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Ainda, para fecharmos uma compreensão diversificada a respeito deste tema, outro
conceito traduz o processo trabalhista como sendo um complexo das normas legais, dos
princípios, das opiniões doutrinárias e jurisprudenciais e das práticas doutrinárias destinados
a regular o exercício da função jurisprudencial do Estado, com vistas a solucionar os conflitos
de interesses, individuais ou coletivos, constitucionalmente atribuídos à Justiça do Trabalho.
É possível observar que existe um cuidado com questões definidas nos livros e nas
jurisprudências – que são o conjunto de julgamentos em casos semelhantes –, cuidando
ainda para não se restringir apenas aos conflitos decorrentes de relação de emprego, mas,
sim, ampliando para lides decorrentes das relações de trabalho (conforme a Emenda
Constitucional n.º 45).
Finalidade social
Em razão da diferença entre empregado e empregador, do ponto de vista da
vulnerabilidade, o direito do trabalho procura assegurar que haja um equilíbrio entre eles. O
processo trabalhista confere ao empregado algumas prerrogativas que não são conferidas ao
empregador, como, por exemplo, a desnecessidade do depósito recursal.
Oralidade
O processo trabalhista é basicamente oral, ou seja, prevalecerá o que é dito. Isso não
ocorre apenas porque existe uma preocupação com a valorização para que seja feito acordo
entre as partes, mas também pela própria possibilidade que a parte tem de propor uma ação
ou se defender, sem intermediação de advogado (embora não seja muito recomendado, em
função da falta de conhecimento técnico).
Celeridade
Assim, com base nos conceitos acima, observamos o alto grau de importância
destinado a esta justiça, que tem a missão de corrigir as injustiças com relação ao crédito de
natureza alimentar.
Composição do processo
Sabendo o que é um processo do trabalho, avançamos para os órgãos que julgam esse
tipo de ação, para entender como ocorre efetivamente o processo, compreendendo sua
composição.
Feito isso, o advogado junta os documentos que comprovem o que o cliente está
dizendo, verifica se há alguma testemunha capaz de confirmar a situação apresentada e
ingressa com uma reclamatória trabalhista.
Via de regra, a ação trabalhista tem como partes o reclamante – que é aquele que
entrou com o processo – e a reclamada – aquela que responde às acusações. A reclamatória
inicia em uma das Varas do Trabalho da cidade em que foi prestado o serviço. Veja o que diz
ao artigo 651 da CLT:
(...)
Após a entrada do processo, o juiz inicia os primeiros movimentos para dar seguimento
à demanda apresentada, manda citar a reclamada e intima as partes para a primeira
audiência de conciliação.
O caminho do processo
Rito ordinário (forma em que o processo irá caminhar ao longo do seu trajeto) é adotado
nas causas com valor acima de 40 salários mínimos, bem como naquelas em que a
Administração Pública direta, autárquica e fundacional atua como parte, independentemente
do valor da causa.
Já o rito sumaríssimo (forma em que o processo irá caminhar ao longo do seu trajeto)
incide nas causas cujo valor não exceda a 40 salários mínimos, excluída como reclamada a
Administração Pública direta, autárquica e fundacional.
Petição inicial
A petição inicial é o documento com o qual a parte reclamante ingressa com a
demanda junto ao distribuidor da Justiça do Trabalho. Nesse documento, a reclamante
descreve os fatos, fundamenta na legislação e apresenta seus pedidos; após, entrega a
petição inicial, que será distribuída por sorteio a uma das varas do trabalho.
Citação do reclamado
Distribuído o processo, o juiz faz as análises de praxe e encaminha para citação do
reclamado. Citar o reclamado é notificá-lo de que existe um processo judicial, e que ele
deverá comparecer a uma audiência inicial e, após isso, apresentar sua defesa
(contestação).
Audiência inicial
Audiência de instrução
Perícia
É a atividade do perito designado pelo juiz e que resulta no “laudo pericial”. Esse
documento pode destacar diferenças entre horas trabalhadas e pagamentos realizados, o
que se refere à perícia contábil, além e analisar as condições de trabalho para incidência
de insalubridade e periculosidade, o que gera direito do reclamante a esses respectivos
adicionais.
Alegações finais
Após o processo estar completo, isto é, após as partes serem ouvidas, com as
provas já anexadas e eventual perícia já realizada, o processo vai para o juiz proferir
sentença. O juiz analisa tudo que está no processo somado aos depoimentos e à
legislação pertinente, e só então decide: concedendo os pedidos do autor (sentença
procedente), concedendo em parte os pedidos do autor (sentença parcial procedente) ou,
ainda, não concedendo os pedidos do autor (sentença improcedente). As partes que não
ficarem satisfeitas podem recorrer da decisão do juiz (sentença), isto é, poderão
apresentar recurso ordinário, levando assim o tema para ser novamente discutido, mas
agora pelo Tribunal Regional do Trabalho.
Recurso
III – Juízes do Trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 24, de 1999)”
Varas do trabalho
Nas varas do trabalho, os processos são julgados por um juiz que acompanha a
audiências, e ao final profere sentença, decidindo pela procedência (concedendo os pedidos
ou improcedência (negando os pedidos) do que foi requerido pelas partes: reclamante
reclamada.
Antes de tudo, é importante saber que os prazos de um processo são pensados sob
várias vertentes, isto é, pensa-se no tempo do trâmite processual, bem como na organização
do processo. Além disso, além dos prazos do trâmite processual, existem os prazos para
recorrer etc., que são de responsabilidade do advogado que cuida do processo. Além desses,
há também o prazo de início de uma demanda trabalhista, ou seja, o prazo que a parte tem
para ingressar ou não com uma determinada reclamatória, pois é preciso estabelecer um
limite, caso contrário todos ficariam eternamente na mira de uma demanda judicial.
Prazos legais
Os prazos de início do processo indicam quanto tempo aquele que sofreu algum dano
na relação de trabalho tem para ingressar com uma demanda trabalhista.
O prazo prescricional, isto é, o período de tempo que o empregado tem para requerer
seu direito na Justiça do Trabalho é de dois anos a partir do término do contrato de trabalho,
atingindo as parcelas relativas aos cinco anos anteriores.
A seguir, foi feita uma análise de hipóteses para compreender como funciona a
contagem desse prazo.
Na imagem, setas indicam que um funcionário foi demitido em 2018, mesmo ano em
que ajuizou a reclamatória trabalhista. Flechas apontam que ele teria prazo até 2020 para
isso, da mesma forma que indicam os anos entre 2013 e 2017 como objeto do processo.
Nesse primeiro exemplo, o funcionário foi demitido no ano de 2018 e neste mesmo ano
entrou com a reclamatória trabalhista, embora tivesse até 2020 para tomar essa iniciativa,
uma vez que tem dois anos para isso. Nesse caso, poderão ser objeto do processo os últimos
cinco anos de contrato de trabalho.
Na imagem, setas indicam que um funcionário foi demitido em 2018 e em 2019 ajuizou
a reclamatória trabalhista. Flechas apontam que ele teria até 2020 para isso, da mesma
forma que indicam os anos entre 2014 e 2018 como objeto do processo.
Nesse segundo exemplo, o funcionário foi demitido em 2018 e entrou com a demanda
em 2019, um ano depois da demissão. Nesse caso, perderá um ano do contrato, podendo
reclamar os quatro anos últimos anos, conforme verifica-se na figura.
Na imagem, setas indicam que um funcionário foi demitido em 2018 e em 2020 ajuizou
a reclamatória trabalhista. Flechas apontam que ele teria até 2020 para isso, da mesma
forma que indicam os anos entre 2015 e 2018 como objeto do processo.
Nesse terceiro exemplo, o funcionário entrou com a demanda em 2020, dois anos
depois da demissão, ou seja, no limite da prescrição. Nesse caso, perderá dois anos do
contrato, podendo reclamar os três últimos anos, conforme verifica-se na imagem.
E, por fim, um dia após fechar os dois anos da demissão, o direito prescreve, não
podendo mais o funcionário reclamar sob qualquer aspecto do contrato de trabalho, ainda
que tenha direito.
Uma empresa que consegue organizar-se, consegue diminuir o número de ações contra
si e, assim, tem muitos benefícios, tais como:
Quanto menos ações judiciais existirem contra a empresa, maior será o lucro e,
por consequência, o valor economizado, uma vez que demandas judiciais
trabalhistas normalmente apresentam valores elevados.
1. União dos pagamentos feitos de forma extraoficial – muitas empresas ainda pagam
valores aos empregados que não transitam em folha de pagamento, portanto, não são
considerados no âmbito trabalhista, como, por exemplo, recolhimentos previdenciários e
depósitos fundiários.
12. Falta de respeito à estabilidade em virtude de gravidez, licença médica e CIPA, por
exemplo.
20. Falta de gozo de férias – muitas empresas ainda não permitem que seus
funcionários gozem férias, portanto estes empregados só gozam as férias no “papel”, muitas
vezes não recebendo 1/3 de suas férias.
21. Falta de recolhimento do FGTS ou recolhimento parcial.
Fonte: <https://exame.abril.com.br/pme/21-erros-que-levam-a-acoes-trabalhistas-
contra-uma-empresa/>. Acesso em: 22 mar. 2018.
Considerações finais