SUMÁRIO

1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2. Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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2.1. Tragédia Grega a partir do contexto

social . . . . . . . . . . . . . . . . . .4

2.2. Estrutura teatral trágica: A importância do

coro . . . . . . . . . . . . . . .6

2.3. Relacionando a atualidade com a construção de

personagens. . .7

3. Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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4. Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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 INTRODUÇÃO

Neste presente trabalho, será apresentada a relação entre o Teatro Grego e

um de seus principais gêneros teatrais, a tragédia. O Teatro Grego foi uma
manifestação artística muito importante para o desenvolvimento cultural da
Grécia, servindo de influência e inspiração também para outros povos da
antiguidade, até os dias atuais.
Considerada uma das primeiras civilizações, e marcante para a história de
toda a humanidade, a Grécia está entre os principais responsáveis pelos
conhecimentos e saberes que influenciam a sociedade contemporânea, ou
seja, se encontra presente no meio filosófico, político, cultural e artístico.
Apontada por suas filosofias e artes, foi a precursora de suma importância
para o surgimento do teatro, bem como a sua exploração no campo trágico,
trazendo a adoração aos seus deuses e dessa forma, expressando-a em
suas vestimentas, canções e danças. Com a sua cultura politeísta, tentou ao
máximo utiliza-la, seja na vida pública e religiosa, e nos campos artísticos,
como no caso das elaborações de peçais teatrais.
Devido à forte presença democrática da época, o coro surge como um item
de suma importância na composição do teatro trágico grego manifestando a
voz e a opinião social, desta maneira interferindo na trama do personagem
principal. Além disso, o coro revelava de forma exagerada as expressões
faciais através de máscaras e as performances musicais presentes nas
atuações.
Com o decorrer do tempo a arte foi drasticamente transformada passando
de uma era clássica para um estilo contemporâneo, que visa pela
diversidade e criatividade, com regras flexíveis que permitem configurar
uma nova identidade no meio artístico. Um exemplo disso é a construção de
personagens elaborada atualmente de forma lúdica, ou seja, de maneira
independente e dinâmica, diferentemente da criação feita na Grécia antiga.

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 DESENVOLVIMENTO

O contexto social Grego influenciou significativamente a construção de

personagens trágicos, tendo em vista a forma como a sociedade da época
se comportava em relação à política e cultura, trazendo-os desta forma para
o teatro local. A história do personagem principal possuía profunda relação
com o coro trágico, que intervia diretamente nas suas decisões e
comportamentos.
Atualmente, a construção de personagens, pode ser feita de forma lúdica e
independente, como veremos nos subcapítulos, sendo assim dissemelhante
ao modo clássico grego, que se apoiava a padrões e regras estabelecidas.

2.1. Tragédia Grega a partir do contexto histórico-social.

Atenas é considerada a terra natal do teatro antigo, e, sendo assim, também

do teatro ocidental, esse período entre os séculos 6 a.C. e 5 a.C. é
conhecido como o "Século de Ouro". Foi durante esse intervalo de tempo
que a cultura grega atingiu seu auge devido à crise da pólis, que sofria com
conflitos internos entre as suas principais cidades. O rei da Macedônia,
Felipe II, se aproveitou dessa instabilidade para dominar com o seu
poderoso exército os territórios gregos, onde tempos depois seu filho e
sucessor, Alexandre O Grande deu continuidade à dominação,
possibilitando a mesclagem de valores gregos e dos povos conquistados.
Essa mistura originou a cultura helenística.
Atenas tornou-se o centro dessas manifestações culturais e reuniu autores
de toda a Grécia, cujos textos eram apresentados em festas de veneração a
Dioniso. Essa era uma divindade da mitologia grega relacionada às festas,
fertilidade e vinho. Inúmeros festivais de teatro fizeram parte da Grécia
Antiga e eram apresentados durante o dia todo e muitos duravam vários
dias.
Nas celebrações Dionisíacas, que duravam cerca de uma semana, as
pessoas bebiam, cantavam e dançavam. Pouco a pouco, as festividades
foram evoluindo em organização e elaboração, chegando ao que hoje
conhecemos como o teatro com enredo, que é composto por atores, plateia,
encenações e outros. Segundo consta, o primeiro homem a realizar uma
encenação se chamava Téspis, que é considerado como o primeiro ator e
produtor teatral do Ocidente.
Os gêneros teatrais da Grécia Antiga eram divididos em duas categorias,
sendo elas a tragédia e a comédia. De maneira geral, a tragédia contava a

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história de deuses e heróis, já a comédia falava de homens comuns,
usufruindo do humor para ironizar e criticar alguns aspectos da pólis e da
sociedade, trazendo mensagens importantes para reflexão. Logo não
poderiam utilizar a imagem dos deuses pelo fato do gênero ridicularizar a
ideia de perfeição, ou seja, com esse respeito a figura religiosa, o humor
não poderia ser usado a eles, apenas as pessoas comuns poderiam ser
alvos de zombaria e humilhação.
Devido a essa prática politeísta, o teatro trágico grego tinha como finalidade
retratar a história de heróis deixados levar pelo o seu ego, colocando as
próprias decisões acima do que fora predestinado a eles por suas
divindades. Por conta desta rebeldia o desfecho do enredo era catastrófico
para o personagem principal.
Outro fator determinante, eram as máscaras. Elas possuíam a finalidade de
completarem o figurino dos artistas e retratavam na tragédia as expressões
faciais de forma exagerada e escandalosa, afim de serem vistas pelo
público de todos os ângulos da arena. Além disso, o formato da máscara na
região da boca servia como uma espécie de alto-falante para que ecoassem
por todo o local do espetáculo, já que naquela época não existiam as
tecnologias sonoras como conhecemos hoje.
Devido à forte imposição da imagem masculina, as mulheres eram
excluídas das exibições teatrais, já que, não eram consideradas cidadãs das
pólis. Dessa forma, as máscaras, antes utilizadas como artefatos
ritualísticos, podiam representar personagens de ambos os sexos.
Juntamente com essa visão patriarcal em relação ás mulheres, os povos
escravizados e não-gregos enxergados como incapazes e não merecedores
de prestar adoração e homenagem aos deuses gregos, eram privados e
negados de realizarem os papéis teatrais, mesmo que fossem homens.
A arquitetura dos teatros gregos possuía como característica marcante as
construções ao ar livre, chamadas de teatros de arena. Construídas
próximas as montanhas e em forma de meia-lua, para uma melhor acústica,
continham uma grande arquibancada para a plateia. Suas principais
características utilizavam da simetria, harmonia e proporcionalidade, que
eram considerados sinônimos de perfeição e beleza.
Deste modo, a matemática era considerada sinônimo de exatidão sendo
possível identificar sua presença nos mínimos detalhes de monumentos
históricos, na estrutura dos teatros e inclusive nos enredos teatrais e
apresentações. Enxergava-se a perfeição como um presente concedido
pelos deuses aos homens, que a incluíam em todas as esferas culturais
assim como no teatro.

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2.2. Estrutura teatral trágica: A importância do coro.

O teatro trágico grego possui características próprias fundamentadas em

histórias trágicas e dramáticas, possuindo personagens nobres e heroicos,
sendo eles deuses, semideuses e heróis mitológicos. Sua construção era
influenciada pela religião politeísta, isto é, a crença em vários deuses, e a
política aristocrata, referindo-se ao poder exercido apenas por homens
nobres da sociedade.
Outro fator determinante para sua construção era o coro, que executava
danças, cantos e movimentos formados por doze ou quinze membros que
comentavam com voz coletiva a ação dramática interferindo, agindo e
representando o meio social.
No século 6 a.C. na Grécia Antiga, antes do surgimento da tragédia, os
rituais prestados ao deus Dionísio eram marcados pelos coros musicais
realizados por cantores, que mais tarde fizeram parte do teatro clássico
grego. Ao decorrer das celebrações dionisíacas, eram realizados concursos
de autores, onde as pessoas dançavam e cantavam no templo, oferecendo
vinho ao deus. Com a evolução desta cerimonia, surgiram os diretores de
coro, sendo eles os organizadores das procissões.
A função do coro se resume aos comentários dos acontecimentos e dos
personagens, criticando valores de ordem social e moral, geralmente em
ocasiões de forte presença dramática e, por outro lado, tinha ainda o papel
de exercer a voz da opinião pública. Também manifestava a voz do bom
senso, da harmonia, da moderação e a exaltação dos protagonistas.
A cidade de Atenas, na Grécia, é considerada o berço da democracia. Lá,
os cidadãos se reuniam na praça principal, chamada de Ágora, para discutir
os problemas políticos e criar leis. Com isso os demais que eram livres,
possuindo idade superior aos dezoito anos e nascidos em Atenas poderiam
participar das Assembleias do Povo, porém as mulheres, estrangeiros e
escravos estavam excluídos, sendo, portanto, uma democracia limitada, o
que refletiu diretamente na formação teatral do coro, que retratava essa
desigualdade democrática excluindo esse grupo de pessoas e posicionando
apenas homens nobres.

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2.3. Relacionando a atualidade com a construção de personagens.

Ao observar o contexto histórico e social da Grécia antiga, é possível notar

os padrões delimitados pela sociedade que visava acima de tudo pela
precisão e a perfeição, sendo elas características impostas devido a crença
em deuses que as concediam como presentes. Esse ideal refletiu
diretamente no teatro e na construção de personagens, que também
almejava a exatidão em seus enredos, apresentações e figurinos como uma
forma de beleza.
As regras estabelecidas dentro da pólis no âmbito democrático também
eram encontradas na arte clássica grega, já que representavam essa esfera
política patriarcal, ou seja, exaltando a figura masculina. Assim não era
dado o espaço de reivindicação para os grupos considerados minoritários,
por homens nobres, que causavam terror e piedade no público através da
moralização trágica que acontecia nas apresentações teatrais como forma
de instruir moralmente as pessoas, fazendo com que essas relacionassem a
história apresentada com suas próprias vidas.
Com o decorrer dos séculos a história da humanidade é profundamente
marcada por acontecimentos que revolucionaram não apenas os meios
sociais comuns, como também o meio artístico. O principal fator que
transformou a arte para o modo como é conhecida hoje, foi a Segunda
Guerra Mundial que possibilitou o avanço da globalização trazendo uma
cultura de massa e novas tecnologias.
Outro acontecimento revolucionário artístico foi a Terceira Revolução
Industrial, que possibilitou novas formas de arte como as tecnológicas que
atualmente, por exemplo, abrangem o teatro dentro das mídias sociais,
quebrando padrões antes estabelecidos. Semelhantemente, no Brasil, com
a Ditadura Civil Militar, a perseguição política imposta pelo governo aos
artistas fez com que eles expressassem suas insatisfações e críticas
através de suas obras, onde consequentemente a arte se tornou um modelo
que visa a liberdade de expressão e a quebra de paradigmas.
Diante desses fatos, houve uma mudança de pensamento e comportamento
dessas sociedades que precisaram se adaptar as novas realidades sociais
resultando em uma profunda transformação artística, abrindo espaço para a
contemporaneidade, onde sua principal característica é a quebra de regras
refletindo diretamente no âmbito teatral.
A sociedade atual é um reflexo desses antecedentes, ou seja, significa que
o contexto histórico e social de hoje se deve as reviravoltas do passado com

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a arte sofrendo e gerando mudanças. Essas transformações permitiram a
liberdade criativa que estão se aperfeiçoando ainda mais com o presente
século, que é caracterizado pelo capitalismo que torna o meio artístico uma
mercadoria social sujeitando-o ao lucro. Outro atributo atual, é o avanço
tecnológico e digital que possibilitou não apenas algo visual, mas também
audível e interativo artisticamente.
Desta forma, em virtude desse cenário contemporâneo que trabalha com a
diversidade de estilos e técnicas, experimentações e criatividade, é possível
relacionar as aulas trabalhadas anteriormente na matéria, onde foi realizada
a criação de personagens lúdicos em forma de ilustração e interpretação,
como uma reprodução da presente realidade social que proporcionou
atuações sem padrões e regras de maneira dissemelhante assim da antiga
Grécia, e que se manifesta nas tecnologias atuais como as mídias sociais.
Em outras palavras, a produção de personagens atual é feita de maneira
livre e dinâmica devido as transformações sofridas, permitindo alterações no
conceito de arte bem como na forma de se retratar o teatro.

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 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos fatos mencionados, conclui-se que o surgimento da Grécia

afetou diretamente e significativamente a elaboração do teatro, e
consequentemente, a introdução de personagens trágicos, visto que, a
história desta civilização é marcada pelas representações de divindades,
como no caso do deus Dionísio, bem como, a imposição da imagem do
homem a mulher e aos povos escravizados e estrangeiros, características
essas que são facilmente observadas em obras trágicas.
Portanto, a importância dessa análise, está ligada ao fato de que o teatro
grego marcou a história antiga, influenciando até mesmo os demais povos
que levaram essa arte para suas províncias, tornando-a uma referência para
a cultura ocidental até hoje, ou seja, em nossa presente realidade vivemos
as heranças deixadas por essas civilizações, onde mesmo que de forma
indireta, ainda somos participantes dessas tradições.
Logo, a sociedade atual é grandemente influenciada pelo passado grego
que trouxe a cultura do teatro para a nossa realidade, permitindo não
apenas a criação de personagens com performances limitadas, mas agora
tornando-se possível realizar atuações diversificadas de estilos possuindo
tendências inovadoras. Tudo isso é viável graças ao contexto histórico atual
sendo caracterizado principalmente pelas tecnologias e meios digitais, que
possibilitam a inclusão do teatro na sociedade contemporânea.

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 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 INFOESCOLA, Teatro Grego. Disponível em:

https://www.infoescola.com/artes/teatro-grego/. Acessado em:
26/05/2022.

 TODA MATERIA, Tragédia Grega. Disponível em:

https://www.todamateria.com.br/tragedia-grega/. Acessado em:
26/05/2022.

 EDUCA MAIS BRASIL, Teatro Grego. Disponível em:

https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/teatro-grego.
Acessado em: 26/05/2022.

 SUA PESQUISA, Grécia Antiga. Disponível em:

https://www.suapesquisa.com/grecia/. Acessado em: 31/05/2022.

 UOL EDUCAÇÃO, Teatro grego - Diferenças entre comédia e

tragédia. Disponível em:
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/artes/teatro-grego-diferencas-
entre-comedia-e-tragedia.htm. Acessado em: 31/05/2022.

 E-DICIONÁRIO TERMOS LITERÁRIOS, Coro. Disponível em:

https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/coro. Acessado em: 06/06/2022.

 INFOPÉDIA, Coro Trágico. Disponível em:

https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$coro-tragico. Acessado em:
06/06/2022.

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