, deixando-nos desconfortáveis com
a ideia de não sermos bons segundo nossas próprias
diretrizes. Também estão envolvidas a empatia
e compaixão pelo outro, a quem possamos ter
prejudicado de alguma forma.
Para lidar com esse sentimento, devemos,

em primeiro lugar, assumir a responsabilidade
pelos nossos atos, pedindo perdão, corrigindo ou
compensando qualquer dano feito em consequência
de uma ação da nossa parte. Essa é uma atitude
que requer, antes de mais nada, humildade.
Além disso, mostra transparência e fomenta a
recuperação da confiança dos outros para conosco.
Também devemos ser capazes de nos perdoar e de
transformar essa experiência em um aprendizado.
Em algum momento, podemos nos deparar

com alunos que não assumem a culpa por seus
atos. Além de ser uma falha moral que eles poderão
levar para a vida adulta, isso prejudica a cultura e o
clima da comunidade escolar. Por isso, precisamos

estabelecer critérios imparciais de justiça na sala
de aula, seja com as tarefas escolares, seja com os
padrões de comportamento. Ao mesmo tempo, é
importante oferecer opções para que o estudante
aprenda a partir da punição e também para que
possa consertar ou compensar seu erro. Dessa
forma, ele(a) não correrá o risco de associar a culpa
à sua personalidade de forma tão definitiva que não
consiga acreditar na possibilidade de evoluir.
O sentimento falso de culpa normalmente

está associado a uma baixa autoestima, que pode
ter origens psicológicas relacionadas ao ambiente
familiar do jovem. Nesses casos, a pessoa se sente,
de alguma forma, responsável por tudo que dá
errado, pois tem uma crença implícita de que tudo o
que faz não foi bem feito o suficiente. Normalmente,
pessoas muito perfeccionistas experimentam esse
tipo de sentimento. Na nossa cultura, observamos
essa característica com mais frequência em meninas
e mulheres, que recebem uma carga extra de
pressão para se responsabilizarem pelos outros.
Quando identificamos um caso como esse, devemos
ser cuidadosos para não reforçar os seus padrões de
baixa autoestima. Por exemplo, um aluno ou aluna
perfeccionista pode sentir culpa por ter cometido
um pequeno erro na prova, o que fica evidente
porque ele ou ela demonstra estar envergonhado(a)
e pede desculpas ao professor. Nesse caso, podemos
deixar claro que a nota não define seu valor como
como estudante ou como pessoa, e que isso deve
ser entendido apenas como uma oportunidade de
aprendizado.

Educação Ambiental e os marcos conceituais

para a construção da cidadania
Neste capítulo de livro, os autores conceituam

alguns valores morais, como a justiça, a coerência,
a solidariedade e a responsabilidade, recorrendo,
no caso deste último, à referência do filósofo Hans
Jonas.
SILVA, Marco Antonio Morgado da; ARAÚJO,

Ulisses Ferreira de. Valores Morais na Educação
Ambiental e os marcos conceituais para a construção
da cidadania. In: SEABRA, Giovani (org.). Educação
Ambiental. O Capital Natural na Economia Global
Ituiutaba: Barlavento, 2016, p 114-120.

(Acesso em: 01/09/2020).
JONAS, Hans. O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para a
civilização tecnológica. Rio de Janeiro: Contraponto: Ed. PUC-Rio, 2006.
GREENE, Joshua et al. An fMRI Investigation of Emotional
Engagement in Moral Judgment. Science, 14 Sep 2001: Vol. 293, Issue
5537, pp. 2105-2108. Disponível em: https://science.sciencemag.org/
content/293/5537/2105/tab-article-info. Acesso em: 01/09/2020.

RUBRICAS 3ª ANO
PROJETO DE VIDA
3º ANO BLOCO: Escolha e Planejamento TEMA: Mercado de Trabalho
Para que o projeto de vida seja elaborado e

para que o jovem seja capaz de empreender ações
que visem realizá-lo, é de fundamental importância
que o jovem faça a escolha profissional com
responsabilidade e com base em conhecimentos
sobre as características do mercado do trabalho,
bem como desenvolva e coloque em prática
estratégias de planejamento e execução das ações
necessárias para alcançar seus objetivos.
II
I III IV
Atendeu
parcialmente às
expectativas de
aprendizagem.
Identifica os
Identifica os
requisitos
requisitos
formativos
formativos
para exercer as
para exercer as
profissões de
profissões de
interesse, utiliza
interesse, utiliza
Não identifica Identifica os o diálogo com
o diálogo com
os requisitos requisitos pessoas mais
pessoas mais
formativos formativos experientes
experientes
para exercer as para exercer as para o próprio
para o próprio
profissões de profissões de aprendizado,
ESCOLHA E aprendizado,
interesse e não interesse, mas não aplica critérios
PLANEJAMENTO aplica critérios
utiliza o diálogo utiliza o diálogo responsáveis
responsáveis
com pessoas com pessoas para a tomada
para a tomada
mais experientes mais experientes de decisão
de decisão
para o próprio para o próprio sobre a escolha
sobre a escolha
aprendizado. aprendizado. profissional,
profissional e
mas não utiliza
utiliza estratégias
estratégias para
para planejar
planejar como
como conquistar
conquistar
seus objetivos
seus objetivos
profissionais.
profissionais.
COMENTÁRIOS
DO ESTUDANTE
COMENTÁRIOS
DO EDUCADOR

PROJETO DE VIDA
3º ANO
GUIA DO EDUCADOR
TEMA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO
TEMA 4
TÍTULO: PROATIVIDADE
AULA 1
O que faremos hoje?
Bloco 4 Engajamento e transformação
Tema Empreendedorismo e inovação
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem

própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise
crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas,
elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar
soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos
Competências das diferentes áreas.
gerais da BNCC 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e
responsabilidade.

Objeto de
Proatividade
conhecimento
Materiais Computador com acesso à internet, projetor e caixa de som.

De acordo com o dicionário online de
português, proatividade é a característica de quem
busca identificar ou resolver os problemas por
antecipação.
Pessoas com comportamento

proativo têm iniciativa, perseverança,
são mais articuladas com outras
pessoas e com o ambiente ao seu
redor.
Também se caracterizam por assumirem
uma postura ativa em busca de oportunidade de
mudança, planejamento e execução das ideias, além
de enfrentamento dos obstáculos. É uma qualidade
cada vez mais desejada no mundo do trabalho,
pois impacta diretamente na produtividade e na
organização. Há fatores individuais e contextuais
que atuam como precursores do comportamento
proativo. Entre os fatores individuais, encontram-se
a iniciativa pessoal, o envolvimento no trabalho, o
ter metas organizadas, a orientação a longo prazo,
a necessidade de realização, a autoeficácia e a
capacidade de lidar com os erros. Entre os fatores
contextuais, estão a cultura organizacional, as
normas, a autonomia, confiança nos colegas e o
apoio dos cargos de chefia. Para além do mundo
do trabalho, ter um comportamento proativo é
assumir o controle e responsabilizar-se por seus
atos e, também, pelas suas omissões. Quando
o indivíduo se vê como responsável e capaz de
batalhar pelos sonhos, ele descobre que o Projeto
de Vida é indelegável, ou seja, não é permitido

transferir nenhuma etapa do seu Projeto de Vida
para terceiros, nem procrastinar, uma vez que os
resultados dependem, entre outros fatores, da
própria determinação.
Como é que se faz?
Organizando a aula
Para uma das atividades da aula, é necessário
agendamento prévio de uma sala com computador,
acesso à internet e projetor.
Antes de iniciar a aula, solicite que os estudantes

façam um semicírculo, de modo que possam ver o
telão (utilizado para a atividade 2).
Esse é o último capítulo do livro, leia as

competências e habilidades esperadas e explique
que a ideia é engajar os estudantes para a reta final
do Ensino Médio e, ao mesmo tempo, acolher as
emoções e sentimentos gerados nessa fase.
Inicie com uma chuva de ideias sobre o
conceito geral de proatividade antes de entregar a
Ficha de Atividades. Registre, na lousa, as principais
palavras chave apontadas pelos estudantes. Ao
notar o esgotamento dos conhecimentos prévios
associados a esse termo, instigue-os a relacionar
proatividade e trabalho, proatividade e produtividade
e proatividade e procrastinação.
Em seguida, entregue a ficha de Atividades e

faça a leitura do texto introdutório.

Atividade 1
Dê alguns minutos para eles observarem o
quadro de Portinari e, em seguida, solicite que
respondam individualmente a questão proposta.
Explique que podem usar a criatividade para imaginar
os possíveis problemas, podendo propor situações
hipotéticas. Relacione essa habilidade criativa e visão
de futuro com a proatividade.
Problema Solução
Orientar posturas ergonômicas e fornecer

Má postura dos trabalhadores.
cinta lombar.
Risco de acidente de trabalho

Fornecimento de calçados.
(trabalhadores descalços).
Fornecimento de blusa de manga

Risco de insolação e/ou queimadura
comprida com fator de proteção solar,
devido à exposição solar.
chapéu e protetor solar.
Proporcionar local de descanso e

Trabalhadores demonstrando exaustão. ajustar a carga horária de trabalho com
intervalos adequados.
Fornecer água potável para os

Risco de desidratação.
trabalhadores.
Encaminhá-los para a escola; planejar

e executar algum projeto voluntário de
acompanhamento dessas crianças na
Denúncia do trabalho infantil. escola; planejar e executar algum projeto
voluntário de atividades extracurriculares
para elas; disponibilizar creches para os
filhos dos funcionários.
Conversar com esse funcionário e

capacitá-lo para estabelecer uma relação
Supervisor autoritário e sem abertura ao
respeitosa e aberta ao diálogo com os
diálogo (homem de galocha e chapéu
demais trabalhadores; promover rodas de
preto).
conversa para que possam ouvir e ajustar
os desafios vividos na lavoura.
Ajustar salário e benefícios dos

Salário dos funcionários funcionários; pagar bônus extra com a
venda de boas safras.
Finalizada a etapa individual, peça para

alguns estudantes compartilharem suas respostas.
Interessante destacar que os primeiros problemas
listados geralmente são aqueles do senso comum,
que não precisam de muito esforço para serem
notados, por isso a maioria consegue identificar.

As ideias diferenciais surgem após os dois ou três
primeiros apontamentos, exigindo que o indivíduo
mobilize as habilidades cognitivas responsáveis
pela criação e inovação, que são precursoras da
proatividade.
Atividade 2
Oriente os estudantes a escreverem no
caderno uma situação em que eles consideram
que tiveram um comportamento proativo. Dê um
tempo para elegerem uma situação que contemple
o conceito de proatividade. Pode ser uma situação
simples, de caráter individual (proatividade para
começar uma alimentação saudável), ou algo mais
complexo, relacionado à esfera social (por exemplo,
proatividade ao colaborar em uma ONG). Reforce
que deve ser uma descrição breve, que caiba em
uma frase. Ao final, peça que eles leiam para a turma
suas respostas e escolha algumas delas para discutir
como o conceito de proatividade pode ser aplicado.
Atividade 3
Realize a leitura da atividade e, depois, projete o
vídeo do Tim Urban, intitulado “Por dentro da mente
de um mestre da procrastinação”, que participou
no TED 2016 para explicar, de maneira divertida,
a mente da pessoa que procrastina. O vídeo está
disponível no link externo.
Dê um tempo para os estudantes responderem

individualmente as questões e, depois, abra a roda
de conversa. Segue o gabarito para auxiliá-lo na
condução da discussão.
1. Resposta pessoal. Imagina-se que muitos
estudantes já se viram na situação de deixar
para fazer algum trabalho de última hora. Ouça
as emoções e sentimentos desencadeados com
a procrastinação. Provavelmente surgirão falas
referindo-se à angústia, à ansiedade, à irritação,
ao arrependimento, entre outras.

2. Resposta pessoal. Os estudantes que se
identificam com a mente procrastinadora
podem citar dificuldade para ter iniciativa, ser
preguiçoso, distraído, desorganizado, entre
outras. E os estudantes que não se identificam
como procrastinadores podem exemplificar
que são determinados, organizados e
disciplinados. Acolha todas as características
e reforce a importância de aprenderem a
lidar com a procrastinação. Nesse sentido, é
fundamental apontar que é quase impossível
que uma pessoa nunca procrastine em sua
vida, mas que é necessário equilibrar esse
comportamento com momentos de mais
disciplina e foco.
3. O palestrante encerra sua apresentação
dizendo que a procrastinação está relacionada
a situações sem prazo definido para acabarem
(como sair de um relacionamento, ter uma
conversa difícil com a família, trocar de
emprego) e tem um grande impacto na
saúde mental, gerando angústia e frustração
ilimitadas, diferentemente das situação com
prazo, com a entrega de um trabalho. Assim,
os estudantes deverão identificar se costumam
procrastinar pontualmente, seja em relação
a algum trabalho com prazo ou com relação
a diversos ambientes da vida vinculados ao
Projeto de Vida. É interessante que percebam
que ambos os tipos de procrastinação
impactam no desenvolvimento do Projeto
de Vida, uma vez que eles são os únicos
responsáveis pela sua concretização.
Atividade 4
Leia coletivamente o enunciado e deixe os
minutos finais da aula para eles refletirem sobre as
tarefas importantes e urgentes que devem realizar em
relação ao Projeto de Vida. Incentive os estudantes
a serem críticos e sinceros com as tarefas que irão
apontar em cada quadrante da matriz. Para encerrar,
peça para alguns compartilharem suas respostas.

socioemocional?
A proatividade é uma atitude necessária se

queremos ter sucesso em qualquer esfera das nossas
vidas, seja acadêmica, profissional, social ou pessoal.
Ela não só nos abre os caminhos para o sucesso dos
nossos planos, como também nos torna membros
atuantes das nossas comunidades.
Porém, ela não é uma característica inata,

mas adquirida. Algumas pessoas são expostas a
ambientes em que são encorajadas a serem proativas
desde cedo, e isso se manifesta na sua vida escolar
e profissional de forma natural. Já outros podem ser
levados a desenvolver uma postura apática devido ao
contexto em que cresceram.
APATIA
Demonstramos apatia quando sentimos uma falta

de interesse ou motivação para realizar certas
atividades, ou para nos esforçar para conseguir
algo. Ela pode ser pontual, aparecendo em
situações específicas, normalmente como um
sinal de que aquele assunto ou atividade não nos
motiva tanto; ou crônica, quando a pessoa mostra
um desinteresse constante por qualquer atividade.
No segundo caso, ela pode ser o sintoma de uma
doença psiconeurológica.

Para nós, professores, é excelente termos
estudantes participantes e engajados nas atividades
que propomos. Porém, algumas vezes, nós nos
deparamos com alunos apáticos. As razões para isso
podem ser diversas: desde eles virem de um histórico
de pouco incentivo à proatividade em sala de aula,
até uma falta de motivação crônica, resultante do
seu contexto social ou familiar. Para nós, no entanto,
essa situação pode ser também desencorajadora.
Para melhorarmos esse quadro, precisamos

primeiro entender que dificilmente um discurso
ou palestra será suficiente para promover uma
mudança de atitude. A proatividade precisa ser
internalizada, e isso pode levar tempo. Para
ajudarmos os alunos, é importante acessarmos a
fonte da sua desmotivação e trazer de volta a sua
autoconfiança. Por exemplo, jovens que cresceram
em ambientes muito autoritários podem mostrar
receio de serem proativos e acabam adotando uma
atitude apática, aguardando que alguém lhes diga
o que devem fazer. O medo da punição também
provoca esse efeito.
Criar espaços lúdicos, em que eles possam

exercitar autonomia e a tomada de decisão, contribui
para que recuperem a confiança em si mesmos e
na sua capacidade de ação. Alguns exemplos de
atividades como essas são oficinas de teatro e outras
manifestações artísticas, organizações estudantis,
projetos sociais dirigidos pelos alunos etc. Com o
tempo, os jovens vão construindo uma ideia de si
mesmos como alguém capaz de ser espontâneo,
de ter iniciativa e de tomar decisões em situações
ambíguas. Nosso papel é o de criar um ambiente
seguro, em que eles possam se expressar e se
tornarem, progressivamente, mais participativos.

Afetividade, cognição e moralidade
Neste capítulo, a autora apresenta o resultado

de uma pesquisa que analisou a influência que os
estados emocionais exercem no raciocínio moral dos
indivíduos. Para isso, expôs professores a situações
que suscitam emoções positivas, negativas e
situações neutras, antes de apresentar uma situação
problema para eles resolverem. Ela conclui que
professores expostos a emoções positivas em seu
ambiente de trabalho tendem a resolver os conflitos
de maneira ativa, ou seja, são proativos, além de
acessarem valores como solidariedade, generosidade
e responsabilidade. Reforça que, se o ambiente
escolar prezar por relações pessoais agradáveis e
respeitosas, isso se tornará um valor moral para o
estudante, aumentando a probabilidade de formar
cidadãos engajados por um mundo melhor.
ARANTES, V. A. Afetividade, cognição

e moralidade na perspectiva dos modelos
organizadores do pensamento. In:______ (Org.).
Afetividade na escola: alternativas teóricas e práticas.
4ª. ed. São Paulo: Summus Editorial, 2003. p.109-128.
DICIONÁRIO ONLINE DE PORTUGUÊS. Proatividade. Acesso em 7 set
2020. Disponível em:<https://www.dicio.com.br/proatividade/>
KAMIA, MEIRY; PORTO, JULIANA BARREIROS. Comportamento
proativo nas organizações: o efeito dos valores pessoais. Psicologia:

Ciência e Profissão, v. 31, n.3, 2011. Acesso em 8 set 2020.
Disponível em:<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1414-98932011000300003>
NA PRÁTICA.ORG. Matriz de Eisenhower: a ferramenta para priorizar
melhor suas tarefas diárias. Acesso em 8 set 2020. Disponível
em:<https://www.napratica.org.br/matriz-de-eisenhower-
produtividade/>
VEIGA, HEILA MAGALI DA SILVA; NEIVA, ELAINE RABELO; BRUNO-
FARIA, MARIA DE FÁTIMA. Proactivity: influence of conditions for
creativity considering and the mediating effect of creative self-
efficacy. Revista de Administração da UFSM, v.13, n.3, 2020. Acesso
em 8 set 2020. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/reaufsm/
article/view/31986>

PROJETO DE VIDA
3º ANO
GUIA DO EDUCADOR
TEMA 4
TÍTULO: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO
AULA 2
O que faremos hoje?
Bloco 4 Engajamento e Transformação

Competências responsabilidade.
qualquer natureza.

Habilidades de interesses pessoais em relação à inserção no mundo do trabalho.
Projeto de Vida
Criar soluções coerentes e inovadoras para problemas hipotéticos
ou reais
Objetos de
Empreendedorismo e inovação
conhecimento

Empreendedorismo e inovação são dois termos
que adquiriram posição de destaque no últimos
anos, sobretudo no mundo do trabalho. O primeiro
se refere ao ato de propor e produzir algo diferente
para a sociedade, para o mercado, ou mesmo dentro
de uma empresa.
Um empreendedor é toda pessoa

ou coletivo que busca solucionar
um problema de forma inovadora,
criando um produto ou serviço, ou
propondo uma nova forma de fazer
algo que já existe,
com a finalidade de trazer melhorias para pessoas,
organizações e/ou para a sociedade em geral.
Enxergar desafios como oportunidades,

erros como aprendizados, aceitar correr riscos
e buscar superar desafios são qualidades de
um empreendedor. Mas também a criatividade,
entendida como a capacidade de solucionar
problemas de forma inovadora, sendo uma
competência de grande reconhecimento e
procura no mundo do trabalho no século XXI, é
um atributo fundamental no empreendedorismo.
Assim, ainda que nem todos os jovens desejem
trilhar esse caminho, prepará-los para inserir-se de
forma competente diante dos desafios do mundo
do trabalho passa por auxiliá-los a desenvolver
habilidades associadas ao empreendedorismo.

Como é que se faz?
Organizando a aula
Apresente o tema e as habilidades propostas
para esta aula e distribua a Ficha de atividades
para os estudantes. Caso julgue oportuno, após a
Atividade 1, você poderá reproduzir o vídeo no qual
Steve Jobs apresenta o lançamento do primeiro
Iphone (2007), demonstrando como esse produto
inovador foi criado a partir do reconhecimento das
limitações de telefones celulares, proporcionando
maior praticidade a fim de potencializar o
atendimento das necessidades dos usuários. Para
isso, organize-se para dispor dos equipamentos
necessários para a transmissão do vídeo.
Disponível em link externo. (Acesso em>

11/09/2020).
Inicie perguntando aos estudantes se sabem
o que é uma gambiarra e peça que observe alguns
exemplos disso nas imagens abaixo, tentando
adivinhar por que e em quais circunstâncias essas

gambiarras foram criadas. Eles poderão levantar
diversas hipóteses, porém o mais importante é
identificar que são formas criativas de solucionar
problemas práticos do cotidiano, por meio do uso de
recursos de fácil disponibilidade.
Após ouvir as definições feitas pelos estudantes,

discuta que a gambiarra é um tipo de tecnologia
que visa utilizar recursos que se têm à disposição
para solucionar problemas de forma improvisada
e criativa. Ao se referir ao conceito de tecnologia,
esclareça que não se restringe ao mundo digital, pois
consiste no uso do conhecimento para o emprego
de técnicas ou ferramentas que visem melhorar a
adaptação do ser humano ao mundo e transformá-
lo. O termo tem raiz etimológica grega (techné =
ofício; técnica; logos=razão; estudo de algo).
Atividade 1
Antes de ler o texto, faça um levantamento das
concepções dos estudantes acerca das questões que
introduzem a atividade: se conhecem os significados
das palavras empreendedorismo e inovação e quais
relações é possível estabelecer entre essas palavras e
as “gambiarras” do dia-a-dia.
Após a leitura, peça que os estudantes

compartilhem com seus colegas exemplos
de cada um dos tipos de empreendedorismo,
buscando destacar em que o elemento da
inovação está presente. Alguns exemplos de
intraempreendedorismo podem ser a criação de um
novo modelo de automóvel, de smartphone, ou do
botão “curtir” da rede social Facebook, que ampliou
significativamente o número de interações entre
os usuários. Já no âmbito do empreendedorismo
empresarial, eles podem citar a rede social Instagram,
a plataforma de streaming Netflix, aplicativos de
diversos tipos, microempresas que atuam em suas
comunidades, etc. O empreendedorismo social, por
sua vez, pode ser exemplificado por organizações não

governamentais, como o Greenpeace e a GRAAC. Na
próxima aula, o tema será abordado com destaque.
Atividade 2
Comente que a ideia de “solução inovadora”
comporta não somente algo absolutamente inédito e
inimaginável, mas também soluções que apresentem
algum diferencial em relação a algo que já existe
no mercado, o que pode incluir a combinação de
diferentes produtos e/ou serviços existentes. Chame a
atenção para que explorem a criatividade, porém sem
perder de vista que a proposta deve ser feita dentro
de limites de viabilidade, devendo ser, portanto,
justificada com base nos recursos tecnológicos
e capacidades humanas que temos à disposição.
Ao final dessa atividade, peça que algumas duplas
socializem com a turma suas propostas.
Atividade 2
Nesta atividade, os estudantes deverão
imaginar o que seria possível empreender nas áreas
profissionais que lhes interessam. Caso algum
estudante não tenha escolhido uma profissão,
oriente-o a realizar a atividade levando em conta
alguma de suas opções profissionais ou uma
profissão com a qual possui afinidade.

socioemocional?
Ter boas ideias nem sempre é fácil, mas também

não é a parte mais complexa da inovação. Muitas boas
ideias acabam não alcançando os resultados para
que foram propostas. Isso ocorre por diversas razões:
talvez o problema que estamos resolvendo não
incomodava as outras pessoas, ou talvez a solução
que propomos não é tão simples de usar, etc. Por isso,
usar uma metodologia como o Design Thinking para
gerar e implementar inovação pode ser bastante útil.
DESIGN THINKING
O Design Thinking é uma metodologia baseada

nos princípios de design. Ele oferece uma proposta
de processo de inovação com flexibilidade e
adaptabilidade. Uma das suas características
é ser centrada no ser humano, pois parte do
entendimento das necessidades do cliente ou
usuário para gerar ideias. Além disso, também
propõe uma abordagem científica, testando
hipóteses para gerar as soluções mais eficazes.
O Design Thinking é um processo que possui 5

etapas:
● Empatizar: o primeiro passo é entender bem
a(s) pessoa(s) para quem você quer desenvolver
uma solução. Para isso, podem ser realizadas
entrevistas ou observações de como ele se
comporta na situação em que queremos inovar.
O objetivo é entender as suas necessidades,
como se sentem e o que priorizam. Essa etapa
vai gerar dados de pesquisa. Por exemplo,
se queremos criar um projeto para ajudar

os jovens a poupar, o primeiro passo seria
entrevistar alguns deles para saber como
são atualmente os seus hábitos financeiros.
Também seria uma opção pedir para
registrarem em um diário suas decisões quanto
a gastos e à poupança.
● Definir: a partir dos dados da etapa anterior,
sintetizamos as informações para definir qual
é o problema específico para o qual vamos
desenvolver uma solução. No exemplo anterior,
poderíamos ter observado que os nossos
usuários não comparam os preços dos itens de
vestuário que adquirem e podemos decidir criar
uma solução para ajudá-los a poupar nessa
atividade.
● Idear: uma vez que o problema está bem
definido, podemos pensar em ideias para
resolvê-lo. Fazer essa etapa em pequenos
grupos é o ideal, pois a variedade de visões
irá potencializar a capacidade de inovação.
Quando estamos ideando, o ideal é não fazer
nenhum julgamento das propostas como sendo
boas ou ruins, muito menos descartar ideias.
Neste momento, devemos construir a partir das
ideias uns dos outros e deixar a mente aberta.
● Prototipar: depois de idear exaustivamente,
podemos escolher uma das ideias que achamos
mais promissora para prototipar. Um protótipo
é um modelo do projeto final que nos permite
testar as principais premissas da ideia. No
nosso exemplo, suponha que decidimos criar
um sistema em que os usuários comparam
os preços de um determinado item com a
premissa de que isso os fará escolher o mais
barato, ou mesmo reavaliar a compra. Para isso,
enviamos por e-mail uma lista de opções de
lojas com diferentes preços de uma peça de
vestuário em que eles estejam interessados.
● Testar: Por fim, testamos o nosso protótipo
e observamos se a nossa premissa era válida.
Se sim, podemos partir para a evolução desse
protótipo. Se não, testamos outra ideia.
O importante é notar que não necessariamente

há um ponto final nesse processo: podemos
sempre estar aprendendo com os usuários
e gerando inovações até mesmo na solução
já implementada.
Pense Grande
Programa da Fundação Telefônica Vivo voltado

a fomentar o empreendedorismo de impacto social
com uso de tecnologia para jovens. O material do
programa, cujo link segue abaixo, apresenta uma
metodologia de trabalho para atingir esse objetivo.

(Acesso em: 11/09/2020).
https://blog.aevo.com.br/8-exemplos-de-intraempreendedorismo-
para-se-inspirar/
https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/al/artigos/negocios-
de-impacto-social-e-ambiental-nisa-em-alagoas,98cc1881d1402710
VgnVCM1000004c00210aRCRD
https://www.ecycle.com.br/6518-empreendedorismo-social.html

PROJETO DE VIDA
3º ANO
GUIA DO EDUCADOR
TEMA 4
TÍTULO: EMPREENDEDORISMO SOCIAL
AULA 3
O que faremos hoje?
Bloco 4 Engajamento e Transformação

responsabilidade.

Habilidades de Identificar, compreender e sensibilizar-se com problemas sociais e
Projeto de Vida ambientais, propondo e realizando ações voltadas ao bem comum,
à justiça social, à sustentabilidade e à democracia.
Objetos de
Empreendedorismo social
conhecimento
Materiais Recursos para reprodução de vídeo.

A construção de valores morais é um
procedimento que ocorre em função do vínculo
afetivo que o sujeito estabelece com alguma pessoa,
situação, norma, conduta ou ideologia que expressa
um conteúdo moral (PIAGET, 2014; SILVA, 2020). No
campo da educação em valores, uma das estratégias
para que os educandos construam valores morais
é pelo conhecimento e vinculação afetiva com
ações, pessoas, coletivos ou organizações que
exemplificam a prática de valores morais. O autor
catalão Josep Puig (1998) denomina essa estratégia
ou método de modelos morais.
Conhecer e sensibilizar-se com uma

referência de conduta moral pode levar
o estudante tornar a conduta como
uma referência pessoal sobre como
agir em relação ao outro e no mundo
em face de conflitos e dilemas sociomorais,
além de possibilitar que o sujeito integre o princípio
que rege essa conduta à sua identidade como
um valor, a orientar seus juízos, sentimentos e
ações (SILVA, 2020). Para Puig (1998), os filmes e,
especialmente, o gênero documentário, ao tratarem
de histórias de vida e iniciativas exemplares do ponto
de vista moral, representam importantes ferramentas
de educação em valores.

Como é que se faz?
Organizando a aula
Recupere as discussões feitas na aula anterior
em relação ao conceito de empreendedorismo
social. Apresente o tema e as habilidades da aula
e, antes de distribuir a ficha aos estudantes, leia o
primeiro parágrafo da seção seguinte (“Despertando
o interesse”). Reserve um tempo para que pensem
em possíveis soluções para o problema. Essa aula
será realizada em torno do documentário “Quem
se importa”, cujas orientações encontram-se na
Atividade 1. Portanto, será necessário organizar os
equipamentos para sua reprodução.
O documentário pode ser acessado pelo

YouTube (Disponível em link externo. (Acesso em:
11/09/2020) ou adquirido e alugado na plataforma
Vimeo (Disponível em link externo. (Acesso em:
11/09/2020). Recomenda-se que o acesso ao
material seja verificado antes da aula.
Instigue os estudante a pensarem em possíveis
soluções para o problema colocado pelo texto
introdutório, a saber: como oferecer água potável
para famílias que vivem no semi-árido nordestino,
longe dos centros de tratamento de água?

Em seguida, faça a leitura coletiva dos trechos
da matéria publicada no portal Impacta Nordeste,
disponíveis no material do estudante. Ao final,
pergunte aos estudantes se conhecem organizações
que desenvolvem projetos de impacto social na
região em que vivem e, de modo geral, no Brasil.
Atividade 1
Faça a leitura coletiva dos questionamentos
que dão início à atividade, reservando alguns
segundos de silêncio para que os estudantes
reflitam a respeito disso. Em seguida, peça que
algum estudante se voluntarie para fazer a leitura do
texto e reproduza o documentário.
Você pode optar por transmitir todo o

documentário. Porém, para que possa se adequar
ao tempo de aula de 120 minutos, sugerimos que
sejam reproduzidos os seguintes trechos: do início
a 17min45s; de 20min20 a 23min40s; de 42min15s
a 46min10s; de 47min20s a 50min12s; de 52min05s
a 57min30; de 1h06min a 1h13min30s; e de
1h25min13s até 1h29min.
Atividade 2
Após cada estudante responder às questões
individualmente, reserve os minutos finais da aula
para que socializem suas respostas. Esse é um
momento de destacar a importância social das
iniciativas apresentadas pelo documentário e do
empreendedorismo social, de um modo geral.
Aproveite para mencionar que, mesmo que não
desejem ser empreendedores sociais, podem fazer
uso dos casos e dos depoimentos apresentados no
filme para refletirem sobre como podem beneficiar a
sociedade por meio de suas profissões.

socioemocional?
A raiz do empreendedorismo social é o

incômodo com uma situação. Temos de reconhecer
que alguma coisa não funciona do modo como
gostaríamos para, depois, sentirmos necessidade de
mudá-la. A esse sentimento chamamos indignação.
INDIGNAÇÃO
Sentimos indignação quando observamos algo

que não consideramos certo, ou que contraria o
nosso sistema de valores. Acreditamos, de alguma
forma, que aquilo não deveria ter permissão para
ser feito. Nossa indignação pode ser direcionada
a um indivíduo em específico, ou a sistemas de
forma geral. Por exemplo, alguém com valores
muito conservadores pode ficar indignado ao ver
que alguém teve filhos fora do casamento. Ou
uma pessoa que se importa com desigualdade
social pode se sentir indignada com a situação de
pobreza que observa. Em conclusão, a indignação
pode ser direcionada a diferentes causas, estando
muito relacionada ao sistema de valores e mesmo
ao posicionamento político de cada um.

Embora muitas coisas possam ser melhoradas
de um ponto de vista coletivo, nem todos sentem
a urgência de se posicionar em direção a uma
mudança sistêmica. Isso pode ocorrer por vários
motivos: talvez não tenhamos consciência dos
problemas que existem, ou talvez não acreditemos
que algo possa ser feito. Essas crenças podem
nos levar a assumir uma postura acomodada e
individualista. Outras vezes, nós nos tornamos
cínicos ou mesmo violentos.
Sentir indignação é uma parte natural do

processo de sermos uma parte atuante da nossa
comunidade. É importante, no entanto, direcionar
esse sentimento no sentido de promover evolução
e ganho coletivo. Para isso, o primeiro passo é a
consciência da responsabilização: mesmo que os
problemas que nos incomodam sejam causados
por fatores muito fora da nossa esfera de controle,
direcionar nossa indignação para indivíduos ou grupos
com ataques pessoais pouco vai fazer para promover
uma real mudança. Ao invés disso, podemos nos
perguntar o que está ao nosso alcance, individual
ou coletivamente, fazer para mudar essa situação. O
segundo passo é, então, a iniciativa.
Podemos ajudar a construir uma geração de

cidadãos atuantes, promovendo o direcionamento
dos sentimentos de indignação que reconhecemos
nos nossos estudantes para a reflexão e a ação. Para
empoderá-los nesse sentido, uma boa prática é a de
identificar esse sentimento e instigá-los a procurar
entender mais sobre o problema em questão. Depois
disso, incentivá-los a descobrir o que está ao seu
alcance fazer e oferecer o suporte no ambiente
escolar para que possam exercer seu protagonismo.

Impacta nordeste
O portal reúne informações, notícias e serviços

relevantes sobre e para negócios de impacto,
projetos sociais e ações de responsabilidade social
do Nordeste. Disponível em link externo. (Acesso
em: 11/09/2020).
PIAGET, Jean. Relações entre a afetividade e a inteligência no
desenvolvimento mental da criança. Rio de Janeiro: Wak Editora,
2014. Publicado originalmente em 1953.
SILVA, Marco Antonio Morgado da. Integração de valores morais às
representações de si de adolescentes. 2020. 231 f. Tese (Doutorado
em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo,
São Paulo, 2020.
PUIG, Josep Maria. Ética e Valores: métodos para um ensino
transversal. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998
https://www.ecycle.com.br/6518-empreendedorismo-social.html
http://www.quemseimporta.com.br/

PROJETO DE VIDA
3º ANO
GUIA DO EDUCADOR
TEMA 4
TÍTULO: OBSTÁCULOS PROFISSIONAIS
AULA 4
O que faremos hoje?

Competências das diferentes áreas.
gerais da BNCC 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e
responsabilidade.

Habilidades de
Projeto de Vida
pessoal e coletivo.
Objeto de
Obstáculos profissionais
conhecimento
Materiais Ficha de atividades da aula 4 - Obstáculos profissionais.

Ao trilhar a carreira profissional,
indubitavelmente encontramos obstáculos que
fazem parte desse percurso. Por isso, é importante
estar preparado para enfrentá-los. Encará-los como
parte do processo é o segredo para manter-se
engajado nas metas e objetivos profissionais. Essa
perspectiva aponta que os maiores aprendizados
surgem dos grandes desafios, evidenciando que há
aspectos positivos em todas as situações vividas.
A habilidade de olhar para a

adversidade como uma oportunidade
de crescimento se chama resiliência.
É essencial desenvolver as competências
cognitivas e socioemocionais ao enfrentar os
obstáculos profissionais. Por esse motivo, para as
atividades da aula, vamos resgatar as competências
do século XXI: aquelas relacionadas à cognição,
que envolve o pensamento crítico e estratégico; as
intrapessoais, relacionadas com a capacidade de lidar
com as emoções e regular as próprias condutas; e
as interpessoais, que se referem ao relacionamento
com as outras pessoas, capacidade de expressar
ideias e se comunicar.
Não podemos prever com exatidão as situações

que vamos vivenciar no âmbito do trabalho, mas
podemos conhecer o modo como reagiremos a
determinadas situações. Por isso, faz-se necessário
criar estratégias de enfrentamento aos obstáculos
profissionais antes de eles surgirem.

Como é que se faz?
Organizando a aula
Solicite, antes de iniciar as atividades, que os
estudantes façam um semicírculo com as mesas e
cadeiras.
Peça para alguns deles relatarem histórias
de pessoas que enfrentaram algum problema no
trabalho. Estimule-os a contar como essas pessoas
se sentiram em meio aos conflitos e como elas
reagiram. Também pode perguntar se eles teriam
uma conduta diferente da pessoa exemplificada.
Ouça alguns relatos.
Atividade 1
Solicite que eles formem grupos de até cinco
pessoas. Em seguida, peça que façam a leitura dos
casos e respondam as questões propostas. Para
finalizar, abra uma discussão com a turma. Instigue-
os a apresentarem as respostas e a justificá-las.
Gabarito sugerido para auxiliá-lo na discussão.
1) Caso 1: entre as competências cognitivas, por
exemplo, Janaína precisa desenvolver o poder
de tomar decisões. Já entre as competências
intra e interpessoais, podemos citar orientação
para a carreira, iniciativa, determinação,
perseverança, responsabilidade e produtivismo.
Caso 2: Otávio precisa trabalhar competências
relativas ao autocuidado e à saúde mental, bem
como responsabilidade, profissionalismo e ética
em relação ao exercício profissional indevido.

Também podemos pensar em competências de
comunicação assertiva para a relação com sua
chefe, entre outros.
Caso 3: Eduardo precisa desenvolver sua

capacidade de resolução de conflitos e a
comunicação assertiva para melhorar a relação
com seu chefe. Seria interessante também ele
aprender sobre liderança e empatia, uma vez
que, na prática, ele não tem vivenciado esses
conceitos, entre outros.
Caso 4: Marcelo necessita desenvolver

competências de liderança, resolução de
conflitos, trabalho em equipe, cooperação,
empatia, produtividade, entre outros.
2) Os estudantes deverão encenar os casos.
Defina como os casos serão distribuídos para
cada grupo. Isso pode ocorrer por meio de um
sorteio, feito pelo professor, ou por escolha dos
próprios estudantes, desde que todos os casos
tenham representantes e que fique equilibrado
o número de grupos por caso (por exemplo,
dois grupos apresentam uma proposta para
o mesmo caso). Reforce que a dramatização
deve ser objetiva, com, no máximo, 5 minutos,
e deve conter uma solução para os obstáculos
profissionais enfrentados pelos protagonistas.
Estimule os estudantes a criarem propostas
criativas, coerentes com as competências listadas na
questão anterior. Seguem somente alguns exemplos
de propostas. Lembre-se de que inúmeros outros
podem surgir. Acolha todos eles e discutam a sua
viabilidade.
Caso 1: Janaína precisa traçar seus objetivos,

metas e estratégias. Para isso, precisa
investir em ferramentas que promovam o
autoconhecimento. O autoconhecimento
facilita a tomada de decisão, a ter iniciativa e a
manter-se determinada.

Caso 2: Otávio precisa aprender a controlar
suas emoções e a cuidar da sua saúde mental.
Por isso, pode buscar por aperfeiçoamento das
tecnologias do eu, como prática de exercício,
meditação, psicoterapia, etc. Ele também
precisa ter uma conversa assertiva com Eliana,
explicando seus medos e anseios.
Caso 3: Eduardo pode buscar estratégias para

conseguir ter uma conversa assertiva com
seu chefe, levando soluções para a falta de
organização da agenda.
Caso 4: Marcelo pode buscar novos

conhecimentos em cursos sobre liderança.
Também pode propor espaços para conversas
e dinâmicas que abordam a importância do
trabalho em grupo.
Ao final da dramatização de cada caso, peça

para o restante do grupo apontar os pontos positivos
e se há sugestões de novas propostas. Pergunte ao
grupo que apresentou como eles se sentiram, quais
foram as facilidades e as dificuldades que tiveram
para resolver o caso.
Atividade 2
Solicite que algum estudante realize a leitura
da atividade e oriente que eles preencham a tabela
individualmente. Fique à disposição para as dúvidas
que possam surgir com o preenchimento da tabela.
A resposta é pessoal, mas seguem alguns

exemplos. Para a situação-problema 1, o estudante
pode reconhecer que tem a habilidade de escutar,
mas precisa aprender a cuidar da saúde mental,
pois fica muito triste após receber críticas. Como
estratégia, ele pode se comprometer desde já a
prestar atenção a situações nas quais recebeu uma
crítica e tentar compreender o contexto, fazer uma
autoavaliação sincera, analisar por outra perspectiva e
buscar melhorar. Ou, para a situação 2, ele reconhece
que é honesto, mas precisa aprender a argumentar

e a gerenciar conflitos a fim de resolver o desacordo
com sua amiga. Como estratégia, pode praticar a
construção de críticas construtivas com familiares e
colegas e pedir para que eles deem o feedback se ele
foi respeitoso e objetivo no seu apontamento.
Para encerrar, incentive-os a compartilharem

suas respostas e mostre a importância dessas trocas
para que eles possam aprender com as estratégias
dos outros.
Atividade 3
Reserve o tempo final da aula para que eles
escrevam uma carta para si mesmos no futuro, tendo
em vista a possibilidade de enfrentarem dificuldades
no âmbito profissional. Encoraje-os a pensar em
detalhes, pois é importante que essas palavras sirvam
de automotivação no futuro. É possível que a escrita
por si só sirva de automotivação para alguns deles.
Sugira que eles guardem a carta e a acessem quando
for necessário.

socioemocional?
“Os grandes navegadores devem sua reputação

aos temporais e às tempestades” - Epicuro

Sem estabelecer metas e planejamento, não
saímos do lugar. É necessário traçar uma rota para
pelo menos darmos início à exploração. O segredo
do sucesso, no entanto, não é seguir o plano ao
pé da letra para se chegar exatamente ao ponto
que tinha sido pensado logo no início. Na verdade,
conforme iniciamos qualquer jornada, somos
apresentados a novas situações e desafios que não
imaginávamos que fariam parte do caminho. O
segredo para lidar com essa incerteza e ambiguidade
é a adaptabilidade.
ADAPTABILIDADE
Adaptabilidade é a capacidade de reconhecer a

necessidade da mudança de planos, estratégias
ou táticas durante um processo. Para concluir
esse processo com sucesso, precisamos estar
atentos a oportunidades de aprendizado e a rever
nossas premissas quando necessário. Para que
a adaptabilidade não se confunda com falta de
direção, é importante notar que o propósito e a
visão de um projeto profissional ou pessoal não
precisam ser alterados, mas talvez a forma com
que planejamos alcançá-los precise ser adaptada
de acordo com circunstâncias externas.
A teimosia pode ser entendida como um dos

opostos da adaptabilidade. Algumas vezes, a própria
narrativa tão disseminada de que é importante não
desistir pode nos convencer de que não devemos
fazer mudanças nos nossos planos. Mas mudar
de estratégia não significa abrir mão dos nossos
objetivos e sonhos. Ela, na verdade, permite que os
alcancemos de forma mais eficiente.
Quando encontramos obstáculos no nossa

jornada profissional, pessoal ou acadêmica,
algumas vezes temos o impulso de desistir, pois
concluímos que aquela escolha não está saindo como
esperávamos. Porém, a verdade é que contornar esses
desafios fazem parte da conquista que almejamos.

Para a prática da adaptabilidade, é
necessária uma mentalidade de aprendizado e
de experimentação. Por exemplo, quando um
estudante se engaja em um projeto e encontra
alguma dificuldade ou obstáculo, podemos ajudá-
lo(a) propondo pensar em alternativas para que o
objetivo seja alcançado. Também podemos instigá-
los a descobrir novas estratégias, deixando claro que
os desafios são oportunidades para exercitarmos a
criatividade. Caso não esteja funcionando, podemos
encarar isso como uma oportunidade de aprender e,
então, construir estratégias ainda mais embasadas.
Em um mundo interconectado, a complexidade

sempre estará presente. Abrir mão da rigidez
presente nos nossos planos e na tomada de decisão
é inevitável se queremos navegar nessa realidade.
A forma como você encara um momento pode

mudar tudo
Nesta palestra do TEDx, a modelo Paola

Antonini, que perdeu uma das pernas em um
acidente de trânsito, revela que, com otimismo e
desenvolvimento pessoal, é possível encarar até as
situações mais adversas.

FARSEN, THAÍS CRISTINE; COSTA, ALINE BOGONI; SILVA, NARBAL.
Resiliência no trabalho no campo da psicologia: um estudo
bibliométrico. Psicología desde el Caribe, v. 35, n.1, 2018. Acesso em
14 set 020. Disponível em: <http://rcientificas.uninorte.edu.co/index.
php/psicologia/article/viewFile/9554/1115>
GOMES, PATRÍCIA. Conheça as competências para o século 21.
Acesso em 12 set 2020. Disponível em:<https://porvir.org/conheca-
competencias-para-seculo-21/>

PROJETO DE VIDA
3º ANO
GUIA DO EDUCADOR
TEMA 4
TÍTULO: COMPARTILHANDO EXPERIÊNCIAS
AULA 5
O que faremos hoje?
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora,

como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem
como conhecimentos das linguagens artística, matemática e
científica, para se expressar e partilhar informações, experiências,
ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos
que levem ao entendimento mútuo.
Competências apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem
gerais da BNCC entender as relações próprias do mundo do trabalho, fazendo
responsabilidade.
emocional, compreendendo-se na diversidade humana e

interesses pessoais em relação à inserção no mundo do trabalho
Habilidades de
Projeto de Vida
buscar a realização de objetivos com determinação e resiliência
pessoal e coletivo.

Objeto de
O percurso de construção do projeto de vida
conhecimento
Materiais Ficha de atividades da aula 5 - Compartilhando experiências
Tempo de aula Tempo de aula: 120 minutos

Documentos oficiais do campo da educação,
como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
destacam a importância de as práticas pedagógicas
estimularem a autonomia e o protagonismo dos
estudantes. Por essa razão, as metodologias ativas
de aprendizagem têm se tornado cada vez mais
presentes nas salas de aula.
As metodologias ativas são o

conjunto de técnicas, estratégias e
práticas que conferem aos estudantes
a centralidade no processo de
aprendizagem e aos professores o
papel de mediadores.
Dessa forma, os estudantes têm um papel ativo
no processo de construção do próprio conhecimento
mediante a troca de experiências com seus pares e
com o professor. A estratégia denominada “mesa-
redonda”, muito utilizada em congressos científicos
para que dois ou mais pesquisadores contrastem
seus pontos de vida em relação a um mesmo tema,
quando aplicada ao contexto pedagógico, possibilita
que os estudantes desenvolvam as capacidades de
sistematização de ideias, argumentação, comunicação
oral, além de oferecer o contato com perspectivas
diferentes, a fim de possibilitar o exercício da empatia,
do respeito, da tolerância, promovendo o contato
com perspectivas divergentes.

Como é que se faz?
Organizando a aula
Inicie a aula pedindo aos estudantes que
formem um semicírculo com suas mesas e cadeiras.
Depois, entregue a eles a ficha de atividades dessa
aula (Aula 5 - Compartilhando experiências). A
proposta da aula é que os estudantes se organizem
para realizar uma mesa-redonda sobre o percurso
de construção de seus projetos de vida para
compartilhar essas experiências com os estudantes
mais novos. Sugerimos que os estudantes do nono
ano no Ensino Fundamental e do primeiro ano do
Ensino Médio sejam convidados, pois eles estarão
no início dessa jornada. Essa é uma oportunidade
muito interessante para que aqueles que estão
ao final do processo possam refletir e tomar
consciência sobre o seu percurso e comunicá-
lo, o que exige a organização das ideias e uma
autoavaliação sobre as dificuldades e os avanços
obtidos. Para os mais jovens, será uma excelente
oportunidade de ouvirem o que os mais velhos
têm a dizer e aprender com essas experiências, o
que pode, inclusive, ajudá-los a sanar dúvidas e a
equilibrar a ansiedade sobre o futuro. Em ambos
os casos, o engajamento dos participantes com a
construção e com a realização dos projetos de vida
estará sendo motivado. É possível organizar o evento
de muitas formas, por isso, sugerimos que você
consulte a direção ou a coordenação da escola para
entender o melhor formato. Contudo, propomos
que ele seja realizado no horário letivo e de modo
simultâneo, ou seja, várias mesas- redondas
ocorrendo ao mesmo tempo, uma em cada sala de

aula. Independentemente do formato escolhido,
é importante que todos os estudantes integrem as
mesas-redondas, de modo a expor sua trajetória.
Converse com os estudantes a respeito
da aproximação do final do ano letivo e do
encerramento do Ensino Médio. Questione como
eles estão se sentindo e acolha esses sentimentos,
demonstrando compreensão e motivando-os a
encararem os desafios e as conquistas que virão
após a escola. Depois, pergunte se eles sabem
o que é uma mesa-redonda e se já participaram
de um evento desse tipo. Explique que é uma
estratégia utilizada para que duas ou mais pessoas
apresentem suas ideias sobre um mesmo tema, com
a participação de um mediador, que faz perguntas
aos integrantes da mesa.
Diga aos estudantes que eles irão participar de
uma mesa-redonda e convide-os a ler o texto da
ficha de atividades, para que possam compreender
a proposta. Esclareça as eventuais dúvidas que
surgirem nesse momento.
Solicite que os estudantes se preparem para
as mesas-redondas respondendo as perguntas da
etapa de preparação. Mencione que é importante
respondê-las para que eles se sintam seguros no dia
do evento. Peça para que eles façam essa atividade
da forma mais completa possível, apresentando
detalhes de suas experiências. Esse cuidado fará com
que o evento seja mais proveitoso para todos.

socioemocional?
Embora a discussão em grupo seja uma

excelente ferramenta de aprendizado, para algumas
pessoas, participar em um grupo maior pode ser
especialmente estressante. Porém, ser capaz de se
posicionar é uma habilidade muito importante, tanto
para a nossa vida acadêmica e profissional, quanto
para as nossas relações sociais.
ASSERTIVIDADE
Assertividade é a qualidade de apresentar decisão

e confiança sem mostrar agressividade. Ela é um
dos quatro tipos de interação possíveis: o passivo,
o agressivo, o passivo-agressivo e o assertivo.
Quando somos assertivos, somos capazes de
nos posicionar sem impor o nosso ponto de vista
aos outros, ou mesmo usar uma atitude mais
manipuladora como a passivo-agressividade. Ao
contrário da passividade, é ela que vai nos permitir
contribuir de forma construtiva.
A falta de assertividade pode ter raízes na

fraca autoconfiança. Quando temos medo de ser

rejeitados, tendemos a adotar posições baseando-
nos primordialmente no que vai agradar aos
demais. Por isso, pode ser difícil até mesmo definir
nossas próprias opiniões, quanto mais comunicá-
las. O oposto também pode ser problemático:
se não conseguimos nos posicionar sem sermos
agressivos, prejudicando a capacidade de os outros
de expressarem as suas posições, enfraquecemos as
relações na nossa comunidade.
Para desenvolver a assertividade, temos de estar

conscientes de quais são os nossos direitos em toda
relação social e afetiva. Na lista abaixo, desenvolvida
pelo doutor Vicente Caballo, encontramos os direitos
humanos básicos.
● o direito de manter a nossa dignidade e respeito;
● o direito de ser tratado com dignidade e respeito;
● o direito de negar pedidos, sem se sentir
culpado ou egoísta;
● o direito de experimentar ou expressar os seus
próprios sentimentos (sem invadir o espaço
do outro);
● o direito de parar e pensar antes de agir;
● o direito de mudar de opinião;
● o direito de pedir o que quiser (lembrando que
a outra pessoa tem o direito de falar “não”);
● o direito de fazer menos do que se é
humanamente capaz de fazer;
● o direito de ser independente;
● o direito de decidir o que quer fazer com seu
próprio corpo, tempo e propriedade;
● o direito de pedir informação (não precisamos
saber tudo);
● o direito de cometer erros;
● o direito de ter as suas próprias necessidades
e que sejam tão importantes quanto as dos
demais;
● o direito de pedir que os demais correspondam
a essas necessidades;

● o direito de decidir se iremos satisfazer as
necessidades dos outros;
● o direito de comportar-se seguindo os seus
próprios interesses;
● o direito de ter opiniões e de expressá-las;
● o direito de decidir se satisfaz ou não as
expectativas dos outros;
● o direito de falar sobre o problema com a
pessoa envolvida e esclarecê-lo, em casos em
que os direitos não estão totalmente claros;
● o direito de obter aquilo pelo que se paga;
● o direito de escolher não se comportar da
maneira mais adequada;
● o direito de ter direitos e defendê-los;
● o direito de ser ouvido e levado a sério;
● o direito de estar só quando quiser;
● o direito de fazer qualquer coisa desde que não
viole os direitos de outras pessoas.
Quando estamos conscientes de que todos
esses são nossos direitos, fica mais fácil determinar
qual é o nosso espaço pessoal e o dos outros. E,
principalmente, respeitar esses limites. Mesmo
pessoas muito tímidas, com dificuldade em serem
assertivas, podem desenvolver essa habilidade e
estabelecerem relações mais seguras se baseando
nesses princípios.
Epistemologia e didática
Nesta aula, o Prof. Nilson José Machado, da

Faculdade de Educação da Universidade de São
Paulo, apresenta diversas visões sobre como as

pessoas aprendem e como essas visões repercutem
nas estratégias didáticas utilizadas em sala de aula.
LOPES, A. F.; AZAMBUJA, J. Q.; VEIGA, I. P. A.; CASTANHO, M. E.;
SOUZA, M. L. R.; FELTRAN, R. C. L. Técnicas de ensino: por que não?
São Paulo: Papirus, 2003.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Base Nacional Comum Curricular. 2018
RANGEL, M. Métodos de ensino para a aprendizagem e dinamização
das aulas. São Paulo: Papirus, 2008.

PROJETO DE VIDA
3º ANO
GUIA DO EDUCADOR
TEMA 4
TÍTULO: ÚLTIMAS REFLEXÕES
AULA 6
O que faremos hoje?
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora,

como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem
como conhecimentos das linguagens artística, matemática e
científica, para se expressar e partilhar informações, experiências,
ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos
que levem ao entendimento mútuo.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-
se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender
as relações próprias do mundo do trabalho, fazendo escolhas
alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com
liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
Competências
gerais da BNCC
emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
qualquer natureza.
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões

interesses pessoais em relação à inserção no mundo do trabalho
Habilidades de
Projeto de Vida
buscar a realização de objetivos com determinação e resiliência
pessoal e coletivo.
Objeto de
O percurso de construção do projeto de vida
conhecimento
Materiais Ficha de atividades da aula 6 - Últimas reflexões

A construção dos projetos de vida dos jovens é
permeada por dois processos: o de transformação
e o de conservação. A transformação diz respeito
às mudanças que ocorrem na própria identidade,
nas formas de observar o mundo, no contexto
pessoal e que repercutem nos projetos de vida. Já
a conservação diz respeito aos aspectos que são
preservados no projeto de vida ao longo do tempo,
resistindo às mudanças que permeiam o processo.
Observando estudantes do Ensino Médio,

a pesquisadora Hanna Cebel Danza identificou
alguns padrões de conservação e de transformação
dos projetos de vida ao longo dos anos. Do
ponto de vista da conservação, há tanto jovens
que conservam, ao longo dos anos, perspectivas
muito escassas sobre o futuro, que não podem
ser chamadas de projetos de vida, quanto jovens
que conservam projetos de vida com alto grau de
elaboração ao longo de todo o Ensino Médio.
A diferença entre esses dois tipos de conservação

está associada ao fato de que os estudantes que

conservaram ideias escassas não foram estimulados,
ao longo de sua trajetória escolar, a refletir sobre o
futuro e a construir seus projetos de vida.
Ao passo que os que conservaram

projetos de vida bem elaborados
encontraram apoios sociais e
motivação para manterem-se
engajados na realização de suas
intenções.
Sobre a transformação, a pesquisadora
identificou que há tanto jovens que, embora a
minoria, ao longo do tempo desconstroem seus
projetos de vida a ponto de ficarem sem perspectivas
para o futuro, quanto jovens que transformam
projetos mais incipientes em projetos bem
elaborados, complexificando suas projeções para o
futuro. Sobre isso, devemos destacar a importância
de o trabalho pedagógico contribuir para que
os jovens que não têm projetos de vida criem
novas perspectivas, transformando suas projeções
fragilizadas em um projeto consistente e que os
jovens que já têm projetos sejam estimulados e
apoiados para preservar seu interesse e engajamento.
Como é que se faz?
Organizando a aula
A última aula de projeto de vida deve ocorrer
após o evento das mesas-redondas, com o objetivo
de sistematizar as reflexões geradas a partir dessa
experiência e encerrar a jornada de aprendizagem
trilhada até então. A ficha de atividades desta aula

(Aula 6 - Últimas reflexões) deverá ser entregue
no dia do evento, para que os estudantes possam
registrar os pontos que lhes chamarem a atenção
e suas reflexões. Inicie a aula solicitando que os
estudantes formem um semicírculo com suas mesas
e cadeiras. Considerando que essa aula marca o
encerramento da jornada de aprendizado, você
pode combinar com os estudantes de realizá-la em
outro espaço da escola, que seja mais agradável e
acolhedor. Ou, ainda, combinar que eles tragam
alimentos e bebidas para compartilhar no momento
final da aula, como uma forma de comemorar o
encerramento desse ciclo.
Inicie a aula abrindo uma roda de conversa
e perguntando aos estudantes como foram as
mesas-redondas. Permita que eles se expressem,
incentivando-os com perguntas sobre como foi
apresentar e como foi ouvir os colegas. Pergunte
quais foram os pontos altos do evento e o que
poderia ter sido melhor. Expresse seus sentimentos
de satisfação por eles terem chegado ao fim dessa
jornada e de terem tido coragem de se expor para
ajudar os estudantes mais jovens.
Peça para que os estudantes peguem a ficha
onde registraram suas reflexões sobre o evento.
Depois, solicite para que eles compartilhem seus
registros, enfatizando o que aprenderam e que
poderão usar na construção de seus projetos de vida.
Depois, distribua uma folha sulfite para cada um deles,
além de de lápis e/ou canetas coloridas. Proponha
que eles se desenhem no centro da folha. Destaque
que a ênfase da atividade não é apresentar um
desenho perfeito, mas, sim, que eles sejam capazes
de se representar. Depois, peça para que dobrem a
folha ao meio, dividindo o desenho de si mesmo em
duas partes, que devem ser denominadas de “início”

e “final”. Na parte dedicada ao “início”, solicite que
escrevam palavras que representem como eles eram
no início da jornada de aprendizado do projeto de
vida. Incentive que escrevam palavras sobre seus
sentimentos, emoções, pensamentos, crenças,
hábitos, condutas, relacionamentos, etc. No espaço
dedicado ao “final”, peça para que eles repitam o
procedimento, colocando palavras que sinalizem
como eles estão ao final do processo. Destaque a
importância de eles destacarem as transformações
que viveram ao longo do processo e também aqueles
aspectos que eles conservaram. Sobre isso, mencione
que, apesar das transformações, é muito comum que
algumas coisas não mudem, ou porque são muito
importante para nós e desejamos levá-las ao longo de
toda a vida, ou porque ainda não conseguimos mudar
alguns padrões.
Para encerrar a aula, peça para que cada
estudante compartilhe oralmente, em até dois
minutos, como ele percebe que era no início do
percurso de aprendizagem sobre o projeto de
vida e como está agora. Solicite que eles relatem
sentimentos, pensamentos, crenças, condutas
e hábitos que foram modificados, de modo a
enfatizar as transformações pelas quais passaram. Se
quiserem, podem mostrar para a turma o desenho
que fizeram.
Termine a aula agradecendo aos estudantes a

oportunidades de eles terem dividido com você seus
talentos, habilidades, dificuldades e receios, desejando
que todos construam uma trajetória de vida que lhes
traga muita realização e transformações positivas para
o mundo em que vivem.

socioemocional?
Finalizamos essa etapa de projeto de vida! Este

trabalho está concluído. Porém, sonhar e realizar
nossos sonhos terá continuidade por toda a nossa
vida. Precisaremos sempre evoluir, motivados
pelas nossas aspirações e impulsionados por um
sentimento: a esperança.
ESPERANÇA
A esperança é um sentimento positivo, formado

pela expectativa e pelo desejo de que coisas
boas possam acontecer. Ela se diferencia do
otimismo por ser mais pontual e direcionada
a algo específico que pode acontecer - e não
uma atitude de forma geral. A esperança de que
podemos conquistar algo nos faz ter a vontade
de nos esforçamos para que isso aconteça.
Por isso, apresentar esperança está associada a
maiores índices de sucesso acadêmico e social,
e a habilidades como resolução de problemas
e criatividade. Estudos também mostraram que
crianças que nasceram na pobreza e alcançaram
sucesso mais tarde tinham em comum a
esperança de melhorar de vida.

Sabemos que os estudantes apresentam um
bom nível de esperança quando são capazes de não
considerar fracassos ou uma falha pessoal, mas sim
usá-lo para fazer melhor da próxima vez. E quando
notamos que um jovem já não consegue mais
se posicionar dessa forma? Como desenvolver a
capacidade de ter esperança?
As pessoas que apresentam esperança

conseguem realizar os três passos a seguir.
1. determinar objetivos específicos;
2. desenvolver estratégias múltiplas para alcançar
esses objetivos;
3. permanecer motivadas para alcançá-los,
mesmo diante de desafios.
Para algumas pessoas, a falta de capacidade
de ter esperança tem origens em traumas familiares
ou sociais, como terem testemunhado episódios
de violência. Por isso, elas precisam de ajuda para
enxergarem possibilidades positivas em seu futuro.
Algumas estratégias para isso são:
● estabelecer objetivos, mesmo que pequenos,
para começar. Podemos incentivar os jovens
a definirem melhor o que podem alcançar:
melhorar a nota em uma matéria, graduar-se
no Ensino Médio, seguir uma profissão etc;
● contar histórias de sucesso, especialmente de
pessoas com histórias parecidas com a deles.
Isso os ajuda a criar a expectativa de que é
possível que algo bom lhes aconteça ;
● fomentar crenças mais positivas nas suas
capacidades. Podemos afirmar e reafirmar
que acreditamos na sua inteligência e que
achamos que eles podem prosseguir de modo
cada vez melhor.

Últimas conversas
O documentário dirigido pelo cineasta Eduardo

Coutinho apresenta as conversas que teve com
jovens estudantes do Ensino Médio do Rio de Janeiro
sobre suas vidas, sentimentos e expectativas para
o futuro. As questões colocadas pelos jovens e seu
ponto de vista sobre a vida, oferecem importantes
insumos para que possamos perceber a importância
de dar voz a eles e ouvir o que têm a dizer de modo
a oferecer uma formação escolar que atenda a suas
necessidades, acolha seus sentimentos e amplie suas
perspectivas. Assista ao trailler do documentário no
link externo.
DANZA, Hanna Cebel. Conservação e mudança dos projetos de vida
de jovens: um estudo longitudinal sobre Educação em Valores. Tese
de doutorado. Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
São Paulo, 2019.

RUBRICAS 3ª ANO
PROJETO DE VIDA
TEMA: Empreendedorismo e
3º ANO BLOCO: Engajamento e Transformação
Inovação
Não basta que o jovem identifique as mudanças

pessoais e sociais que deseja promover e que
tenha um projeto de vida definido se nada disso for
investido de engajamento e colocado em prática
visando à transformação pessoal e social. É por isso
que este tema visa à construção de conhecimentos
e habilidades que suscitam o engajamento,
via empreendedorismo e inovação, com as
transformações que eles desejam para si, para suas
comunidades e para o mundo.
II
I III IV
Atendeu
parcialmente às
expectativas de
aprendizagem.
Identifica Identifica
e descreve e descreve
as causas e as causas e
Identifica, mas
consequências consequências Identifica
tem dificuldade
de demandas de demandas e descreve
de descrever
pessoais, sociais pessoais, sociais as causas e
as causas e
e do mundo e do mundo consequências
consequências
do trabalho, do trabalho, de demandas
de demandas
ENGAJAMENTO propõe soluções, propõe soluções, pessoais, sociais
pessoais, sociais
E TRANSFORMA- mas estas não mas estas não e do mundo
e do mundo do
ÇÃO contemplam contemplam do trabalho, e
trabalho, e não
a maioria dos um ou mais propõe soluções
propõe soluções
seguintes dos seguintes viáveis, coerentes,
viáveis, coerentes,
critérios: critérios: inovadoras e com
inovadoras e com
viabilidade, viabilidade, responsabilidade
responsabilidade
coerência, coerência, socioambiental.
socioambiental.
inovação e inovação e
responsabilidade responsabilidade
socioambiental. socioambiental.
COMENTÁRIOS
DO ESTUDANTE
COMENTÁRIOS
DO EDUCADOR

PROJETO DE VIDA 3º ANO
GUIA DO EDUCADOR
PROJETO INTERDISCIPLINAR
PROJETO FEIRA DE
EMPREENDEDORISMO
das diferentes áreas.
Competências cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
gerais da BNCC outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização
qualquer natureza.
solidários.

Habilidades de
Projeto de Vida
pessoal e coletivo.
Criar soluções coerentes e inovadoras para problemas hipotéticos
ou reais.
Objetos de
Empreendedorismo
conhecimento
Materiais Ficha do Projeto Interdisciplinar
Tempo de aula 8 aulas de 120 minutos
PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | PROJETO INTERDISCIPLINAR 220

Introdução ao projeto Feira de
Empreendedorismo
Mais do que uma profissão,
o empreendedorismo é uma atitude

que se define pela realização de ideias
inovadoras voltadas à solução de
desafios ou demandas identificados
em uma empresa, no mercado ou em
um problema social.
Em decorrência da globalização e da revolução
digital, o mundo do trabalho e seus desafios
tornaram-se ainda mais dinâmicos. Isso faz com que
habilidades associadas ao empreendedorismo, como
a capacidade de identificar, diagnosticar e resolver
problemas, além da criatividade e da resiliência,
sejam exigidas por diversas profissões.
No âmbito da educação básica, especialmente

no ensino médio, conhecer o conceito de
empreendedorismo, bem como mobilizar e
desenvolver as habilidades a ele vinculadas, deve
fazer parte da formação dos jovens, com vistas à sua
inserção, com autonomia, competência e ética, no
complexo e dinâmico mundo do trabalho do século
XXI. Para tanto, a metodologia da Aprendizagem
Baseada em Problemas e por Projetos (ABPP)
(ARAÚJO, SASTRE, 2009) constitui uma estratégia
que possibilita potencializar o aprendizado das
referidas habilidades, ao desafiá-los a desenvolver
projetos autorais com a finalidade de propor
soluções para problemas reais e complexos.
Neste projeto, recomenda-se que os

estudantes criem um produto ou serviço a partir
da problematização, identificação e diagnóstico de
demandas existentes na comunidade do entorno
da escola. Além da ABPP, o projeto adota como
referência metodológica o Design Thinking (BROWN,

2017), uma estrutura participativa e centrada nas
necessidades humanas, voltada ao desenvolvimento
de produtos ou serviços, que tem sido utilizada
como referência no planejamento de projetos
educacionais voltados à resolução de problemas, à
inovação e ao empreendedorismo.
Ao final da concepção, a proposta de

produto ou serviço criada pelos estudantes
deverá ser apresentada, na forma de um plano de
empreendimento e de um protótipo, em uma Feira
de Empreendedorismo.
A articulação entre diferentes

componentes curriculares
O Projeto Feira de Empreendedorismo poderá
ser desenvolvido em parceria com os mais diversos
componentes curriculares, por exemplo, mediante o
suporte e orientação dos estudantes na elaboração
do plano de empreendimento e do protótipo.
Etapas do projeto
Antes de iniciá-lo, leia cada uma de suas etapas,
tais como estão descritas no Material do Estudante
e neste Guia do Educador. Recomenda-se que o
projeto seja desenvolvido após a realização das
aulas 2 e 3 do Tema 4 (intituladas Empreendorismo e
Inovação e Empreendedorismo social), mesmo que
se opte por desenvolvê-lo em um momento do ano
letivo em que o Tema 4 ainda não tenha se iniciado.
Nesse caso, organize-se para aplicar essas aulas fora
da sequência, como uma introdução ao projeto.
Apresente a proposta aos estudantes, realizando

a leitura de cada uma de suas etapas e explicando
como eles irão proceder. Ao realizar a leitura da
etapa 3 (Elaboração do protótipo), reproduza o
vídeo que reporta uma experiência de inovação no
âmbito da empresa estadunidense IDEO, a qual se
alinha aos princípios do Design Thinking (Disponível
em link externo. Acesso em: 14/09/2020). Além de

exemplificar as etapas de um projeto de inovação
e o conceito de protótipo, o vídeo visa suscitar o
interesse dos jovens pelo desenvolvimento deste
projeto. Ao final, é fundamental fazer a leitura
da rubrica de avaliação, para que conheçam os
indicadores e critérios por meio dos quais serão
avaliados.
Este projeto deverá ser desenvolvido em

grupos de 4 a 5 estudantes. Você poderá formá-los
aleatoriamente, para que trabalhem com colegas
com interesses diversificados, ou de acordo com
suas afinidades profissionais, de modo que possam
direcionar o trabalho segundo seus interesses
profissionais.
1 - Identificação e diagnóstico de demandas

Reserve uma ou mais aulas para que os
estudantes realizem uma pesquisa de campo.
Oriente-os a fazer observações e a conversar com
moradores e comerciantes da comunidade com a
finalidade de identificar e diagnosticar problemas,
necessidades, interesses ou insatisfações em
relação a produtos que consomem e a serviços que
usufruem (ou que gostariam de usufruir). Os grupos
poderão sair a campo já com um tema de interesse
(relacionado a suas profissões, a uma problemática
que os incomoda, a um tipo de produto ou serviço
pelo qual se interessam, etc.), o qual irá direcionar a
pesquisa de campo e a identificação das demandas.
Outra opção é que detectem as demandas da
comunidade a partir de observações e de conversas
com os moradores e comerciantes em relação à
oferta de produtos e serviços ou à sua ausência.
No que diz respeito à definição da demanda,

o grupo deverá registrar a escolha respondendo
às questões “Qual é o problema central que
buscaremos solucionar? Qual será o nosso principal
desafio?” - tal como consta no Material do Estudante.
Isso os auxiliará a definir melhor o encaminhamento
das próximas etapas.

Após cada grupo escolher a demanda sobre
a qual irá desenvolver o projeto, deverá voltar-
se a compreender: como o produto/serviço é
oferecido aos consumidores/usuários; as causas,
consequências e desafios relacionados à demanda;
as opiniões, expectativas, desejos e sugestões dos
consumidores/usuários. Isso poderá ser feito na
mesma ou em uma nova saída a campo e também
mediante entrevistas com amigos, familiares,
funcionários da escola e pesquisas na internet.
É fundamental chamar a atenção dos estudantes

para a importância do exercício da empatia nesse
momento de escuta.
2 - Definição e esquematização do produto

ou serviço
A partir do diagnóstico da demanda que o grupo
optou por abordar, deve-se definir qual será o produto
ou serviço que irá atendê-la. Esse é um momento no
qual os estudantes devem dar vazão à criatividade.
Oriente-os a fazer uma chuva de ideias (brainstorming),
expondo as possibilidades que lhes vêm à mente,
sem restrições. Peça que recuperem o vídeo da IDEO
e procurem aplicar os princípios explorados pela
empresa na criação de soluções inovadoras.
No momento da definição do produto ou

serviço, ressalte a importância de que se orientem
pelos critérios apresentados na Ficha. Direcione-os a
preencher o plano do empreendimento e a atualizá-
lo, caso necessário.
3 - Elaboração do protótipo
O protótipo deverá representar visualmente
a solução proposta. Caso o grupo tenha optado
por desenvolver um novo produto, é desejável
que produza um modelo físico ou uma imagem,
que pode ser feita em plataforma digital ou com
desenho, recorte e colagem ou maquete. No caso
de escolher por um serviço, poderá representá-lo

por meio de esquemas, storyboard ou desenhos
que demonstrem como irá operar, seus benefícios e
impactos. Existem alguns sites gratuitos de criação
de storyboards (link externo), que podem ser usados
para a criação do protótipo.
4 - Teste do protótipo
Caso seja possível, a avaliação do protótipo deve
ser feita, idealmente, pelas pessoas entrevistadas na
etapa 1. Porém, é possível solicitar aos estudantes
que realizem essa etapa compartilhando suas
propostas com colegas de outros grupos, de outras
turmas ou mesmo com seus familiares e o restante
da comunidade escolar.
5 - Exposição da proposta na Feira de

Empreendedorismo
A Feira de Empreendedorismo pode ser
realizada de diversas formas, de acordo com a
realidade da escola e da comunidade. Sugere-se que
tome a forma de um evento, que se convide toda a
comunidade a participar. O evento se estruturará da
seguinte maneira:
● Cada grupo ficará em um posto onde
apresentará o plano do empreendimento e o
protótipo para os visitantes. O período total de
apresentação pode ser de 2 horas, com metade
dos grupos expondo os projetos na primeira
hora, e a outra metade na segunda.
● Um grupo de professores irá compor a
comissão avaliadora dos projetos, simulando
o papel de apoiadores/investidores. Essa
comissão será responsável por atribuir uma
nota de 1 a 5 a cada um dos critérios de
avaliação mencionados na seção 2: coerência,
viabilidade, inovação e interesse social.
A comunidade também poderá participar,
representando apoiadores/investidores. Neste
caso, terão o direito de investir até dez pontos nos
projetos, podendo distribuí-los da forma como

preferirem. Recomenda-se a elaboração de uma
ficha de avaliação contendo os referidos critérios
para uso da comissão julgadora. Se houver mais
de oito grupos, pode-se anunciar os três primeiros
colocados, de modo a reconhecer o valor de suas
produções. Entretanto, a fim de evitar produzir
sentimentos negativos (como de fracasso e
incapacidade) nos estudantes dos demais grupos,
recomenda-se que não seja feito o ranqueamento da
totalidade dos projetos.
Após assistirem às apresentações, os convidados

deverão se dirigir para “postos de investimento”,
onde indicarão quantos dos 10 pontos irão investir
em cada grupo.
Uma possibilidade de registrar e aferir os

pontos atribuídos pela comunidade é disponibilizar
um computador ou tablet em um ou mais locais
definidos como “postos de investimento”, para onde
as pessoas se dirigiriam para fazer os registros, que
podem ser assinalados no programa Excel em uma
tabela simples, com o nome ou numeração dos
grupos e, na coluna ao lado, os investimentos que
receberam. Também é possível registrá-los em uma
folha de papel. Profissionais da escola, familiares
ou uma comissão de estudantes de diferentes
grupos podem ficar responsáveis pelos “postos de
investimento”.
Ao final da feira, será feita a contagem dos

pontos, para verificar os grupos que atingiram a maior
pontuação para cada critério e o grupo que atingiu
a maior pontuação na soma de todos os critérios.
Pode-se diferenciar o resultado da avaliação feita
pelos professores da avaliação feita pela comunidade.
O anúncio dos grupos vencedores, segundo a
avaliação da comissão julgadora e da comunidade,
pode ser feito no encerramento da feira.
Clique aqui para acessar o Projeto Interdisciplinar do Estudante

6 - Avaliação do projeto
O projeto Feira de Empreendedorismo deverá
ser avaliado mediante o uso da rubrica de avaliação
abaixo, que contempla as principais expectativas
de aprendizagem. Solicite que os estudantes
também respondam à rubrica de avaliação.
Esta é uma oportunidade de reflexão sobre a
experiência individual no âmbito do projeto e,
consequentemente, de aprendizado. Sugere-se que
educador e estudante avaliem o desempenho destes
no projeto por meio desta rubrica.
Além de ser feita a avaliação ao final do projeto,

pode-se reservar um momento (que pode ser na
4ª etapa) para que alguns itens da rubrica sejam
discutidos pelos estudantes e educadores, a fim de
que aqueles aprimorem sua produção a partir dos
parâmetros de avaliação.
Coerência
0 1,0 1,5 2,0
Algum item
Alguns itens
do plano do Os itens do
do plano do
empreendimento plano do
empreendimento
poderia estar empreendimento
poderiam estar
melhor detalhado; são plenamente
melhor detalhados
O plano do ou há problemas contemplados
ou não são
empreendimento de coerência e são coerentes
coerentes entre si
ou o protótipo entre seus itens ou entre si e com
e com a demanda
não foram com a demanda a demanda
identificada pelo
desenvolvidos. identificada pelo identificada pelo
grupo. O protótipo
grupo. O protótipo grupo. O protótipo
é parcialmente
é coerente com é coerente com
coerente com
a maioria dos o plano do
o plano do
itens do plano do empreendimento.
empreendimento.
empreendimento.
Coerência
0 1,0 1,5 2,0
O plano do
O plano do empreendimento
O plano do
empreendimento e/ou o protótipo
empreendimento
O plano do e/ou o protótipo necessitam de
e o protótipo
empreendimento representam ajustes para serem
são viáveis para
ou o protótipo uma solução considerados
o atendimento
não foram pouco viável no plenamente viáveis
à demanda
desenvolvidos. atendimento para o atendimento
identificada pelo
à demanda à demanda
grupo.
identificada. identificada pelo
grupo.

Inovação
0 1,0 2,0 3,0
O plano do O plano do
O plano do empreendimento empreendimento
empreendimento e e o protótipo e o protótipo
o protótipo alteram apresentam uma propõem uma
O plano do
um produto ou solução diferente forma inédita
empreendimento
serviço existente, para resolver um de resolver
ou o protótipo
mas não atendem problema, porém um problema,
não foram
plenamente não demonstram demonstrando ser
desenvolvidos.
à demanda ser mais eficientes mais eficientes
identificada pelo do que produtos do que produtos
grupo. ou serviços que já e serviços que já
existem. existem.
Interesse social
0 1,0 2,0 3,0
O produto ou O produto ou
serviço criado serviço criado pelo O produto ou
pelo grupo atende grupo atende à serviço criado pelo
parcialmente à demanda social grupo atende à
demanda social identificada, porém, demanda social
O plano do
identificada ou ou não demonstra identificada,
empreendimento
não demonstra como reduzir demonstra
ou o protótipo
como reduzir possíveis impactos como irá reduzir
não foram
possíveis impactos ambientais ou não possíveis impactos
desenvolvidos.
ambientais ou demonstra com ambientais e gera
como gera clareza como gera impactos sociais
impactos sociais impactos sociais e ambientais
e ambientais e ambientais positivos.
positivos. positivos.
Clique aqui para acessar a Ficha de Avaliação
Referências bibliográficas
ARAÚJO, Ulisses Ferreira de. Temas transversais e a estratégia de
projetos. São Paulo: Moderna, 2003.
ARAÚJO, Ulisses Ferreira de, SASTRE, Genoveva. (Orgs.) Aprendizagem
baseada em problemas no ensino superior. São Paulo: Summus, 2009.
BROWN, Tim. Design Thinking: Uma metodologia poderosa para
decretar o fim das velhas ideias. São Paulo: Alta books, 2017.

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RICARDO LISBOA MARTINS FABIANA ALVES

ROSEANE FERREIRA DANIEL MELO MACEDO

COLABORAÇÃO DE Cícera Meireles dos Santos

A jornada de ensino e aprendizagem do Projeto de

Este material apresenta um grande percurso

Nesse empreendimento desafiador, e na certeza

É com imensa satisfação que os recebemos nesta

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BLOCO 2: Convivência e participação 67

Aula 1 - Função social das profissões 67

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Aula 4 - Ética profissional 93

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Avaliação em Projeto de Vida 2 117

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Aula 4 - Avaliar, planejar e engajar 142

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Avaliação em Projeto de Vida 3 168

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Aula 1 - Proatividade 169

Aula 2 - Empreendedorismo e inovação 179

Aula 3 - Empreendedorismo social 187

Aula 4 - Obstáculos profissionais 194

Aula 5 - Compartilhando experiências 203

Aula 6 - Últimas reflexões 211

Avaliação em Projeto de Vida 4 219

PROJETO INTERDISCIPLINAR 3º ANO: “Feira de empreendedorismo” 220

O que faremos hoje?

Bloco 1 Autoconhecimento e identidade

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e

Reconhecer os valores, pensamentos, sentimentos e hábitos e

Materiais Acesso à internet.

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1 8

Os estudos do psicólogo Oswaldo de Barros

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1 9

Depois, peça para que vejam o meme disponível

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1 10

Caso os alunos percebam que não se

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1 11

link externo. (Acesso em 16/08/2020).

Solicite que um voluntário leia o texto que dá

Em seguida, peça para que formem grupos

PROJETO DE VIDA GUIA DO EDUCADOR - 3º ANO | TEMA 1 | AULA 1 12

Para encerrar a aula, projete o vídeo “O que eu