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ARQUITEURA & URBANISMO UFG

HISTÓRIA DA ARTE E ESTÉTICA I

FICHAMENTOS

Textos 1-6

Professora: Márcia Metran


Aluno: Breno Teixeira Martinelli
Fichamento Texto 1: Reflexões sobre a Revolução Grega (págs 103
a 128). Livro: GOMBICH, E.H. Arte e Ilusão: Um estudo da
psicologia da representação pictórica. São Paulo: Martins Fontes,
1986.

“Parecia muito natural que o despertar da arte, livrando-se dos métodos


primitivos, coincidisse com o surgimento de todas as outras atividades que, para
o humanista, pertencem à civilização: o desenvolvimento da filosofia, da ciência
e da poesia dramática”. Os exemplos mais conhecidos da arte grega antiga, e os
que mais profundamente influenciaram as gerações posteriores, tanto teórica
como materialmente, pertencem ao período clássico, quando conheceram
apreciável unidade ideológica e formal, encontrando os seus alicerces numa
filosofia antropocêntrica de sentido racionalista que inspirou as características
fundamentais deste estilo: por um lado a dimensão humana e o interesse pela
representação naturalista do homem e, por outro, a tendência para o idealismo.
“As imagens representam o que foi e o que sempre será e representam as
duas coisas conjuntamente, de modo que o tempo se detém na simultaneidade de
um imutável agora”.
A cultura Ocidental é uma fusão de diversas outras culturas, coexistentes
com a nossa ou já extintas. A mais importante delas sendo a cultura grega, berço
da sociedade atual, do direito, das artes conceituais, da arquitetura, da engenharia,
e de diversos outros ramos do saber, o período helenístico nos proporcionou
conhecimentos e habilidades imensos,
“Quando os escultores e pintores clássicos descobriram um método
convincente de representar o corpo humano, iniciaram uma reação em cadeia que
transformou o caráter da narrativa grega”.
A arte antiga nos fornece informações que nenhuma outra fonte
proporciona: Fatos sobre um evento. “Queira ou não queira, o artista pictórico
tem de incluir informações involuntárias e não premeditadas sobre o que está
acontecendo na cena retratada”. Enquanto a arte grega preocupa-se na maioria
das vezes em explicar o “como”, a arte egípcia se preocupa mais com o “o quê”.
“No curso dessa adaptação, as conquistas do ilusionismo grego foram
gradualmente abandonadas. Não mais se perguntava à imagem “como” e
“quando”: tudo estava reduzido ao “o quê” do relato impessoal. E com o
observador a interrogar a imagem, o artista deixou de interrogar a natureza”.
As pinturas eram a representação mais fiel de um momento. “É na pintura
que a redução a um momento no tempo e a um ângulo de visão envolvem as
perdas mais óbvias”. “A figura no espaço não pode ser concebida senão quando
aprendemos a vê-la como um símbolo- de uma realidade exterior, imaginada.
Os gregos não foram os responsáveis pela criação da arte, é claro, mas
foram os primeiros a serem devotos a elas, financiando-as, incorporando-as em
suas residências, fazendo cópias e estudando à fundo suas técnicas.

Fichamento Texto 2: Mitologia Grega: Preliminares (págs 9 a 35).


Livro: Brandão, Junito de Souza. Mitologia grega. Vol 1.21 ed.
Petrópolis. Editora Vozes, 2009.

Mito é um relato que narra acontecimentos fantásticos de seres folclóricos


humanoides em busca de explicar fenômenos naturais, físicos e sociais.
(Exemplo: para os nórdicos, o trovão era o barulho do deus Thor batendo em
sua bigorna com um martelo). A Mitologia Grega originou-se da união das
mitologias dórica e micênica. Seu desenvolvimento ocorreu por volta de 700 a.
C.
“Um mito escrito está para um mito “em função”, como uma fotografia
para uma pessoa viva.”
O capítulo sobre as preliminares da Mitologia Grega começa explicando a
desfiguração causada em um mito quando este é transmitido de forma escrita, e
que, quando surgiram, estes eram transmitidos oralmente, e só chegou aos dias
de hoje por da poesia, da arte figurativa e da cultura erudita.
Além disso, para estabelecer transmutar um mito para uma forma
artística, este deve sofrer uma mudança violenta para caber em “um só dia” e
um só lugar. “...E quantas vezes o maior dos líricos da Grécia antiga não
truncou, não podou e alterou o mito, para torná-lo compatível com suas
exigências morais”. Essa passagem ressalta a importância dos poetas e
trovadores clássicos, que podiam modelar um pensamento (visto como lei
absoluta para todos da época) em prol de suas crenças e ideais.
O Epicurismo foi um fator cambaleante no mundo grego. Já que tudo era
feito de átomos, inclusive o mundo, os deuses, o universo, a alma também seria,
e iria, portanto, se decompor junto ao corpo, logo não havia o Além. Logo
depois, com o Everismo, que nada mais era do que uma “tentativa de explicar o
processo de apoteose de homens ilustres cujas façanhas ficaram confusas ao
longo dos anos” foi dado um caráter mais humano e “histórico” à mitologia.
Mesmo depois de agonizar por séculos de tentativas de “matar” ou
explicar racionalmente a mitologia, esta sobreviveu, não mais como explicação
divina para todos os acontecimentos naturais, mas sim como uma reminiscência
de tempos remotos, como forma de manter uma cultura viva e lembrar-se da
racionalidade do passado. Esta não só sobreviveu em sua forma nua e crua, mas
também aglutinada em outros meios, como em representações simbólicas
religiosas, como a cristã. “Foi graças ao alegorismo e ao everismo e sobretudo
porque a literatura grega e as artes plásticas se desenvolveram cimentadas no
mito que os deuses e heróis da Hélade sobreviveram ao longo processo de
desmitização e dessacralização, mesmo após o triunfo do cristianismo, que
acabou por absorvê-los, porque já então estavam esvaziados por completo de
valores religiosos viventes.”
“Deus, ou que impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não
quer nem pode, ou quer e pode. Se quer e não pode, é imponente: o que é
impossível em Deus. Se pode e não quer, é invejoso, o que igualmente, é
contrário a Deus. Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente: portanto nem
sequer é Deus. Se pode e quer, o que é a única coisa compatível com Deus,
donde provém então a existência dos males? Por que Deus não os impede?”
Fichamento do Texto 3: “Características gerais da iconografia cristã
medieval do século XIII” e “A catedral gótica”.

A Arte Gótica foi um movimento de grande impacto na Europa e em


vários países do mundo, deixando muitos exemplares de sua principal vertente,
as igrejas. Mesmo não tendo exatamente as mesmas características, todas
apresentavam as mesmas ideias: uma construção imponente, alta e robusta, para
mostrar a grandiosidade de Deus perante ao homem; torres altas e pontudas,
querendo “alcançar os céus”; grande quantidade de vitrais retratando passagens
bíblicas; planta da igreja em formato de cruz latina; e uma fachada visualmente
inacabada, para dar a impressão de um “conflito dramático que procura decidir-
se diante dos nossos olhos.
A arte medieval, dotada de uma iconografia cristã, era repleta de
simbolismos próprios. Por exemplo, somente Deus Pai, Deus Filho e os santos
deveriam estar descalços, para representar a santidade, todo judeu deveria portar
um chapéu de cone, Virgem Maria sempre deve ter um céu sobre sua cabeça,
símbolo da virgindade, entre outros diversos.
Outra característica marcante da arte gótica e da iconografia cristã é a
obediência às regras de uma matemática sacra. Por exemplo, toda igreja era
voltada para o nascimento do Sol, ou seja, voltada para leste. A partir do
Concílio de Trento essa “regra” se perdeu.
Além disso, toda imagem de devoção superior, como Cristo, Virgem
Maria, e afins, deveriam ser representados à direita, ponto considerado de maior
devoção. A simetria era um marco, dando harmonia à obra. O número 7
representa a harmoniosa relação do homem com o universo.
Em suma, “a arte era sobretudo uma doutrina, um cálculo e um código
simbólico”.

Fichamento do Texto 4: O Renascimento (págs 206 a 234). LIVRO:


GAARDER, Jons0tein. O mundo de Sofia: romance da história da
filosofia. São Paulo, CIA das Letras, 1995.

Esse texto é um fragmento do livro O Mundo de Sofia, um romance da


história da filosofia. Ele serve para contar um pouco sobre o Renascimento, e,
portanto, um pouco do Romantismo também.
O Renascimento foi uma corrente cultural racionalista. A palavra
Renascimento foi usada para referenciar quando o homem começa a reviver os
conhecimentos adquiridos na antiguidade, libertando-se do espírito opressor da
igreja (vigente na idade média). Por Renascimento entende-se um período de
apogeu cultural que iniciou no final do século XIV. Ele começou no Norte da
Itália e depois se expandiu rapidamente rumo ao norte ao longo dos séculos XV
e XVI.
“... A bússola, a pólvora e a impressão foram os pressupostos mais
importantes para a nova era, que chamamos de Renascimento.” “A bússola
facilitou a navegação e foi um pressuposto importante para os grandes
descobrimentos. As armas à pólvora trouxeram supremacia europeia sobre as
culturas americanas e asiáticas. A impressão de livros foi importante para
difundir os novos pensamentos do renascimento humanista”.
O termo “re-nascimento” provém da nova capacidade do homem de se
admirar como um ser fantástico e incrivelmente capaz de mudar o mundo que
habita, “nascendo” novamente, pois na Idade Média o ser humano era visto
somente como uma fonte inesgotável de pecados naturais, e que deviam partir
da crença em Deus. Ademais, também se destacou a individualidade: “Não
somos apenas pessoas, somos indivíduos singulares”. “O homem não existia
somente para servir a Deus, mas também para ser ele próprio”.
O capítulo segue contando a trajetória das descobertas que mudaram o
rumo da humanidade, como a teoria universal de Copérnico, os cálculos orbitais
de Kepler e os experimentos de Galileu Galilei. “Desde o Renascimento, o
homem deixou de ser apenas uma parte da criação.”

Fichamento do Texto 5: A conquista da realidade (págs 167 a 182).


Livro: GOMBRICH, E.H. A História da Arte. São Paulo: Martins
Fontes, 1998.

A ideia da renascença fazia com que os italianos associassem à volta de


grandeza que Roma teve no período clássico, sendo a “capital do mundo
antigo”. “Os italianos do século XIV acreditavam que a arte, ciência e erudição
tinham florescido no período clássico, que todas essas coisas tinham sido
destruídas. “Os italianos do século XIV acreditavam que a arte, ciência e
erudição tinham florescido no período clássico, que todas essas coisas tinham
sido destruídas pelos bárbaros do Norte e que lhes cumpria a missão de ajudar a
reviver o glorioso passado e, portanto, a inaugurar uma nova era”.
O criador do desenho em perspectiva foi o renascentista Brunelleschi.
“Foi Brunelleschi quem proporcionou aos artistas os meios matemáticos para
solução do problema, e a sensação que isso causou entre os pintores deve ter
sido imensa”. Grande parte do capítulo conta sobre a revolução na arte e na
pintura que alguns artistas renascentistas fizeram em Florença no século XV,
opondo-se ao ideal artístico vigente na época, inovando também na maneira de
se expressar. “Tal como as figuras de Massaccio, as de Donatello são ásperas e
angulares em seus movimentos. Os gestos são violentos e não se vislumbre
tentativa alguma de mitigar o horror da história. Para seus contemporâneos, a
cena deve ter parecido quase perigosamente viva”.
Jon Van Eyck foi também um importante pintor da renascença,
responsável por uma técnica de pintura absurdamente detalhada que fazia com
que a pintura parecesse uma “foto”, por assim dizer. Foi responsável também
pela primeira utilização da pintura a óleo. Jon Van Eyck que pintou a tela do
Casal Arnolffini.
Esses artistas mencionados estiveram intimamente ligados com os
eventos da renascença, criando métodos inéditos de representação do homem de
suas invenções. “A palavra renascença significa nascer novamente ou ressurgir,
e a ideia de tal renascimento ganhou terreno na Itália, e depois se espalhou para
outras regiões da Europa”.

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