Você está na página 1de 12

Áries

Primeiro signo associado à primavera, o mito


do Carneiro envolve uma tragédia.
O carneiro de pêlo dourado - o Velocino de
Ouro - nasceu da união de Poseidon com a
filha de um rei. O carneiro é lembrado por
ter levado pelo ar os irmãos Frixo e Hele
(filhos do rei da Beócia, Atamas ou
Atamante) até o Helesponto. Algumas fontes
dizem que o carneiro deixou cair Hele
quando chegou perto da Ásia; outros autores
dizem que Poseidon raptou a princesa - para
uma união sagrada com o deus - e que esta
teria tido filhos desta união. Depois que Frixo
chegou à Cólquida, sacrificou o carneiro a
Zeus e pendurou a sua pele de penugem dourada no altar do templo.

Algumas fontes dizem que a mãe de Frixo e Hele colocou o carneiro entre as
estrelas mas nem todos os autores concordam com esta versão. Mais tarde a
pelugem dourada deste carneiro seria objeto da busca de Jasão e dos Argonautas.
Intérpretes contemporâneos associam o mito ao costume de sacrificar o filho do rei
em tempos de fome e seca, como se sacrificava o carneiro a Zeus, animal que lhe é
dedicado. O sacrifício era feito na primavera para que a colheita não ficasse
comprometida, meses mais tarde.

O mito tenta apaziguar a tristeza dos pais pela perda de seus filhos, ao mesmo
tempo em que indica a passagem possível de sacrifícios humanos aos deuses para
sacrifícios animais.

A origem da ida dos irmãos para o Helesponto, montados no Velocino de Ouro,


envolve o desentendimento entre o rei Atamas e suas esposas, Nefele e Ino, onde
esta tramou contra as crianças temendo a sucessão; Nefele, para salvá-las,
colocou-as sobre o carneiro e transformou-se em nuvem para ocultá-las. No final,
Ino prevalece sobre Nefele e somente a deusa Hera será capaz de destruí-la.
Touro

Uma das versões do mito se relaciona,


segundo alguns autores, com a paixão que
a princesa Europa, da Fenícia, despertou em
Zeus. Para aproximar-se dela, o deus do
Olimpo transformou-se em um touro de rara
beleza cujo hálito recendia a açafrão.
Quando Europa sentou-se sobre ele, o touro
voou sobre os mares, levando-a até Creta.
Outras versões associam a sacerdotisa de
Hera, chamada Io, com Zeus.

Hera, enciumada da paixão que Io provocou


em seu marido divino, transformou-a numa vaca errante, sempre atormentada por
um moscardo que a perseguia, sempre observada pelo monstro Argos, o de muitos
olhos. Como havia sido transformada em vaca, para fazer amor com ela Zeus tinha
que transformar-se em touro. Zeus pediu a Hermes que matasse o monstro, e
assim pôde encontrar-se com Io à vontade. O romance de Io e Zeus parece ter sido
o início dos sucessivos adultérios do deus depois de casado com sua esposa e irmã
Hera.
Outras versões asseguram que um dia, às margens do Nilo, Io pediu a Zeus que
pusesse fim ao seu penar; Zeus transformou-a novamente em mulher e uniu-se a
ela. Mais tarde, desta união sagrada nasceu Épafos, que tornou-se rei do Egito e
que, em algumas versões, seria o próprio deus egípcio Ápis

Com relação à constelação de Touro, há também o mito das cinco Hiades, filhas de
Atlas que, entristecidas com a morte de seu irmão, haviam morrido e subido aos
céus. Outro mito relacionado envolve a constelação das Plêiades, sete meio-irmãs
das Híades, que se mataram em honra destas, segundo algumas versões. Casadas
com deuses, tiveram muitos filhos envolvidos em lendas. Uma das Plêiades,
Electra, a estrela menos brilhante, depois de ver o massacre e o exílio de seus
descendentes em Tróia, saiu por vontade própria da constelação, em sinal de
pesar.
Electra move as Plêiades em seu movimento circular em torno do pólo, onde, sem
sua cabeleira, pode ser vista em sua tristeza - nesse estado é chamada de Cometes
( "cabelos longos"). Os romanos chamavam as Plêiades de estrelas da primavera,
porque acendiam depois do equinócio da primavera.
Gêmeos

O mito se relaciona com os irmãos gregos


Dióscuros (dios kouroi = filhos de Zeus),
Polideuces e Cástor, que o deus teve com
Leda.

Sempre em harmonia, nunca faziam nada


sem o consentimento um do outro. Seu culto
era muito popular entre os gregos e no sul da
Itália. Eram irmãos de Helena, nascida de um
ovo e causadora da guerra de Tróia. Outra
versão associa Zeus com um caso de amor
com Nêmesis, a Necessidade, filha da Nyx, a
Noite, uma entidade divina que possui
aparições variadas, contra as quais nem
mesmo os deuses do Olimpo podem fazer
nada.

Nêmesis, a mais bela, tem o nome da raiva justa que se abate contra os que
desrespeitam a norma da natureza. [Nêmesis, aliás, empresta seu nome e seu
caráter a um dos lotes (= partes) gregos referidos pelos astrólogos alexandrinos,
tais como Paulus].

Zeus, enamorado dela, sentiu tal desejo que perseguiu-a onde quer que ela fosse-
Nêmesis era uma deusa alada. Finalmente, conseguiu ter uma relação com ela - o
deus transformado em cisne e a deusa em ganso - e desta união nasceram, de um
ovo da cor do jacinto azul, Polideuces, Helena e Castor. Ais tarde o ovo foi parar
nas mãos de Leda. Cástor era mortal, e durante uma guerra entre Esparta e
Atenas, foi assassinado. Com grande pesar, Polideuces oferece metade de sua vida
imortal ao irmão, então uma metade do ano Cástor submerge sob a terra, como
quando a constelação se põe e por um dia os dois irmãos encontram-se juntos no
Hades.

Os Gêmeos simbolizam o caráter dual do céu, ora dia, ora noite, com as estrelas da
manhã e as do por-do-sol, assim como a cópia do que é criado - como exemplo, um
dos Dióscuros é imortal enquanto o outro não o é.
Câncer

O mito relacionado à constelação e ao signo


fala do caranguejo-gigante que guardava a
toca onde a Hidra de Lerna morava. Um dos
12 trabalhos de Hércules consistiu em matar
a Hidra de Lerna. Quando ele lutava contra a
serpente de muitas cabeças - chamada
também de 'cadela de Lerna', irmã de
Cérbero, que guarda o portão de Hades, ou
de 'cobra d'água', cujo hálito matava
animais e homens-, teve o pé picado pelo
caranguejo. Este foi então esmigalhado, depois, pelo mesmo pé. Como sinal de
reconhecimento pelo devotado animal, que tinha sido enviado por Hera, esta deusa
transformou o caranguejo em constelação, no ponto onde as almas dos seres
humanos descem para as regiões infernais, na metade subterrânea do céu.

Também há uma ligação entre o caranguejo e os asnos - que ficam nas costas do
primeiro - na constelação.

O asno é um animal muito importante na mitologia dos povos. Sua força simbólica
chegou até o Renascimento europeu. Alguns autores contam que, durante a guerra
entre os Titãs e os deuses do Olimpo, os deuses Dionisio, Hefesto e os Sátiros
lutaram com asnos, e a confusão que provocaram causou a fuga dos gigantes
titânicos. Por isso, foram colocados na constelação, no lado ocidental do
caranguejo.

O simbolismo dos asnos foi perdendo a associação com o caranguejo ao longo dos
séculos, mas tem relação com a vida e a morte; com sabedoria, mas também com
teimosia, poder e humildade, além do seu caráter fálico. Tanto o mito do leão de
Neméia quanto o do Caranguejo remontam à antigüidade oriental.
Leão

O mito associa-se ao leão do vale de


Neméia, presente no primeiro trabalho de
Héracles. Algumas versões afirmam que o
leão era filho da deusa-serpente Equidna,
aparentado, portanto, com a esfinge de
Tebas. Outras, que vinha da estirpe de
Tífon. Há versões, ainda, que ligam o leão
de Neméia à deusa Selene, a qual, cansada
de sua companhia, atirou-o sobre o monte
Apesa. O fato é que o leão aterrorizava a
todos no lugar, e a tarefa de Héracles era
matá-lo; coisa que o herói só conseguiu
depois de um sono de 30 dias após o qual,
desperto, enfeitou-se com uma grinalda de
aipos - um vegetal associado aos infernos- e atacou o leão com uma maçã.

O leão corporificava a morte e o mundo subterrâneo - os túmulos quase sempre


traziam leões esculpidos em sua parte superior. O herói matou o leão, retirou sua
pele com as garras do próprio e a usava como um troféu, colocando-a -
invulnerável, que ela era -, como também a cabeça do leão, sobre a sua própria e
seus ombros. Compadecido de seu filho, Zeus transformou o leão na constelação do
Zodíaco.

O mito associado ao signo e à constelação do Leão remonta à Babilônia. Seu


primitivo zodíaco se refere ao solstício de verão.
Virgem

A constelação e o signo referem-se à deusa


Diké, filha de Zeus e Têmis, que vivia entre
os homens até o momento em que a
humanidade se tornou injusta, tendo ido
para os céus depois de desapontada com o
rumo da vida na terra.

Outras fontes ligam o signo - e sua


correspondente constelação - a Deméter,
mãe de Perséfone e deusa da colheita e da
agricultura. Existem ainda outras
associações, com Isis, Aragatis e também
Tiké - ou tuké, a sorte (porque a constelação
não tem cabeça e portanto não pensa, e
assim é a sorte, que cabe aleatoriamente
aos seres humanos) e ainda Erígone, filha de
Icário, que teria tido uma relação com
Dioniso.
Libra

A constelação formou-se a partir das tenazes


do Escorpião. Em alguns monumentos pré-
históricos não há referência a Libra. Parece
que a separação em duas constelações
ocorreu durante a era romana, quando os
pratos foram devotados à Balança. Começou
a constar do calendário depois de sua
instituição por César.

Ao marcar o equinócio de outono, a Balança


passa a ser símbolo de justiça e equilíbrio,
pois indica a época em que o dia é igual à
noite.
Escorpião

O mito vem da Babilônia e refere-se ao


escorpião que a deusa da Lua, Ártemis,
enviou para matar Órion. Os dois lutam e
Zeus, para transformar o ocorrido em lição,
transforma-os em constelações, como
lembrete para os seres humanos
controlarem a tendência a irem além de sua
possibilidade e ao mesmo tempo para
mostrar seu poder e sua força. Quando
Órion surge no céu, o escorpião está abaixo
do horizonte. Quando este ascende Órion,
morre, pondo-se sob a terra. Outra versão
explica que Ártemis quis matar Órion - por
meio do escorpião - porque aquele perseguia
as virgens Plêiades, que ela quis proteger.

A estrela vermelha Antares - anti Ares,


contra Ares, deus grego da guerra - está
associada com esta constelação. Desde
tempos imemoriais, Ares, Marte, é o regente do signo do escorpião.
Sagitário

Uma das versões associa a imagem do


centauro Quíron, mestre de muitos heróis,
ao signo e à constelação.

Quíron era um curandeiro entendido nas


artes das ervas medicinais, além de músico
e filósofo. Ensinou Aquiles, Jasão, entre
outros. Imortal, andava nos bandos de
centauros - metade-homens, metade-
animais, que gostavam de festas, bebida e
tinham um desejo sexual esfuziante. Um dia,
recebendo a visita de Héracles, após
tomarem vinho, os centauros vizinhos
resolveram lutar e o herói dos 12 trabalhos
acabou flechando sem querer a perna de
Quíron, com uma flecha envenenada com o
veneno da Hidra de Lerna, que impedia a cicatrização.
O mestre, que era imortal, procurou por muito tempo curar-se, sem sucesso.
Cansado, pediu a Zeus que o deixasse morrer, trocando sua vida pela liberdade de
Prometeu, o qual, naquele momento, padecia o castigo de ter seu fígado comido
durante o dia por uma águia pelo fato de ter roubado do carro de Apolo o fogo e
presenteado à humanidade. Zeus, compadecido do amigo centauro, transformou-o
em parte da constelação do Sagitário, libertando também Prometeu. Há uma outra
versão que associa à constelação a figura do caçador Crotus, também músico e
exímio cavaleiro.
Capricórnio

Há dois mitos relacionados com a


constelação e o signo.

O primeiro se refere a Pan. Como como há


muitas gerações de Pan, este teria sido um
dos filhos de Zeus com sua ama de leite, a
cabra Aigoceros, ou Amaltéia - daí seu nome
Egipan, sendo que pan significa "todo".
Nascido com os pés e o chifre de uma cabra,
este Pan do mito ligado ao signo inventou a
flauta de pastor a partir de uma de suas
histórias de amor, que eram muitas. Seu
grande amor foi Selene, a Lua. O pequeno
deus era escuro, aterrorizante e fálico, e se tornava maligno quando acordado de
seu sono nas tardes. Dirigia a dança das ninfas e era o arauto da manhã, de pé,
nos cumes das montanhas.

Outra versão atribuída ao signo remonta a relatos mais antigos. Certa feita, em
uma versão egípcia, Pan estava com outros deuses nas margens do Nilo e surgiu
Tífon, inimigo dos deuses. O medo transformou cada um dos deuses em animais e
Pan, assustado, mergulhou num rio e disfarçou assim metade de seu corpo,
sobrando apenas a cabeça e a parte superior do corpo, que se assemelhava a uma
cabra; a parte submersa adotou uma aparência aquática. Zeus considerou este
estratagema de Pan muito esperto e, como homenagem, transformou-o em
constelação.

Relaciona-se também com a dualidade do deus Janus, de duas faces, homenageado


em Janeiro: uma face olha para o futuro; a outra, para o passado.
Aquário

O mito relaciona-se a um outro, antigo e


universal, o do dilúvio, no qual quase toda a
criação foi destruída pelas águas (sendo
reconstituída posteriormente com a ajuda de
experiência e conhecimento). Esta
destruição seguida de uma reconstituição é a
que se relaciona com a constelação.

Ganimedes, filho do rei Tros --ou de um


pastor, segundo algumas outras fontes--,
era muito belo. Zeus, transformado em
águia, levou-o até o Olimpo, onde passou a
servir aos deuses o néctar que lhes dava a
eterna juventude. O que faz com que o Aguadeiro esteja sempre jovem e, ao
mesmo tempo, pleno da sabedoria imortal, espalhando entre todos o conhecimento
atemporal. É associado à constelação, vasos e ânforas, e também à estrela Pégaso,
que representa o cavalo alado (cavalos representam a união da terra com o céu, da
matéria com os planos superiores).
Peixes

Já era o 12º signo no zodíaco babilônio antes


de os gregos lhe atribuírem mitos olímpicos.

Uma versão fala de uma jovem que Derceto


engravidara e que tivera o filho, Ictis, às
margens do mar, não querendo assumir as
conseqüências de seu desejo sexual.

Outra versão fala empreendida por Afrodite


e Eros da perseguição de Tífon. Os dois
esconderam-se no oceano e Poseidon,
querendo ajudá-los, enviou até eles dois
golfinhos, que os levaram para longe, até as
margens do Eufrates, na Mesopotâmia.
Como recompensa, tornaram-se imortais e
foram transformados na constelação. Em uma versão semelhante, o contexto da
fuga dos dois deuses por causa da perseguição de Tífon coloca em ação o rei
Cadmo, de quem se diz ter inventado o alfabeto. Cadmo, vendo todos os deuses
fugirem de medo de Tífon, vai ao encontro do monstro com a inteligência e fala da
música, que envolve e enfeitiça o inimigo dos deuses. Começa a tocar para Tífon
que fica maravilhado e lhe promete como prêmios várias deusas do Olimpo. Cadmo
no final acaba ajudando Zeus a se armar novamente - Tífon havia roubado seus
relâmpagos - e o equilíbrio do mundo retorna com a morte do monstro, que é
atirado ao vulcão Etna pelo deus do Olimpo. Alguns autores interpretam esta
relação com música, inteligência, e abalo do mundo com seu posterior
ordenamento com as características do próprio signo.

Você também pode gostar