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■ faz parte de uma trilogia intitulada Oresteia, a única trilogia completa que chegou
até aos nossos dias, composta por três tragédias: Agamémnon, As Coéforas e As
Euménides. A trilogia é inspirada nas histórias do regresso dos heróis que lutaram
contra a cidade de Tróia.
■ Agamémnon teve que sacrificar a filha Ifigénia a Ártemis, no início da guerra, para
que os Exércitos gregos chefiados por ele pudessem chegar a Tróia
■ Clitemnestra jurou vingança. Tornou-se amante de Egisto, filho de Tiestes, e
começou a conspirar contra o marido durante sua longa ausência.
Agamémnon regressa vitorioso após dez anos de guerra em Tróia, mas é
imediatamente assassinado por Clitemnestra e Egisto, tal como Cassandra,
princesa troiana, que recebera por escrava.
O regresso de Agamemnon De uma ilustração de 1879 de Stories from the Greek Tragedians de Alfred Church
Édipo
(escrita em 427 a.C. por Sófocles)
■ Escrita como primeira parte de uma trilogia de peças, que também inclui Antígona e Édipo em Colono. A
obra atingiu tamanho reconhecimento que em Poética –até hoje um paradigma para as Artes -
Aristóteles considerou Édipo Rei o mais perfeito exemplo de tragédia grega.
■ Édipo é um herói trágico que não teve saída de sua própria condição de filho de Laio , rei de Tebas, e
de Jocasta e de ter concretizado a maldição de matar o pai, casar-se incestuosamente com sua mãe. O
oráculo dos deuses, o Delfos, já havia profetizado que a maldição iria ocorrer. Aconteceu. Tal
desafortúnio é de beleza ímpar porque Édipo é perfeitamente o herói humano de uma tragédia com
deuses implacáveis, ele é um homem que se equilibra entre a virtude e o vício, um herói “intermediário”,
segundo Aristóteles, que passou da felicidade à infelicidade em conseqüência de um erro, além disso,
era um príncipe em Tebas gozando de reputação, família, poder.
■ Édipo, tentando ouvir do servo da casa de Laio uma resposta para viver tranquilamente com Jocasta,
livre do destino infeliz, terá o reconhecimento de que assassinou seu próprio pai e gerou filhos de sua
própria mãe. Provocará temor e piedade na audiência (público). Édipo cai no infortúnio em decorrência
de um grave erro.
■ Édipo toma a terrível decisão de arrancar os próprios olhos para não ver o horror de seus atos nem a
morte de sua mãe/esposa, Jocasta. Ele sente compaixão por seus filhos no final da peça por saber que
cometeu o pecado pelo qual eles terão que pagar por toda a vida.
ANTÍGONA
(representada pela primeira vez em 441 a.C., em Atenas)
■ Creonte, com a morte dos dois sobrinhos Etéocles e Polinices que se envolvem numa batalha de
disputa pelo trono, torna-se rei de Tebas. A sua primeira decisão como regente foi enterrar o
sobrinho Etéocles com todas as honras funerárias e deixar o corpo de Polinices insepulto.
■ Para que se cumpra a sua decisão, decreta que a pena para desobediência é a morte.Antígona,
apesar do interdito do rei Creonte, quer sepultar o irmão Polinices evocando um princípio da lei dos
deuses.
■ Sua decisão gera um conflito entre a Lei dos Céus (dos deuses) que ela defende e a Lei da Terra
(dos homens) que Creonte precisa fazer cumprir. Cria-se assim um impasse, resultante da
contraposição entre duas esferas de poder: A Lei dos deuses e a Lei humana.
■ Todo o enredo da tragédia de Tebas gravita em torno desse dilema moral que dura mais de três mil
anos e que faz de Antígona uma das mais importantes obras que abre discussão para os
seguintes princípios: Cumpre-se a Lei do Céu ou a Lei da Terra? Antígona defende a Lei dos
Deuses e Creonte a Lei Humana.
As Bacantes
(A obra foi representada pela primeira vez em Atenas no ano de 405 a.C., um ano após a morte
de Eurípides)
■ A tragédia As Bacantes foi escrita por Eurípides, o terceiro e último dos grandes trágicos que a tradição
consagrou na Grécia (entre eles estão Ésquilo e Sófocles). O título As Bacantes significa “mulheres
adoradoras do deus Bákkhos”, e a tragédia dramatiza o mito de introdução do culto de Dioniso em
Tebas, cidade da Beócia.
■ A tragédia escrita por Eurípides contém diversas alusões mítico-rituais a religião dionisíaca,
apresentando a natureza do culto dionisíaco em antagonismo com a ordem social e com os valores
morais defendidos pelo rei tebano Penteu. As Bacantes, de Eurípides, narra a história de Dioniso de
acordo com o mito grego de adesão ao deus: Dioniso é filho de Zeus e da princesa tebana Sêmele, filha
de Cadmo. Entretanto, por mais que Dioniso seja filho do deus supremo, as irmãs de Sêmele não creem
no nascimento divino do sobrinho. Sendo assim, a família real tebana não reconhece Dioniso como deus
e maldiz os cultos dionisíacos. É por esse motivo que Dioniso planeja uma vingança contra a família real
tebana, com o intuito de comprovar a sua divindade e estabelecer os ritos dionisíacos em Tebas.
■ Para cumprir tais propósitos, Dioniso, de acordo com a sua phýsis, enlouqueceu todas as mulheres
tebanas, fazendo-as abandonar as tarefas domésticas e transformandoas em bacantes, ou seja, em
adoradoras dionisíacas. Entre as mulheres convertidas estão Ágave, mãe do rei Penteu, Autônoe e Ino –
as tias sacrílegas de Dioniso.
■ Devido a tal desordem social, o rei Penteu, herói trágico, declara guerra contra Dioniso, e planeja evitar a
propagação dos cultos dionisíacos em Tebas. É a partir desse ponto que se inicia o conflito trágico:
Penteu tentará lutar contra o deus, e Dioniso punirá o rei pelos ultrajes sofridos. Durante toda a ação
dramática, Dioniso provará sua origem divina através de milagres, e a queda do rei Penteu obedecerá
aos estágios rituais do sacrifício dionisíaco
As Rãs
(As Rãs foi apresentada para o público ateniense no ano 405 a.C)
■ Todos os grandes trágicos haviam morrido, deixando Atenas órfã de boas tragédias. Dionísio (sempre acompanhado de
seu servo Xantias), que já não se sentindo um desejo incontrolável de assistir uma tragédia fosse digna de Baco, tem
uma idéia: disfarçou-se de Hércules e vai ao encontro do mesmo para descobrir como era possível chegar ao mundo
inferior e desse modo resgatar o grande trágico Eurípedes, trazê-lo de volta a vida e a Atenas.
■ Em sua travessia na barca de Caronte, ele foi acompanhado por um coro de rãs (que dão nome a peça)
■ Ao chegar no mundo dos mortos, Dionísio é convidado por Hades a decidir, junto a ele a disputa que há entre Ésquilo e
Eurípedes pelo trono de melhor poeta trágico.
■ A segunda parte da peça é o confronto entre os dois grandes trágicos, já mortos, Ésquilo e Eurípedes no qual o vencedor
assumiria o trono da tragédia no Hades. As discussões não tinham um cunho puramente literário, elas englobavam
juntamente as visões política e social dos autores, que logo no início, foram sendo definidas.
■ Ésquilo é tido como poeta tradicional e religioso, que retrata o homem limitado, embora heróis ou nobres, sempre
subjugados ao poder divino. É defendido por Aristófanes, o que evidencia o conservadorismo do autor de As Rãs, que
visava na tragédia uma função educadora.
■ Eurípedes é o moderno, aquele que desce do Olimpo e vai retratar o homem comum, com todos os seus defeitos
profanos.
■ No final do debate Ésquilo sai vitorioso. Ele tem agora a missão de salvar Atenas do caos, orientando os cidadãos e
tornando-os mais nobres de alma. Terá que mostrar-lhes a verdade, a sabedoria dos deuses. Eurípedes nada conseguiu
com seus protestos e discurso inovador.