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TEORIAS DO TEATRO
1. A origem do Teatro
2. O Teatro grego
4. Teatro Medieval
6. Teatro Elizabetano
7. Classicismo Francês
8. Teatro Romântico
Expressão que designa todo o teatro que em determinada altura foi contra
as convenções vigentes da época, inovando dessa forma. O termo vanguarda
aparece no século XIX. Caracteriza-se como um fenómeno puramente burguês
do capitalismo e da situação socio-económica por ele criada. A vanguarda põe
em causa os valores, mas dentro de um grupo restrito de letrados, não sendo o
conjunto da sociedade considerado e dessa forma não participando nela. É
importante lembrar que toda a arte é um fenómeno social. Este é um termo
militar que deriva do francês avant-garde e significa a dianteira de um exército,
ou seja, a parte do exército que marcha à frente do grosso das tropas, na
primeira linha. É feito um uso metafórico dessa palavra, ao aplicá-la a uma
escrita que mostre evidentes inovações no estilo, forma e assunto. Em todas as
épocas, a vanguarda é como que um ataque frontal, muitas vezes organizado,
às formas e tradições literárias estabelecidas no seu tempo. Ela visa a
destruição do adversário, tornando irreconhecíveis os traços que o especificam.
No século XX, a mudança mais importante acontece na figura do
encenador. Este é a figura central, ultrapassando em importância, a figura do
dramaturgo. É possível ver a inovação nos cenários e palcos, passando estes a
ser em locais pouco convencionais, como é o caso de circos e fábricas. Há um
maior destaque para a iluminação, sendo esta explorada até aos limites, pela
tecnologia.
As primeiras peças a serem consideradas como teatro de vanguarda,
foram, no entanto, as dos artistas russos das três primeiras décadas do século
XX. Esta vanguarda artística acreditava que poderia criar um local onde as
suas utopias pudessem existir. Procuravam novas formas que expressassem
as novas realidades da vida soviética e faziam-no em todos os ramos da arte.
O teatro era, sem dúvida, o melhor meio para estes artistas realizarem a sua
visão de síntese de todas as artes. Isto é, em parte, devido à forte ligação que
os russos sempre tiveram com o teatro. Os palcos, as cortinas e os fatos
utilizados eram muitas vezes criados em colaboração com produtores como
Vsevolod Meyerhold, utilizando ideias construtivistas. É com a companhia
teatral de Meyerhold, e o seu afastamento do realismo, que se começa a
pesquisar inovações teatrais ao nível corporal e espacial. Há uma preparação
física intensa por parte dos actores, dentro de um método que Meyerhold
denominará de biomecânica. Além desta inovação, ele vai também recorrer ao
simbolismo e às formas cénicas populares (teatro de feira, music-hall, circo,
pantomina) de forma a produzir uma nova e desejada teatralidade. Cria
cenários que sugerem engrenagens de máquinas, andaimes, trapézios e,
também, um guarda-roupa apropriado a tais inovações. Meyerhold parte do
princípio que toda a relação humana e consequente conduta, expressa-se
através de olhares, passos e atitudes e não de simples palavras. Assim, o
corpo seria a “linguagem” por excelência, nas suas encenações. Esta
introdução de novos e absurdos elementos, criando quebras lógicas, tinha o
objetivo de reestruturar e reorientar a realidade.
É só mais tarde, após a segunda guerra mundial, que volta a estar em
voga o chamado teatro de vanguarda. O autor de vanguarda é avançado em
relação ao tempo em que se insere, é revolucionário pela sua forma de pensar
e escrever, e é sobretudo revolucionário pela sua concepção de teatro. Sabe
que as suas peças não serão aceites por todas as pessoas, mas ele escolhe o
seu próprio público. Ele é uma excepção no movimento artístico e intelectual do
seu tempo. O problema desta nova vanguarda reside no facto de se ter limitado
a um público específico (os intelectuais). Porém, Sanguinetti afirma que a nova
vanguarda é um problema de mercado e não um problema político ou de
classes. É necessário que haja uma política cultural que seja capaz de
propiciar o encontro entre massas e arte. As massas não entendem esta
vanguarda porque estão imersas numa sociedade de alienadas ideologias. É
por essa razão que não se reconhecem na obra que pretende representar a
sua própria condição. Assim, teatro de vanguarda em vez de abrir caminhos,
cria apenas labirintos pois não fornece indícios para a sua interpretação.