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História da Virologia

Introdução
• Dimitri Ivanovski e Martinus Beijerinck (1892-1898) - Síndrome do Mosaico do Tabaco

Confirmaram a natureza transmissível do agente causador da doença


Aplicaram extrato de planta doente em um filtro que retinha bactérias e fungos

Agente filtrável O filtrado ainda causava doença

Propriedades Gerais dos Vírus Toxina???

Agente da doença podia ser diluído e redobrava sua “força” após ser repassado em
plantas vivas

Agente podia se replicar (não era uma toxina)


Profa. Kátia S. de Brito -Agente filtrável
Apenas em tecidos vivos
-Muito pequeno para ser
vizualizado pelo microscópio “Contagium Vivum Fluidum”
-Multiplica-se em células vivas Fluido Vivo Contagioso

“VIRUS” ( Latim: veneno )

Os vírus Ubiquidade dos vírus


Introdução
• Todo e qualquer organismo é potencialmente parasitado por algum tipo
• 1940 – invenção do microscópio eletrônico possibilitou a visualização
de vírus
dos vírus

Natureza predatória: todo vírus é um


• Consequência evolutiva
parasita obrigatório!!

Como os vírus podem ser definidos? Estrutura básica dos vírus

Os vírus são entidades infecciosas não-


celulares, cujo genoma pode ser DNA ou
RNA. Replicam-se somente em células vivas,
- Genoma - RNA ou DNA. Envolto pelo capsídeo.
utilizando a maquinaria de biossíntese e de
produção de energia da célula para a síntese - Capsídeo - revestimento protéico, formado por capsômeros.
O conjunto de genoma + capsídeo é denominado
e transferência de cópias de seu próprio nucleocapsídeo. Também chamado cerne viral.

genoma para outras células. - Envelope - lipídios, proteínas e glicoproteínas.


Muitas vezes as glicoproteínas formam "espículas" (projeções
a partir do envelope)

um vírus completo = um vírion = uma partícula viral infecciosa


Estrutura básica dos vírus Estrutura básica dos vírus
Envelope
Capsídeo (proteína)
(Lipídeos + proteínas)

Genoma (DNA ou RNA)

capsômeros Espículas ou glicoproteínas


Proteínas e carboidratos

VIRUS NÃO ENVELOPADO


VIRUS ENVELOPADO

Tamanho dos vírus Morfologia dos vírus

Vírus Vaccínia / Varíola (maior


vírus animal/humano)

Tamanho da partícula:
15 a 300 nm
Vírus
Ebola
1nm = 1/10-9m
Vírus da Poliomielite (menor vírus humano)

Morfologia dos vírus Morfologia dos vírus


Capsídeo construído por CAPSÔMEROS
Simetria icosaédrica que se ligam formando um sólido Simetria helicoidal Subunidades protéicas são
(icosaedro) geométrico (icosaedro) (hélice) equivalentes entre si e estão ligadas
de modo a formar um eixo de
Um icosaedro é formado por 20 Discos rotação ao redor do ácido nucléico
triângulos eqüiláteros organizados sobre Genoma ou genoma
Capsômeros
a face de uma esfera.
Ex: vírus do mosaico do tabaco,
Ex: Herpesvírus sarampo, caxumba, raiva
Poliovírus
Adenovírus

Genoma

Capsídeo em
forma de hélice

Vírus do Mosaico do Tabaco

Adenovírus
Retrovirus (+ 50 virus)

Morfologia dos vírus Adenovirus (49 sorotipos)


-Doenças respiratórias
-Hiperplasia
-Imunodeficiência
-Leucemia
-Hiperplasias
-Cânceres Herpesvirus (+50 virus)
-Catapora
-Herpes Zoster

Simetria complexa Importância dos vírus -Herpes labial/genital


-Encefalites
-Herpes Ocular
(indefinível) -Hiperplasias
-Canceres
Poxvirus (5 virus)
-Doença Sistêmica
-Pustulação
-Hiperplasia
Subunidades protéicas do capsídeo se Médica Flavivirus (+50 sorotipos)
Picornavirus (+100 virus)
ligam formando estrutura complexa, -Polio
-Encefalites
-Dengue Reovirus (# indeterminado)
sem conformação geométrica definida -Gripes
-Febre Amarela -Gastroenterites infantis
-Enteroviroses Paramyxovirus (+50 virus e sorotipos)
Ex: bacteriófagos, poxvírus -Hepatite C, E e G
-Hepatite A -Caxumba
-Sarampo
-Doenças respiratórias Filovirus (2 virus)
Orthomyxovirus (# indeterminado)
-Febre hemorrágica
-Gripes severas (influenza)
-Ebola
-Doenças respiratórias Hepadnavirus (1 virus)
Rabdovirus (8 sorotipos) Astrovirus (8sorotipos) -Hepatite
-Raiva -Gastroenterites Bunyavirus (+50 virus) -Cancer
-Febre hemorrágica
Togavirus (23 virus) -Encefalites
Calicivirus (9 sorotipos) -Febre Rotavirus (+50 sorotipos)
-Rubéola
-Gastroenterites -Gastroenterites
-Encefalites
-Poliartrites -Exantema subito
Coronavirus (2 virus) -Pustulação (rash)
-Resfriados Papilomavirus (+100 sorotipos)
-Gastrites -Verrugas
Arenavirus (+20 virus) -Condilomas genitais
-Febre Hemorrágica -Hiperplasias
Bacteriófago -Encefalites -Cânceres
Poxvírus

Nomenclatura viral
Importância dos vírus
Peculiaridades dos vírus

- Papovaviridae (mosaico da couve-flor) Ex: Picornavirus (pico = pequeno; RNA = genoma)


- Picornaviridae ( mosaico do feijão)
- Rabdoviridae ( nanismo amarelo da batata)
Togavirus (toga – do grego = manto)
- Reovirus (tumores em várias plantas) Retrovírus (retro – reverso; RNA→DNA)
- Tetraviridae (várias plantas, incluindo virus do
Agrícola mosaico do tabaco)
Econômica
- Adenoviridae (tumores em animais) Doenças às quais estão associados
Veterinária
- Papovaviridae (Câncer em diversos animais)
- Poxviridae (Varíola bovina) Ex: Poxvírus (sintomas causados pela varíola – vesículas ou pox em inglês)
- Rabdoviridae (Raiva e numerosas doenças HIV (Human Immunodeficiency Virus - vírus da imunodeficiência humana)
animais)
- Paramixoviridae (doença em aves domésticas)
- Retroviridae (Leucemia e tumores em animais)
Tecido-alvo ou local geográfico onde foram inicialmente
identificados

Ex: Adenovírus (adenóides)


Hantavírus (Rio Hantã na Coréia)
La Crosse vírus (La Crosse – Wisconsin EUA)

Família de vírus Família de vírus


Vírus RNA
Vírus DNA

Retrovírus (RNA → DNA)


Genoma dos vírus Princípios da multiplicação Viral

Fita simples
Vírus DNA Vírus são parasitas intracelulares obrigatórios!
Fita dupla

Fita positiva
Fita simples
Vírus RNA Fita negativa Os ciclos multiplicativos dos vírus variam de acordo com o tipo
de célula infectada, se o vírus mata ou não a célula (ciclo
Fita dupla lítico ou não) e produtividade viral.

Alguns vírus são capazes de entrar em estados latentes, onde


não há produção de progênie viral, genoma do vírus se
integra ao genoma da célula hospedeira
Ex. herpesvírus e HIV

Multiplicação Viral Multiplicação Viral


(6 fases)
Membrana 2 - Penetração 3 - Desnudamento
1- Adsorção Citoplasmática

Endocitose Vírion
2- Penetração Fusão

3- Desnudamento
4- Biossíntese 1 - Adsorção Receptor
celular

6 - Liberação
5- Morfogênese
Lise
6- Liberação Brotamento
4 - Biossíntese

Meio Extracelular Citoplasma 5 - Morfogênese

Multiplicação Ciclo de Replicação do Bacteriófago


Viral HIV Capa protéica do
Ciclo Lítico Ciclo Lisogênico

bacteriófago

Receptor DNA
Bactéria
Cromossomo bacteriano

DNA do fago se integra ao


cromossomo bacteriano

Prófago

Lise e morte da bactéria com


liberação de novos bacteriófagos O DNA do fago multiplica-se junto
ao cromossomo bacteriano
Formas de Transmissão Portas de entrada no
Hospedeiro
Contato direto, Pele
Secreções respiratórias, Mucosas
Secreções gastrointestinais, Trato respiratório
Secreções mucosas, Trato gastrointestinal
Sangue, Via conjuntiva
Fômites, Trato genital
Vetores- Arbovírus
Aerossóis trato respiratório:
Abrasões na pele ou
Como crescemos
inoculação na

vírus em
influenza virus
corrente sanguínea:
arboviroses

Inoculação direta:
via oro-fecal,
laboratório?
contato sexual: hepatites,
rotavirus, Hepatite B, HIV PARASITAS INTRACELULARES OBRIGATÓRIOS!!

CÉLULAS VIVAS!!!!

Cultura de células: o que é?


Exemplos de cultura de cé
células
Conjunto de técnicas que permitem cultivar ou manter células
isoladas fora do organismo onde existem, mantendo as
características próprias;

Podem fazer-se culturas a partir tecidos humanos,


animais e vegetais;

Células Vero: células de rim de macaco


(Cercopithecus aethiopis)

Exemplos de efeito citopático em cultura Vírus Influenza


de células Família Orthomyxoviridae

Herpes virus Rubéola Doenças respiratórias (gripes)

Transmissão ⇒ animais/homem, homem/homem

Influenza vírus é uma infecção


do trato respiratório

As células infectadas:
•são mono ou multinucleadas (sincícios)
•os núcleos apresentam graus variáveis
de degeneração

As células infectadas:
•se desprendem da monocamada Relacionado com vários casos de epidemias e pandemias
Vírus Influenza REARRANJO GENÉTICO
80 – 120 nm

Genoma RNA Vírus com diferentes segmentos de


RNA ao infectarem a mesma célula
trocam seus genomas
GLICOPROTEÍNAS

Neuraminidase (NA)
Nova população de vírus
Envelope diferentes

Capsídeo Hemaglutinina (HA)

Existem três tipos: A, B e C (A é o mais variável – homem, aves


aquáticas, frangos, patos, porcos, cavalos, focas.)
DIFERENTES
Variabilidade: rearranjo no genoma RNA do vírus e mutações nas GLICOPROTEÍNAS DE
glicoproteínas (“vírus de cara nova”) SUPERFÍCIE

Gripe Suina

Os segmentos de RNA codificam as


Glicoproteínas de superfície NA e HA
Vírus de Vírus do
glicoproteínas de superfície NA e HA
aves homem

Novo vírus
rearranjado H1N1

H1N1: 80% proteínas origem do vírus suíno e 20% dos vírus de aves e
Vírus com segmentos de RNA trocados codificam humanos
diferentes glicoproteínas originando diferentes vírus

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