O presente trabalho visa fornecer um resumo de videoaula publicada no youtube
sob título de “Dissídio individual – MPT” ministrada pelo professor Danilo Gaspar, disponível no endereço “https://www.youtube.com/watch?v=z1E8hHGXMaE”, e trata do tema de dissídio individual, diferenciando-o da figura do dissídio coletivo e analisando os artigos da Consolidação das Leis Trabalhistas que regem essas figuras jurídicas. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 7º, estabelece uma série de direitos trabalhistas fundamentais, e é alicerçada na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) para regular as relações laborais no Brasil. Dentro desse arcabouço legal, o dissídio individual emerge como um instrumento que permite a reparação de violações aos direitos trabalhistas, proporcionando aos litigantes uma via específica para a resolução de suas demandas. O dissídio individual, inserido no âmbito jurídico trabalhista, figura como um mecanismo de resolução de conflitos laborais de natureza individual entre empregado e empregador. Este processo, fundamentado na legislação pertinente, visa dirimir controvérsias de cunho específico, proporcionando uma via formal para a solução de litígios no universo das relações de trabalho. O processo de dissídio individual desdobra-se em diferentes fases, desde a propositura da ação pelo empregado até a decisão final proferida pela autoridade judiciária competente. Durante esse percurso, as partes envolvidas apresentam seus argumentos, produzem provas e submetem-se às determinações processuais, tudo sob o crivo do ordenamento jurídico vigente. É fundamental compreender que o dissídio individual, longe de ser apenas um procedimento burocrático, representa um instrumento essencial para a salvaguarda dos direitos dos trabalhadores, promovendo a justiça e a equidade nas relações laborais. Interessante diferenciar também o dissídio individual do coletivo, uma vez que O dissídio coletivo se configura como uma modalidade de jurisdição especializada, voltada para a resolução de conflitos que transcendem o âmbito individual, abarcando interesses coletivos e difusos das categorias laborais. O processo de instauração do dissídio coletivo perpassa por etapas específicas, desde a provocação por parte das entidades sindicais até a prolação da decisão judicial. Durante esse trajeto, a negociação coletiva, pautada na autonomia da vontade das partes, assume papel preponderante na busca por soluções consensuais. O diálogo intersindical, aliado à intervenção judicial quando necessário, configura-se como um eficaz meio de pacificação social e preservação dos interesses coletivos dos trabalhadores. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 114, atribui à Justiça do Trabalho a competência para julgar os dissídios coletivos, solidificando a relevância deste instrumento na ordem jurídica brasileira. Os artigos 837 a 852 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) delineiam os procedimentos referentes ao dissídio coletivo, oferecendo um arcabouço jurídico que regula a resolução de conflitos coletivos no ambiente laboral. Esta seção normativa, intrinsecamente conectada à missão da Justiça do Trabalho, busca equacionar desavenças entre empregados e empregadores, privilegiando a negociação e a justiça social. O artigo 837 inaugura o conjunto normativo, estabelecendo a competência da Justiça do Trabalho para apreciar e julgar os dissídios coletivos, reafirmando seu papel preponderante na resolução de conflitos dessa natureza. Essa disposição, em consonância com o princípio da especialização, confere à jurisdição laboral a responsabilidade de conduzir as demandas coletivas, reconhecendo a complexidade e especificidade desses litígios. A partir do artigo 838, delineia-se a estrutura procedimental dos dissídios coletivos, estabelecendo-se a fase de conciliação e instrução. A conciliação, enquanto princípio norteador, visa fomentar a solução consensual dos litígios, valorizando a autonomia das partes e a negociação coletiva como meios privilegiados de resolução de controvérsias. Os artigos subsequentes, do 839 ao 842, especificam os atores envolvidos no dissídio coletivo, abrangendo desde a legitimidade para instauração até a intervenção do Ministério Público do Trabalho, garantindo uma ampla participação e representação das partes interessadas ao longo do processo. O artigo 843, por sua vez, estabelece as regras para a apresentação de provas, essenciais para a formação do convencimento judicial. A oportunidade para a produção probatória evidencia o compromisso com a busca da verdade real e a necessidade de embasar as decisões em elementos concretos, contribuindo para a solidez jurídica das resoluções. A partir do artigo 844, adentra-se na análise da sentença normativa, documento que consolida as decisões proferidas nos dissídios coletivos. Este dispositivo normativo delineia os elementos essenciais da sentença, conferindo-lhe caráter normativo e delimitando sua eficácia e alcance. Os artigos 847 a 852 regulam aspectos adicionais, como a execução das sentenças normativas e as penalidades para o descumprimento das obrigações impostas. Tais disposições fortalecem a efetividade das decisões judiciais, conferindo-lhes poder coercitivo e respaldando a aplicação das normas coletivas. Em síntese, os artigos 837 a 852 da CLT constituem um marco regulatório fundamental para a gestão dos dissídios coletivos, reforçando a importância da Justiça do Trabalho na resolução de conflitos coletivos e alinhando-se aos princípios da negociação coletiva, conciliação e justiça social.