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Porto Alegre, RS
Outubro de 2020.
Autores
CDU 631.145(072)
Referência
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... 6
1 MÓDULO 1 ................................................................................................................. 7
1.1 Políticas públicas para a agricultura familiar ................................................. 10
1.2 Políticas públicas para a inserção da agricultura familiar nos mercados 11
institucionais ....................................................................................................... 11
1.2.1 Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE ........................... 13
1.2.2 Programa de Aquisição de Alimentos - PAA ......................................... 14
1.3 Políticas públicas para crédito ........................................................................ 15
1.3.1 Programa Nacional de Fortalecimento de Agricultura Familiar -
PRONAF ............................................................................................................... 17
1.3.2 Fundo Estadualde Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos
Estabelecimentos Rurais - FEAPER .................................................................... 17
1.4 Política pública de apoio à instalação e legalização de agroindústrias -
Programa Estadual de Agroindústria Familiar - PEAF .................................... 18
1.4.1 Benefícios do Programa Estadual da Agroindústria Familiar ............... 20
2 MÓDULO 2 ................................................................................................................. 20
2.1 Legislação Sanitária .......................................................................................... 21
2.1.1 Produtos processados de origem vegetal ............................................. 21
2.1.2 Bebidas e polpas ....................................................................................... 21
2.1.3 Produtos processados de origem animal ............................................... 22
2.2 Legislação tributária - modelagem tributária e constitutiva de
agroindústrais da agricultura familiar ....................................................................... 26
2.2.1 Conceitos e natureza da obrigação tributária ..................................... 26
2.2.2 Adequação tributária para agroindústrias familiares e de pequeno
porte ............................................................................................................ 27
2.2.2.1 Agroindúsria Familiar Regularizada através do CPF eda Nota de
Produtor Rural ....................................................................................... 27
2.2.3 O ICMS e o Microprodutor ........................................................................ 30
2.2.4 Agroindústria familiar regularizada através de Pessoa Jurídica
(CNPJ) e uso de Nota Fiscal ...................................................................... 33
2.3 Legislação Ambiental ....................................................................................... 37
3 MÓDULO 3 ................................................................................................................. 39
3.1 Marketing: Conceitos e mix de marketing ..................................................... 39
3.1.1 Mix de Marketing ou os 4P - Produto, Preço, Promoção, Praça .......... 40
3.2 Comportamento do consumidor ..................................................................... 41
3.2.1 Importância do Marketing de Relacionamento ................................... 41
3.3 Relacionamento com clientes e atendimento ............................................... 42
3.4 Estratégias de marketing aplicadas à agroindústria familiar ....................... 42
3.4.1 Posicionamento do Produto no Mercado .............................................. 43
3.4.2 Posicionamento das Agroindústrias familiares ....................................... 44
3.4.3 Estratégias de diferenciação de produto .............................................. 46
3.5 Mercado e comercialização ........................................................................... 48
3.5.1 Mercado ..................................................................................................... 48
3.5.2 Estratégia de comercialização para as agroindústrias familiares ....... 49
4 MÓDULO 4 ................................................................................................................. 53
4.1 Gastos na produção ......................................................................................... 53
4.1.1 Custos .......................................................................................................... 53
4.1.2 Despesas ..................................................................................................... 53
2.1.3 Investimentos .............................................................................................. 53
4.1.4 Gastos xos ................................................................................................. 54
4.1.5 Gastos variáveis ......................................................................................... 54
4.1.6 Gastos xos e variáveis .............................................................................. 54
4.1.7 Comportamento dos gastos xos em relação à produção ................ 54
4.1.8 Comportamento dos gastos variáveis em relação à produção ........ 54
4.2 Margem de contribição .................................................................................... 55
4.3 Ponto de equilíbrio ............................................................................................. 56
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 60
APRESENTAÇÃO
Bons estudos!
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1 MÓDULO 1
Autor:
Márcio Luiz Miranda Dalbem
Patrícia Fogaça Fernandes
Agroindústria
É o conjunto de atividades relacionadas à transformação de matérias-primas
provenientes da agricultura, pecuária, aquicultura ou silvicultura.
7
reconhecimento como produtos diferenciados e se consolidaram como produtos
de valor, se tornando oportunidades de negócio e de geração de renda para
muitas famílias. No momento em que estes produtos deixaram de ser processados
apenas para a família e se tornaram produtos de interesse econômico, gerando
renda através da sua comercialização, consideramos ser o nascimento de uma
indústria ou uma agroindústria.
Sob o ponto de vista de muitas agroindústrias já estabelecidas, o interesse
pela atividade e pelo seu grande desenvolvimento nos últimos tempos é explicado
pelas seguintes razões:
- Mercado favorável para estes produtos processados artesanalmente ou
em pequena escala, diferenciados dos usualmente encontrados no
mercado e produzidos pela grande indústria.
- Possibilidade de ampliar a vida útil de muitas matérias-primas
agropecuárias, dando maior oportunidade de estas chegarem ao
mercado.
- Possibilidade de ampliar o mercado e as oportunidades de negócio para
o que é produzido na propriedade.
- Oportuniza o melhor aproveitamento de muitos produtos existentes na
propriedade, evitando desperdícios.
- Diminui a sazonalidade de oferta de alguns produtos agropecuários,
através do processamento.
- Agrega valor aos produtos da propriedade.
- Incentiva e preserva a diversicação dos sistemas produtivos
desenvolvidos na propriedade rural.
- Dá oportunidade de aproveitamento da mão de obra disponível na
propriedade.
- Promove a geração de emprego e renda, seja para a família que detém a
agroindústria, seja para a região onde está instalada.
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Será que todos têm clareza do tipo e porte do empreendimento que
economicamente.
poderá ser instalado?
O que será produzido?
Há domínio da tecnologia de produção a ser adotada?
Como é o mercado para estes produtos?
Que preços são praticados por aqueles considerados como
concorrentes?
Qual é a qualidade dos produtos já disponíveis no mercado?
Há condições de competir no mercado?
O que diferencia o produto que pretendemos produzir dos demais no
mercado?
Qual o volume de produto será produzido?
Estes volumes darão condições de cobrir os custos envolvidos no
processo de produção, gerando uma margem aceitável de lucro?
Para instalar o empreendimento, há recursos disponíveis?
Há mão de obra para tocar este empreendimento?
Em caso de contratação, há disponibilidade de mão de obra com
a qualicação adequada?
São muitas as perguntas que devem ser respondidas. E estas são só algumas
delas. Muitas destas respostas poderão ser respondidas com a elaboração de um
bom Plano de Negócios, elaborado para o que será desenvolvido.
Ao optar por instalar uma agroindústria, o empreendedor deve ter em conta
que é uma atividade que exige atenção. A matéria-prima deve estar adequada à
qualidade do produto a ser elaborado. O processo de produção deve ser
conhecido e dominado, acompanhado através de controles ecientes, focado na
qualidade, mas não descuidando dos custos envolvidos. É necessário um efetivo
grau de interação com o mercado, seja com fornecedores, seja com
consumidores.
Dito isto, algumas perguntas se fazem importantes:
o empreendedor que vai desenvolver a agroindústria tem o
perl para atender estas questões?
Na sua família há pessoas com este perl, que tenham condições
de dividir algumas destas tarefas?
Há colaboradores que poderiam assumir algumas destas áreas?
9
A decisão de ter uma agroindústria deve ser amplamente pensada e
planejada. Envolve trabalho, tempo e investimentos, afetando a todos, tanto na
dinâmica familiar e quanto na dinâmica de atividades da propriedade.
Respondidas e analisadas todas estas questões, cientes das
responsabilidades e decididos que a agroindústria é uma real alternativa para
melhorar sua renda e suas condições de vida, o empreendedor e sua família devem
se preparar, da melhor maneira possível para realizar a gestão de seu novo negócio.
Esperamos que este curso de Gestão de Agroindústrias forneça elementos
importantes para que as decisões a serem tomadas no dia a dia do
empreendimento sejam as melhores possíveis.
Finalizando, consideramos importante enfatizar que as agroindústrias, sejam
as familiares ou as de pequeno porte, não se afastem da qualidade diferenciada
associada a seus produtos, qualidade construída na utilização de matérias-primas
oriundas de uma produção menos intensiva, associada a um jeito peculiar de
processamento, com a usual atenção dispensada aos pequenos volumes de
produção, com pequena partticipação de aditivos.
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1.2 Políticas públicas para a inserção da agricultura familiar nos mercados
institucionais
No artigo 14 da lei 11.947/2009 ca estabelecido que “do total dos recursos
nanceiros repassados pelo Fundo Nacional Desenvolvimento da Educação, no
âmbito do PNAE, no mínimo, 30% deverão ser utilizados na aquisição de gêneros
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alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou
de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as
comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas”.
Esta compra dos produtos da agricultura familiar no PNAE pode ser realizada
dispensando-se o processo licitatório, sendo realizada através de chamadas
públicas (chamada pública é um tipo de edital, restrito à agricultura familiar)
elaboradas pelas entidades chamadas executoras (as que compram os produtos,
como prefeituras e secretarias de Educação).
As entidades executoras deverão publicar a demanda de aquisição de
gêneros alimentícios da agricultura familiar para alimentação escolar – a chamada
pública, em sítio eletrônico ocial e na forma de mural em local público de ampla
circulação e divulgar para organizações locais da agricultura familiar e para
entidades de assistência técnica e extensão rural do município ou do Estado. Se
necessário, deve ser publicada em jornal de circulação regional, estadual ou
nacional e em rádios locais. Os agricultores familiares precisam car atentos para
tomar conhecimento da chamada pública.
O próximo passo para os agricultores familiares interessados em fornecer
alimentos para a alimentação escolar é a elaboração de um projeto de venda
destes alimentos, em conformidade com o estabelecido na chamada pública, ao
qual anexam os documentos solicitados e aguardam a seleção dos projetos
apresentados (etapa realizada pela entidade executora).
Caso selecionado como fornecedor da alimentação escolar, o agricultor
familiar assina então o contrato de fornecimento onde são estabelecidos o
cronograma de entrega dos alimentos e a data de pagamento.
O PNAE vem se mostrando como uma política pública de real valor para a
agricultura familiar e oferecendo para este público as seguintes possibilidades:
- Criação de mercado para os seus produtos
- Valorização da produção de alimentos locais e regionais
- Incentivo à organização, à cooperação e/ou formalização dos
agricultores
- Incentivo ao empreendedorismo local
- Valorização dos aspectos sociais, culturais e ambientais
- Novas oportunidades de negócio
- Geração de emprego e renda
Para serem adquiridos, os produtos da agricultura familiar devem atender à
legislação sanitária vigente e serem legalizados junto às instituições e órgãos
competentes.
O documento que identica o agricultor familiar e suas organizações é a
Declaração de Aptidão ao Pronaf - DAP, sendo condição básica para a
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participação no PNAE.
O limite individual de venda do agricultor familiar para o PNAE é de
R$ 20.000,00 por DAP/ano/entidade executora.
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suplementação alimentar de pessoas em situação de insegurança
alimentar e nutricional.
2) Compra Direta: compra de produtos denidos pelo GGPAA, com o
objetivo de sustentar preços, atender a demandas de programas de
acesso à alimentação e das redes socioassistenciais e constituir
estoques públicos.
3) Incentivo à Produção e ao Consumo de Leite - compra de leite que,
após beneciamento, é doado aos beneciários consumidores
(modalidade executada apenas na região do Semiárido brasileiro).
4) Apoio à Formação de Estoques - apoio nanceiro para a constituição
de estoques de alimentos por organizações fornecedoras, para
posterior comercialização e devolução de recursos ao poder público.
5) Compra Institucional - compra voltada para o atendimento de
demandas regulares de consumo de alimentos por parte da União,
estados, Distrito Federal e municípios.
6) Aquisição de Sementes - compras de sementes da agricultura familiar,
muitas vezes crioulas ou orgânicas, para destinar a agricultores
familiares de maneira a garantir a produção de alimentos de forma
mais saudável e sustentável.
Todo este processo fortalece os circuitos locais de comercialização, gerando
desenvolvimento local e prosperidade para a economia local, pois os recursos são
reinvestidos nos próprios municípios, pelo aumento do poder de compra dos
produtores.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
QUEM ACESSA O PAA PODE ACESSAR AO PNAE SIMULTANEAMENTE.
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1.3.1 Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - PRONAF
15
Os créditos podem ter diferentes destinos, conforme segue:
- Custeio: destinam-se a nanciar atividades agropecuárias e não
agropecuárias, de beneciamento ou de industrialização da
produção própria ou de terceiros enquadrados no Pronaf, de acordo
com projetos especícos ou propostas de nanciamento.
- Investimento: destinam-se a nanciar atividades agropecuárias ou
não agropecuárias, para implantação, ampliação ou modernização
da estrutura de produção, beneciamento, industrialização e de
serviços, no estabelecimento rural ou em áreas comunitárias rurais
próximas, de acordo com projetos especícos.
- Integralização de cotas-partes pelos beneciários nas cooperativas
de produção: destinam-se a nanciar a capitalização de
cooperativas de produção agropecuária formadas por beneciários
do Pronaf.
16
1.3.2 Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos
Rurais - Feaper
17
vistas à adesão ao Susaf-RS e ao Sisbi-Poa.
e) Proporcionar a qualicação prossional dos beneciários do programa.
f) Proporcionar assistência técnica e extensão rural ao público do
programa.
g) Apoiar a comercialização dos produtos da agroindústria familiar.
O público beneciário do PEAF são agricultores familiares, assentados
da reforma agrária, indígenas, quilombolas e pescadores prossionais artesanais
que tenham agroindústria ou que pretendam implantar unidades de
processamento artesanal da produção agropecuária de forma coletiva ou
individual.
Para participar do PEAF, o interessado deverá estar enquadrado como
público do Programa e possuir a Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP) – lei 11.326/2006.
Deverá procurar o Escritório da Emater de seu município e realizar seu
cadastro no programa.
Com seu cadastro aprovado junto ao PEAF, poderá usufruir de alguns serviços
apoiando seu processo de instalação e legalização.
Poderão ser cadastrados agricultores familiares através de seu CPF ou através
de um CNPJ, quando a agroindústria for constituída neste formato.
Com a legalização da agroindústria e informando esta condição ao PEAF, as
agroindústrias passarão a um novo patamar no PEAF, a de agroindústrias inclusas, o
que permitirá acesso a mais alguns serviços oferecidos pelo programa.
18
processados artesanalmente, descritos na instrução normativa DRP
45/98 da Receita Pública Estadual, com Talão do Produtor Rural.
- Apoio à comercialização dos produtos das agroindústrias familiares em
feiras, pontos de venda da agricultura familiar e mercados
institucionais.
O Programa Estadual da Agroindústria Familiar - PEAF pode fazer com que o
caminho de instalação e desenvolvimento das agroindústrias para os agricultores e
suas famílias que mais acessível, abrindo possibilidades para esta atividade.
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2 MÓDULO 2
Autores:
Bruna Bresolin Roldan
Claudinei Moisés Baldissera
Erni Breitenbach
Júnior Lopes dos Santos
Mila Carolina Pereira Noronha
Neiton Peruffo
20
Figura 1 - Resumo da formalização sanitária.
21
2.1.3 Produtos processados de origem animal
22
ATENÇÃO!
Nunca construir antes da aprovação pelo órgão sanitário ocial!
d) Suasa - Sisbi-Poa
- O Sistema Unicado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) foi
criado em 1998 e regulamentado em 2006. Ele é formado pelos
seguintes sistemas:
Sisbi-Poa: Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem
Animal
Sisbi-Pov: Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem
Vegetal
Sisbi-Agri: Sistema Brasileiro de Inspeção de Insumos Agrícolas
Sisbi-Pec: Sistema Brasileiro de Inspeção de Insumos Pecuários
e) Susaf/RS
- O Sistema Unicado Estadual de Sanidade Agroindustrial, Artesanal e
de Pequeno Porte (Susaf/RS) também está baseado no princípio de
equivalência e permite que estabelecimentos registrados nos serviços
de inspeção municipais, que estejam aderidos ao sistema, possam
comercializar seus produtos em todo o Estado.
- No site da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e
23
Desenvolvimento Rural você encontra a relação de municípios que
fazem parte do Susaf, assim como as legislações e os documentos
sobre o tema.
f) Selo Arte
- Em 2018 foi publicada a lei do Selo Arte, que possibilita que produtos de
origem animal artesanais com selo de inspeção municipal ou estadual
sejam comercializados em todo o território nacional.
- Porém, para poder utilizar o selo, os produtos de origem animal devem
ter as seguintes características:
As matérias-primas de origem animal devem ser produzidas na propriedade
onde se localiza a unidade de processamento ou devem ter origem determinada.
Os procedimentos de fabricação devem ser predominantemente manuais.
Boas práticas de fabricação devem ser adotadas para garantir a produção
de alimento seguro ao consumidor.
Boas práticas agropecuárias devem ser adotadas na unidade de produção
de matéria-prima e nas unidades de origem, contemplando sistemas de produção
sustentáveis.
O produto é caracterizado pela fabricação individualizada e genuína,
podendo existir variabilidade sensorial entre os lotes.
O uso de ingredientes industrializados deve ser restrito ao mínimo
indispensável por razão de segurança, não sendo permitida a adição de corantes e
aromatizantes articiais.
A composição e o processamento seguem receitas e técnicas tradicionais.
No Rio Grande do Sul, a Secretaria de Agricultura, Pecuária e
Desenvolvimento Rural é a responsável pela concessão do selo. Por isso, se você
produz alimentos de origem animal, consulte o site da Secretaria e obtenha mais
informações sobre os procedimentos que devem ser seguidos para a concessão do
selo.
24
Quadro 1 - Resumo da legislação sanitária.
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2.2 Legislação tributária - Modelagem tributária e constitutiva de Agroindústrias da
Agricultura Familiar
26
A questão tributária faz parte do cotidiano de todo e qualquer
estabelecimento que desenvolve atividade econômica. Os impostos são
a contrapartida que o empreendimento dá à sociedade, através do
Estado, pela permissão de desenvolver esta atividade econômica.
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pública, é viável comercializar através da inscrição de microprodutor rural em nome
pessoa física do agricultor familiar, que deve cumprir as seguintes condições:
a) A agroindústria familiar deve estar INCLUSA no Programa Estadual de
Agroindústria Familiar - PEAF.
A Política Estadual de Agroindústria Familiar no Estado do Rio Grande do Sul foi instituída
pela lei estadual 13.921/2012, e o decreto estadual 49.948/2012 regulamenta a Política
Estadual de Agroindústria Familiar no Estado do Rio Grande do Sul. Já o Decreto Estadual
49.341/2012 cria o PROGRAMA DE AGROINDÚSTRIA FAMILIAR DO ESTADO DO RIO GRANDE
DO SUL e institui o selo de marca de certicação “Sabor Gaúcho”. Disponível em
https://www.agricultura.rs.gov.br/agroindustria-familiar.
28
Instrução Normativa DRP 045/98
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d) Os alimentos e produtos deverão portar preferencialmente o selo Sabor
Gaúcho nos rótulos.
e) A matéria-prima deve ser de produção própria, na forma que estabelece o
decreto estadual 37.699/1997.
A venda dos produtos processados com a nota de produtor é possível
somente para o microprodutor e está fundamentada na condição de este
microprodutor que processa alimentos não perder a condição de produtor, como
especica o regulamento do ICMS:
Lei 8820/89:
XVIII - não perde a condição de produtor aquele que:
a) além da produção própria, efetuar, também, simples secagem de
cereais pertencentes a terceiros;
b) efetuar, no próprio estabelecimento, beneciamento ou
transformação rudimentar exclusivamente de sua produção.
c) estando enquadrado como microprodutor rural, nos termos da lei
10.045/93, atenda, ainda, cumulativamente, as seguintes condições:
1 - seja participante do Programa Estadual da Agroindústria Familiar,
criado pelo decreto 49.341, de 05 de Julho de 2012;
2 - promova, nas condições do PEAF, a saída dos produtos constantes
em instruções baixadas pelo Departamento da Receita Pública Estadual,
obtidos da industrialização de sua produção. (RIO GRANDE DO SUL, 1997).
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Lei 10.045/93:
Art. 8º - Os microprodutores rurais denidos nesta lei cam isentos:
I - do ICMS, quanto às saídas de mercadorias de produção própria
que promoverem com destino
a consumidores nais e a usuários nais, deste Estado, desde que
acompanhadas do documento
scal exigido pela legislação tributária estadual; (Redação dada
pela lei 10.584/95)
[...]
Art. 10 - O disposto nesta lei não dispensa a microempresa e o
microprodutor rural de pagar o
ICMS:
I - a que estiverem obrigados em virtude de substituição tributária,
na condição de substituto ou
de substituído;
II - incidente sobre a entrada de mercadoria ou bem, importados do
exterior;
III - relativo à diferença de alíquota, nas entradas, de mercadoria ou
bem, oriundos de outra unidade
da Federação, destinados a consumo ou ativo xo, em seu
estabelecimento.
Art. 11 - Fica excluída a responsabilidade pelo pagamento do ICMS
diferido relativamente às entradas de mercadorias em estabelecimento:
[...]
II - de microprodutor rural quando remetidas por outro
microprodutor rural.
Parágrafo único - A exclusão de responsabilidade prevista no inciso
I deste artigo não se aplica em
relação às entradas de produtos primários que venham a sair para
outra unidade da Federação.
(Incluído pela lei 10.584/95). (RIO GRANDE DO SUL, 1993).
31
Importante
32
AGROINDÚSTRIA FAMILIAR: PESSOA FÍSICA
Somente poderão comercializar produtos industrializados utilizando o
talão de produtor, isentos de ICMS, os microprodutores que estiverem
regularmente INCLUSOS no PEAF e cadastrados no Sitagro da Sefaz.
Pessoa jurídica é a gura reconhecida pela Justiça e pelo Estado como uma
organização ou grupo que tem obrigações e direitos perante a lei, que possui um
cadastro próprio perante a Receita Federal. Esse cadastro é o Cadastro Nacional
de Pessoa Jurídica (CNPJ).
33
ATENÇÃO!
É importante, para ns previdenciários, que o produtor busque
orientações quanto à condição de segurado especial nesta modalidade.
34
As formas de pessoas jurídicas acima relacionadas, com exceção do
Microempreendedor Individual (MEI), de acordo com seu porte, podem ser
enquadradas como microempresas (ME) e como empresas de pequeno
4 5
porte (EPP) , podendo optar por aderir ao SIMPLES NACIONAL , desde que não
incorram em nenhuma das vedações previstas no art. 3º, §4º, e art. 17 e
parágrafos da lei complementar 123, de 2006, regulamentada pela resolução
CGSN 140/2018. A tributação no Simples Nacional se mostra diferenciada,
sendo uma opção para simplicar e diminuir os tributos envolvidos.
É necessária a contratação de um contador para vericação de
resultados, controles e relatórios; para mais informações, deve ser consultado
um contador em escritórios de contabilidade.
4Quanto à natureza jurídica, as MEs e EPPS precisam ser: sociedade empresária, sociedade simples, empresa individual de
responsabilidade limitada ou empresário individual.
5O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e scalização de tributos aplicável às
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na lei complementar 123, de 14 de dezembro de 2006. Entre as
principais características, registra-se que o Sistema abrange os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cons, IPI, ICMS, ISS e a
Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica (CPP). O recolhimento dos
tributos é realizado mediante documento único de arrecadação – DAS. Disponível em:
http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional .
35
Quadro 2 - Resumo da Legislação Tributária.
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2.3 Legislação Ambiental
O licenciamento ambiental é um instrumento da Política Nacional de Meio
Ambiente (PNMA), a qual busca ordenar o uso e a ocupação do solo, além de ser
uma parte importante do processo de planejamento e controle de processos
potencialmente poluidores.
No Rio Grande do Sul, o Código Estadual de Meio Ambiente estabelece que
"caberá aos municípios o licenciamento ambiental dos empreendimentos e
atividades consideradas como de impacto local, bem como aquelas que lhe forem
delegadas pelo Estado por instrumento legal ou Convênio". A resolução do
Consema 372/2018 traz em seu Anexo I as atividades cujo impacto é local.
Há que se destacar que, mesmo em relação a atividades para as quais não
há necessidade do processo administrativo junto ao órgão ambiental, conforme
denição de não incidência e isenção, é necessária a manutenção do tratamento
dos euentes, prezando pela qualidade ambiental, pois o tratamento de euentes
continua obrigatório e sua disposição no solo, água e ar devem atender os
parâmetros de lançamento.
Para aquelas atividades cujo licenciamento ambiental continua obrigatório,
em razão do seu porte e potencial poluidor, deverão ser observadas as fases do
licenciamento. O órgão ambiental a ser procurado também dependerá da
localização, porte e potencial poluidor do empreendimento.
É importante salientar que, as licenças ambientais estabelecem as condições
para que a atividade e o empreendimento causem o menor impacto possível ao
meio ambiente. Por isso, qualquer alteração deve ser submetida a novo
licenciamento.
ATENÇÃO
37
Há que se destacar também que, mesmo para aquelas atividades
caracterizadas como isentas ou nas quais não incide a necessidade de
licenciamento ambiental descrita no Anexo I da resolução Consema
372/2018, para inclusão da Agroindústria Familiar no Programa Estadual de
Agroindústria Familiar (PEAF), é necessária uma declaração de não
incidência ou isenção emitida pelo órgão ambiental local ou pela própria
Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural – SEAPDR.
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3 MÓDULO 3
Autores:
Guilherme Cezere Celi
João Carlos Reginato
Leandro Correia Ebert
Marcos Eduardo Servat
Silvana Avila de Mattos
De:
“A arte de conquistar e manter clientes”.
(Theodore Levitt)(Philip Koller)
Para:
A arte de conquistar, manter e desenvolver
relacionamentos lucrativos com clientes”.
(Philip Koller)
Market (mercado) + ing (gerúndio da língua inglesa que signica que está
acontecendo naquele momento) = ação exercida no mercado ou mercado em
movimento.
39
3.1.1 Mix de Marketing ou os 4 P – Produto, Preço, Promoção, Praça
A função do marketing engloba a tomada de decisões, a gestão dos
recursos, a coordenação dos processos e a avaliação dos resultados a partir do
composto de marketing, o qual se refere às variáveis controláveis: produto, preço,
promoção e praça.
Mix de Marketing
Mercado-Alvo
A palavra mix quer dizer mistura e quer passar a ideia de uma mistura
de elementos que a agroindústria tem que reger para trabalhar com o
marketing.
40
como o produto será vendido para o cliente. A embalagem e o design do produto
podem fazer a diferença na hora de uma compra. A forma como a promoção do
produto será feita é fundamental. Neste caso, o marketing digital pode ser uma
importante ferramenta de promoção e divulgação.
41
marketing tenha um desempenho ecaz e produza resultados positivos para a
agroindústria. Para tanto, procure responder às questões abaixo a m de que
possamos compreender a atuação do marketing em seu negócio.
a) O que é o meu produto?
b) Em que ramo eu atuo?
c) O que eu tenho a oferecer ao mercado?
d) Qual é o meu diferencial?
e) Quem é o meu cliente?
f) O que o cliente espera do meu produto?
g) Onde está o meu cliente?
h) Como posso falar com o meu cliente?
i) Qual o investimento necessário?
42
Há algumas perguntas que o agricultor pode fazer para tentar avaliar a
produção de sua agroindústria, pois podem ajudar o agricultor familiar a entender
sua agroindústria e aperfeiçoar seus métodos de produção e de comercialização.
a) Tenho uma agroindústria. Como cheguei até aqui?
b) O que me guiou até este momento?
c) Como estou vendendo meu produto?
d) Qual minha estratégia de venda?
e) Por que os consumidores deveriam escolher e consumir meu produto?
f) O que diferencia meu produto do produto da concorrência?
g) Meu produto tem qualidade? O que é qualidade para o cliente?
h) Conheço o meu cliente?
i) Onde estão os clientes? Como chego até eles?
j) Quem mais posso atender?
k) O que produzo é o que o cliente quer ou é o que eu gosto de fazer?
l) Como o consumidor vê meu produto?
m) O preço de venda é bom para o consumidor? É bom para a
agroindústria?
n) De onde vem a matéria-prima e os insumos que utilizo?
o) Tem qualidade?
p) Tem um bom preço?
q) Quem são os meus concorrentes?
43
POSICIONAMENTO NO MERCADO
É a posição que o produto ou serviço ocupa no mercado em relação à
concorrência, ao volume de vendas e à parcela que ocupa no mercado (market
share).
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como meio de posicionarem-se e fortalecerem-se no mercado:
- Diferenciação de produtos
- Foco no mercado e na agregação de renda
- Agroindustrialização para agregar valor
- Redes de complementaridades e para busca de escala
- Agroturismo
- Valorização da cultura e culinária regional
- Produção de lazer e paisagem
45
3.4.3 Estratégia de diferenciação de produto
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Fonte: RIO GRANDE DO SUL, 2020
Fonte: BRASIL, 2020
Diferenciação de imagem
Os compradores reagem de maneira diferente às imagens de diferentes
empresas e marcas. Identidade e imagem são conceitos que precisam ser
diferenciados:.
Identidade: relacionada com a maneira como uma empresa visa identicar e
posicionar a si mesma ou aos seus produtos;.
Imagem: é a maneira como o público vê a empresa e seus produtos. Uma
imagem efetiva precisa exercer três funções básicas:
Deve estabelecer a personalidade do produto e a proposta de valor.
1) Deve transmitir essa personalidade de maneira distinta, para que não
seja confundida com a dos concorrentes.
2) Deve comunicar um poder emocional que vai além de uma simples
imagem mental.
Embalagem e Rótulo
Embalagens: são os recipientes que garantem a conservação e facilitam o
transporte e manuseio dos alimentos. Alguns exemplos são plásticos, papelão, vidro,
cartuchos etc.
Rótulos: segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), rótulos
são as inscrições, imagens, legendas, matérias grácas ou descritivas escritas,
estampadas, coladas ou gravadas sobre as embalagens dos alimentos, com
legislação especíca. As pessoas prezam cada dia mais pela quantidade e a
qualidade das informações. Muitos consumidores fazem questão de conferir a
tabela dos valores nutricionais, a gramatura e os ingredientes; logo, essas são
informações essenciais para qualquer produto. Mas não adianta exibir as
informações corretas se o rótulo não for atraente a ponto de despertar a
curiosidade do consumidor.
47
Os benefícios de investir no rótulo e embalagem para o produto são as
seguintes: diferenciação da concorrência, agregação de valor ao produto,
valorização da marca, facilitação na logística e venda do produto.
3.5.1 Mercado
O mercado é o local em que produtores e vendedores se encontram para
realizarem uma comercialização. No caso das agroindústrias, podemos chamar de
mercado as relações de compras de insumos, de matérias-primas, de embalagens,
as vendas em feiras, vendas para empresas etc. Ou seja, o agricultor familiar atua no
mercado tanto na compra de insumos e matérias-primas como na venda de sua
produção para os mercados atendidos. Abaixo segue uma ilustração que pode
facilitar o entendimento do mercado para uma agroindústria familiar.
Produto Produto
R$ R$
48
Neste caso, o agricultor recebe um pagamento pelo produto vendido. Além
disso, uma agroindústria também pode precisar contratar funcionários, atuando
neste caso no mercado de trabalho ao adquirir mão de obra para suas operações.
De qualquer forma notamos que uma agroindústria atua tanto na compra
como na venda. No nal o que é comprar bem? E o que é vender bem? Comprar
bem é conseguir o que precisamos, quando precisamos, com a qualidade que
necessitamos, buscando menor custo de produção, sempre tendo em vista os
preços de nosso produto nal. É comprar diretamente de quem produz, sem a
interferência de atravessadores. Ao comprar em grupo, conseguimos melhores
preços. Planejando, podemos comprar bem, realizando pesquisa de preços e
comprando em épocas em que os preços estão mais favoráveis.
Vender bem é conseguir colocar no mercado o nosso produto, com preços e
condições que nos cubram os custos de produção e nos remunerem pelo trabalho e
pelos investimentos realizados. É vender com segurança. O preço de venda não
pode ser tão baixo que implique em prejuízos para a agroindústria e também não
pode ser tão alto que inviabilize a compra por parte dos consumidores. Deve ser um
preço que seja bom tanto para o agricultor familiar quanto para os consumidores.
49
devem ser uma importante estratégia de comercialização para uma agroindústria
familiar.
O produto de uma agroindústria familiar deve se diferenciar da concorrência.
Deve ter atributos que o identiquem e diferenciem, ganhando a atenção e a
preferência do consumidor. Ecológico, nutricional, social, tamanho, embalagem,
durabilidade e conabilidade são muitos dos atributos que podem trazer
diferenciação aos produtos de uma agroindústria familiar. A qualidade dos
produtos produzidos pelas agroindústrias familiares está na identicação que o
consumidor faz com a tradição, com o modo cuidadoso de produção, com a
cultura rural e colonial, sendo atributos reconhecidos pela população. O agricultor
familiar nunca deve descuidar da qualidade do alimento produzido e
comercializado.
50
Muitas pessoas estão hoje conectadas a internet através de computadores e
smartphones. Isto signica que muitos dos clientes de uma agroindústria podem
estar conectados também a internet. Neste caso é fundamental que os gestores
das agroindústrias utilizam as mídias digitais para a delização de clientes e
prospecção de negócios.
51
É importante ressaltar que muitos clientes preferem pagamentos via cartões
de débito e crédito. Esta é uma importante opção de pagamento que uma
agroindústria familiar precisa oferecer para seus clientes. Pagamentos por cartões
de débito, de crédito e transferência eletrônica através de depósito podem
aumentar as vendas de uma agroindústria familiar. É importante oferecer para os
clientes diferentes opções de pagamento.
52
4. MÓDULO 4
Autores:
Hector Augusto dos Santos Eder
Anderson Junqueira da Rosa
Roberto Ferreira
Lia Helena Rocha
Cezar Burille
4.1.1 Custos
Correspondem aos valores gastos com a fabricação dos produtos.
Exemplo: matéria-prima utilizada, mão de obra utilizada na produção,
embalagens.
4.1.2 Despesas
Correspondem aos valores gastos com a comercialização e administração
das atividades empresariais.
Exemplo: comissões de vendedores, despesas com correios, autenticações.
4.1.3 Investimentos
Correspondem aos valores aplicados na aquisição de bens utilizados nas
atividades empresariais por vários períodos.
Exemplo: aquisição de máquinas, equipamentos e utensílios; aquisição de
imóveis.
53
4.1.4 Gastos xos
São aqueles que independem do volume de produção e venda. Os valores
permanecem inalterados.
Exemplo: salários, aluguel, taxa do código de barras.
Custos são todos os gastos realizados até que o produto que pronto;
deste ponto em diante, todos os gastos passam a serem despesas.
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farinha de trigo ao custo total de R$ 0,20 para produzir um pão. Quando essa
agroindústria produzir uma unidade, seu custo variável com a farinha será de R$
0,20, mas se a produção aumentar para cinco unidades, o custo variável de farinha
será de R$ 1,00 e assim sucessivamente. Portanto, perceba que quanto maior a
produção, maior será o custo variável total. No entanto o custo variável unitário
permanece inalterado, no nosso exemplo sempre será de R$ 0,20.
Preço de Venda
( - ) Gastos variáveis
( = ) Margem de Contribuição
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Não confunda margem de contribuição com margem de lucro.
Perceba que nessa situação, após as exclusões dos gastos variáveis o produto
que apresenta a melhor margem de contribuição é o pepino 1.800 g. A margem de
contribuição desse produto em relação ao seu preço de venda corresponde a 46%.
Diante disso também é importante esclarecer que cada unidade de pepino 1.800 g
contribuirá com R$ 4,66 para pagar os custos e despesas xas e o lucro. Ao contrário,
o pepino 320 g contribui com uma margem menor, 34%. Dessa forma pode-se
analisar que o produto mais rentável para a agroindústria é o que apresenta a maior
margem de contribuição, ou seja, o pepino 1.800 g.
56
O ponto de equilíbrio corresponde à quantidade necessária a ser
produzida pela agroindústria para cobrir os seus custos e despesas
xas. Atingindo o ponto de equilíbrio, a situação nanceira da
agroindústria não será nem positiva, nem negativa, mas sim de
equilíbrio, ou seja, benefício zero.
57
Podemos perceber que os gastos xos mensais totalizam R$ 260,00, e que
estes gastos são indiretos.
Os gastos indiretos são aqueles utilizados por mais de um produto e que
necessitam de critérios para serem rateados. Como podemos notar no exemplo, os
gastos de alvará, taxa de código de barras, material de limpeza e os outros são
todos gastos indiretos, porque serviram tanto para produzir o pepino 1.800 g quanto
o pepino 320 g.
Gastos indiretos são os gastos que não se pode atribuir diretamente a cada
produto no momento de sua ocorrência. Os custos indiretos são apropriados aos
portadores nais mediante o emprego de critérios pré-determinados e vinculados a
causas correlatas, como mão de obra indireta, rateada por horas/homem da mão
de obra direta, gastos com energia, com base em horas/máquinas utilizadas, etc.
Então para poder denir a parcela que cada produto utilizou dos gastos
precisamos estabelecer critérios para se chegar ao valor correspondente a cada
produto.
Note que segundo o nosso critério, os gastos xos mensais de R$ 260,00 serão
absorvidos em 58% pelo pepino 1.800 g e 42% pelo pepino 320 g. Vejamos o cálculo
proporcional para cada produto.
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Como se pode observar, os gastos xos mensais que somam R$ 260,00, agora
foram apropriados para os dois produtos segundo o critério que utilizamos, o de
quilogramas produzidos.
Passada essa etapa, prosseguiremos agora de fato ao cálculo do ponto de
equilíbrio nanceiro mensal, a quantidade necessária que precisamos produzir para
“equilibrar as contas” ou “empatar dinheiro”.
59
REFERÊNCIAS
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jul. 1952.
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