Você está na página 1de 22

ÁREA DE EXPRESSÕES

QUOTIDIANO CÉNICO
UFCD 4275

Francisca Elias

1. HISTÓRIA DO TEATRO
https://www.slideshare.net/mobile/valatao/histria-do-teatro-18692856

PRÉ HISTÓRIA

Grécia SÉC V E VI ANTES DE CRISTO

ROMA/BOBO DA CORTE – IDADE MÉDIA

RENASCIMENTO - 1600
COMÉDIA DEL ART - 1673–1722

BARROCO - século XVI e meados do século XVIII

SÉC XX – Jacques Lecoq estilo clown tal como é desenvolvida na Escola Internacional de
Mimo, Teatro e Movimento de Jacques Lecoq pertence à tradição da Escola do Vieux
Colombier criada por Jacques Copeau, que tem como base o espírito infantil e o jogo.-FRANÇA

file:///C:/Users/joao_/Downloads/77554-335396-1-PB.pdf

1.1. GÉNEROS TEATRAIS

Auto é um sub-gênero da literatura dramática. Tem sua origem na Idade


Média, na Espanha, por volta do século XII. Em Portugal, no século XVI, Gil
Vicente é a grande expressão deste gênero dramático. Camões e Dom
Francisco Manuel de Melo também adoptaram esta forma.O auto era escrito
em redondilhos e visava satirizar pessoas. Como os autos de Gil Vicente
deixam perceber claramente (vide, por exemplo, O Auto da Alma e O Auto da
Barca do Inferno), a moral é um elemento decisivo nesse sub-gênero.

->Comédia
A comédia é o uso de humor nas artes cênicas. Também pode significar um
espetáculo que recorre intensivamente ao humor. De forma geral, "comédia" é
o que é engraçado, que faz rir.
No surgimento do teatro, na Grécia, a arte era representada, essencialmente,
por duas máscaras: a máscara da tragédia e a máscara da comédia.
Aristóteles, em sua Arte Poética, para diferenciar comédia de tragédia diz que
enquanto esta última trata essencialmente de homens superiores (heróis), a
comédia fala sobre os homens inferiores (pessoas comuns da pólis). Isso pode
ser comprovado através da divisão dos júris que analisavam os espetáculos
durante os antigos festivais de Teatro, na Grécia. Ser escolhido como jurado de
tragédia era a comprovação de nobreza e de representatividade na sociedade.
Já o júri da comédia era formado por cinco pessoas sorteadas da platéia.
Porém, a importância da comédia era a possibilidade democrática de sátira a
todo tipo de idéia, inicialmente política. Assim como hoje, em seu surgimento,
ninguém estava a salvo de ser alvo das críticas da comédia: governantes,
nobres e nem ao menos os Deuses (como pode ser visto, por exemplo, no
texto As Rãs, de Aristófanes).
Hoje a comédia encontra grande espaço e importância enquanto forma de
manifestação crítica em qualquer esfera: política, social, econômica. Encontra
forte apoio no consumo de massa e é extremamente apreciada por grande
parte do público consumidor da indústria do entretenimento.
Uma das principais características da comédia é o engano. Frequentemente, o
cómico está baseado no facto de uma ou mais personagens serem enganadas
ao longo de toda a peça. À medida que a personagem vai sendo enganada e
que o equívoco vai aumentando, o público (que sabe de tudo) vai rindo cada
vez mais.

->Drama
A palavra drama origina-se na Grécia Antiga significando ação.
Aristóteles, em sua Poética, divide a literatura de sua época, que se originara
da forma oral, nos modos narrativo ou épico, dramático e misto. A partir desta
análise, central em toda a análise dos gêneros literários, teóricos dividiram a
literatura nos modos narrativo, dramático e lírico.
Drama é também usado como definição genérica de filmes, cinema,
telenovelas, teatro, substituindo-se estes termos (ex: O drama de Ibsen,
significando o teatro de Ibsen).

->Farsa
Farsa é uma modalidade burlesca de peça teatral, caracterizada por
personagens e situações caricatas. Difere da comédia e da sátira por não
preocupar-se com a verossimilhança nem pretender o questionamento de
valores.
->Melodrama
O termo melodrama tem significados muitas vezes contraditórios e é aplicado
com diferentes significados a formas artísticas diversas e ocorrências variadas
e/ou em distintas ocorrências dentro dos meios de comunicação de massas.
Originário do grego μέλος = canto ou música + δράμα = ação dramática, refere-
se, algumas vezes, a um efeito utilizado na obra, outras como estilo dentro da
obra e outras como gênero. Existe desde o século XVII principalmente na
ópera, no teatro, na literatura, no circo-teatro, no cinema, no rádio e na
televisão.

->Ópera
O mélodrama na ópera consiste num procedimento onde a fala e a música, em
vez de andarem juntas se alternam, quando uma frase musical anuncia e
prepara a frase falada.

->Monólogo
Em teatro ou oratória, um monólogo é uma longa fala ou discurso pronunciado
por uma única pessoa ou enunciador. O nome é composto pelos radicais
gregos monos (um) + logos (palavra, ou idéia), por oposição a dia (dois, ou
através de) logos.
Monólogo é a forma do discurso em que o personagem extravasa de maneira
razoavelmente ordenada seus pensamentos e emoções, sem dirigir-se a um
ouvinteespecífico.
No Monólogo é comum que os actores rebusquem pensamentos profundos
psicologicamente, expondo idéias que podem até transparecer que há mais de
um ator em cena, mas que no real exija somente uma pessoa durante a cena,
enfim monólogo está associado a um conflito psicológico que não
necessariamente seja individual.

->Revista
A Revista é um género de teatro, de gosto marcadamente popular, que teve
alguma importância na história das artes cénicas, tanto no Brasil como em
Portugal, que tinha como caracteres principais a apresentação de números
musicais, apelo à sensualidade e a comédia leve com críticas sociais e
políticas, e que teve seu auge em meados do século XX.

-Stand-uPcomedy
Stand-up comedy é uma expressão em língua inglesa que indica um
espetáculo de humor executado por apenas um comediante. O humorista se
apresenta geralmente em pé (daí o termo 'stand up'), sem acessórios, cenários,
caracterização, personagem ou o recurso teatral da quarta parede,
diferenciando o stand up de um monólogo tradicional. Também chamado de
humor de cara limpa, termo usado por alguns comediantes.
O texto é sempre original, normalmente construído a partir de observações do
dia-a-dia e do cotidiano. Praticamente qualquer coisa pode ser usada como
ingrediente na comédia stand-up. Muitos comediantes trabalham durante anos
para lapidar 60 ou 70 minutos de material humorístico, que normalmente
executam aos pedaços várias e várias vezes, aperfeiçoando lentamente cada
piada com o passar do tempo. O estilo é considerado por muitos um dos
gêneros mais difíceis de se executar e dominar, talvez porque o artista em
cena esteja desarmado, despido de personagens, apresentando suas idéias à
respeito das coisas do mundo, e ainda esteja à mercê da platéia: não raro
deve-se ajustar rapidamente sua apresentação de acordo com o humor e gosto
de uma platéia específica. Ainda, as habilidades necessárias pra ser um stand-
up comedian são diversas; é freqüentemente necessário que se assuma de
forma solitária os papéis de escritor, editor, artista, promotor, produtor, e
técnico simultaneamente.

->Musical
Teatro Musical é um estilo de teatro que combina música, canções, dança, e
diálogos falados. Esta delimitada por um lado pela sua co-relação com a ópera
e por outro pelo cabaré, os três apresentam estilos diferentes, mas suas linhas
deliminatórias muitas vezes são difícies de conceituar.

->Surrealismo
O Surrealismo foi um movimento artístico e literário surgido primariamente em
Paris dos anos 20, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o
modernismo, reunindo artistas anteriormente ligados ao Dadaísmo e
posteriormente expandido para outros países. O surrealismo enfatiza o papel
do inconsciente na actividade criativa. O seu representante mais conhecido no
cinema é Luis Buñuel.

->Tragédia
Tragédia é uma forma de drama, que se caracteriza pela sua seriedade e
dignidade, frequentemente envolvendo um conflito entre uma personagem e
algum poder de instância maior, como a lei, os deuses, o destino ou a
sociedade.
.

->Tragicomédia
Tragicomédia é a mistura de tragédia com comédia, em peças e filmes. É a
mistura do trágico com o cômico. Originalmemnte, significava a mistura do real
com o imaginário. Têm-se que é a tomada da vida quotidiana e absurda com
um toque especial de comédia, de forma a descontrair; deixá-la verdadeira e
engraçada. Tomam-se temas como violência, morte, roubos, dentre outros e a
estes é dado o humor. Muito disso, hoje em dia, é feito em diversas peças
teatrais e diversos filmes. Isso é um dos pontos fortes o qual o teatro possui
grande sucesso e expansão de comedia.

->Teatroinfantil
O teatro na escola tem uma importância fundamental na educação, fazendo,
em Portugal, parte do currículo escolar obrigatório do primeiro ciclo.

2. O Teatro como Espaço Físico e Glossário

Define-se Teatro como sendo o “edifício onde se representam obras


dramáticas, óperas, etc.”. Ao longo da história, o espaço onde se
apresentavam as obras sofreram inúmeras mudanças em sua estrutura física.
Dos colossais teatros gregos erguidos a céu aberto na beira das encostas,
passando pelos coliseus romanos, evoluiu-se para um teatro fechado, cheio de
indumentárias e parafernálias tecnológicas, com o intuito de dar mais realismo
às cenas, através de efeitos de luz, som etc., bem como de dar conforto aos
espectadores.

Vejamos os principais modelos de palcos a seguir:

RIDER TÉCNICO

Palco Italiano - normalmente rectangular em forma de caixa aberta na parte


frontal, situado ao fundo e em plano acima da plateia, provido de moldura
(boca-de-cena), bastidores laterais, bambolinas e cortinas ou pano-de-boca, e,
não raro, um espaço à frente (o proscénio), destinado à orquestra. É o mais
conhecido e utilizado dos teatros modernos, e divide-se em:

Tablado – É o palco, propriamente dito, e geralmente é constituído de madeira;

Proscénio – (parte da frente palco) Nos antigos teatros gregos, romanos e


elizabetanos, era o espaço de maior dimensão compreendido entre a cena e a
orquestra (plateia), onde se desenrolava a maior parte da acção dramática.
Actualmente, no palco italiano, é a parte anterior, de menor dimensão, que vai
do quadro do palco, do pano de boca, até o limite com a plateia;

Ribalta – É uma fileira de lâmpadas nas laterais do palco;

Gambiarra – Fileira rente de lâmpadas, com as mesmas finalidades da Ribalta,


suspensa fora do raio visual do espectador sobre o cenário, projectando luz no
plano de cena;
Cortinas de lado – São chamadas de “Pernas”. Panos colocados nas laterais
do palco, servem como coxia para tampar o actor antes de entrar em cena.
Devem ser pretos;

Bastidores – É o espaço que contorna o cenário, no palco do teatro. É


também chamado de “Coxia” e fica antes da Perla;
Panos de fundo – São quatro os panos de fundo dispostos no palco:
- Primeiro pano de fundo – Usado na cor preta ou escura (é chamado pano de
fundo mesmo);

- Segundo pano de fundo – Chama-se Rotunda e deverá ser da cor marrom


escuro;
- Terceiro pano de fundo – Chama-se Ciclorama, e deverá ser de cor branca;
- Quarto pano de fundo – Também pode ser a parede de fundo (se a cor for
clara);

Tapadeiras – São cortinas que ficam acima do palco e servem para esconder
as lâmpadas e reflectores, impedindo assim que os reflexos dos mesmos
cheguem aos olhos dos espectadores;
Urdimento – No palco dos teatros é o travejamento do teto e dos sótãos que
ficam por cima deles;

Bambolina – É uma faixa de pano que, seguida de uma série de outras,


situadas no urdimento do palco italiano, se une aos bastidores para esconder
os reflectores e completar o espaço cénico, sugerindo céu, teto, galhos de
árvores etc.

Bandon ou Bandolin – São cortinas de pano que ficam em cima, na frente do


palco;

Camarim – É o lugar onde os actores se trocam e se concentram antes de


entrar em cena. É onde se transformam na personagem que deverá encarnar;

Os outros teatros conhecidos são:

Teatro de Arena - Espaço teatral aberto ou fechado com palco circular abaixo
da plateia, que envolve totalmente.Teatro Elisabetano - Também chamado de
teatro isabelino, é aquele que tem o proscénio prolongado, formando uma
semi-arena central, com um segundo plano (muitas vezes coberto) onde
existem algumas aberturas tipo janela. Apareceu na Inglaterra, no período de
Shakespeare, sendo por isso também chamado de teatro à inglesa ou
Shakesperiano.Teatro Espanhol - Espaço teatral urbano surgido na Espanha
no século XVI. Consistia num palco aberto limitado por edifícios urbanos de
diferentes níveis com um palco elevado ao fundo.Teatro Grego - Espaço teatral
da Grécia antiga e primeira forma conhecida de organização teatral. Era
construído em pedras e aproveitava o declive natural do terreno para conformar
um teatro aberto, com palco rectangular ao fundo, um área circular central
apara o coro e uma plateia que o envolve em semicírculo.Teatro Neutro/Teatro
Múltiplo Uso - Espaço aberto ou fechado que se adapta a diferentes
disposições de palco e plateia.Teatro Romano - Espaço teatral da Roma
Antiga. Construído em pedras, formavam espaço semicircular com palco
central e abaixo da plateia que o circundava.

Divisões do Palco Italiano

O palco italiano, tal qual o conhecemos, possui nove divisões, conforme o


esquema abaixo.Cada uma das letras representadas sobre o tablado,
constituem uma posição do palco. Portanto, temos aí as 27 subdivisões do
palco italiano. O que irá determinar a localização exacta será a posição
adoptada para observação. De acordo com as divisões acima, classificamos o
palco em dois planos: Vertical e Horizontal.

PLANOS VERTICAIS

Como o próprio nome já sugere, os planos verticais cortam o palco


verticalmente. São eles:

- Plano Esquerdo - Corta o palco no seu lado esquerdo, e são representados


pelas letras ABC, JKL, STU.

- Plano Médio - Corta o palco verticalmente exactamente no centro do palco, e


são representados pelas letras DEF, MNO, VXY.

- Plano Direito - Corta o palco na sua parte direita, e são representados pelas
letras GHI, PQR, WZÇ.
PLANOS HORIZONTAIS

São os planos que cortam toda a extensão do palco, e são também em número
de três. São eles:

Plano Alto - Cortam o palco na sua parte superior, e são representados pelas
letras ABC, DEF, GHI.

Plano Médio - Cortam o palco na sua parte mediana, e são representados


pelas letras JKL, MNO, PQR.
Plano Baixo - Cortam o palco na sua parte inferior, e são representados pelas
letras STU, VXY, WZÇ.
Para localizarmos uma posição qualquer no palco, temos que usar como
referência os dois planos simultaneamente: horizontal e vertical. Temos ainda
que levar em conta se estamos “sobre o palco” ou “de frente” para ele. Um
observador na frente do palco vê o ponto A à sua esquerda; já um actor em
cima do palco, de frente para esse mesmo observador terá o ponto A à sua
direita.
Como exemplo, vamos localizar no palco, na visão do Director (fora do palco),
o seguinte ponto: DIREITA/MÉDIA/ESQUERDA. Se você pensou um
pouquinho e observou com atenção as explicações dirá, sem sombra dúvidas,
qual é a resposta correcta. Expliquemos: A primeira coisa que se localiza no
palco será sempre o plano vertical. Quando dissermos DIREITA, estaremos
nos referindo ao Plano Direito, portanto temos que, de cara, procurarmos nas
letras GHI, PQR, WZÇ. O segundo passo é decifrarmos o segundo termo:
MÉDIA. Esse termo refere-se a uma posição do Plano Horizontal (Alto, Médio
ou Baixo). Portanto isso quer dizer que a nossa letra será uma das que estão
do lado direito do Plano Médio: PQR. Já sabemos, portanto, que a nossa letra
é uma dessas três. Falta-nos somente saber em que posição ela está: à direita,
no centro ou à esquerda. O último item nos dá a exacta posição. Resposta
correcta, letra P.
Vamos localizar mais um ponto. MÉDIO/ALTO/DIREITO. O Plano Médio é
constituído pelas letras DEF, MNO, VXY. Por exclusão do segundo plano, o
Alto, temos as letras DEF. O último item é apenas para sabermos a posição
dentro do plano. Resposta correcta: letra F.

GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS DE TEATRO - RIDER TÉCNICO

ABRAÇADEIRA: Peça de metal em vários modelos para fixação ou conexão de


elementos e peças. Utilizados na amarração de varas e outros equipamentos
cenográficos.
ACÚSTICA: A qualidade da sala de espetáculos no que diz respeito a
transmissão do som. Problemas acústicos geralmente são complexos em sua
natureza e muito dinheiro e horas de trabalho podem ser economizados com a
consulta de um engenheiro ou arquiteto especializado desde o início do
processo de projeto de um teatro.
ADERECISTA: Profissional que executa as peças decorativas e/ou os
adereços cênicos do espetáculo. Faz escultura, entalhe, molde em gesso,
bonecos etc.
ADEREÇOS: Acessórios cênicos de indumentária ou decoração de cenários.
"O espetáculo não tinha uma cenografia implantada, era todo feito à base de
adereços que entravam e saiam de cena a todo momento". Objetos de cena.
ALABAÇA: Pedaço de madeira com cerca de 1m, usado para fazer a emenda
de duas partes de um longo sarrafo. Pode ser também a emenda de uma vara,
uma americana ou um elemento cênico.
ALÇAPÃO: Abertura do chão do palco, dissimulada aos olhos dos
espectadores, para encenar efeitos de aparição e desaparição de atores ou
objetos cênicos.
ALDRAVA: Tranqueta de metal com que se fecha a porta, com dispositivo que
permite abrir e fechar por fora. Um tipo de tranca ou fechadura.
AFINAÇÃO: Na cenotécnica é o ajuste das varas ou peças de vestimenta
cênica para nivelamento de suas alturas e distâncias, geralmente efetuado
através da correção do comprimento de cordas ou cabos de aço, esticadores e
alinhamento de cadarços ou barras.
AMARRAÇÃO: É a fixação final do cenário. Depois de o cenário estar de pé,
colocado no lugar, faz-se a amarração, usando-se pedaços de sarrafo,
esquadros, mãos francesas etc., para que o cenário não balance. Mais comum
em cenários de gabinete.
AMERICANA: Estrutura geralmente de madeira, feita em forma de treliça, onde
se penduram cenários ou cortinas. Normalmente ela tem um comprimento
longo e uma largura aproximada de 30cm. Corresponde a uma vara, só que
estruturada para receber mais peso ou vencer grandes vãos.
APONTAR: Aponta-se um prego quando ele não é enterrado até o fim. O prego
fica com a cabeça uns 5mm para fora, facilitando a sua retirada quando
necessário. Muito usado quando o cenário ainda não está fixado, ou quando
tem-se que montar e desmontar o cenário muitas vezes por semana.
ARARA: Uma estrutura feita em madeira ou metal, onde se colocam os cabides
com os figurinos do espetáculo. Normalmente ficam nos camarins ou nas
coxias do palco. Geralmente é feita com dois pés laterais ligados no alto por
um cano ou madeira arredondada.
ARENA: Área central de forma circular, onde acontecem espetáculos teatrais.
Palco do teatro grego. Área central coberta de areia, nos antigos circos
romanos. Arena (picadeiro): o espaço central do circo onde se exibem os
artistas da companhia.
ARQUIBANCADA: Estrutura onde são fixados assentos simples ou bancos
para o público. Geralmente utilizadas em espaços alternativos e salas multi-
uso.
ARQUIBANCADA RETRÁTIL: Estrutura telescópica com assentos e encostos
dobráveis, que pode ser recolhida até atingir a profundidade de uma fileira.
Utilizada para organizar as tipologias cênicas de uma sala multi-uso ou teatro
black-box.
ARQUITETURA CÊNICA: Estruturação e organização espacial interna do
edifício teatral, relacionando diversas áreas como cenotécnica, iluminação
cênica e relação palco-platéia. É toda arquitetura que se relaciona mais
diretamente com o espetáculo.
ASSOALHO: Pavimento de madeira que forma o piso do palco. O piso do palco
de teatro deve ser executado em madeira por alguns importantes motivos:
facilidade de implantação (fixação) do cenário, som, e estabilidade dos atores.
A madeira mais indicada para sua execução é o freijó, geralmente montado em
pranchas com encaixe macho-fêmea.
AUDITÓRIO: Edifício projetado e equipado para atender à realização de
conferência ou eventos que não envolvam maquinaria cênica. Devem ser
atendidas necessidades básicas de som e luz de acordo com os requisitos
específicos.
BALCÕES: Níveis de assento para o público localizados acima da platéia.
Geralmente são dispostos no fundo da sala. Podem avançar pelas paredes
laterais até a boca de cena, arranjo que é muito encontrado em teatros do tipo
ferradura.
BAMBOLINA: Faixa de pano, normalmente preta, que, seguida de uma série de
outras situadas no interior da caixa cênica de um palco italiano, se une aos
bastidores ou pernas, para completar o contorno do espaço cênico
(mascaramento da cena). São as bambolinas que fazem o acabamento na
parte superior do palco, não permitindo que sejam visíveis para a platéia as
varas de luz e demais equipamentos.
BAMBOLINA MESTRA: Equivalente à primeira bambolina do palco, é utilizada
quando não é necessária ou possível a instalação de um regulador horizontal
junto à boca de cena. Equivalente a um bastidor horizontal e pode ser
executada em tecido como as demais bambolinas, mas geralmente é uma peça
rígida.
BASTIDOR: Armação feita de madeira, forrada de tecido, que pode ser
disposta nas partes laterais do palco para estabelecer, junto com as
bambolinas, a especialidade desejada para o palco. Podem substituir as pernas
ou formar com elas um conjunto para a definição das coxias. As vezes o
bastidor também é usado como peça de cenografia, nas composições de fundo
ou paredes de cenários.
BILHETERIA: Lugar do teatro onde se vendem, trocam ou reservam ingressos
para os espectadores.
BOCA DE CENA: Abertura frontal do palco que delimita horizontal e
verticalmente o espaço visual da cena. Recorte na parede frontal do palco,
pode ser variada através do uso de reguladores verticais e horizontais.
BIOMBO: Conjunto de dois ou mais painéis/tapadeiras montados em ângulo,
autoportantes.
BONECO: Figura de trapo, louça, madeira, plástico, papier-machet etc., que
imita um ser humano. Muito usado em teatro como adereço cênico. Termo
também usado para significar o modelo de um programa ou cartaz.
BONECO DE VARA: Boneco montado em varas, para permitir movimentos.
Espécie de fantoche.
BORBOLETA: Tipo de porca com duas aletas, com aperto manual, usado em
conjunto com parafusos passantes de rosca. Facilita a montagem e
desmontagem de peças do cenário.
CABINE DE CONTROLE: Sala geralmente localizada ao fundo da platéia, onde
são instalados os equipamentos para controle dos sistemas de controle dos
equipamentos cenotécnicos, de iluminação cênica e sonorização. CAIXA
CÊNICA: Volume do palco. A caixa onde se situam todas as estruturas do
palco e os maquinismos cênicos.
CAMAREIRA: Encarrega-se da conservação das peças de vestuário utilizadas
no espetáculo, limpando-as, providenciando a sua lavagem. Auxilia os atores e
figurantes a vestirem as indumentárias cênicas, organiza o guarda-roupa e
embalagem dos figurinos em caso de viagem.
CAMARIM: Recinto da caixa dos teatros onde os atores se vestem e se
maquiam.
CAMBOTA: Um painel de madeira em forma curva, usado muitas vezes para
fazer as partes curvas do ciclorama ou um canto de parede. CANTONEIRA:
Peça em madeira ou perfil metálico em forma de L para reforçar quinas ou
ajustar cantos de peças de cenários.
CARPINTEIRO TEATRAL: Profissional que executa peças cenográficas:
portas, janelas, mobiliário, sanefas e demais objetos projetados pelo cenógrafo.
CARRETILHA: Pequena roldana, em ferro, usada com cordas para facilitar a
subida ou decida de elementos cênicos.
CATA-CABO: Uma peça geralmente de ferro, usada em palcos giratórios.

RIDER TÉCNICO

https://www.slideshare.net/mobile/valatao/histria-do-teatro-18692856

ENCENADOR

Para que um espectáculo vá a público, uma série de profissionais dos mais


diversos gabaritos é accionado. Desde um simples Contra-regra, passando por
Iluminador, Cenógrafo, Figurinista, Sonoplasta etc., até chegar à figura do
Director vão-se muitos meses de ensaios e trabalhos meticulosos de pesquisa
e desenvolvimento de personagens e aparatos técnicos. Vejamos os principais
encenadores:

O DIRECTOR

Se hoje é difícil imaginar a montagem de um espectáculo sem antes pensar na


figura de um Director, implacável e meticuloso, que coordena todas as
actividades do grupo teatral desde a escolha da peça até sua estreia em
grande estilo, saiba que nem sempre foi assim. Essa figura, tal como a
conhecemos, só veio a surgir no século XIX.
Na História do Teatro há várias referências ao aparecimento da figura do
Director. Alguns historiadores denominam esse fato como “o acontecimento
director” ou “a ditadura dos directores”, entre outras denominações.
A palavra “regisseur” (maestro) – director, em russo – aparece pela primeira
vez no “Regulamento da Direcção Teatral Imperial”, em 1825, mas somente no
sentido administrativo, substituindo o antigo termo de “inspector da
companhia”. Eram, geralmente, os actores mais experientes que coordenavam
seus companheiros no espaço cénico e regulavam a interpretação. Mais tarde,
as intervenções dos autores multiplicaram-se; foi Gogol o primeiro a pronunciar
a frase “conjunto do espectáculo”. Passaria então meio século para que as
funções do “regisseur” e do “maestro de conjunto” fossem reunidas numa só
pessoa, entrando, assim, o teatro em uma nova fase de sua evolução. Apia,
Craig e Reinhardt são os primeiros que, com talento e paixão iniciam esse
processo, seguidos por Stanislaviski.

ASSISTENTE DE DIRECÇÃO

Auxilia e assiste o Director em todas as suas atribuições, participando do


processo criador. Zela pela disciplina e andamento dos ensaios na ausência do
Director, actuando também como elemento de ligação junto à produção, equipe
artística e técnica. Na ausência do Director, a responsabilidade de toda a parte
artística poderá lhe ser delegada.

DIRECTOR DE CENA

Encarrega-se da disciplina e andamento do espectáculo durante a


representação. Ele faz cumprir as normas do trabalho, elabora tabelas de
avisos notificando o corpo técnico e artístico, comunica ao contra-regra as
irregularidades, os problemas de manutenção de objectos, cenários e figurinos.

CONTRA-REGRA

Executa a tarefa de colocação de objectos em cena e decoração do cenário e,


guardando-os em local próprio, cuida da manutenção, solicitando aos técnicos
os reparos necessários. Dá sinais para o início e intervalo dos espectáculos,
para actores e o público. Executa a limpeza do palco e ainda é encarregado
pelos efeitos e ruídos na caixa do teatro, segundo as exigências do
espectáculo.

ACTOR

Cria, interpreta e representa uma acção dramática, baseando-se em texto,


estímulos visuais, sonoros ou outros, previamente concebidos por um autor ou
criado através de improvisações individuais ou colectivas. Utiliza-se de
recursos corporais e emocionais, como o objectivo de transmitir ao espectador
o conjunto de ideias e acções dramáticas propostas, recursos técnicos para
manipular bonecos, títeres e congéneres. Pode interpretar sobre imagem ou
voz de outrem. O actor deve ser capaz de buscar aliar a sua criatividade
criadora à do Director, a fim de conseguirem um resultado mais satisfatório.

ERROS FREQÜENTES NO TEATRO

- Não dê as costas para o público (a não ser que a cena assim o exija) e não
fiques muito no fundo do palco. Fique sempre de frente ou de perfil, de modo a
formar um ângulo com o corpo para que seu perfil frontal fique à mostra;
- Atenção na cadência da voz. Respeite pontuações, como vírgula e ponto final;

- Em cena, não cubras e nem sejas coberto por outro actor;


- Jamais olhe o público de relance, procurando pessoas conhecidas ou quando
o chamam pelo nome;

- Quando perceberes que o companheiro esqueceu o texto, improvisa, até que


este se lembre do restante;

- Cuidado com a interpretação excessivamente estática, parada. O teatro não


tem os recursos técnicos do cinema e da televisão, e o movimento é essencial;
-Evita os chavões clássicos, como por exemplo, olhar o pulso para indicar que
está atrasado; passar a mão excessivamente na cabeça, para demonstrar
angústia interior etc.

Exercícios Práticos

Enumero aqui alguns exercícios práticos, para que o actor sempre os pratique,
a fim de que não perca sua capacidade técnica.
CONCENTRAÇÃO

Primeiramente, relaxe todos os músculos e tome conta de seus pensamentos.


Não faça nada enquanto não conseguir dominar seus instintos. Tente ficar
parado em uma posição durante vários minutos, sem piscar se possível.
Aprenda a dominar também o corpo. Passe um bom tempo de olhos fechados.
Não os abra de maneira alguma. Procure obedecer às ordens que der a si
mesmo.
Passando por esse estágio, concentre-se em um tipo humano, diferente de
você. Saia às ruas e dê vazão a esse novo ser. Haja de modo que mantenha a
sua normalidade. Procure imaginar-se em outro lugar e em outro tempo.
Sozinho ou com outros amigos, forme as personagens e os interprete,
improvisando. Desta maneira, desenvolverá também o raciocínio rápido.

IMPROVISO

Forme qualquer personagem, traçando sem paralelos principalmente as


principais e arrisque um monólogo sem ter nada preparado, sozinho ou em
grupo. Faça um jogo: um começa a contar qualquer fato, parando pela metade,
deixando o outro concluir. Deixe a mesma história ter várias interpretações.
Procure não cair em contradição. Por exemplo, se alguém disser que a
personagem morre em uma mansão, por mais que surjam interrupções,
ninguém poderá dizer que esta passa fome. Assim exercitará também a
interpretação. Procure interpretar a história. Grave tudo e depois ouça.

MEMÓRIA

Em grupo, uma pessoa diz uma palavra qualquer. Exemplo: Boneca. A


segunda dirá esta e mais outra: boneca e cinzeiro, e assim por diante. Se tiver
dons para o desenho, procure esboçar o rosto de um conhecido, só com a
memória. Procure ao menos descrevê-lo. Leia um texto e procure reproduzi-lo
pelo que lembra.
Sozinho, de preferência antes de dormir, procure se lembrar de cada detalhe
do seu dia que está terminando. Busque na memória, por exemplo, que horas
acordou, o que comeu no café da manhã, no almoço, a disposição dos
alimentos no prato, com quem conversou, o que conversou etc., até o momento
de dormir. Nos exercícios de memória, o mais importante é haver uma grande
riqueza de pormenores concretos. É igualmente necessário que este tipo de
exercício seja praticado com absoluta regularidade, quase como rotina diária,
de preferência em determinado momento do dia (à noite, por exemplo). Serve
para desenvolver a memória, mas também para aumentar a atenção: cada qual
sabe que terá de lembrar-se de tudo que vê, ouve e sente, e assim aumentará
extraordinariamente sua capacidade de atenção, concentração e análise.

DICÇÃO

Fala durante 15 minutos com um lápis atravessado na boca, de forma a


dificultar os movimentos da língua. Procura ler, de uma só vez, uma bula de
remédio. Normalmente são constituídas de palavras polissílabos, que dificultam
a dicção. Pratica o som de todas as letras no espelho, procurando reconhecer
sua inflexão e movimento bocal.
“M” (Consoante Bilabial)
O mameluco melancólico meditava e a megera megalocéfala, macabra e
maquiavélica, mastigava mostarda na maloca miasmática. Migalhas minguadas
de moagem mitigavam míseras meninas. Moleques magricelas mergulhavam
no mucurro murmurinhando como uma matinada de macacos. A mucama
modulando monótonas melodias, moía milho e macaxeira para a moqueca e o
mungunzá do medonho mercado de mungangalas.
“P” (Consoante Bilabial)
Pedro Paulo Pacífico da Paixão, pacato e pachorrento, preto de propriedade do
meu pranteado pai, provou uma pinga e promoveu uma pagodeira com a
população do porto. Foi um pânico de pasmar. Um pega pra capar, e o Pedro
Paulo Pacífico da Paixão foi preso pela polícia por proferir palavras impróprias
para pessoas de pejo.

TIMBRE

Procura aos poucos formar uma voz mais grave e mais aguda, de modo que
este alcance maior versatilidade.

LABORATÓRIO

É preciso ter sempre em mente que, antes de interpretar qualquer personagem,


o actor deverá sempre fazer um laboratório completo deste. Analisá-lo e
procurar cenas que não estejam explícitos no texto. O actor, antes de tudo,
deve conhecer profundamente a sua personagem.
Lembre-se que todos os exercícios são difíceis e não será da primeira vez que
serão feitos a contento. Só o tempo conduzirá ao êxito. Portanto,
PRATIQUEM!!!

Os Dez Mandamentos do bom actor

Aqui estão algumas regras básicas que você deverá seguir no teatro. Lembre-
se, elas são essenciais para o seu sucesso nessa nobre arte:
Auto-disciplina: um actor precisa ter sempre em mente suas obrigações para
com o grupo e para consigo mesmo. Nunca deixe de fazer os exercícios
propostos;
Boa dicção: lembre-se que quando não entendemos o que ouvimos, não nos
interessamos pela que estamos vendo. Por isso policie sempre a sua voz;

Bons sentimentos: o público que irá ver uma peça sua esperará ver algo
verdadeiro. Não espere que ele se contentará com apresentações medíocres;

Gesticulação: lembre-se sempre de mediar seus gestos, para que não pareça
excessivamente estático e nem muito exagerado;

Movimentação: procure encontrar a naturalidade nos movimentos em cena.


Andar de um lado para outro pode demonstrar nervosismo e e sem preparação;

Concentração: nunca perca a concentração em cena. O resultado poderia ser


desastroso;
Expressão corporal: lembre-se que o corpo também fala. No teatro, o corpo e
a voz são os principais instrumentos de trabalho do actor;

Postura: Nós, artistas, temos a obrigação de mudar o mundo. Portanto,


adquira sempre uma postura correcta e o mais nobre possível;

Auto-aprendizado: Leia muito. O actor tem sempre que estar buscando coisas
novas para seu aprendizado;

Organização: não existe nada pior do que um actor desorganizado. Procure


sempre cumprir seus horários (jamais chegue atrasado!!!) e guarde sempre
seus pertences (roupas, calçados, figurinos etc.) em local apropriado.

AUGUSTO BOAL

Teatro-Jornal foi uma resposta estética à censura imposta, no Brasil, no início


dos anos 70, pelos militares, para escamotearem conteúdos, inventarem
verdades e iludirem. Nesta técnica, encena-se o que se perdeu nas entrelinhas
das notícias censuradas, criando imagens que revelam silêncios. Criada em
1971, no Teatro de Arena de São Paulo, esta técnica foi muito utilizada na
época da ditadura militar brasileira, para revelar informações distorcidas pelos
jornais da época, todos sob censura oficial. Ainda hoje é usada para explicitar
as manipulações utilizadas pelos meios de comunicação.

Teatro Imagem

No Teatro-Imagem, a encenação baseia-se nas linguagens não-verbais. Essa


foi uma saída encontrada por Boal para trabalhar com indígenas, no Chile, de
etnias distintas com línguas maternas diversas, que participavam de um
programa de alfabetização e precisavam se comunicar entre si. Esta técnica
teatral transforma questões, problemas e sentimentos em imagens concretas.
A partir da leitura da linguagem corporal, busca-se a compreensão dos fatos
representados na imagem, que é real enquanto imagem. A imagem é uma
realidade existente sendo, ao mesmo tempo, a representação de uma
realidade vivenciada.

Teatro Invisível

O Teatro-Invisível que, sendo vida, não é revelado como teatro e é realizado no


local onde a situação encenada deveria acontecer, surgiu como resposta à
impossibilidade, ditada pelo autoritarismo, de fazer teatro dentro do teatro, na
Argentina. Uma cena do cotidiano é encenada e apresentada no local onde
poderia ter acontecido, sem que se identifique como evento teatral. Desta
forma, os espectadores são reais participantes, reagindo e opinando
espontaneamente à discussão provocada pela encenação.

A preparação do Teatro Invisível deve ser como a de uma cena normal,


reunindo os principais elementos: atores interpretando personagens com
caracterizações, ideia central; deve haver um roteiro pré-estabelecido,
apresentando princípio, meio e fim e que deve ser ensaiado. A diferença
consiste em ser uma modalidade que não revela ao público tratar-se de uma
representação.
Pode ou não ser uma representação pessoal, variando em vários aspectos
como econômico e social.

Teatro-Fórum

A dramaturgia simultânea era uma espécie de tradução feita por artistas sobre
os problemas vividos pelo povo. Aí nasceu o Teatro-Fórum, onde a barreira
entre palco e platéia é destruída e o Diálogo implementado. Produz-se uma
encenação baseada em fatos reais, na qual personagens oprimidos e
opressores entram em conflito, de forma clara e objetiva, na defesa de seus
desejos e interesses. No confronto, o oprimido fracassa e o público é
estimulado, pelo Curinga (o facilitador do Teatro do Oprimido), a entrar em
cena, substituir o protagonista (o oprimido) e buscar alternativas para o
problema encenado.

Arco-Íris do Desejo

Nos anos de 1980, na França, Augusto Boal e Cecília Boal se deparam com
opressões ligadas à subjetividade, sem relação com uma agressão física ou
um impedimento concreto na vida cotidiana. Um arsenal de técnicas que
analisam os opressores internalizados, o Arco-Íris do Desejo, foi a resposta a
esta demanda. Conhecido como Método Boal de Teatro e Terapia, é um
conjunto de técnicas terapêuticas e teatrais utilizadas no estudo de casos onde
os opressores foram internalizados, habitando a cabeça de quem vive oprimido
pela repercussão dessas ideias e atitudes.[8]

Teatro Legislativo

No Teatro Legislativo, além das intervenções na ação dramática, os


espectadores também são estimulados a escreverem propostas de leis, que
visem à resolução do problema apresentado. Essas propostas são recolhidas e
entregues à Célula Metabolizadora: equipe formada por um especialista no
tema encenado, um assessor legislativo e um advogado com experiência na
área, cuja função é fazer a "metabolização" das propostas, ou seja, analisá-las
e sistematizá-las, para que sejam novamente encaminhadas à plateia para
discussão e votação, ao final da apresentação, quando se instaura a Sessão
de Teatro Legislativo.

Através dessa iniciativa foram produzidas até 2008 doze leis municipais, um
decreto legislativo, uma resolução plenária, duas leis estaduais e dois projetos
de lei em tramitação, na cidade e no estado do Rio de Janeiro, todas oriundas
da interação de grupos populares com a população. Esses resultados
demonstram a viabilidade da democratização da política através do teatro, que
estimula o exercício da democracia direta e participativa.

Você também pode gostar