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Etapa Ensino Médio

História
Prepara SP

GRÉCIA ANTIGA

3ª SÉRIE
Aula 1 – 3º Bimestre
Conteúdo Objetivos
● Gregos antigos: legado ● Compreender cidadania e a
ao longo da história do democracia na Antiguidade;
Ocidente; ● Compreender os movimentos
● Características da Grécia culturais no mundo ocidental e
Antiga; seus impactos na vida política
e social;
● Relações da Grécia com
outras sociedades do ● Problematizar alguns conceitos
mundo antigo. e práticas culturais na Grécia
Antiga e no mundo atual.
Para começar

JOGOS OLÍMPICOS
Diversas modalidades de jogos e
atividades esportivas eram
praticadas pelos cidadãos das
cidades-Estados gregas, por volta do
séc. VI a.C.
Era uma forma de manter no nível
simbólico a disputa política entre
esses Estados, destacando os que
ARREMESSO DE DARDOS
eram mais aptos fisicamente.
Séc. IV a.C.
Para começar

1. Os jogos olímpicos da atualidade foram iniciados em Atenas, em


1896. A partir desse ano, foi criada uma entidade para organizar
competições de várias modalidades, entre atletas e equipes de
vários países do mundo, em eventos que são realizados
atualmente de quatro em quatro anos. Você acompanha as
Olimpíadas?
2. Como se vê, as Olímpiadas atuais têm pouca semelhança com os
jogos olímpicos da Grécia Antiga. Somente o nome da competição
foi apropriado pelos países no período contemporâneo. É sobre
isso que estamos falando quando nos referimos a um LEGADO de
um povo no passado, que foi reinventado no presente.
Foco no conteúdo
Grécia Antiga:
mundo reinventado
A sociedade da Grécia Antiga deixou
muitos legados ao mundo ocidental.
Há quem diga que foi o “berço da
civilização”. No entanto, não é bem assim!
Não há uma linha contínua entre o MAPA DA GRÉCIA
passado daqueles povos, que viveram ANTIGA, um complexo de
milênios atrás, e os dias atuais. Muitos cidades e povos em
conceitos e manifestações culturais foram contato, entre mares e
reinventados e ressignificados ao longo continentes (elaborado por
dos séculos. Pablo Gonçalves)
Foco no conteúdo
E SOBRE AS MULHERES
DA GRÉCIA ANTIGA?
Assista ao vídeo do cantor e
compositor brasileiro Chico Buarque,
em que ele explica sobre sua música
“Mulheres de Atenas”, escrita em
1976.
Na sequência, leia o texto de
Aristóteles, importante intelectual
grego, em que ele fala sobre o papel
https://www.youtube.com/
que se esperava das mulheres watch?v=WVbAs_uU1bA
naquela sociedade.
Foco no conteúdo
Como se vê, o compositor Chico Buarque está falando das mulheres da década
de 1970, para as quais ele direciona sua música "Mulheres de Atenas". Segundo
sua canção, em Atenas, na Grécia Antiga, as mulheres seriam submissas, mas,
no presente do compositor, elas não deveriam mais ser. Por isso, a frase,
repetida várias vezes na música, tem na verdade um sentido contrário: "Não se
mirem nas mulheres de Atenas!". Ao mesmo tempo, Chico sofreu críticas de
algumas feministas, porque, para elas, o sentido geral da canção era exaltar a
submissão feminina. Décadas depois, ao dar uma entrevista, Chico Buarque
explica o sentido de sua música para as mulheres, dizendo que elas não teriam
entendido sua arte; ele não estaria sendo machista? Já o texto do filósofo
Aristóteles, do séc. IV a.C., mostra-nos uma visão predominante no período,
que coloca o homem como superior às mulheres e os homens livres como
superiores aos escravos. O papel social da mulher, de acordo com essa visão, é
obedecer, já que elas não têm capacidade de mando e, portanto, deve manter-
se caladas, isso é, obedientes.
Foco no conteúdo
Logo, há por natureza várias classes de comandantes e comandados,
pois de maneiras diferentes o homem livre comanda o escravo, o
macho comanda a fêmea e o homem comanda a criança. Todos
possuem as diferentes partes da alma, mas possuem-nas
diferentemente, pois o escravo não possui de forma alguma a
faculdade de deliberar, enquanto a mulher a possui, mas sem
autoridade plena, e a criança a tem, posto que ainda em formação.
(...) Devemos então dizer que todas aquelas pessoas têm suas
qualidades próprias, como o poeta disse das mulheres: “O silêncio dá
graça as mulheres”, embora isto em nada se aplique ao homem.
ARISTÓTELES. Política, I, 1260 a-b, p. 32-3.
Foco no conteúdo

ARTES NA GRÉCIA ANTIGA


● MICÊNICA (1550 a 1200 a.C.)
Os micênicos eram povos que viviam na
mesma região e influenciaram os gregos,
com construções em alvenaria e como
ourives. Essa cultura foi declinando na
época da possível Guerra de Troia, entre
MICÊNICO: Máscara
gregos e troianos (séc. 12 a.C.).
funerária (1500 a.C.)
Museu Arqueológico
Nacional, Atenas
Foco no conteúdo

ARTES NA GRÉCIA ANTIGA


● GEOMÉTRICA (900-700 a.C.)
Desenvolveu-se juntamente com as
cidades-Estados. Expressou-se por meio
da arte em cerâmica, que retratava
animais e seres humanos, como figuras
em “palitos”.
GEOMÉTRICO:
Vaso grego
Museu do Louvre,
França
Foco no conteúdo

ARTES NA GRÉCIA ANTIGA


● ARCAICA (735-650 a.C.)
Elementos de outras civilizações (Oriente
Próximo) começaram a fazer parte da arte
grega. Representações realistas de seres
humanos, monumentos de pedra, estátuas
de calcário representando jovens nus e
ARCAICO: Templo
sorridentes.
Apolo (séc. VI a.C.)
Pesto, Itália (antiga
Magna Grécia)
Foco no conteúdo

ARTES NA GRÉCIA ANTIGA


● CLÁSSICA (480-323 a.C.)
Atenas tornou-se a mais poderosa cidade-
Estado grega até a morte de Alexandre, o
Grande. Expressava realismo de forma,
retratando objetos, humanos e deuses, em
narrativas sobre trabalhos ou brincadeiras. CLÁSSICO (séc.
V-IV a.C.)
Foco no conteúdo

ARTES NA GRÉCIA ANTIGA


● HELENÍSTICA (séc. IV a.C.)
Reinado de Alexandre, o Grande. A arte grega foi difundida para
novos territórios, misturando-se às culturas locais e retratando
cenas heroicas. Influenciou a cultura romana, o que repercutiu
posteriormente na arte ocidental.
Foco no conteúdo
ALEXANDRE, O GRANDE
● Alexandre Magno era filho de Felipe
II, rei da Macedônia, que
conquistou a Grécia no séc. IV a.C.;
● Após o assassinato de seu pai,
assumiu o governo aos 20 anos;
● Além da Grécia, expandiu seu HELENÍSTICO: Batalha de
Império para o Oriente Próximo, a Gaugamela (100 a.C.)
Ásia Menor e a África, difundindo a Alexandre, o Grande x Dario III
cultura da “Hélade” (cidades da Pérsia,
gregas) aos povos que dominou. Mosaico Romano Casa do
Fauno, Pompeia
Foco no conteúdo
DEMOCRACIA, CIDADANIA E ESCRAVIDÃO
A democracia na Grécia Antiga era muito diferente do conceito que
temos no mundo atual:
● Primeiramente, esse não era um conceito nem uma prática presente
nas centenas de sociedades que fizeram parte do mundo grego antigo;
● O conceito e a prática da democracia desenvolveram-se na cidade-
Estado de Atenas, durante o período clássico (séc. V-IV a.C.);
● A participação política estava restrita aos cidadãos. Nesse sentido,
mulheres, escravos e estrangeiros não eram cidadãos;
● Por ser exercida por um grupo restrito de pessoas, era uma
“democracia direta”, ou seja, as pessoas participavam diretamente das
assembleias e decisões, sem precisar eleger representantes.
Na prática
Leia o texto abaixo
Pólis é melhor traduzida como “cidade” e quando é referida à “cidade-Estado”
não deve ser compreendida como a concepção moderna de Estado, a qual
pressupõe uma unidade política soberana que se impõe sobre uma sociedade,
regida por uma constituição. A Grécia era composta por centenas de cidades
independentes, ainda que tenha ocorrido a formação de algumas alianças para
defesa comum. Numa cidade grega com composição democrática, o conjunto
daqueles ali considerados cidadãos participa diretamente da formulação e
execução tanto da legislação, como de decisões políticas e jurídicas. Para
Aristóteles, numa democracia, o cidadão é aquele que tem uma parte legal na
autoridade deliberativa e na autoridade judiciária. Os cidadãos, em sua
participação direta, constituíam o sustentáculo da estrutura da pólis
democrática e a condição dos não cidadãos colaborava para a manutenção de
tal estrutura. (TIERNO, 2014, adaptado)
Na prática
Por que se pode dizer que a existência de não cidadãos
colaborava para manter a democracia na Grécia Antiga?
a. Porque a cidadania era para todos, independentemente de classe
ou gênero.
b. Porque a cidadania não incluía as mulheres, nem era baseada em
renda.
c. Porque a cidadania atraía estrangeiros, que desejavam ser
incluídos.
d. Porque a cidadania mantinha o privilégio de um grupo, que exercia
o poder.
Na prática Correção
Por que se pode dizer que a existência de não cidadãos
colaborava para manter a democracia na Grécia Antiga?
d. Porque a cidadania mantinha o privilégio de um grupo,
que exercia o poder.
O funcionamento de democracia na Grécia Antiga tinha
participação dos cidadãos, que eram os homens, os não
estrangeiros e não escravos. Assim, esse grupo social mantinha
seus privilégios diante daqueles que não podiam participar da
vida política e das decisões que eram tomadas.
Aplicando
ALEXANDRIA: conexões e domínios
● Após a morte de Alexandre, o Grande (séc. IV
a.C.), seu amigo Ptolomeu asssumiu o controle
de Alexandria e de seu Império;
● Durante 300 anos, vigorou o Império Ptolomaico,
com os sucessores do rei sendo chamados de
Ptolomeu e as sucessoras, de Cleópatra;
● No séc. I a.C., Cleópatra VII aliou-se ao Império
Romano, tornando-se amante de Júlio César e,
depois, de Marco Aurélio;
● Com a expansão do Império Romano, Alexandria EXPANSÃO DA
tornou-se uma província dos romanos na África. ROMA ANTIGA
Séc. I a.C. – II d.C.
Aplicando
Reflita sobre a fundação de Alexandria:
● Alexandria foi estabelecida entre o Mediterrâneo e o lago Mareótis, em uma
estreita faixa de terra de frente para a ilha de Faros, com acesso a um dos
afluentes do Nilo. Quando Alexandre e seus auxiliares chegaram ao Egito,
teriam percebido aquela localização privilegiada, talvez entendendo a
necessidade de se fundar uma pólis no local;
● O conquistador também pode ter sido atraído pelo fato do local ser perto do
Egito. Assim, aproveitaria suas riquezas e, ao mesmo tempo, localizado em
suas extremidades, preservaria sua personalidade grega, escapando das
incursões de outros povos;
● Pode ser também que, ao conquistar um reino fechado como o Egito, poderia
tirá-lo de sua “concha”, buscando contato entre o novo domínio e a região de
fora, o Mediterrâneo, estimulando a navegação com o mundo grego.
(CLÍMACO, 2013, adaptado)
Na prática
Por que Alexandria teria sido uma cidade importante para
Alexandre, o Grande, para o Império Ptelomaico e, depois,
para o Império Romano?
Na prática Correção
RESPOSTA: A IMPORTÂNCIA DE ALEXANDRIA.
1. Posição estratégica: entre o mar Mediterrâneo e o lago
Mareótis, uma estreita faixa de terra de frente para a ilha de
Faros, com acesso a um dos afluentes do Nilo.
2. Proximidade com o Egito, aproveitando suas riquezas,
mantendo-se ao mesmo tempo vinculada às tradições dos
povos gregos e, depois, dos romanos.
3. Abrir o Egito ao mundo mediterrâneo, já que, anteriormente,
essa era uma região mais fechada ao contato com os
navegantes oriundos da Europa.
O que aprendemos hoje?
● O complexo cultural e político que significou as sociedades
que compunham a Grécia Antiga;
● Algumas manifestações das artes gregas;
● A participação política nas cidades-Estados: democracia
antiga, cidadãos, mulheres, escravos e estrangeiros;
● Alexandre, o Grande, a difusão dos valores gregos, com a
cultura helenística;
● Alexandria e o império ptolomaico: ptolomeus e cleópatras;
● Expansão de Roma sobre os povos da Antiguidade.
Referências
Slide 7 – ARISTÓTELES. Política, I, 1260 a-b, p. 32-3, citado por: CUCHET,
V. S. Quais direitos políticos para as cidadãs da Atenas clássica? Hélade. Vol.
4, nº 1, 2018, p. 49. Disponível em:
https://periodicos.uff.br/helade/article/view/13280. Acesso em: 19 jul. 2023.
Slides 8 e 9 – A arte grega e seus diferentes períodos. ArtRef. 26 Ago.
20221. Disponível em: https://arteref.com/movimentos/a-arte-grega/.
Acesso em: 19 jul. 2023.
Slide 9 – O Império de Alexandre, até ao fim do mundo. National
Geographic Portugal. Disponível em:
https://www.nationalgeographic.pt/historia/o-imperio-alexandre-ate-ao-fim-
do-mundo_2942. Acesso em: 19 jul. 2023.
Referências
Slides 11 e 12 – TIERNO, Patricio. Formação da pólis e surgimento da
democracia na Grécia antiga: história e consciência da Atenas clássica. 38º
ENCONTRO ANUAL DE ANPOCS. Caxambu-MG, 27-31 de out. 2014.
Disponível em: https://www.anpocs.com/index.php/papers-38-encontro/gt-
1/gt39-1/9209-formacao-da-polis-e-surgimento-da-democracia-na-grecia-
antiga-historia-e-consciencia-da-atenas-classica/file. Acesso em: 19 jul.
2023.
Slides 15 e 16 – CLÍMACO, Joana. A Alexandria dos antigos: entre a
polêmica e o encantamento. Tese de Doutorado em História. São Paulo, USP,
2013. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-
29072013-105942/pt-br.php. Acesso em: 19 jul. 2023.
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slide 4 – https://nationalgeographic.pt/historia/grandes-
reportagens/2968-os-jogos-olimpicos-na-antiguidade
Slide 5 – http://www.tcc.sc.usp.br/tce/disponiveis/8/8021101/tce-
03102018-172212/?&lang=br
Slide 7 – www.youtube.com/watch?
Slides 8, 9 e 10 – https://arteref.com/movimentos/a-arte-grega/
Slide 15 –
https://pt.wikipedia.org/wiki/Egito_romano#/media/Ficheiro:RomanEmpire
_117-pt.svg
Material
Digital

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