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Disciplina: AMEEMB II

Aluno: Ana Vitória Pereira da Silva


Turma: 2 BC
Professor: Júlio Bellodi
Atividade de AMMEMB: Pesquisa
Tema: Biografia e Carreira

Tom Zé
Introdução
Tom Zé é um proeminente músico brasileiro, conhecido por sua abordagem única e
experimental à música. Nascido Antônio José Santana Martins na Bahia, Brasil, em
1936, Zé iniciou sua carreira musical na década de 1960 como parte do movimento da
Tropicália, um movimento cultural e musical que surgiu no Brasil durante os anos 1960.
A música de Zé é caracterizada por sua fusão de ritmos tradicionais brasileiros com
elementos de música de vanguarda e eletrônica. Uma de suas músicas mais famosas,
"Ma", foi incluída no influente álbum da Tropicália "Tropicália: ou Panis et Circensis"
lançado em 1968. O álbum contou com colaborações de outros artistas brasileiros
renomados, como Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Ao longo de sua carreira, Zé lançou inúmeros álbuns que mostram seu som inovador e
eclético. Sua música frequentemente aborda questões sociais e políticas, com letras
poéticas e provocativas. A disposição de Zé para experimentar diferentes estilos
musicais e gêneros lhe rendeu uma reputação de vanguardista na música brasileira.
Além de sua carreira musical, Tom Zé também é conhecido por seu trabalho como
educador musical e defensor da cultura. Ele ministrou aulas de teoria musical e
composição em várias universidades do Brasil e trabalhou para promover a música e
cultura brasileiras tanto em casa quanto no exterior.
No geral, as contribuições de Tom Zé para a música brasileira são significativas e
duradouras. Sua abordagem inventiva à música, juntamente com suas letras reflexivas
e comentários sociais, solidificaram sua reputação como um dos músicos mais
influentes e inovadores do Brasil.
Espero que esta visão geral ajude você a começar seu texto sobre Tom Zé. Sinta-se à
vontade para expandir esses pontos e adicionar mais detalhes para criar um texto
abrangente de 4 páginas. Deixe-me saber se precisar de mais assistência ou
informações.
1936
Pequenos detalhes sempre mexeram com a cabeça de Antônio José Santana Martins,
nascido em 11 de outubro de 1936, em Irará, interior da Bahia, a 120 quilômetros de
Salvador: Como ensinar a irmã mais nova a andar de bicicleta descrevendo cada
movimento conjunto do mecanismo? Como é que sinais viram letras e essas letras
geram significados? A curiosidade sempre fez parte da vida de Tom Zé: tudo remoía seu
pensamento, o mundo propunha problemas e alumbramentos.

1950
Aprendeu a gostar de música ainda pequeno, ouvindo Luiz Gonzaga, Jackson do
Pandeiro, samba-de-roda e os grandes cantores do rádio. Numa gaitinha, descobriu a
maravilha de converter sopro em som e conseguiu tirar algumas poucas notas de Asa
branca. Aos 17 anos, descobriu o violão e sua vida mudou. Ainda na adolescência,
descobriu Os sertões, de Euclides da Cunha, que lhe mostrou com uma amplitude nova
o que eram ele e a gente do Nordeste do Brasil, assumindo uma importância definitiva
no seu pensamento.

1960
Logo depois a música se tornou mais central em sua vida e ele compôs uma canção
para o filme Jana e Joel, enquanto ainda morava em Irará. Em 1961 Tom foi trabalhar
numa loja de presentes aberta pela família, mas por influência de sua tia Gilka, esposa
do tio e deputado Fernando Santana, mudou-se para Salvador para se iniciar
profissionalmente como músico.
Logo depois tornou-se diretor de música do CPC (Centro Popular de Cultura), onde
ficou até 1964. Aos 26 anos, em 1962, passou em primeiro lugar no vestibular da
Escola de Música da Universidade Federal da Bahia.
Teve o privilégio de ser aluno da nata da vanguarda musical européia, como H. J.
Koellreutter e Ernst Widmer. Na universidade, foi um dos membros fundadores do
Grupo de Compositores da Bahia (música erudita).
Ainda em 1962, o jornalista Orlando Senna apresentou-o a Caetano Veloso. Em 1964
participou do show Nós, por exemplo e Nova bossa-velha & velha bossa-nova, com
Caetano, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia, entre outros, que foram a semente
do grupo tropicalista. Com o sucesso das apresentações, os artistas foram convidados
para criar outro show no Teatro de Arena de São Paulo, intitulado Arena canta Bahia.
O ano era 1965. Tom Zé veio com Caetano para São Paulo, chegando em 11 de agosto.
Apesar do êxito dos músicos baianos no eixo Rio-São Paulo, Tom Zé quis terminar seus
cursos na UFBA; afinal, ganhara uma bolsa de estudos na universidade, ao pretender
deixá-la por falta de recursos. Voltou para Salvador e continuou a estudar, trabalhando
também como jornalista no Jornal da Bahia. Só em 1968 viria definitivamente para São
Paulo.
Em 1967, depois de se formar, foi professor de Contraponto e Harmonia na própria
Escola de Música e violoncelista da Orquestra Sinfônica e da Orquestra de Estudantes
da universidade. Em 1968, em São Paulo, Tom Zé foi levado por Caetano a Guilherme
Araújo, empresário do chamado “grupo baiano”. Guilherme sugeriu que ele, ainda
conhecido pelo apelido de infância Toinzé, adotasse o nome artístico de Tom Zé. Nesse
ano, o artista venceu o 4o. Festival de Música Popular Brasileira com a canção São
Paulo meu amor, ganhando ainda o prêmio de melhor letra com 2001, parceria com
Rita Lee que recebeu a interpretação dos Mutantes.
Ainda em 68 os músicos baianos lançaram Tropicália – Panis et circensis, disco
provocador, que pôs em questão a MPB.
Tom participou com a faixa Parque industrial, uma crítica aos meios de comunicação de
massa. Para fechar o grande ano, Tom Zé lançou seu primeiro disco epônimo,
subtitulado Grande liquidação, composto entre abril e junho. Entre os destaques,
Profissão de ladrão, Catecismo, Creme dental e eu, Parque industrial, Não buzine, que
eu estou paquerando. Os títulos revelam o conteúdo de reflexão sobre a vida urbana,
sobre a acelerada transformação de costumes na vida brasileira. Em 69, com Gal, Tom
Zé apresentou o show O som livre de Tom Zé e Gal Costa, em São Paulo e no Rio de
Janeiro.

1970
O Tropicalismo permitiu que Tom Zé levasse para o movimento sua forma de compor,
sua ruptura de padrões, que juntavam o folclore riquíssimo do sertão baiano, um certo
primitivismo atemporal e uma elaboração extremamente avançada, à frente de seu
tempo. “Procuro fazer a antimúsica, porque se é pra fazer o que já está feito…”, dizia
ele então e e diz até hoje. Isso tornou sua produção difícil de classificar, os rótulos não
se colam a ela de maneira precisa, propõe problemas críticos e de conceituação. Seu
quarto disco, Todos os olhos, de 1973, comprova essa dificuldade de classificação e
mostra o que Tom Zé buscava. Sem ter como enquadrar sua música, as emissoras de
rádio se afastaram e levaram Tom Zé ao esquecimento por parte do grande público.
Pelos próximos 17 anos sobreviveu fazendo shows em universidades pelo Brasil. Em
1975, trabalhou como ator e cantor na peça Rocky horror show, dirigida por Rubens
Correia, no Teatro da Praia (Rio de Janeiro). Lançou ainda, no final da década de 70, os
discos Estudando o samba(76) e Correio da Estação do Brás (78). Trabalhou alguns
meses na agência publicitária DPZ.
Em 1978, em pleno ostracismo, deu um grande passo artístico, colocando sobre o palco
do Teatro da Fundação Getúlio Vargas, num show memorável, os instrumentos que
construiu, como o hertzé, o enceroscópio e o buzinório. O primeiro, o hertzé,
antecipou o que seria, em concepção geral, o sampler.
1980
Vende casa para desenvolver instrumentos experimentais, numa evolução musical que
se estendeu por anos. Em 1984, lança Nave Maria (RGE), ponto de partida para novos
caminhos musicais posteriores.

1990
Quando Tom Zé se preparava para deixar a carreira musical, por dificuldade de
sobrevivência, o músico David Byrne, de passagem pelo Rio de Janeiro, descobriu o
disco Estudando o samba e, ao fundar o selo Luaka Bop em Nova York, teve Tom Zé
como seu primeiro contratado. O cd The best of Tom Zé foi listado, em seu lançamento,
entre os melhores discos do ano de 1990, pelo jornal The New York Times. Em 99 a
revista Rolling Stones o colocou entre os melhores discos da década. A renomada
companhia de dança brasileira, o Grupo Corpo, tem dois brilhantes trabalhos de Tom
Zé entre suas trilhas sonoras especialmente compostas: Parabelo (parceria com José
Miguel Wisnik, 1997) e Santagustin (parceria com Gilberto Assis, 2001). Com defeito de
fabricação, cd de 1998, projetou o compositor também como performer numa turnê
americana. As turnês européias confirmavam autor e repertório como alvo de interesse
do público e da grande crítica internacional. O cd recebeu remixes de artistas como
Sean Lennon, Tortoise e Stereo Lab.

2000
Em 2000 veio Jogos de armar, da Trama, primeiro lançamento por uma gravadora
brasileira depois de mais de 20 anos. Nele estão registrados, finalmente, seus
instrumentos experimentais e ousadias formais que o colocam mais uma vez como
desafio à criatividade musical de seu tempo. Enceradeiras e cantos de lavadeiras
nordestinas, expressões verbais contundentes e sonoridades remetendo a Cage e
música medieval, recursos costurados numa força brasileira explosiva. Próximos cds:
Imprensa Cantada, expressando o artista chama de jornalismo cantado, quando os
acontecimentos do presente são o motor das composições. No próximo disco, uma
opereta popular, Estudando o Pagode* – Segregamulher e Amor, as relações entre
homem e mulher tomam a frente, sob a forma de duetos/duelos rítmicos e
provocativos. O disco Danç-Êh-Sá – Dança dos Herdeiros do Sacrifício tem como tema
rebeliões e levantes das populações negras e indígenas do Brasil, não muito destacados
pela história oficial. Tom Zé “fala” desses acontecimentos num disco eminentemente
musical, fortemente rítmico, cujas vocalizações são formadas unicamente por
onomatopéias e sonoridades verbais, sem recorrer a versos explícitos. “Somos um país
negro, somos herdeiros do trabalho e da cultura dessa raça que nos formou”, diz Tom
Zé, falando sobre o Brasil. O cd foi escolhido, numa votação popular, como o melhor de
MPB em 2007. Em 2008, lançado Estudando a Bossa, participações de Fernanda Takai,
Arnaldo Antunes e outros artistas, pensamento musical de um tropicalista admirador
da bossa nova. Em 2009, Pirulito da Ciência, cd e dvd ao vivo cuidadosamente
elaborados por Charles Gavin (produtor, ex-Titãs), reunindo canções expressivas da
carreira de Tom Zé.

2010
Em 2010, a Luaka Bop (New York) lança a caixa Studies of Tom Zé – Explaining things so
I can confuse you”, lps e cds agrupados pela aprovação da crítica internacional. Em
2012, Tropicália Lixo Lógico, apoio do projeto Natura Musical, define musicalmente o
Tropicalismo. Participação de Emicida, Mallu Magalhães; Tribunal do Feicebuqui
lançado em 2013, formato discográfico pouco usual, importantes participações. Em
2014, Vira lata na Via Láctea, primeira parceria em canção de Tom Zé e Caetano Veloso.
O artista compara o disco a templos românicos, em que pluralidade de ângulos se casa,
musicalmente, à pluralidade de enfoques musicais das canções. 2015: nos E.U.A., site
Pitchfork designa Nave Maria como marco musical dos anos 80. Em 2016, lançado
Canções eróticas de ninar, que ganha o Prêmio de Música Popular Brasileira. No
mesmo ano, Tom Zé lança, com parceria do desenhista Elifas Andreato (que prefere
essa qualificação, recusando a de designer), o disco para crianças Sem você não A.
Estimulante para a participação e a acuidade infantil, como se comprova no show do
disco apresentado no Sesc Pinheiros. Ainda em 2016: Prêmio de melhor show da
década em Portugal. Festivais WOMAD (Chile) e MIMO (Portugal). Olimpíada encerrada
com Xique-Xique, pelo Grupo Corpo. Lança o disco Canções eróticas de ninar. 2017:
Prêmio Faz a diferença, Música – O Globo. Exposição Tom Zé 80 anos (completados em
2016), em Salvador e Petrópolis. Prêmio música brasileira: melhor disco (Canções
eróticas de ninar) e melhor canção (Descaração familiar). Lança disco infantil Sem você
não A, parceria com Elifas Andreato. Em 2018 Tom Zé vai aos E.U.A. para conferências
sobre seu trabalho, nas New York e Brown University. Exposição Tom Zé 80 anos – São
Paulo. Conferências nos E.U.A., na New York University e na Brown University, sobre
seu trabalho musical. Em 2019 destacam-se o Moers Festival de Vanguarda
(Alemanha). Itália, lançamento da biografia Tom Zé – l’ultimo tropicalista, de Pietro
Scaramuzzo. Japão, apresentações em Tóquio e no Frue Festival, em Shizuoka.
Ovacionado com entusiasmo pela habitualmente comedida plateia japonesa, que o
saudou calorosamente, não poupando troca de abraços não habitual no país. Marcante
vivência artística e humana. Ressalte-se, por oportuno, ser Tom Zé o compositor que,
segundo o pesquisador Assis Ângelo, mais canções compôs para São Paulo, cidade
onde vive há décadas. No livro “Bertolt Brecht – Poesia” – compilação e tradução de
André Vallias, a página 63 menciona Tom Zé como “o mais brechtiano dos
tropicalistas”, exemplificando com sua canção “Tô”.

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