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Direito do

Trabalho II
Fabio Prandini - RA00276633
Jonanthan Sousa Costa - RA00283042

Professor Arnaldo Leonel Ramos Junior


Reclamação trabalhista
A reclamação trabalhista trata-se de um
processo judicial em que um empregado
apresenta uma demanda contra seu empregador,
geralmente por questões como salários
atrasados, demissões injustas ou más condições
de trabalho, de modo a buscar uma solução justa
perante a Justiça do Trabalho.
Características e bases
A base legislativa para reclamações trabalhistas no Brasil é
principalmente a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Além da CLT, há também a Constituição Federal de 1988,
que garante diversos direitos trabalhistas, como jornada de
trabalho de 8 horas, salário mínimo, FGTS, férias, entre
outros direitos.
Características e bases
Outras leis e regulamentos complementares também
podem ser aplicáveis, como a Lei do Trabalho
Temporário, a Lei do Estágio, a Lei da Terceirização,
entre outras. Tais legislações formam o arcabouço legal
que rege as relações de trabalho no país e serve de base
para as reclamações trabalhistas.
Procedimento da Reclamação
trabalhista
O processo começa com a apresentação de uma petição
inicial;
Relato dos fatos pelos quais seus direitos teriam sido
violados, com a formulação de pedidos e comprovação do
vínculo de trabalho;
A ação poderá ser ajuizada pessoalmente pelo
interessado (jus postulandi) ou por meio de advogado;
Se vigente - a qualquer tempo; se encerrada a relação - 2
anos a partir do rompimento;
Reclamação trabalhista - CLT
“Art. 763 - O processo da Justiça do Trabalho,
no que concerne aos dissídios individuais e
coletivos e à aplicação de penalidades, reger-
se-á, em todo o território nacional, pelas
normas estabelecidas neste Título.”;
“Art. 764 - Os dissídios individuais ou coletivos
submetidos à apreciação da Justiça do
Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação.“
Ritos da reclamação trabalhista
a) Procedimento ordinário

O procedimento ordinário encontra-se regulado do artigo 837 ao artigo


852 da Consolidação das Leis do Trabalho;
Tramitam pelo rito ordinário as causas com valor superior a quarenta
salários mínimos, além daquelas vedadas ao rito sumário ou
sumaríssimo, como as que envolvem a Fazenda Pública.

“Art. 839 - A reclamação poderá ser apresentada: a) pelos empregados e


empregadores, pessoalmente, ou por seus representantes, e pelos sindicatos de
classe; b) por intermédio das Procuradorias Regionais da Justiça do Trabalho.”
Ritos da reclamação trabalhista
b) Procedimento sumário

O Procedimento Sumário no âmbito do direito do trabalho foi introduzido pela


Lei n. 5.584/70, objetivando dar maior celeridade às causas trabalhistas de
pequeno valor;

Ações cujo valor da causa na data da distribuição da ação era de até dois
salários mínimos.
Ritos da reclamação trabalhista
c) Procedimento sumaríssimo

Os dissídios individuais cujo valor não excedam a quarenta vezes o salário


mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao
procedimento sumaríssimo (art. 852-A da CLT).

O procedimento sumaríssimo só tem lugar nas ações trabalhistas individuais


cujo valor da causa seja maior que dois salários mínimos e menor do que
quarenta salários mínimos.
Doutrina - Carla Martins Romar
"No entanto, estando vencido o período concessivo e se mesmo assim o
empregador não concede as férias, o empregado pode ajuizar
reclamação trabalhista pedindo a fixação por sentença da época de
gozo das férias (art. 137, § 1º, CLT). A sentença determinará pena diária
de 5% do salário mínimo, devida ao empregado, até que seja cumprida."
(in Romar, Carla Teresa Martins Direito do trabalho / Carla Teresa Martins
Romar; coordenador Pedro Lenza. – 5. ed. – São Paulo: Saraiva Educação,
2018. P. 407)
Doutrina - Carla Martins Romar
"Os arts. 5º e 6º da Convenção da OIT esclarecem que não serão consideradas causas
justificadas para a dispensa do trabalhador a filiação sindical, a participação em
atividades sindicais fora do horário de trabalho ou, em horário de trabalho, com o
consentimento do empregador, a candidatura do empregado a cargo de
representação sindical, ajuizamento de reclamação trabalhista ou apresentação de
reclamações perante órgãos administrativos competentes em matéria de trabalho, a
raça, a cor, o sexo, o estado civil, as responsabilidades familiares, a gravidez, a religião, as
opiniões políticas, a origem nacional ou social do trabalhador e a ausência ao serviço
durante o período de licença-maternidade ou em razão de enfermidade do trabalhador."
(in Romar, Carla Teresa Martins Direito do trabalho / Carla Teresa Martins Romar;
coordenador Pedro Lenza. – 5. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018.)
Doutrina - Carla Martins Romar
"Recusando-se a empresa a assinar a CTPS, o empregado que se
sentir lesado pode, antes de ajuizar uma reclamação trabalhista,
dirigir-se, pessoalmente ou por intermédio do sindicato, a uma
GRTE e fazer uma reclamação, verbal ou escrita, para que sua
CTPS seja assinada (art. 36, CLT)." (in Romar, Carla Teresa
Martins Direito do trabalho / Carla Teresa Martins Romar ;
coordenador Pedro Lenza. – 5. ed. – São Paulo : Saraiva Educação,
2018. P. 807)
Legislação

Evolução legislativa do processo civil e do trabalho no Brasil.


Busca por aprimoramento e adequação das normas processuais
às demandas da sociedade e do mercado de trabalho.
Processo Civil

Código de Processo Civil de 1939 como marco inicial.


Requisitos claros para a petição inicial: escrita clara e precisa,
correta qualificação das partes, exposição dos fatos e
fundamentos jurídicos, especificações do pedido e valor da
causa.
Preocupação em garantir a efetividade do processo e a
segurança jurídica das partes.
Processo do Trabalho

Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) de 1943.


Abordagem mais flexível: petição inicial podia ser
apresentada de forma verbal ou escrita, sem
especificação dos fundamentos jurídicos do pedido
ou atribuição de valor à causa.
Preocupação em facilitar o acesso à justiça
trabalhista e considerar a informalidade nas relações
de trabalho.
Convergência entre Processo
Civil e Processo do Trabalho
Observa-se uma aproximação nos requisitos da petição inicial
nas duas áreas.
Exigência de maior rigor técnico e formalização no âmbito
trabalhista.
Reformas legislativas aproximando as práticas processuais das
duas áreas.
Reforma Trabalhista de
2017

Mudanças significativas nos procedimentos trabalhistas.


Exigência de pedidos mais específicos e delimitados nas
petições iniciais, em consonância com as práticas do processo
civil.
Conclusão da evolução
legislativa

Importância de acompanhar as transformações no direito


processual.
Adaptação das práticas e procedimentos às novas demandas da
sociedade e do mercado de trabalho.
Maior eficiência, celeridade e segurança jurídica nos processos
judiciais.
Constante evolução do sistema jurídico brasileiro.
Jurisprudência
“RECURSO ORDINÁRIO. ABANDONO DE EMPREGO. JUSTA CAUSA.
Tendo ajuizado reclamação trabalhista quase 4 meses depois do
último dia de trabalho, merece manutenção a sentença que
reconheceu o abandono de emprego, eis que presentes os fatores
objetivo e subjetivo, este resumido pelo lastro de tempo longo entre
o último dia trabalhado e qualquer ânimo de busca de direitos.
Recurso ordinário conhecido e improvido (TRT 7ª R., RO
00001160320175070030, Rel. Des. Jose Antonio Parente da Silva,
DEJT 07.03.2019). “
Jurisprudência
“A demora injustificada para o ajuizamento da reclamação trabalhista
não é motivação excludente da reparação do direito violado. A opção
de uma das partes da relação jurídica em conduzir-se contrariamente à
ordem jurídica atrai a ilicitude do ato praticado, provocando a lesão a um
direito. Na ordem constitucional a finalidade da proteção à maternidade
mais se dirige ao nascituro do que propriamente à mãe. Daí,
objetivamente, não há que se perquirir culpa. O tempo decorrido entre a
dispensa e a propositura da ação não revela abuso. Ao contrário, está a
revelar a inércia; a negligência que, ao fim irá desaguar no interesse
social da segurança das relações jurídicas, consubstanciada no direito
tornado incerto. Para tanto, a prescrição, o que não ocorreu no
presente caso. Embargos conhecidos e desprovidos. (TST – E-RR
577/2007-049-12-00 – Rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga – DJe
19.02.2010).”
Conclusão
O direito do trabalho e suas ferramentas, tais como a reclamação trabalhista, tem papel
fundamental no ordenamento jurídico e servem para regular as relações entre empregadores e
empregados, garantindo que direitos e deveres sejam cumpridos e válidos para ambas as partes.
Conclusão
Em um mundo em constante transformaçãoo, o acesso a Justiça do Trabalho é essencial para a
proteção dos direitos dos trabalhadores e o estabelecimento de relações laborais justas e
equitativas.

No mais, as ações trabalhistas são indispensáveis para a construção de sociedades mais justas e
inclusivas, fundado na valorização do trabalho e na garantia do princípio constitucional da
dignidade da pessoa humana. (CF, art. 1º, inc. III)

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