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O Laocoonte
O tema representado por Laocoonte filho de Príamo e sacerdote de Apolo, condenado por
Atena a ser estrangulado por duas gigantescas serpentes. O fato se relaciona à guerra de Troia, que
Ulisses introduziu na cidade por engano. Com base na narrativa de Homero na Ilíada, Laocoonte teria
se oposto à entrada da fatal “máquina de guerra”, desencadeando assim a ira da deusa protetora dos
Aqueus.
O trabalho provavelmente fazia parte de uma iconografia mais completa, mas é suficiente
para mostrar como o escultor representou a tensão física das três figuras, na desesperada tentativa
de se libertar do aperto das serpentes. Essa tensão é expressa com linhas de força contrapostas,
dilacerantes. Os corpos se contorcem entre as espiras das serpentes. A musculatura é fortemente
ressaltada para exprimir a tensão interna.
A estrutura expressiva
Para exprimir a historicidade, a atualidade do fato, o escultor representou o bárbaro com
características realistas do seu grupo étnico: corpo musculoso e pesado; traços do rosto marcados,
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PRETTE, Maria Carla. Para entender a arte: história, linguagem, época, estilo. São Paulo: Globo, 2008. p.156 – 157.
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A conquista da Grécia pela Macedônia se seu no ano de 338 a. C., quando Filipe II venceu os gregos na batalha de
Queroneia.
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aspecto rústico, cabelos desalinhados e hirsutos3; a mulher agonizante não tem uma beleza ideal e
veste uma túnica grosseira.
Essas duas figuras faziam parte de um grupo monumental de conteúdo fortemente
dramático: os Gálatas põem fim à sua vida, seguindo o exemplo do chefe, para evitar a desonra de se
tornarem escravos do vencedor.
A tragédia desse povo é expressa com o realismo da imagem, com forte gestualidade, de
modo a suscitar no observador uma reação psicológica e as consequentes reflexões: a história é o
presente; a cultura e a civilização ainda são os valores mais fortes; os bárbaros são homens, e seu
senso de honra é merecedor de respeito mesmo na derrota. É um monumento à história, não mais
ao mito ou a heróis legendários. Fazia parte de um grande ex-voto, erguido em Pérgamo por Átalo I,
vencedor dos Gálatas. Toda vitória contra as investidas dos bárbaros era celebrada como um
monumento.
A PINTURA EM VASOS4
Hoje a comunicação está entregue ao papel impresso, ao rádio, ao vídeo, à internet e aos
mais sofisticados sistemas eletrônicos. No mundo antigo, porém a comunicação se fazia com
imagens reproduzidas em qualquer suporte que pudesse ser visto pelas pessoas. Os objetos de uso
cotidiano eram os mais difundidos e eficazes instrumentos de comunicação visual.
Os vasos, que estão entre as mais belas produções da Grécia, não tinham somente uma
função prática, mas também a de informar, de educar, de distrair; eram com livros ilustrados que
podiam ser vistos de todos os lados. De fato, as imagens nos vasos ornavam o interior e o exterior
dos objetos, as alças, o pé, onde quer que uma figura pudesse ter ao mesmo tempo função
decorativa e ilustrativa.
A pintura em vasos ilustra fatos religiosos-mitológicos; histórias legendárias e épicas; cenas
da vida e dos costumes.
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Cheio de pelos longos, rijos e espessos; cabeludo, barbado.
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PRETTE, Maria Carla. Para entender a arte: história, linguagem, época, estilo. São Paulo: Globo, 2008. p.168 – 169.
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Um código de figuras e de símbolos
O pintor dos vasos devia seguir sempre regras estabelecidas quanto às proporções dos
personagens, às suas características somáticas, a representação de gestos e ações, vestimentas e
símbolos.
Os principais estilos usados na produção da cerâmica grega são:
estilo geométrico, o mais antigo ( século VIII a. C);
estilo com figuras pretas ( séculos VII – VI a.C);
estilo com figuras vermelhas ( final do século VI).
As figuras pretas são obtidas com um fino verniz à base de óxidos de ferro que, depois de um
segundo de cozimento do vaso, tornava-se preto. Os detalhes das figuras eram entalhados com uma
ponta metálica, de modo a deixar transparecer o fundo claro. Com verniz branco eram pintados os
rostos das figuras femininas. As figuras vermelhas eram obtidas deixando intacta a cor do fundo e
delineando os desenhos com um finíssimo traço preto.
As principais formas dos vasos gregos:
Ânfora, pelike, cratera com volutas, hidra, cratera em forma de cálice e copa.
1.Vitória da Samotrácia. C.190 aC. Louvre Paris. 2. Davi – Michelangelo – 1501 -4 – Galeria Dell Academia, Florença 3. A Idade do
Bronze, Rodin, 1876. Mineapolis Institute of Arts/ EUA.
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Strickland, Carol. Arte contemporânea: da pré-história ao pós-moderno. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. p.12.
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