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Oliveira, Alice
Gonçalves, Marlene
Universidade Federal de Mato Grosso
RESUMO
OLIVEIRA, ALICE1
GONÇALVES, MARLENE2
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
1
Acadêmica do 2º ano do Curso de Pedagogia, UFMT.
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Professora da UFMT.
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heróis que os gregos criaram uma rica mitologia (conjunto de lendas e crenças,
integrantes da cultura de um povo e que utiliza elementos simbólicos e sobrenaturais
para explicar a realidade e dar sentido à vida humana), os quais serviram depois de
inspiração para diversas obras da arte no mundo ocidental. Nesse sentido, o teatro foi
considerado por alguns autores como uma das artes literárias de maior expressão na
Grécia:
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“Dionísio, a encarnação da embriagues e do arrebatamento, é o espírito selvagem do contraste, a
contradição extática da bem-aventurança e do horror. Ele é a fonte da sensualidade e da crueldade, da
vida procriadora e da destruição letal”. (BERTHOLD, 2004, p.104).
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entrada era dispensado para quem não pudesse pagar; e as mulheres, que nunca
participavam dos acontecimentos públicos, eram bem recebidas no teatro. Nesse sentido
Cambi (1999, p.79) acentua que:
Os jogos agonísticos [...] e a atividade teatral, ambos ligados às
festividades religiosas e momentos eminentemente comunitários, vinham
desenvolver uma função educativa no âmbito da polis [...]. Já Tucíclides
reconhecia que “a cidade é uma empresa educativa” referindo-se,
sobretudo a Atenas [...] uma atividade educativa total e permanente, que
faz da polis inteira uma comunidade pedagógica.
Um dos instrumentos fundamentais dessa educação comunitária é o
teatro, [...] a Tragédia e a Comédia que é um espelho da comunidade e
que enfrenta os seus problemas [...]. No teatro, a comunidade educa a si
mesma [...].
Notamos que essas festas eram uma manifestação de abrangência nacional, as
quais, com o passar do tempo, foram ficando cada vez mais elaboradas. Deram origem
aos diretores de Coro e, ainda, ao uso da máscara nos atos de representação dos deuses,
tanto femininos quanto masculinos, já que somente os homens tomaram parte dessas
encenações e devido ao enorme número de participantes, de sorte que a platéia pudesse
visualizar o sentimento das personagens da cena através das máscaras.
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Rei Persa, filho de Dário I, o qual herdou o trono por designação do pai.
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espaço a um respeitoso silêncio. Nesse momento, os olhos do público se voltaram para o
palco, onde os atores fingiam emoções e ações alheias, submetendo os expectadores à
catarse, fenômeno que, segundo o filósofo Aristóteles ([384 a.C.?] -322 a.C.), purifica a
alma das paixões sufocantes. (CIVITA, p.16).
Justamente nesse ponto percebemos que ocorreu a transformação da
mentalidade, em que o mito deu lugar à razão.
Muito se discute até que ponto os poetas trágicos gregos tiveram consciência do
fenômeno, mas aceitaram-no, e não apenas eles, como também todos os dramaturgos
dos séculos seguintes. Embora o teatro ao longo dos tempos tenha mudado de forma,
conteúdo e estilo, ele sempre fala aos sentimentos do homem.
COMÉDIA
A palavra comédia vem do grego komoidía. Dividindo-se em “komos”
(procissão jocosa), e “oidé” (canto). Havia dois tipos de procissão, denominadas komoi:
a primeira era uma espécie de cordão carnavalesco, do qual participavam os jovens
fantasiados de animais observando-se, nessa tradição, três das onze peças de
Aristófanes, todas levando nomes de animais e insetos: As Vespas, As Rãs e As Aves.
Outro tipo de komoi era de natureza religiosa, ocorrendo nas festas dionisíacas e em
cuja procissão era celebrada a fertilidade da natureza.
O grande autor do gênero foi Aristófanes, que nasceu em Atenas (457 a.C),
viveu toda sua juventude sob o governo de Péricles e testemunhou o início do fim da
grande Atenas. Ele viu de perto o papel nocivo dos demagogos na destruição
econômica, militar e cultural de sua cidade-estado.
Nessa época, florescia ali a sofística (a arte da persuasão), que subvertia os
conceitos religiosos, políticos, sociais e culturais da civilização.
O teatro de Aristófanes, da Comédia Antiga, era um manifesto contra os
elementos que ele julgava responsáveis pela decadência de Atenas, e ele via com
desprezo a forma pela qual os cidadãos gregos deixavam-se levar pelos demagogos.
Aristófanes, para o teatro, foi essencialmente político.
Sua comédia As Nuvens foi encenada quando Sócrates tinha 47 anos de idade,
sendo retratado como um sofista (sábio itinerante de todas as partes do mundo grego),
um corruptor da juventude. O próprio título da peça é uma ironia, em que Aristófanes
acusa os modernistas de sua época de estarem abandonando o culto aos verdadeiros
deuses e introduzindo o ateísmo ou culto a divindades estranhas como o éter, o ar, a
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persuasão. Para verificarmos esse momento de transformação, vejamos o que nos diz
Cambi (1999, p.86-87):
Nasce assim uma cultura diferente em relação ao passado. De uma
educação pública retirada da família e do santuário, que visa a formação
do cidadão e das suas virtudes (persuasão e capacidade de liderança, sobre
tudo). É uma educação que se liga à palavra e à escrita e tende a formação
do homem como orador [...] e que visa cultivar os aspectos mais próprios
do humano em cada indivíduo, levando-o a uma condição de excelência,
que, todavia não se possui por natureza, mas se adquire pelo estudo e pelo
empenho. Mas ainda: essa complexa formação (social, política, cultural e
educativa) coloca em crise o éthos tradicional da polis grega [...]. A polis
como organismo também educativo entra em crise; a ela se contrapõe o
indivíduo, o sujeito, que vive uma profunda desorientação e é levado a
buscar uma nova identidade.
Se os sofistas exemplificam bem a guinada antropológica da educação e
de como ela se torna techne da formação humana (através da linguagem),
será Sócrates quem irá mostrar a dramaticidade e a universalidade de tal
processo [...], a fim de atingir a virtude mais própria do homem, que é o
“conhece-te a ti mesmo”. Estamos já no horizonte da Paidéia, daquele
ideal de formação humana, da “formação de uma humanidade superior”
nutrida de cultura e de civilização, que atribui ao homem, sobretudo uma
identidade cultural e histórica.
AUTORES DAS TRAGÉDIAS E DAS COMÉDIAS 5
Muitas das tragédias escritas foram se perdendo no decorrer dos tempos, e
atualmente são três os tragediógrafos conhecidos e considerados importantes: Ésquilo
(ca. 525 - 456 a.C.), cujo texto principal é Prometeu Acorrentado, que tem como tema
central os deuses e os mitos e é desenvolvido por meio de narrativas de fatos a eles
ligados; Sófocles (ca. 496 – 406 a.C.), cujo texto principal é Édipo Rei, tendo como
tema central as grandes figuras reais; Eurípides (ca.484 – ca. 406 a.C. aprox.),
considerado o pai do drama ocidental e tem como texto principal As Troianas, sendo o
tema principal os regenerados, os vencidos. Já Aristófanes, dramaturgo grego ([445
a.C? – 386 a.C.?]), é considerado o maior representante da Comédia Antiga.
O que podemos observar é que o teatro grego, incluindo cada gênero com suas
características e os pensadores de cada época, teve como objetivo constituir-se numa
representação artística da e para a sociedade. Podemos dizer que, enquanto os gregos
faziam arte, praticavam também atos de política e de educação.
Acreditamos, pois, ter representado uma atitude de quem ocupava um lugar na
sociedade e tinha responsabilidades no seu dia-a-dia coletivo, fazendo-se ouvir através
do teatro e, além disso, sendo educados por meio dele. Como defende Cambi (1999):
“No teatro a comunidade educa a si mesma”.
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http://www.vidaslusofanas.pt/eurípedes.htm - http://www.geocities.com/athens/agora/9443/comed2.htm
- http://www.geocities.com/athens/agora/9443/comed3.htm
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BIBLIOGRAFIAS