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ADMINISTRAÇÃO E

ECONOMIA RURAL
GOVERNO DO ESTADO DO MARNHÃO

Flávio Dino
Governador do Estado do Maranhão

INSTITUTO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO - IEMA

Jhonatan Almada
Reitor

Elinaldo Soares Silva


Diretor de Ensino e Pesquisa

Gustavo Medeiros Mota Andrade


Diretor de Planejamento e Administração

Estas apostilas foram impressas pelo Governo do Estado do Maranhão.


ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA RURAL

SÃO LUÍS – MA

2018

1
SUMÁRIO

1 EMPRESA RURAL....................................................................... 4

2 O AMBIENTE E OS FATORES QUE INFLUEM NA RENDA


AGROPECUÁRIA....................................................................... 6
2.1 Condições Climáticas...................................................................... 6

2.2 Política Governamental ................................................................. 6

3 FATORES DE PRODUÇÃO........................................................ 7

3.1 Trabalho ou Mão-de-Obra............................................................. 7


3.2 Capital............................................................................................. 8

3.2.1 Remuneração do Capital............................................................... 8

3.3 Empresário....................................................................................... 10

4 AS FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO.................................... 10

4.1 As funções administrativas têm as seguintes características....... 11

4.2 Os elementos da Teoria Administrativa........................................ 12

5 AS FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO.................................... 13

6 OS PRINCÍPIOS GERAIS DE ADMINISTRAÇÃO................ 14


7 DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA: MODELO DE
EXPLORAÇÃO DE RECURSOS................................................ 16

8 TECNOLOGIA AGRÍCOLA: A IMPORTÂNCIA E


PRINCIPAIS INOVAÇÕES........................................................ 21
8.1 Agricultura de Precisão.................................................................. 21

8.2 Tecnologia na Agricultura............................................................. 22

8.3 A Importância da Tecnologia Agrícola......................................... 22

8.4 Principais Tecnologias da Atualidade........................................... 23


8.5 Sensores ........................................................................................... 24

8.6 Drones............................................................................................... 24
8.7 GPS agrícola.................................................................................... 25
8.8 Big Data............................................................................................ 25

2
8.9 Mobilidade........................................................................................ 26

9 O EMPREGO NO MEIO RURAL SEGUNDO O CENSO


AGROPECUÁRIO 2006................................................................ 26

10 POLÍTICA AGRÍCOLA............................................................... 28

10.1 Instrumentos.................................................................................... 30

10.2 O papel das atividades agropecuárias na economia do país....... 31

11 A LEI DA OFERTA E DA PROCURA...................... 31

12 GESTÃO E PROTEÇÃO AMBIENTAL................................... 32

13 ABORDAGENS DOS SISTEMAS DE GESTÃO DA


QUALIDADE E AMBIENTAL................................................... 34

14 DEFINIÇÃO DE CUSTO DE OPORTUNIDADE...................... 34

15 IMPORTÂNCIA DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO NA


AGROPECUÁRIA ........................................................................ 35

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................... 39

3
1 EMPRESA RURAL

O que denominamos “empresa rural” corresponde a área de terra onde a


produção agropecuária é realizada. Entretanto, somente essa questão não suficiente para
caracterizá-la.
Os autores entendem a necessidade de haver a produção de um bem; do local
onde esse bem é produzido ser composto de terra, máquinas, equipamentos, mão-de--
obra, insumos, etc., ser considerado uma unidade de produção.
O conceito de empresa corresponde a uma formulação legal. Uma empresa
legalmente constituída é composta de: empresário, atividade econômica organizada e
estabelecimento.Com a empresa rural isso não é diferente. Ela também se enquadra
nessa definição.
Apenas que o empresário, neste caso, é o produtor rural- seja ele pessoa física
ou jurídica; a atividade econômica organizada é o intercâmbio de bens e serviços e o
estabelecimento é o local em que se desenvolve a atividade, mas esses elementos são
facilmente reconhecíveis
Essa percepção acima nos ajuda a compreender a empresa rural aos moldes de
qualquer outra, posto que a definição apresenta o entendimento legal da coisa. De
maneira genérica, que é entendimento comum entre os que explicam a questão, uma
empresa é um organismo econômico e social que, reunindo capital, trabalho e direção,
se propõe a produzir bens e serviços na perspectiva de se obter lucro e o capital
representa o conjunto de bens produzidos pelo homem que participam da produção de
outros bens (basicamente, máquinas e equipamentos). E essa é uma noção geral.
Ao recorrermos ao conjunto da bibliografia estudada, a compreensão do que
seja uma empresa rural também se apoia naquilo que é geral.
Outros autores, entendem uma empresa rural como a ação que executa, ou seja,
“explorar a capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da criação de
animais e da transformação de determinados produtos agrícolas”
Essa percepção é interessante, mas não é a única. Para o setor agropecuário
existem várias conceituações possíveis de empresa rural, não havendo, porém, uma que
seja universalmente aceita.
A empresa rural trata-se de uma unidade de produção que possui um elevado
nível de capital de exploração e um alto grau de comercialização, ou seja, um elevado
4
uso de fatores de produção como: terra, máquinas, defensivos, etc., tendo com objetivos
técnicos a sobrevivência, o crescimento e, sobretudo, a busca por lucro
sendo caracterizada pela exploração da capacidade produtiva do solo por meio do
cultivo da terra, da criação de animais e da transformação de determinados produtos
agropecuários.
Esse entendimento pode tornar-se mais completo ao acrescentarmos a divisão
proposta para quem o campo de atividades de uma Empresa Rural está dividido em três
grupos distintos:

• Produção Vegetal-Atividade Agrícola;


• Produção Animal-Atividade Zootécnica e Indústrias Rurais-
• Atividade Agroindustrial produção vegetal, produção animal e indústrias rurais.

Outro elemento acrescentado às reflexões acerca de uma empresa rural é a


figura do empresário rural, pessoa encarregada de tomar decisões dentro do
processo produtivo.
A este personagem cabem diversas funções como por exemplo, decidir sobre
aspectos internos da empresa voltados diretamente para a produção agropecuária; a
decisão acerca da tecnologia utilizada de maneira que se busque uma eficiência
produtiva com baixo custo, e aspectos externos, como: em que mercado vender seus
produtos.
O mesmo deve tomar suas decisões baseando-se sempre numa análise eficiente
de mercado que represente diretamente a preferência do consumidor. Obviamente, essa
percepção muitas vezes não ocorre devido ao fato deste personagem estar despreparado
para essas decisões.
Como unidade de produção, uma empresa rural exerce atividades que dizem
respeito a culturas agrícolas, criação de gado ou culturas florestais, com a finalidade de
obtenção de renda. Neste sentido, decisões equivocadas podem causar perdas e danos
irreparáveis.
Qualquer tipo de Empresa Rural, seja familiar ou patronal, é integrada por um
conjunto de recursos denominados fatores da produção e são eles: a terra, o capital e o
trabalho.

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Havendo a constituição de uma empresa, que se classifica como rural por
apresentar esses fatores e elementos, deve-se então passar para a forma mais
adequada para administrá-la.
O que nos leva às seguintes perguntas: O que é administrar uma empresa rural?
Trata-se de administrar uma empresa com características ligadas à natureza? Ou se trata
de levar técnicas e metodologias da administração para o meio rural? Será que se está
trabalhando na perspectiva de uma empresa com características próprias em que a
administração, a gestão e a contabilidade passam por ela a ganhar qualidade como:
agronegócio, administração rural, contabilidade rural?
É claro que a empresa rural é legalmente constituída, que pode se enquadrar no
conjunto de saberes de uma contabilidade capaz de explorar as brechas que o conceito
de rural pode permitir de vantagem na notação contábil e as ferramentas de gestão e
administração podem permitir para o encaminhamento das ações e o controle do
negócio rural ou agronegócio.

2 O AMBIENTE E OS FATORES QUE INFLUEM NA RENDA


AGROPECUÁRIA

2.1 Condições Climáticas

Enfatizando o clima como uma condição fundamental para o cultivo que está
sendo desenvolvido. O clima interfere diretamente na atividade diária da unidade de
produção,

2.2 Política Governamental

A política econômica brasileira, a partir de 1930, tem revelado uma


preocupação constante com a industrialização do país, devido a problemas relacionados
com o mercado externo de compra e venda de produtos industriais e matérias primas,
sendo todas as forças canalizadas neste sentido.
O setor rural ficou relegado para segundo plano, sob o prisma da política
econômica, e em primeiro plano no sentido de ser o setor que sustentou, e ainda

6
sustenta, o processo de industrialização e as tentativas de desenvolvimento urbano-
industrial.
Neste sentido, na medida em que houve a preocupação com o
desenvolvimento industrial, as políticas econômicas foram orientadas exclusivamente
para resolver problemas imediatos de produção, gerando efeitos significativos com
relação ao crescimento da economia nacional.

3 FATORES DE PRODUÇÃO

Os recursos (humanos ou materiais) utilizados no processo produtivo


designam-se por fatores de produção.
O potencial intrínseco de uma empresa é-lhe conferido pelas características dos
chamados fatores primários de produção, e pela forma como estes estão articulados. Só
as empresas capazes de remunerar todos os fatores de produção de forma adequada, é
que são capazes de criar riqueza.
Normalmente os fatores de produção classificam-se em:
• Capital
• Trabalho
• Empresário
O cálculo da remuneração do fator empresário só é possível calculando as
remunerações dos outros dois fatores, Trabalho e Capital, ficando o valor residual a
designar-se por Lucro - Remuneração do Empresário. A remuneração dos restantes
fatores traduz-se em custos. Conhecer os fatores de produção significa assim saber que
tipo de custos lhes estão associados, de modo a que se possa fazer a análise da sua
remuneração.

3.1 Trabalho ou Mão-de-Obra

O trabalho desenvolvido no âmbito das explorações agrícolas é da


responsabilidade da mão-de-obra agrícola a qual é, usualmente, subdividida entre:
• mão-de-obra agrícola familiar (ou não remunerada) que engloba a
quantidade de trabalho desenvolvido por todas as pessoas, que fazendo parte
do agregado doméstico do produtor, trabalham regularmente na respectiva
exploração agrícola.
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• Os custos associados à utilização de mão-de-obra familiar são custos
atribuídos (ver custo de oportunidade).
• mão-de-obra agrícola assalariada (ou remunerada) que completa as
necessidades de trabalho de qualquer empresa agrícola.

• Alternativamente pode designar-se por mão-de-obra Remunerada já que, por


definição, os trabalhadores nesta situação recebem um salário real (custo
real).

• É usual classificar-se a mão-de-obra agrícola assalariada nos três seguintes


grupos: dirigente da exploração (custo fixo não específico – poderá ser
alternativamente mão de obra familiar); outros assalariados permanentes
(custo real fixo), assalariados eventuais (custo real variável).

3.2 Capital

Capital corresponde ao conjunto dos bens disponíveis para uso na produção de


outros bens. A classificação usualmente adoptada no âmbito do capital da exploração
agrícola é seguinte:
Esta classificação tem como objetivo sistematizar os custos associados à
utilização do capital na exploração agrícola e as respectivas formas de cálculo.
De uma forma geral há dois grandes fatores em torno dos quais se
desenvolvem as questões dos custos do capital: a remuneração e a sustentabilidade do
sistema de produção.

3.2.1 Remuneração do Capital

A Remuneração do capital origina um custo designado de Juro de empate de


capital (custo atribuído). No caso de capitais alheios, como o capital que não pertence à
exploração,

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o valor deverá ser calculado tendo por base as condições estabelecidas no contrato de
financiamento (custo real).
A sustentabilidade económica dos sistemas de produção origina um custo
designado amortização.

Diferentes tipos de capital têm associados diferentes tipos de custos:

• O capital fundiário corresponde à propriedade rústica, constituída por um ou


mais prédios rústicos, englobando a terra e tudo o que nela se encontra
incorporado com características de permanência, dela se não podendo
separar sem que a sua capacidade produtiva se altere de forma significativa.

• É usual classificá-lo como terras e águas naturais (renda/custo real ou juro de


empate de capital/custo atribuído + impostos); benfeitorias (Amortização +
Juro de empate de capital).

• O capital de exploração fixo engloba um conjunto de bens de produção de


natureza diversa: capital de exploração fixo inanimado (máquinas) e capital
de exploração fixo vivo (animais).

• Enquanto o capital de exploração fixo inanimado tem como custos a


Amortização (real), o juro de empate de capital (atribuído) e uma série de
outros custos reais (seguros reparações,...), o capital de exploração fixo vivo
assegura a sua própria substituição, não dando origem a amortização (um
animal dá origem a outro e desde que esta obtenção não seja contabilizada
como proveito o custo da sua substituição é a não obtenção deste proveito –
caso os animais não assegurem descendência de igual qualidade os custos
associados aos animais são os mesmos que os custos associados às
máquinas). O custo do capital fixo vivo é o juro de empate de capital.

• O capital de exploração circulante integra o conjunto de bens intermédios


(ou efémeros) e de serviços obtidos no exterior da empresa que podem ser
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classificados como capitais de aprovisionamento (os adubos, sementes, -
existentes no armazém da empresa); capital cativo (adubos, sementes, …
aplicadas no solo e a que, por isso, não pode ser dado outro uso); capital de
maneio (as produções realizadas e ainda não vendidas nem consumidas e o
dinheiro em caixa na empresa).

• Sobre o capital fixo circulante para além do custo real da aplicação do fator
existe o juro de empate de capital enquanto este se encontra em armazém,
cativo ou em caixa.

3.3 Empresário

O empresário caracteriza-se, no essencial, por definir os objetivos a atingir,


tomar a iniciativa da produção reunindo os recursos em trabalho e capital necessários
para a obtenção dos objetivos previamente definidos; assumir as responsabilidades e os
riscos de tal iniciativa.
O fator empresário, é remunerado através do Lucro (resultado económico da
exploração).
O comportamento dos diferentes empresários face ao risco é muito
diversificado, associando-se a uma maior apetência pelo risco um valor esperado mais
elevado para o lucro, e o contrário para o caso dos empresários mais avessos ao risco.

4 AS FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO

As funções da administração são aquelas atividades básicas que devem ser


desempenhadas por administradores para alcançar os resultados determinados e ou
esperados pelas organizações. Estas funções constituem o processo administrativo e são:
• Planejamento – determinação de objetivos e metas para o
desenvolvimento organizacional futuro e divisão de tarefas e recursos utilizados para
alcance daqueles objetivos;
• Organização – processo de designação de tarefas, de agrupamento de
tarefas em departamentos e de alocação de recursos para os departamentos;
• Direção – influencia para que outras pessoas realizem suas tarefas de
modo a alcançar os objetivos estabelecidos, envolvendo energização, ativação e
persuasão daquelas pessoas;

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• Controle – função que se encarrega de comparar o desempenho atual com
os padrões predeterminados, isto é, como planejado.
Alguns estudiosos determinam a função direção como liderança, o que está
ocorrendo na maioria dos livros norte americanos. Todavia deve-se entender que
liderança é uma condição da direção, uma qualificação da direção e não pode ser
substituída pela função de direção. Pode-se dirigir sem liderar o que não é a melhor
condição, liderar é dirigir com qualificações de modo a tornar a função liderar mais
eficaz.

4.1 As funções administrativas têm as seguintes características

1- Planejamento
- estabelecer objetivos da missão
- examinar alternativas
- determinar as necessidades dos recursos
- criar estratégias para o alcance dos objetivos
2 - Organização
- desenhar cargos e tarefas especificas
- criar estrutura organizacional
- definir posição de staff
- coordenar as atividades de trabalho
- estabelecer políticas e procedimentos
- definir a alocação de recursos
3- Direção
- conduzir e motivar os empregados na realização das metas
- estabelecer comunicação com os trabalhadores
- apresentar solução aos conflitos
- gerenciar mudanças

4- Controle
- medir o desempenho
-estabelecer a comparação do desempenho com os padrões
- tomar as ações necessárias para melhoria do desempenho

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Os administradores, necessitaram de certas qualidades, conhecimentos e
experiências descritas a seguir:

1. Qualidade física, saúde, vigor, trato;


2. Qualidades mentais, habilidade de aprender e de entender julgamento,
vigor mental e adaptabilidade;
3. Qualidades morais, energia, firmeza, iniciativa, disposição para a
responsabilidade, lealdade, dignidade, tato;
4. Educação geral. familiaridade geral, com outros assuntos não
exclusivamente da função desempenhada.
5. Conhecimento especial. Aquele peculiar à função seja técnica, comercial,
financeira, administrativa e assim por diante.
6. Experiência, conhecimento advindo do próprio trabalho, o conjunto de
lições que uma pessoa tira das coisas.
Assim Fayol registrou a relativa importância dos requisitos para as pessoas
dependendo de sua situação na hierarquia, separando em níveis as habilidades técnicas
das administrativas.
A teoria administrativa e a teoria da burocracia são muito relacionadas em
alguns aspectos, são idênticas. Ambas são largamente dedutivas e vêem a organização
normativamente, como uma entidade abstrata – uma construção mental. Ambas
defendiam organizações formais que teriam vantagens com a especialização, um
elemento fundamental das organizações, Organização no sentido formal significa ordem
e seu corolário, um organizado e ordenado procedimento. Nós desejamos encontrar e
correlacionar os princípios formais que produzem esta ordem”.

4.2 Os elementos da Teoria Administrativa

A maioria dos elementos da teoria administrativa parece estar projetado para


organizar coisas. Existe um forte desejo de obter vantagens de especialização e outros
benefícios da burocracia ou organizações formais. Existe um forte desejo de evitar o
caos, o comportamento casual e outros traços de desorganização ou não organização.
Os elementos da teoria administrativa incluem princípios, conceitos de linha e
staff, comissões e funções da administração. Estes são usualmente prescritivos na
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medida em que surgem ações administrativas para alcançar um modelo formal de
organização normativa burocrática.
A teoria da administração estabeleceu que todas as atividades ou operações de
uma empresa poderiam ser divididas em seis grupos, conforme descrito a seguir.
1. Atividades técnicas – relacionadas com a transformação e produção de
bens (produtos e serviços);
2. Atividades comerciais – relacionado com as transações de compra, venda
e permuta;
3. Atividades financeiras – relacionadas com a captação e bom uso do
capital;
4. Atividade de segurança – relacionadas com a preservação e proteção das
pessoas e dos bens;
5. Atividades contábeis – relacionadas com os controles e registros das
despesas organizacionais (como investimentos, balanços, custos e estatísticas)
6. Atividades administrativas – relacionadas com a integração de todas as
operações da organização, as atividades administrativas coordenam e
sincronizam as atividades anteriores tendo, portanto, interferência/influencia
sobre elas.
Fayol achava que mesmo sendo apenas uma das seis grandes atividades
organizacionais, as administrativas eram mais importantes que as outras cinco
atividades.

5 AS FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO

Fayol define administração como realização das atividades administrativas que


são as funções de previsão, organização, comando, coordenação e controle. Estas
funções constituem o processo administrativo.
• Previsão – tentativa de avaliar o futuro por meio de um plano e fazer
previsões para realizar este plano (esta função deu origem à função do
planejamento)
• Organização – mobilização dos recursos humanos e materiais para
transformar os planos em ações.

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• Comando – estabelecimento de orientações para os empregados e
obtenção das coisas feitas
• Coordenação- obtenção da unificação e harmonia de todas as atividades e
esforços.
• Controle- verificação de que as coisas aconteçam em conformidade com
as regras estabelecidas e empresas pelo mundo.
Apesar de terem se passado muitas décadas desde o estabelecimento destas
funções, elas ainda são descritas como as funções administrativas.
A teoria da administração considerava a previsão como a principal função
administrativa. A base do processo era o desenvolvimento de um plano formal de ação
que ele descrevia como:
Uma espécie de quadro onde eventos próximos são definidos com alguma
distinção enquanto eventos distantes aparecem progressivamente, menos diferenciados e
isto vincula o trabalho corrente como previsto e estipulado, em um definido período de
tempo.
Os estudos seguintes pretendem representar a área administrativa, não uma
lista completa. Nenhuma tentativa se faz aqui de resolver todas as dificuldades
metodológicas destes elementos, pois ainda devem ocorrer muitos desenvolvimentos
nesta área, enquanto muitas dificuldades de campo vão sendo entendidas, se não
justificadas.

6 OS PRINCÍPIOS GERAIS DE ADMINISTRAÇÃO

Os princípios gerais da administração são ainda considerados por grande parte


dos administradores, uteis na pratica administrativa contemporânea. Esses princípios
escritos em 1916 estão apresentados na ordem desenvolvida por Fayol, com as
respectivas explicações. São eles:
1. Divisão de trabalho – entre grupos e indivíduos, para garantir que esforço
e atenção estejam focados em porções especiais da tarefa. Fayol propôs a
especialização no trabalho como a melhor maneira de utilizar os recursos
humanos em uma organização.

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2. Autoridade e responsabilidade – a autoridade para Fayol é definida Omo
“o direito de dar ordens e o poder para a exata obediência” responsabilidade
envolve ser confiável, e deste modo esta naturalmente associada à autoridade.
3. Disciplina – significa a necessidade de esforço comum dos trabalhadores,
de maneira ordenada, punições, entretanto deveriam ser aplicadas
criteriosamente para encorajar esse esforço em comum
4. Unidade de comando- os trabalhadores nas organizações deveriam
receber ordens de um gerente somente para evitar conflitos e mal entendidos.
5. Unidade de direção- a organização toda deveria estar se movendo em
direção a um objetivo comum, numa direção comum.
6. Subordinação do interesse individual e do interesse geral – os interesses
de uma pessoa (ou grupo) não deveriam prevalecer sobre os interesses da
organização como um todo.
7. Remuneração do Pessoal – o pagamento deveria ser justo – não
explorativo- e deveria recompensar bom desempenho, deveriam ser avaliados
vários modos de pagamento, tais como tempo, trabalho, razão de produção, etc.
Recompensas não financeiras também devem ser usadas.
8. Centralização – segundo a definição de Fayol a centralização era como a
diminuição da “importância do papel do subordinado.” Enquanto a
descentralização era a elevação desta importância os graus da
centralização/descentralização adotados dependem de cada organização
especifica na qual o gerente está trabalhando.
9. Cadeia escalar – Definida como linha de autoridade queria significar
certa qualidade de autoridade correspondente a posição hierárquica, mas
significa também que os níveis mais baixos da administração deveriam sempre
manter os níveis mais altos informados de suas atividades de trabalho.
10. Ordem – Para o bem da eficiência e coordenação todos os materiais e
processos relacionados a um tipo especifico de trabalho deveriam ser designados
à mesma localização feral na organização um lugar para cada coisa e cada coisa
no seu lugar.
11. Eqüidade – que Fayol diferenciava de justiça era por em execução as
correções estabelecidas, mas as convenções não poderiam prever tudo e então

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precisavam ser interrompidas, ou suas inadequações complementadas, todos os
empregados deveriam ser tratados o mais igualmente possível.
12. Estabilidade do pessoal no cargo – a retenção dos trabalhadores mais
produtivos deveria ser alta prioridade da administração de custos de
recrutamento e seleção bem como os defeitos, estão associados normalmente a
contratação de novos empregados.
13. Iniciativa – os administradores deveriam encorajar a iniciativa do
trabalhador que deve ser definida como “uma nova ou adicional atividade
empreendida por vontade própria.
14. Espírito de equipe – os administradores devem enfatizar a harmonia e a
boa vontade geral entre os empregados, como grandes forças de organização.

7 DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA: MODELO DE EXPLORAÇÃO DE


RECURSOS

Entre as teorias de desenvolvimento mais discutidas durante a renascença na


Europa, a teoria de estágios de crescimento enfatiza, que existe uma fase inicial em que
o progresso é baseado na agricultura num modelo de exploração de recursos, o
que representou e representa a expansão de áreas de cultivo.
Todo o mundo parece ter passado por esta fase, uns mais cedo, outros mais
tarde e ainda outros por atravessar este estágio. O modelo foi a força motriz do
desenvolvimento agrícola da China no primeiro milênio D.C. com a utilização das terras
ao longo da bacia de Yangtzé. Nos séculos 18 e 19, o Ocidente, na procura de expansão
das suas fronteiras para a agricultura, acabou nos continentes da América do Sul e
da Austrália. Moçambique parece estar nesta fase e parece estagnado nela já há bastante
tempo, embora não lhe falte áreas de expansão para a agricultura.
Quando se fala de exploração de recursos, muitas vezes se pensa somente nos
recursos naturais. Mas de facto, entre os recursos deve-se dar primazia
ao recurso conhecimento, sobretudo o local, que foi adquirido, acumulado
e melhorado durante muitas gerações pelos próprios produtores agrícolas naquele
local. Mesmo que não esteja incorporado nos manuais científicos, o conhecimento dos
produtores locais não deixa de ser conhecimento que deve ser entendido, melhorado,

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usado e incorporado no conhecimento universal. Ademais, entre todos os recursos
conhecidos, o conhecimento é o único que se multiplica com o seu uso, e passa de
geração em geração sempre melhorado.
Os recursos naturais tendem a esgotar-se com o uso e a sua qualidade e
validade tendem a deteriorar-se entre gerações. Ignorar o conhecimento dos produtores
agrários locais, e preferir exclusivamente o conhecimento “importado” é correr atrás de
prejuízo, pois os produtores resistirão a esse conhecimento importado por ser alheio, e
por isso, estar associado ao risco.
Por exemplo, enquanto a maioria dos produtores agrícolas Moçambicanos vêm
a agricultura como um sistema, o conhecimento trazido pela maioria dos manuais vê a
agricultura compartimentada. Qualquer recomendação oriunda dos manuais, que se faça
para supostamente melhorar uma das componentes do sistema, sem fazer referência ao
sistema como um todo, tem o perigo de afetar negativamente o sistema. Por isso
arriscada para o produtor. Mas no fim de contas nem o sistema está errado, nem a
componente do sistema está errada.
Na visão do produtor pode faltar o detalhe da especialidade e nos manuais o
detalhe pode “morar” isolado fora do sistema. A partilha de cada uma dessas visões,
enriquece, e a ignorância ou exclusão de uma delas, empobrece.
É necessária a habilidade de ver e entender a floresta como um todo e ao
mesmo tempo ver e entender cada árvore na floresta. A fonte mais rica dos recursos
naturais está na biodiversidade local onde se podem encontrar espécies vegetais e
animais locais com importância fundamental na alimentação, industrialização,
medicina, produção de energia, etc.
O facto de Moçambique ter sido dominado durante muitos anos por culturas de
outros quadrantes do mundo forçou a que os produtores do País tivessem que adaptar
sistemas e tecnologias agrícolas importadas, negligenciando o potencial local. Não é por
acaso que a Mafurreira, o canhoeiro, a Massala, o embondeiro, a Maphilwa, Macuacua,
Quiabo, etc. não figuram com proeminência nos manuais das nossas escolas.
Essas plantas da nossa flora são vistas simplesmente como selvagens, ou
até infestantes. Se for preciso pode se destruir estas plantas para dar lugar ao trigo, arroz
ou batata.
Esta “cegueira” cientifica já causou muitos prejuízos à base da biodiversidade e
fonte agrícola do País. Plantas que serviram como alimentação para a população
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durante muitos anos foram exterminadas por herbicidas por serem consideradas
infestantes as culturas trazidas de outros locais.
A aplicação de agroquímicos desenvolvidos em outras partes do mundo sem a
sua correta adaptação às condições locais já se mostraram nefastas em alguns casos,
como na salinização rápida dos solos, tornando-os menos aproveitáveis para a
agricultura.
Na década 70 assistiu-se nalguns locais do País que a resposta ao nitrogênio a
certos cultivares de arroz recém-importadas era marginal quando comparada com
variedades já adaptadas. Em alguns casos se constatou que doses de nitrogênio
recomendadas para certos lugares de outros quadrantes, no Vale do Limpopo e na
Zambézia resultaram na maior produção de palha do que de grão.
Num país vizinho de Moçambique conta-se a história de um projeto de apoio
aos camponeses que exterminou uma variedade local de feijão que os camponeses
usavam mais a folha para a alimentação do que o grão.
O projeto em referência assumiu que os rendimentos do grão deveriam
aumentar (porque a folha não era considerada alimento no projeto) e introduziu
tecnologias de fertilizantes que de facto aumentaram a quantidade de grão produzida
à custa de redução da folha. Desapareceu uma base alimentar local.
Estes exemplos e outros, não narrados, que aconteceram (e acontecem) em
Moçambique, e em outras partes do mundo, sublinham a necessidade de os estudiosos
da agricultura, biologia, ambiente, nutrição, etc. explorarem e tirar o máximo de
proveito da biodiversidade local, em vez de forçar o que é alheio, a custa da
liquidação do que é local.
A ausência desses estudos faz com que de mais de 80.000 espécies de planta
conhecidas que podem servir para a alimentação, a dieta humana não usa mais de
150 espécies. E a FAO diz destas 150, 12 alimentam ¾ da população mundial. No
mesmo diapasão muitas espécies vegetais que podiam ser parte da alimentação humana
foram exterminadas como indesejadas.
A combinação do conhecimento local com o conhecimento universal aliados ao
entendimento e importância da biodiversidade local pode levar a uma transformação
radical da agricultura que permita não só melhorar as condições da vida da população
do país, mas também produzir conhecimentos e bens agrícolas inovados com
capacidade de penetrar e sobreviver o modelo de globalização de economia. Não é
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imitando os outros que se pode ganhar a competitividade no mercado mundial. É com
exclusividade.
Na trajetória de exploração desses recursos (conhecimento e
biodiversidade), as tecnologias a adoptar deveriam primeiramente facilitar a substituição
de fatores escassos e caros por fatores mais abundantes e mais baratos para a
economia e para os produtores agrícolas.
As tecnologias economizadoras de terra e de mão-de-obra deveriam tomar a
dianteira tomando como ponto de partida aquelas já usadas pelos camponeses.
Uma das fazes da grande revolução agrícola no Ocidente operou-se com a introdução
da tração animal para a agricultura, que não só economizou a mão-de-obra
como também permitiu trabalhar uma maior profundidade de lavoura, melhorando o
acesso aos nutrientes e água para as plantas.
Nos dias de hoje, para além da tração animal existem outras opções simples
e relativamente acessíveis de equipamentos semi motorizados que podem ser adaptados
para o efeito, sempre tomando em consideração os sistemas agrícolas locais,
necessidades de energia e aspectos de manutenção.
A exploração da biodiversidade local deve levar os estudiosos acadêmicos
a combinar o seu saber com o dos agricultores para transformar o que se considera
como plantas silvestres, em alimentos, matérias primas para
indústria, medicina, energia, etc.
Alguns trabalhos tímidos já estão a acontecer, mas com pouco espaço para
prosperarem. As iniciativas em curso de estudos médicos e nutricionais de plantas da
biodiversidade Moçambicana devem ser encorajadas, instituídas e financiadas para
enriquecer a Agro biodiversidade do País.
O sector privado já iniciou timidamente processos de industrialização de frutos
de algumas dessas plantas, o que mostra a existência de oportunidade de “casamento”
entre ciência, tecnologia e mercado. Com este “casamento” pode se abrir horizontes
muitos mais largos para a agricultura Moçambicana.
Conscientes de que o modelo de exploração de recursos não pode ser
sustentado eternamente, este, deve ser reforçado por processos que considerem formas
de acesso e utilização de fontes de crescimento sustentável.
Essas fontes podem incluir, entre outros, melhoramentos
fundiários, irrigação pelo menos suplementar, tecnologias de
19
gestão pós colheita, processamento para acrescentar valor, intensificação de sistemas
integrados de agricultura, permacultura, pecuária, pecuarização, etc.
As transformações que advenham deste processo poderão representar um
ponto de partida, mas não um processo acabado.
A capacidade de o País alcançar um crescimento rápido de produtividade e de
produção agrícola vai depender das escolhas e trajetórias que se fizerem ou que se
fazem. A ênfase e a eficiência que se dá a cada uma das escolhas e trajetórias depende
das regiões agroecológicas, das restrições e das práticas no maneio dos sistemas.
Onde as restrições advêm da oferta inelástica da terra, a tecnologia biológica
pode tomar a dianteira, enquanto onde a grande limitação for imposta pela oferta
inelástica da mão-de-obra, a tecnologia mecânica pode se tornar a trajetória de
liderança.
Onde as condições edáficas e climáticas não permitem o desenvolvimento de
certas culturas ou certos animais, as plantas e os animais locais devem ter
atenção especial na permacultura e pecuarização.
Para a melhor escolha das trajetorias a seguir será preciso uma
aliança triangular entre a investigação, educação e planificação. E no centro do triângulo
deve estar o homem e não a obsessão da competitividade, pois esta só ganha espaço
com inteligências e ação do homem.
Muitos defendem e defenderão a ideia de que não é necessário inventar a roda,
pois existem pacotes tecnológicos abundantes desenvolvidos em outras partes do mundo
que podem ser aplicados ou adaptados a Moçambique, e que por isso não há
necessidade de novas investigações e nem reformas curriculares radicais. Este postulado
não passa de meia verdade, e a meia verdade pode ser falsa.
Há um ditado popular africano que diz “Manda o rapaz aonde ele quer ir e
verás o passo dele”. Por outras palavras: se se orientar os produtores agrários de
Moçambique para trajetórias incertas e com recados confusos, que se espere um atraso
grande, e o recado pode chegar desvirtuado com resultados não desejados.

20
8 TECNOLOGIA AGRÍCOLA: A IMPORTÂNCIA E PRINCIPAIS
INOVAÇÕES

As plantações modernas e as operações agrícolas são realizadas de maneiras


muito diferentes quando comparadas às praticadas algumas décadas atrás. Inicialmente
podemos relacionar este salto em produtividade e gerenciamento das plantações aos
avanços tecnológicos que vem sendo aplicados à agricultura.
A tecnologia agrícola hoje inclui: o uso de diversos tipos de sensores,
utilização de máquinas e sistemas integrados.
Atualmente a rotina das grandes plantações tem implementado sofisticadas tecnologias,
como o uso da robótica e principalmente drones, que têm revolucionado os mais
diversos tipos de processos agrícolas.
Além de utilizar constantemente tecnologias já difundidas mundialmente
como: sensores de temperatura e umidade, imagens aéreas e GPS.
Todos estes avanços estão relacionados à Agricultura de Precisão e
permitem maior produção, aumento dos lucros e da eficiência, além de garantirem
maior segurança nas operações.
Confira a seguir a importância do uso da tecnologia na agricultura e como ela
tem proporcionado diversos avanços.

8.1 Agricultura de Precisão

A Agricultura de Precisão foi a principal responsável pela busca por novas


tecnologias e avanços para as plantações. Este tipo de agricultura é baseado na
observação, monitoramento e gestão de todos os insumos necessários e principalmente
de toda a plantação.
As novas tecnologias vieram para atender a todas estas demandas e alcançar
resultados favoráveis e aumentar significativamente a produção.
Elas podem ser consideradas um dos fatores mais importantes que
possibilitaram o sucesso do emprego da agricultura de precisão nas plantações de
todo o mundo.

21
8.2 Tecnologia na Agricultura

Diversos avanços têm sido constantemente utilizados na agricultura,


proporcionando ótimos ganhos de produtividade, facilitando a gestão e diminuído
diversos custos.
O primeiro grande avanço na agricultura foi o uso do GPS que possibilitou a
entrada de outras tecnologias como o emprego de novas máquinas guiadas por
computador/satélite.
Tratores guiados por GPS para plantação de sementes, aplicação de pesticidas e
principalmente nos processos colheita possibilitam ganho de performance e redução dos
tempos de parada.
O uso de sistemas integrados foi outra grande inovação dos últimos anos. A
possibilidade de acessar todos os dados e visualizar diversos KPIs através de qualquer
computador, ou simplesmente pela tela do smartphone, permitiu aos gestores um
controle total de toda a plantação.
O último grande salto tecnológico do setor agrícola foi a introdução de drones
em diversos processos. O uso destas pequenas aeronaves não tripuladas permite
monitoramento aéreo em tempo real dos processos de colheita e sensoriamento remoto
mais acessível quando comparado ao realizado por satélites.
Os drones também conseguem detectar pragas na plantação e gargalos na
produção com bastante agilidade, reduzindo perdas e aumentando a performance.
Além disso, permitem encontrar os pontos que carecem da aplicação de
insumos e remédios com maior facilidade, possibilitando usos pontuais e principalmente
a redução de custos.

8.3 A Importância da Tecnologia Agrícola

Os grandes agricultores não precisam mais aplicar água, fertilizantes,


pesticidas e alguns insumos uniformemente em toda a plantação.
Com o uso de tecnologias é possível utilizar a quantidade mínima requerida em
cada área específica, também se consegue tratar cada planta de maneira única e
diferenciada.

22
Alguns dos benefícios que a tecnologia agrícola proporciona são:
• Aumento da produtividade: com os avanços consegue-se detectar os gargalos na
produção e aumentar o número de plantas por hectare, elevando assim a produtividade
da plantação.
• Redução do consumo de água, fertilizantes e pesticidas, que além de
proporcionar aumento do lucro permite reduzir o valor do produto.
• Diminuição dos impactos ambientais no ecossistema e menor escoamento de
produtos químicos nos rios e lençóis freáticos, tornando o negócio mais sustentável.
• Aumento da segurança dos funcionários e dos processos através de tecnologias
altamente confiáveis que reduzem a probabilidade falhas e erros.
• Aumento da eficiência sem a necessidade de maiores gastos para mantê-la — é
necessário desembolsar somente para a aplicação da tecnologia.
• Detecta a escassez de nutrientes no solo e apresenta de maneira assertiva a
quantidade de nutrientes e fertilizantes que precisam ser adicionados ao solo (a partir do
uso de Drones).
Além de todos estes benefícios, os avanços tecnológicos aplicados à agricultura
permitem maior confiabilidade da plantação, monitoramento de todo o campo e gestão
de todos os recursos utilizados.
A tecnologia na agricultura permite total controle sobre a produção,
processamento, estoque e distribuição.

8.4 Principais Tecnologias da Atualidade

Algumas dessas tecnologias têm se destacado em meio a esse período de


grandes evoluções na agricultura.
Dentre elas, vamos destacar aquelas que consideramos as principais e mais
impactantes para o setor.

23
8.5 Sensores

O uso de sensores inteligentes vem sido aplicado na agricultura. Esta


tecnologia agrícola possibilita o monitoramento total das plantas.
Estes sensores conseguem captar a saúde da plantação, a necessidade de água e
o teor de nitrogênio no solo. Estes sensores alinhados com a tecnologia de conexão 4G
permitem o monitoramento constante e em tempo real da plantação.
Cada agricultor pode buscar o tipo de sensor que mais se adéqua as suas
necessidades. Existem no mercado os mais variados tipos de sensores que podem
monitorar diversos detalhes da plantação.
Como permitem monitorar a saúde da plantação permitem a detecção de
doenças e contaminações, possibilitando rápida ação dos gestores para a solução do
problema.
Os dados provenientes desta tecnologia agrícola ainda podem ser utilizados
para a formulação de KPIs, que possibilitam o acompanhamento da performance da
plantação em função do tempo.

8.6 Drones

Esta pequena aeronave controlada a distância é último grande salto tecnológico


que a agricultura de precisão sofreu.
Os VANTs, Veículos Aéreos Não Tripulados, como também são chamados
podem carregar câmeras de alta resolução e os mais diversos tipos de sensores,
permitindo a esta tecnologia, diversas aplicações.
As fotos tiradas pelos drones são de alta qualidade e excelente resolução, além
disso podem ser tiradas na frequência desejada pelo agricultor.
Somente isto já é um enorme diferencial e mostra porque essa tecnologia tem sido
escolhida ao invés dos satélites.
Os satélites não estão à disposição dos agricultores durante todo o tempo, as
fotos são tiradas uma vez por semana ou mensalmente. Sem falar que o clima pode
interferir muito a qualidade das fotos, o que não ocorre com os VANTs, que podem
trabalhar até mesmo em condições climáticas adversas.
Esta tecnologia tem inovado a agricultura, pois permite através das suas
imagens e algoritmos específicos a coleta das seguintes informações:
24
• Contagem das plantas
• Medição da altura da plantação
• Detecção de pragas
• Medição da eficácia de tratamentos e do uso de pesticidas
• Monitoramento da necessidade de água e insumos
Os drones permitem que os agricultores otimizem a utilização de sementes,
fertilizantes, pesticidas e água. Além disso, possibilitam reações rápidas contra qualquer
tipo de ameaça a plantação.

8.7 GPS agrícola

O Sistema de Posicionamento Global, ou GPS, é uma tecnologia que há alguns


anos já vem sendo aplicada em larga escala na agricultura.
Esta tecnologia possibilita uma série de aplicações, como: completo
mapeamento da plantação, amostragens virtuais do solo e do campo, monitoramento e
inspeção dos processos agrícolas e total mapeamento da produção.
Os benefícios do GPS agrícola são inúmeros, mas podemos destacar alguns dos
mais utilizados: localização exata de amostras de solo, coleta e análise de dados da
plantação, controle e navegação de máquinas durante o serviço.
Esta tecnologia possibilita um aumento da qualidade dos processos agrícolas e
aperfeiçoamento de tarefas.
Um detalhe importante é que o GPS pode manter a produtividade da plantação,
porém demandando um número menor de trabalhadores.

8.8 Big Data

Este termo é utilizado para descrever um imenso volume de dados,


extremamente variado que compõe o negócio. O mais importante não é a quantidade de
informações, mas sim o que é feito com elas.
O Big Data tem sido implementado na agricultura de precisão e tem
possibilitado o melhor fluxo de informações, uma análise mais rápida e efetiva e tem
levado à melhores decisões e criação de estratégias.

25
Esta tecnologia agrícola só foi viável devido aos avançados referentes às
conexões sem fio e 4G. O Big Data favorece a troca de informações, tornando os
agricultores mais rápidos e assertivos na tomada de decisões, que passam a ser muito
mais baseada em dados do que no feeling.

8.9 Mobilidade

Os agricultores não precisam mais se preocupar com a falta de acesso a


alguns recursos e a internet. Nos últimos anos com o surgimento da internet 4G o
trabalho e o acesso às informações se tornaram mais simples e fácil.
Esta conexão sem fios e de alta velocidade tem permitido a introdução de
inúmeras novas tecnologias na agricultura.
Agora os agricultores podem monitorar a fazenda em tempo real, acompanhar
máquinas durante o trabalho, gerenciar equipe e acessar pela tela do smartphone dados,
KPIs e informações das plantações.
Todos os detalhes do negócio podem ser vistos através da nuvem, facilitando
bastante a gestão da plantação.
O principal benefício da mobilidade, porém, é auxiliar e acelerar a utilização
das demais tecnologias citadas nesse artigo.
Todas essas tecnologias têm revolucionado o setor agrícola, a utilização de
cada uma delas na agricultura de precisão tem possibilitado resultados nunca antes
imaginados. Com estas inovações os agricultores estão conseguindo aumentar a
produtividade, mas sem prejudicar o meio ambiente.

9 O EMPREGO NO MEIO RURAL SEGUNDO O CENSO AGROPECUÁRIO


2006

Os resultados finais do Censo Agropecuário 2006 foram divulgados em


setembro de 2009 e constituem importante fonte de informação sobre a realidade do
setor agropecuário no que diz respeito às suas características de ocupação e emprego no
meio rural.

26
De acordo com os resultados divulgados, nos 371.051 estabelecimentos
agropecuários recenseados no Paraná havia 1.117.084 pessoas ocupadas em 2006 e,
deste total, 70% eram vinculadas à agricultura familiar.
Observa-se tendência decrescente no número de pessoas ocupadas nos
estabelecimentos agropecuários do Paraná a partir de 1985, situação semelhante à que
ocorre em nível nacional. Conforme dados de série histórica, entre 1985 e 2006 foram
eliminados 737 mil postos de trabalho e, entre os dois últimos censos, a redução foi de
170 mil pessoas ocupadas.
Entretanto, a partir de 1975, o setor agropecuário paranaense passou por
importantes transformações, algumas das quais contribuíram para a redução gradativa
do emprego no meio rural.
Entre as medidas que contribuíram para a redução dos postos de trabalho estão
a substituição de lavouras temporárias pelo cultivo de pastagens e a expansão da
pecuária de corte. Nos anos 1980 e 1990, outras mudanças técnicas contribuíram para a
redução da contratação de trabalho, especialmente nas tarefas de capina e de colheita, a
saber: a redução da área cultivada com algodão; a terceirização mecanizada das
atividades de plantio e de colheita; a adoção de práticas conservacionistas – em especial
o plantio direto na palha em microbacias sistematizadas; e, mais recentemente, a
introdução de lavouras com sementes geneticamente modificadas, que reduzem ainda
mais a necessidade de mão de obra, tanto para capina quanto nos tratos culturais.
Portanto, a queda mais acentuada no pessoal ocupado entre 1985 e 2006 pode
estar associada tanto às mudanças de atividade econômica quanto às mudanças na base
técnica de produção.
Contudo, observa-se também que, entre 1995/1996 e 2006, a tendência de
redução no pessoal ocupado é menos acentuada em relação ao decênio anterior. Este
ritmo mais lento na queda de pessoal ocupado de um período para outro possivelmente
esteja associado à introdução e/ou expansão de atividades que demandam trabalho, seja
familiar ou contratado, entre as quais é possível destacar: a expansão do cultivo de cana-
de-açúcar e das usinas de açúcar e de álcool; a instalação de pomares de laranja, com o
fim da restrição à citricultura, imposta ao Paraná pela campanha nacional de erradicação
do cancro cítrico;
Uma peculiaridade do Censo Agropecuário 2006 é trazer as informações de
pessoal ocupado com e sem laços de parentesco com o produtor. Do total de pessoal
27
ocupado em 2006, cerca de 78,4% tinha algum laço de parentesco com o produtor1 ,
contra 21,6% sem laço de parentesco.
O pessoal ocupado com laços de parentesco está inserido na agricultura
desenvolvida com trabalho familiar, ou seja, com a participação direta de pessoas da
família, na execução ou como auxiliar das atividades produtivas.

10 POLÍTICA AGRÍCOLA

A política agrícola brasileira envolve distintos ministérios, tais como:


Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, Ministério do
Desenvolvimento Agrário - MDA, Ministério da Fazenda, Ministério do Planejamento e
Ministério do Meio Ambiente.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é, entretanto, o mais
importante Ministério na condução da política agrícola, pois é ele quem define os
parâmetros a serem observados na implementação dos instrumentos da política agrícola,
bem como é o próprio Ministério que operacionaliza, por meio de suas secretarias e
órgãos, as diretrizes do Plano Agrícola e Pecuário.
As questões agrárias e a política para a agricultura familiar estão ao amparo do
Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA. Enquanto que o Ministério da Fazenda
administra os recursos orçamentários para a execução da política agrícola.
Tem ganhado importância também o inter-relacionamento entre os Ministérios
do Meio Ambiente - MMA e Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, tendo em
vista que as propriedades rurais estão inseridas nos principais biomas brasileiros e a
sustentabilidade ambiental é uma das principais preocupações da economia mundial e
brasileira.
Na década de 90, a agricultura sofreu grandes transformações. Uma das
principais foi o esvaziamento do modelo de intervenção (regulamentação) do Estado,
caracterizado pelo controle e garantia de preços, manutenção de estoques reguladores e
maior disponibilidade de crédito rural.
Concomitantemente, a economia brasileira atravessou período de alta inflação,
seguido pela estabilização econômica e intensificação do processo de abertura
comercial.

28
A partir desse novo cenário, a agricultura foi exposta a um modelo de mercado,
com intervenção mínima do Estado. A transição entre esses modelos elevou os riscos
das atividades agropecuárias e criou distorções que ainda estão presentes no setor,
determinando ciclos alternados de expansão e retração. A partir dos anos 90, portanto, a
agricultura enfrentou:

• abertura econômica e competição com produtos importados;


• redução do crédito oficial e, por sua vez, elevação da participação do crédito
privado a taxas de juros altíssimas;
• crescente redução da participação do setor público na Política de Garantia de
Preços Mínimos (PGPM), bem como, na aquisição de produtos para compor os
estoques reguladores;
• extinção quase que completa dos mecanismos de seguro dos financiamentos
(Proagro);
• redução dos investimentos em pesquisa agropecuária e
• redução dos investimentos nos órgãos de extensão rural.

Esses fatores afetaram fortemente o setor agropecuário e, notadamente, a


produção agrícola que, por suas peculiaridades, exige um maior período de adaptação
aos choques que outros setores econômicos.
A condição básica para a sobrevivência das empresas rurais passou a ser
competitividade, sendo a sua eficiência essencial para readaptação do setor ao novo
cenário. Entretanto, ser eficiente na produção agrícola é condição necessária, mas não
suficiente.
A agricultura é uma indústria a "céu aberto", condicionada por fenômenos
climáticos e biológicos que transcendem a capacidade de gestão dos agricultores.
Assim, é fundamental entender as especificidades das atividades agropecuárias
que justificam a necessidade da política agrícola e a tornam indispensável:
1. sazonalidade da produção devido a dependência dos fenômenos climáticos, meio
ambiente e dos processos biológicos vegetais e animais;
2. produtos agropecuários são perecíveis;
3. elevado número de produtores que atuam em concorrência perfeita, entre
mercados concentrados à montante (oligopólio da indústria de insumos e
máquinas) e à jusante (oligopsônio das agroindústrias);
29
4. acentuada distribuição espacial da produção no território brasileiro e;
5. rigidez da produção no curto prazo, com períodos bem demarcados de
contratação dos custos e de apuração da receita (comercialização), exigindo
volume de capital de giro mais elevado do que em outros setores.
Essas peculiaridades evidenciam que as atividades agropecuárias enfrentam
maiores riscos e incertezas que outras atividades industriais e comerciais.

10.1 Instrumentos

De forma geral, a política agrícola insere-se nas regulamentações dos seguintes


diplomas legais: Lei Agrícola (Lei nº 8.171/91), Estatuto da Terra (Lei nº 4.504/64) e
Lei do Crédito Rural (Lei nº 4.829/65).
O que se convenciona chamar de instrumentos da política agrícola, de fato, são
os instrumentos que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA
dispõe para formular e executar as políticas voltadas ao setor agropecuário. Esses
instrumentos promovem os investimentos, criam incentivos e/ou desestímulos para as
atividades agropecuárias e devem sinalizar o caminho de expansão do setor.
Anualmente, o MAPA publica alterações nos parâmetros desses instrumentos
de política com vistas a orientar a condução das atividades do setor agropecuário. Essa
publicação é feita por meio do Plano Agrícola e Pecuário ? PAP e Resoluções expedidas
pelo Conselho Monetário Nacional.
Basicamente, a política agrícola utiliza os seguintes instrumentos:

1. Crédito rural;
2. Zoneamento agrícola;
3. Seguro rural;
4. Comercialização e
5. Programas especiais de fomento setorial.
Para encontrar rapidamente as últimas medidas estabelecidas para os
programas de custeio e investimento do crédito rural, preços mínimos e programas de
apoio à comercialização, acesse o último Plano Agrícola e Pecuário.

30
A comercialização agrícola é uma das atividades mais importantes na
agricultura. A partir do momento em que os grãos são colhidos no campo, surge um
universo a parte tão complexo quanto a produção em si.
Todos os dias milhares de negócios são fechados e o conhecimento sobre as
bases da comercialização é essencial para todo profissional do meio agrícola. Além
disso, as atividades agropecuárias brasileiras são responsáveis pela dinâmica de vários
outros setores econômicos em nosso país, que são diretamente ou indiretamente
relacionados ao agronegócio
O Brasil é um país que embora muito produtivo enfrenta diversos problemas de
âmbito político ou estrutural. A seguir, explanaremos alguns aspectos importantes
das políticas de comercialização agrícola em nosso país.

10.2 O papel das atividades agropecuárias na economia do país

Através da incorporação de novas tecnologias, estratégias de manejo e até


mesmo das políticas de comercialização agrícola brasileira, a quantidade dos valores
monetários exportados e importados cresceu significativamente nos últimos anos
O saldo comercial do agronegócio foi positivo durante todo esse período, com
um crescimento mais acentuado a partir dos anos 2000. Esse aumento dos valores das
exportações de 1990 a 2012 saltou de aproximadamente 14 para cerca de 80 bilhões de
dólares, explicando em parte o papel das atividades agropecuárias na economia e renda
brasileira.

11 A LEI DA OFERTA E DA PROCURA

A Lei da Oferta e da Procura (Demanda) busca estabilizar a procura e a oferta


de um determinado bem ou serviço. Oferta é a quantidade do produto disponível em
mercado, enquanto procura é o interesse existente em relação ao mesmo.
A oferta depende do preço, da quantidade, da tecnologia utilizada na fabricação
entre outras coisas relacionadas aos produtos e serviços. A procura é influenciada pela
preferência do consumidor final, a compatibilidade entre preço e qualidade e a
facilidade de compra do produto.

31
O fator determinante para a procura de um determinado bem ou serviço deixou
de ser o preço, pois o mesmo sofre alterações por causa de qualquer desequilíbrio entre
a oferta e a procura.
Dessa forma, pode-se dizer que o preço de algo é determinado pelo próprio
consumidor, pois quando esses passam a buscar mais um produto qualquer, o produtor
eleva o seu preço, fazendo com que o consumidor pague mais se deseja adquirir o
mesmo.
Em contrapartida, quando um produto não é mais procurado o produtor é
estimulado a deixar de produzi-lo para que não tenha despesas em relação à oferta sem
demanda.
O preço de um bem ou serviço é fixado levando em consideração a relação
entre a procura e a necessidade do consumidor final e, ainda, os custos gerados na
fabricação e o tempo gasto em sua produção.
Os fatores que influenciam o consumidor final a procurar um determinado
produto são as necessidades em relação ao mesmo, o poder de compra, a concorrência, a
qualidade, a satisfação do cliente entre outros.

12 GESTÃO E PROTEÇÃO AMBIENTAL

Ao decorrer dos anos, assuntos voltados para qualidade e proteção ambiental


estão cada vez mais sendo abordados pelas organizações. Uma das preocupantes razões
está nas exigências dos clientes, onde atualmente estão em busca de produtos mais

32
sofisticados, com qualidade e com a visão em empresas que trabalham com a
responsabilidade socioambiental ou sustentabilidade.
Para as organizações, a questão da qualidade está sendo um meio de
competitividade entre as empresas, principalmente quando interage com o ambiente, ou
seja, são formas estratégicas para ganhar o cliente no mercado, sendo que há um padrão
elevado de implementação da qualidade dentro da empresa que se tornará perceptível
diante dos clientes.
Um dos pontos chave da qualidade está no controle do produto nas
organizações, realizando um processo de análise no início, meio e fim. A interação da
qualidade com a gestão ambiental, além de admitirem uma forma de competição,
também pode ser considerada um diferencial no mercado, levando a organização a ter
um compromisso e responsabilidade com o meio ambiente.
Logo, as industrias que já apresentam este compromisso procuram sempre
adaptar-se com as exigências dos clientes para se manterem competitivas no mercado
em geral, procurando se ajustar no novo ambiente empresarial.
Deste modo, o presente trabalho tem como objetivo abordar de forma clara e
sucinta uma relevância sobre a gestão da qualidade e gestão ambiental, bem como as
práticas usadas na atualidade, dando ênfase no comportamento das organizações por
intermédio dos sistemas de gestão da qualidade e ambiental e os efeitos gerados na
organização.
Dentro desta abordagem, há também exemplos com as organizações hoteleiras
que visam integrar a gestão ambiental e qualidade para atrair turistas que apresentam
consciências ambientalmente sensíveis, onde alguns fatores como as práticas,
tecnologias e iniciativas estão sendo úteis para a empresa trazendo uma demanda
conhecida como “clientes verdes”.
Lembrando que os gestores precisam adquirir compromisso e poder de
liderança e recursos suficientes para a implantação destes fenômenos. Como foi visto na
gestão da qualidade, a gestão ambiental também busca um melhoramento futuro nos
processos por intermédio da gestão ambiental da qualidade total visando uma redução
dos fluxos dos resíduos. As estratégias com o just in time concluíram que todos os
resíduos geram custos para a organização

33
13 ABORDAGENS DOS SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE E
AMBIENTAL

A cada ano as necessidades das empresas em alcançarem os objetivos são


elevadas, mostrando dedicação e compromisso de todas as partes da organização, em
especial dado a competitividade ser o grande foco hoje das empresas.
Assim, para o cumprimento e responsabilidade com o meio ambiente e com os
diversos setores de fabricação, as empresas estão implementando certificações de
normas técnicas para várias organizações. Foram criados a certificação ISO9001 para o
sistema de gestão da qualidade e a ISO14001 para o sistema de gestão ambiental. Por
sua vez, as duas certificações apresentam melhorias e benefícios.

14 DEFINIÇÃO DE CUSTO DE OPORTUNIDADE

O custo de oportunidade é um termo usado em economia para indicar o custo


de algo em termos de uma oportunidade renunciada, ou seja, o custo, até mesmo social,
causado pela renúncia do ente econômico, bem como os benefícios que poderiam ser
obtidos a partir desta oportunidade renunciada ou, ainda, a mais alta renda gerada em
alguma aplicação alternativa.
Em outras palavras, quando decidimos comprar um determinado bem,
alocando assim parte do nosso capital para adquiri-lo, estamos abrindo mão
(renunciando) de investir esse dinheiro numa aplicação financeira (oportunidade
renunciada), deixando assim de obter o maior retorno financeiro possível.

Exemplos

Existe uma infinidade de exemplos para custos de oportunidade, mas gosto


muito de utilizar a aquisição de um automóvel, por ser algo muito corriqueiro em nossas
vidas, todos adorarem comprar um carro novo e ter um valor razoavelmente alto.
Quando você decide ir à concessionária e pagar, digamos, R$ 30 mil num
veículo, você não está apenas imobilizando R$ 30 mil do seu patrimônio (na verdade,
será menos que isso, pois o valor do carro cai consideravelmente assim que sai da loja)
ou R$ 250 de combustível mensalmente ou R$ 150 do seguro rateado em 12 meses ou
34
todos os outros gastos para manter o bem. Além de tudo isso, você também está
deliberadamente abrindo mão (renunciando) de receber aproximadamente R$ 240
mensalmente enquanto tiver o carro.
Ao optar por comprar o carro e renunciar a rentabilidade desse capital investido
hipoteticamente em títulos públicos, a uma taxa líquida de 0,8% ao mês (R$ 30.000 *
0,008 = R$ 240,00), devemos passar a considerar esse custo de oportunidade dentre os
gastos com o automóvel.
Nem tudo é apenas o lado financeiro…
A finalidade de calcular o custo de oportunidade dos bens mais valiosos que
possuímos (imóvel, carro, casa de praia, entre outros) é sabermos o quanto estamos
deixando de ganhar (financeiramente) para termos aquele objeto de desejo (que nos faz
ganhar de outras formas).
Como o subtítulo sugere, não devemos considerar sempre o lado financeiro
para tomar nossas decisões, mas é importante saber o que estamos renunciando para ter
aquele bem desejado.

15 IMPORTÂNCIA DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO NA AGROPECUÁRIA

As primeiras referências ao uso da administração rural, enquanto atividade


técnica e organizada, têm origem nos Estados Unidos e na Inglaterra, e são fruto do
processo de modernização da agricultura desses países, sob a denominação de Farm
Management.
No Brasil, o desenvolvimento teórico e prático da administração rural é
baseado em duas abordagens: abordagem advinda da economia rural:
O processo de modernização da agricultura, observado durante o século XX
no Brasil, trouxe consigo a ideia de eficiência produtiva, ou seja, necessidade de
maximizar o uso dos fatores de produção, a fim de obter maiores níveis de
produtividade e rentabilidade.
Nesse sentido, a administração rural se tornou uma alternativa para se
identificarem os principais gargalos dentro dos sistemas produtivos, levantando
informações que possam gerar intervenções a fim de aumentar a sua eficiência.
A atividade produtiva primária é o segmento mais vulnerável da cadeia
agroindustrial devido às limitações tecnológicas e gerenciais. Por não conseguir
35
controlar o preço do produto que vende, o produtor necessita administrar as variáveis
que estão sob o seu controle. Trata-se de uma estratégia para tornar seu produto
competitivo, atingindo menores custos de produção.
Dessa forma, localizam-se os pontos de estrangulamento, para depois
concentrarem-se esforços gerenciais e tecnológicos, para obter sucesso na sua atividade
e atingir os seus objetivos de maximização de lucros ou minimização de custos.
Dessa forma, a apuração da renda dos empreendimentos agrícolas, comparados
aos custos totais de produção, fornece subsídios para observar em que grau foram
recuperados os custos através dos produtos obtidos na empresa; produtos esses
comercializados, estocados e/ou consumidos.
Os negócios agropecuários vêm se revestindo da mesma complexidade e
dinâmica dos demais setores da economia, requerendo do produtor nova visão da gestão
dos seus negócios, principalmente pela necessidade de abandonar a posição tradicional
de fazendeiro, para assumir o papel de empresário rural.
A contabilidade dos custos passará a desempenhar um importante papel como
sistema de informações gerenciais, obtendo lugar de destaque nas empresas rurais. A
conjuntura em que estas estão inseridas é altamente dinâmica, refletindo na quantidade e
qualidade das informações necessárias à gestão dos empreendimentos.
A utilização de estimativas de custos de produção na administração de
empresas agrícolas tem assumido importância crescente, quer na análise da eficiência da
produção de determinada atividade, quer na análise de processos específicos de
produção, os quais indicam o sucesso de determinada empresa no seu esforço de
produzir.
Ao mesmo tempo, à medida que a agropecuária vem se tornando cada vez mais
competitiva, o custo de produção transforma-se em um importante instrumento do
processo de decisão.
A Conab iniciou os cálculos de custos de produção de vários produtos agrícolas
pela necessidade de parâmetros para a concessão de financiamentos de custeio agrícola.
Durante o período de 1965 a 1978, na ausência de métodos satisfatórios para
elaboração de custos de produção agrícola que refletissem de forma consistente as
diversas tecnologias agrícolas em uso à época, o critério de cálculo se resumia à
utilização da área cultivada, da produtividade média esperada e do preço mínimo do
produto, sendo o resultado limitado a 60% do valor a ser financiado.
36
Esta limitação do valor do financiamento era justamente o maior inconveniente
do método, pois o montante de recursos por unidade de área acabava sendo definido
pela magnitude do preço mínimo do produto: isto ocorria porque os demais fatores
no Mercado Futuro é importante especificar o que ele é e o que ele não é.
O mercado de negociações de mercadorias futuras faz parte
da BM&FBovespa, um ambiente de negociações onde são ofertados milhares de ativos
financeiros como moedas, ações de empresas, commodities e índices financeiros.
Nele é possível realizar a compra e venda de acordos, onde ambas as partes
(oferta e demanda) se comprometem a um objetivo em comum no dia de hoje,
prometendo cumpri-lo em uma data futura (daí o nome mercados futuros).
Estes acordos são realizados através de contratos, onde é realizado um
comprometimento com uma das partes (a vendedora) se comprometendo a vender uma
dos ativos financeiros citados acima e a outra parte (a compradora) se comprometendo
com a sua compra.

“E para comprar um desses contratos eu preciso de quanto dinheiro?”


Na teoria DE NADA. Repito, na teoria. Para adquirir um contrato futuro você
não desembolsa nenhum valor, porém deve ter uma espécie de garantia, conhecida
como margem de garantia, sendo este o valor sobre o qual você poderá se alavancar.
Se alavancar é nada mais nada menos do que você multiplicar sua base
monetária em um investimento, baseado em um múltiplo do valor que você possui de
garantia, ou seja, com um valor A como garantia, você pode comprar N vezes esse valor
em contratos futuro.

Vamos a um exemplo:
Eu quero comprar 1.000 contratos futuros de Dólar que hoje estão negociados
em US$ 10.000,00 (dez mil dólares). Se imaginarmos que para cada um dólar (US$
1,00) eu preciso de três reais e cinquenta centavos (R$ 3,50), o meu contrato total dólar
futuro custa R$ 35.000,00 (dez mil dólares vezes R$ 3,50).
Porém, como eu posso me alavancar no mercado futuro, eu não preciso ter
essa quantia totalmente no bolso para investir, precisando apenas da margem de garantia
que é um percentual do total de dinheiro que eu preciso.

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No caso do dólar, para cada US$ 1,00 eu preciso de 15% de margem de
garantia, ou seja, US$ 0,15 (quinze cents). Então 15% do meu contrato total de 35 mil
reais são R$ 5.250,00… dessa forma, caso eu queira comprar mil contratos de dólar eu
preciso de apenas cinco mil duzentos e cinquenta reais (quando ele custa na verdade ao
todo trinta e cinco mil reais.
Abaixo a exigência das margens de garantia por produto:

Essa alavancagem permite que o investidor possa negociar valores acima da


garantia que ele possui, tornando a operação potencialmente mais lucrativa (ou
aumentar o prejuízo caso a cotação do ativo caia)
A possibilidade de alavancagem é baseada em margens de garantia que variam
de 3% até 16% da operação, dependendo do que se está negociando.
“E qual o valor de um contrato futuro?”
Depende. Cada mercadoria (ativo) possui um valor como. Vale lembrar
também que, assim como as ações, as mercadorias futuras são negociadas em lotes, os
quais possuem uma quantidade mínima em cada negociação. As negociações de
mercados futuros ocorrem através de um sistema de home broker, cada um com um
código de negociação.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Waquil, Marcelo Miele [e] Glauco Schultz ; coordenado pela Universidade Aberta do
Brasil – UAB/UFRGS e pelo Curso de Graduação Tecnológica – Planejamento e
Gestão para o Desenvolvimento Rural da SEAD/UFRGS. – Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2010. 71 p.: il. ; 17,5x25cm

Site Administração Rural SENAR. Disponível em: www.senar.org.


br/curso/administração - rural-gerenciamento .data da pesquisa: 09/07/2018

Site Agricultura de precisão SENAR. Disponível em:http://www.senar.org.br/


programa/agricultura-de-precisão data da pesquisa: 09/07/2018

Site Economia Rural SENAR. Disponível em:http://www.senar.org.br/


programa/agricultura-de-precisão data da pesquisa: 09/07/2018

Site Gestão Ambiental. Disponível em:https://www.eadlaureate.com.br/.../gestao-


ambiental-o-que-e-o-que-faz-e-quanto-ganh. data da pesquisa: 09/07/2018

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