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IZAÍAS BUENO DE ALMEIDA

Bandolinista | Compositor

Data de nascimento: 07.06.1937 | Natural: São Paulo - SP

Músico, instrumentista e bandolinista, foi filho do clarinetista de orquestra


Benedito Bueno de Almeida. Irmão do violonista Israel de Almeida (Israel Bueno de
Almeida - São Paulo, 1943 - violão de 7 cordas e cavaquinho).

Começou a tocar bandolim aos 10 anos de idade.

No ano de 1953 começou a atuar como cavaquinista, ao lado do irmão Israel (ao
violão), em programas de calouros em programas de calaouros na cidade de São Paulo.
Por essa época integrou um conjunto ao lado do irmão e do violonista Antonio Edgard
Gianor. Neste ano, começaram a atuar em programas de calouros, chegando a formar um
conjunto com o violonista Antonio Edgard Gianor, lendário modernizador de harmonias.
Três anos depois, foi apresentado por Jacob do Bandolim na segunda “Noite dos
Choristas” e, a partir daí, tornou-se o mais respeitado bandolinista de São Paulo. Sempre
disposto a improvisar, não teve para isso o apoio de Jacob do Bandolim. Ao contrário do
irmão, totalmente apegado ao gênero “Choro”, Israel passou depois para o violão, tocando
bossa-nova, e para a guitarra, integrando conjuntos de iê-iê-iê. Mais tarde, enveredou pelo
jazz, estudou violão clássico e assimilou o violão de 7 cordas, fechando um ciclo que o
trouxe de volta ao choro.

O músico foi amigo de Antônio D’Áuria, outra figura fundamental do choro de


São Paulo. Em sua casa, na Avenida Rudge, no bairro Casa Verde, D’Áuria promovia
uma famosa roda de choro na qual recebia grandes músicos de outras partes do Brasil que
estavam de passagem pela capital paulista. Mergulhado no universo do choro paulista
desde a infância, quando acompanhava as rodas de música que costumavam ocorrer no
armazém de seu pai, no bairro do Bom Retiro, D’Auria dedicou-se ao violão de sete
cordas e à promoção do gênero: as reuniões em sua casa começaram a ocorrer nos anos
1950. Desses encontros, nasceu o Conjunto Atlântico (nome inspirado no tango brasileiro
Atlântico, de Ernesto Nazareth), que teve diversas formações. Pelo grupo passaram, além

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dele próprio, figuras importantes da cena musical de São Paulo, como os violonistas João
da Mata e Juracy Wei (Barão), o cavaquista Jayme Soares (que também tocava bandolim
e violão tenor), o pandeirista Oswaldo Bitelli, e os bandolinistas Amador Pinho,
Agostinho Garcia, Walter Veloso e Izaías Bueno de Almeida. A primeira apresentação
do Atlântico deu-se num festival de violões na igreja Nª. Sra. da Anunciação, em 18 de
setembro de 1952. Foi o primeiro cachê que D’Auria recebeu na vida.

No início da década de 1970 criou o grupo Isaías e Seus Chorões, também


integrado por Israel de Almeida (violão de 7 cordas), Waldomiro Marçola (violão),
Dorival Malavasi (cavaquinho), Clodoaldo Coelho da Silva (pandeiro), Valdir Guidi
(reco-reco, cacheta e ganzá), Vicente de Paula Salvia (piano), Roberto Sion (flauta) e
Toninho Carrasqueira (flauta).

Com o programa “O Choro das sextas-feiras” apresentado na TV Cultura de São


Paulo, a partir de 1973, no qual atuava ao lado do Conjunto Atlântico, Isaías passou a ser
destaque nacional. Em 1974, recebeu o Prêmio APCA de “Revelação do Ano”. O começo
dos anos 70 marcou também o nascimento de Isaías e Seus Chorões, que contava, além
de Israel, com gente também vinda de famílias de músicos, como o cavaquinista Dorival,
filho do saxofonista Ernesto Malavasi, e o pandeirista Clodoaldo Coelho da Silva, cujo
pai, Álvaro, chegou a atuar com o Bando da Lua.

O grupo participou de diversos programas sobre choro na TV Cultura de São


Paulo, além de ter acompanhado artistas importantes no cenário da MPB: Paulinho da
Viola, Arthur Moreira Lima e Altamiro Carrilho, entre outros. Depois de gravar os discos
“O fino do bandolim”, com choros clássico e “O regional brasileiro na música dos
Beatles”, o grupo lançou, na virada dos 80, o LP “Pé na cadeira”.

No ano de 1981 lançou, pelo Selo Clack Discos/Bandeirantes Discos/WEA o LP


"O fino do bandolim", no qual interpretou "Primavera" (Carlos Lyra e Vinicius de
Moraes)), "Maninha" (Chico Buarque), "Eu e a brisa" (Johnny Alf), "Valsa do realejo"
(Guinga e Paulo César Pinheiro), "Da cor do pecado" (Bororó), "Oração de outono"
(Paulinho da Viola), "Rosa" (Pixinguinha), "Homenagem à Velha Guarda" (Sivuca e
Paulo César Pinheiro), "Alegria de viver" (Luizinho Eça), "Manhã de carnaval" (Luiz
Bonfá e Antônio Maria) e "Nós e o mar", de Neneo, além de "Choro chorado pra Paulinho

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Nogueira" (Toquinho, Paulinho Nogueira e Vinicius de Moraes), faixa que contou com a
participação especial de Paulinho Nogueira. O disco contou com o acompanhamento de
por Israel de Almeida (violão de 7 cordas), Waldomiro Marçola (violão), Xixa
(cavaquinho), Clodoaldo Coelho da Silva (ritimo) e Toniquinho na bateria.

O repertório resgatou músicas raras de pioneiros como Joaquim Callado,


Carramona (Albertino Pimentel) e Nelson Alves. Duas personalidades importantes do
bandolim tocado em São Paulo figuram entre os autores: Amador Pinho, espécie de
professor informal de Isaías, e Mario Moretti, bandolinista virtuoso ainda em atividade.
O LP foi remasterizado para CD no ano de 1999 e lançado pela gravadora Kuarup.

Em 2012 participou da gravação do songbook “Roda de Choro 1”, lançado pelo


selo Global Choro Music Corporation, como um dos solistas do disco dentre outros
solistas como Alexandre Ribeiro, Nailor Proveta, Toninho Carrasqueira. O songbook
contou com um repertório de choros que incluíam composições de Viriato Figueira da
Silva, “Só para moer”; José Toledo, “Cuidado, violão”; Honorino Lopes “Língua de
preto”; Hermeto Pascoal “Chorinho pra ele”; entre outros.

Durante a carreira lançou vários, entre os quais "O regional brasileiro na música
dos Beatles", "30 anos de Waldir Azevedo" e "Pé na cadeira", pela gravadora Kuarup no
ano de 1999. Nesse mesmo apresentou, com seu grupo Izaías e Seus Chorões e Quintal
Brasileiro, o show de lançamento do CD “Valsas e Retratos - Radamés Gnatalli”,
realizado no SESC Vila Mariana, em São Paulo. O disco, produzido por Luiz Amato do
Quintal Brasileiro, foi lançado pelo selo SESC

No domingo, 29 de setembro de 2013, os 60 anos de carreira de Izaías do


Bandolim ganharam homenagem no centro de São Paulo, na Praça das Artes, onde ele
se apresentou com seu regional e com os convidados Quintal Brasileiro, Lulinha de
Alencar, Proveta e Toninho Carrasqueira. Em seu conjunto, Izaías e seus Chorões, o
bandolinista foi acompanhado por seu irmão, Israel 7 Cordas, e por Edmilson Capelupi
(violão de 6 cordas), Haroldo Capelupi (cavaquinho) e José Reli (pandeiro).

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REFERÊNCIAS

Sites
Dados sobre Izaías Bueno de Almeida | Casa do Choro:
https://acervo.casadochoro.com.br/cards/view/2014

Dados sobre Izaías Bueno de Almeida | Giannini:


https://www.giannini.com.br/artistas/isaias-bueno/

Dados sobre Izaías Bueno de Almeida & Antonio D’Áuria | IMS – Instituto Moreira
Salles:
https://ims.com.br/titular-colecao/antonio-dauria/

Entrevista de Izaías Bueno de Almeida a João Thomas do Amaral | Chorinho Brasil:


http://www.chorinhobrasil.com.br/2013/nos-fomos-a-resistencia-do-
choro/#.YLvMb0xv_Dc

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