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Teoria do teatro

O teatro não é apenas o ato de apresentação de uma peça, mas sim uma forma de expressão de
comunicação. É preciso ter uma linha de feedback entre o comunicador e o comunicado. Toda essa
troca de informações começou com a necessidade de sobreviver e foi evoluindo até se transformar
em manifestações artísticas. Dentro desse enredo, podemos afirmar que o teatro é arte e a arte faz
parte da evolução humana. O fato é que para sobreviver é preciso estar preparado para constantes
mudanças, pois mesmo que tudo seja planejado com antecedência, muitas coisas podem acontecer
que não estavam dentro desse planejamento e muitas questões são interferidas por situações
externas. No começo da civilização o ser humano nem podia fazer um planejamento, pois não tinha
aptidão para isso e o seu cotidiano era feito de descobertas constantes. Claro, que se formos fazer
uma analise mais profunda, podemos concluir que mesmo com uma sociedade “evoluída” ainda
estamos em constante evolução e precisamos se reinventar constantemente para sobreviver.

Com a evolução da comunicação veio a necessidade e o hábito de transformar a vivência em


histórias e ensinamentos, onde surgiu as manifestações artísticas. Nossos ancestrais desenvolveram
a necessidade de contar histórias, ensinar e passar um legado de descobertas de geração em geração.

Esse legado de ensinamentos foi auxiliando na evolução da nossa espécie, foi interferindo no
cotidiano e com o tempo buscando mecanismos para facilitar o modo de viver a vida, tanto em
ações, quanto em crenças, como por exemplo, a crença de rituais. Com o tempo as peças teatrais
foram evoluindo e se adaptando conforme as manifestações culturais da sociedade, mas uma
característica permaneceu, o ato de ser ao vivo e presencial. Essa característica é o que diferencia o
teatro das outras manifestações artísticas, e o que faz o teatro ser único e insubstituível.
A presença dos atores, o clima, a energia, faz o público sentir uma nova viagem, mesmo assistindo a
mesma peça, Cada apresentação é única, mesmo sendo o mesmo texto, os mesmos atores ou o
mesmo palco.

Teatro na Grécia Antiga

Dionisio, Deus do vinho e da vida exuberante. As festas em homenagem ao Dionisio tem origem em
rituais de morte e nascimento. Dessa forma, quando se fala em tragédia vai estar ligada com morte e
comédia com vida. Essas festas eram uma “desculpa” para extravasar com muito vinho e também
celebravam as liberdades e prazeres, o que em uma época normal era proibido, principalmente para
as mulheres.

Nessas festas também aconteciam apresentações, os primeiros passos de uma grande jornada até
chegar no teatro atual. Os Ditirambos faziam apresentações, um grupo de homens fantasiados de
Sátiros que cantavam em homenagem ao deus Dionisio. Com isso, a festa era dividida no coro e
plateia. Com o tempo e evolução o Coro ganhou um condutor chamado Corifeu, que a princípio
ficava lado a lado dos outros “artistas”. O destaque do Corifeu foi aos poucos ganhando espaço até
ser separado dos outros apresentadores e com isso surgiu um espaço reservado e exclusivo, o atual
palco. O que era apenas uma apresentação simples, ganhou a vida teatral quando um dos interpretes
teve a grande ideia de interpretar o grande protagonista da festa, o deus Dionisio. Surgindo o
primeiro ator do mundo, onde uma pessoa interpreta ser um outro alguém.

O teatro pode ser dividido em duas principais categorias, a comédia e a tragédia. Tanto uma, como a
outra surgiram na mesma época e foram o berço do que temos hoje. A tragédia teve como pioneiros
o Ésquilo, Sófocles e o Eurípedes. Segundo Arístoteles, a tragédia era superior a comédia por tratar
de questões do cotidiano. Já a comédia, leva como pioneiros Aristófanes e o Menandro. A comédia
era considerada menos importante, pois estava ligada ao povo e não as altas classes, ou seja, ligada
ao homem comum.

Teatro no Império Romano

O ato de teatrar era tão importante quanto qualquer outra área e também tinha um peso
influenciador na sociedade, mas diferente da Grécia Antiga durante o Império Romano passou por
algumas modificações. Essa nova época foi marcada historicamente por sua inteligencia de guerra e
domínio de povos. Esse domínio também foi cultural, inclusive nos povos da Grécia Antiga. Um
exemplo é que os tradicionais deuses da Grécia, ganharam novos nomes em sua versão romana. O
deus do vinho Dionisio virou Baco, Zeus virou Jupiter, Afrodite virou Venus e assim em diante.

Apesar das peças teatrais serem apresentadas nas ruas, eram feitas escondidas, em palcos
provisórios. Porém, alguns teatros oficiais foram criados em Roma e inspirados nos modelos da
Grécia Antiga, como o Coliseu. A princípio o Coliseu, era um espaço para lutas de gladiadores entre
outras apresentações, onde o povo recebia pães e cereais. Essa era uma forma de manter o povo
saciado e entretido, não “sobrando tempo” para reclamar ou refletir sobre os problemas da época.

Uma nova era surgiu com o cristianismo, mais precisamente com o nascimento de Jesus Cristo, essa
seria uma nova reviravolta do teatro e da sociedade. O Messias pregava sobre o amor ao próximo e
a existência de apenas um deus, criando uma nova linha de pensamento e crença. As novas ideias
foram ganhando força com a propagação do boca a boca.

O Império Romano considerava essas novas ideias um crime e começou a perseguir os novos
adeptos dessa nova religião. Mesmo com tanta repressão, o cristianismo não perdeu força, pelo
contrário, foi ficando cada vez mais forte. O cristianismo conquistou o patamar de religião oficial
do Império Romano, mas o gosto do povo pelo teatro soava como uma ameaça. Foi então, que o
teatro começou a ser proibido por um bom tempo.

O retorno do teatro

Na idade média as apresentações eram feitas de outras formas, como teatro de malabarismo,
apresentações acrobáticas para os reis ou o povo, através do teatro de rua. Nessa mesma época a
igreja católica possuía um certo poder, juntamente com os reis, senhores feudais e a parte nobreza.
O cristianismo era a única religião permitida no ocidente, dessa forma todos tinham que viver com
os dogmas da igreja católica.

Algumas encenações mostrando a luta do bem e o mal eram feitas para reafirmar os dogmas
estabelecidos pela igreja e com isso surgiram outros tipos de encenações não religiosas. E assim, o
teatro retornou com força se espalhando pela europa ocidental. A evolução do teatro foi inevitável e
aos poucos foi ganhando forças. Junto com essa evolução teatral, os reis foram conquistando mais
poderes e se tornaram um “deus” pelo povo e súditos.

Os primeiros profissionais do teatro surgiram na Itália, eles ganhavam a vida fazendo


apresentações. As companhias de comédia Dell’Arte eram grupos de atores itinerantes que
apresentavam suas criações nas ruas. A forma dinâmica das apresentações permitia aos grupos
viajarem por toda Europa. As apresentações começaram a ter começo, meio e fim, já as piadas, os
truques de mágicas eram feitos com improvisos. Além disso, surgiram os lugares próprios para
essas apresentações, os palcos com cenários pintados de fundos para compor as cenas.
O Teatro Elizabetano

Essa paixão por atuar foi tomando proporções grandes e na Inglaterra ganharam a proteção legal da
nobreza e também eram pagos por ela. O teatro profissional da Inglaterra estava dando os primeiros
passos. A era Elizabetano foi primordial para o fortalecimento do teatro, onde poetas escreviam para
as apresentações e espaços teatrais foram surgindo. Nesse tempo apenas os homens podiam atuar,
pois os trabalhos das mulheres não eram reconhecido, onde os espetáculos era feitos de dia e eram
sinalizados por bandeiras: bandeira branca referente comédia e preta tragédia. O famoso Wilian
Shakespeare conquistou espaço nessa época, existem boatos que Shakespeare era um pseudônimo
de vários atores. O que poderia ser um boato pelo fato de Shakespeare não ser uma pessoa com
estudos.

Os próximos passos foram Molière, o Classicismo e o Barroco, na França. O Barroco veio para
substituir o renascimento e tinha o propósito de reinterpreta as artes clássicas, com alguns valores
diferentes. Essa transformação foi na música, poesia e chegou até os palácios das cortes. O Molière
foi destaque na comédia e saiu do anonimato, do teatro itinerante para a companhia real.

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