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TEOLOGIA CONTEMPORÂNEA

INTRODUÇÃO

Sabemos no mundo acadêmico que o homem faz teologia desde os primórdio de sua
existência e em uma simples e pequena amostra como esta não seria possível falara sobre tudo
o que aconteceu e o percurso nos leva a um futuro que promete muitas mudanças. Esta
amostra e apenas es resultado de mais um período de estudo em busca do conhecimento e
compreensão melhor dos momentos históricos que tem passado a nossa teologia. Para
prosseguirmos temos que fazer menção dos períodos em que se desenvolveu a teologia até o
presente momento e quem foram seus maiores influenciadores e a cada momento identificar
os responsáveis pela mudança ocorrida no período de transição da mesma.
Estaremos diante de um grande desafio a partir de agora, que é de resumirmos e ao
mesmo tempo discorrer sobre a teologia contemporânea.

O que significa Teologia Contemporânea?


Segundo a explicação do nosso professor e mestre neste período, é o estudo de Deus
contextualizado com o tempo em curso e o seguimento dos dogmas e dos pensamentos
idealizados a respeito das doutrinas bíblicas diante dos desafios presentes, e em
desenvolvimento.
A Teologia faz se acompanhar da História e, subdivide-se em cinco períodos que nós
conhecemos. Para conhecermos melhor, devemos vasculhar na própria história da Teologia os
fundamentos da Teologia Contemporânea, ou seja, percorrer os caminhos, os rastros ou pistas
que formam o escopo da teologia do período em questão para termos uma compreensão
melhor dos acontecimentos. Precisamos para isto conhecermos os cinco grandes períodos que
são: 1) período da atuação dos fundadores ou pais da igreja como conhecemos: 2)
Ortodoxia Escolastica: 3) Aufkiarung ou Iluminismo : 4) Periodo do Liberalismo; 5)
Período da Neo-Ortodoxia.
A partir de então poderemos ter uma melhor compreensão do assunto que estamos
para abordar. E para isto queremos fazer uma pequena lembrança da historia.

Um Pouco de História Antes de Kant

Fazemos teologia desde a formação do homem no Éden, mas para marcarmos um


ponto de partida é muito importante que comecemos com a Teologia Patrística, ou dos
patriarcas isto é, a teologia desenvolvida pelos pais da igreja, os apóstolos e seus seguidores
comuns, aos quais chamamos de discípulos e seus escritos indo até Agostinho, diríamos
aqueles que iniciaram tudo ate chegar a nós.
Durante esse período a teologia era incipiente, com alguns erros crassos, por outro
lado, dogmas que foram desenvolvidos nessa época dão sustentação, até hoje, às doutrinas
mais fundamentais do Cristianismo.
Nascida da necessidade de combater as heresias orientais no que diz respeito,
principalmente à doutrina da Pessoa de Cristo, Sua Divindade e Sua Obra, seus ensinamentos
foi responsável pela elaboração dos credos que defendiam a fé cristã, bem como pela exclusão
dos hereges, e de todos os que se opunham a essa teologia.
Foi o berço da teologia cristã e um dos períodos áureos do saber teológico.
Mais tarde veio o papado e deu-se início ao período conhecido como Idade Média ou Idade
das Trevas, como preferem alguns, porque pouco ou quase nada se descobriu na área do
conhecimento científico. A Igreja tornou-se a detentora do poder religioso e temporal, logo
todo saber estava sob seu controle, e dizia o que era certo ou errado, como sabemos ninguém
podia declarar qualquer outro pensamento que não fosse exatamente oque a igreja
determinava, todos a tinham, como detentora do conhecimento, da verdade e do saber total e
absoluto.

Podemos dizer que Tomás de Aquino foi o mais importante teólogo da Idade
Média. Mais quem foi Tomas de aquino?
Tomás de Aquino, em italiano Tommaso d'Aquino (Roccasecca, 1225 —
Fossanova, 7 de março de 1274), foi um frade da Ordem dos
Pregadores (dominicano) italiano[2][3] cujas obras tiveram enorme influência na teologia e
na filosofia, principalmente na tradição conhecida como Escolástica, e que, por isso, é
conhecido como "Doctor Angelicus", "Doctor Communis" e "Doctor Universalis"[4][a].
"Aquino" é uma referência ao condado de Aquino, uma região que foi propriedade de sua
família até 1137.
Ele foi o mais importante proponente clássico da teologia natural e o pai do tomismo. Sua
influência no pensamento ocidental é considerável e muito da filosofia moderna foi concebida
como desenvolvimento ou oposição de suas ideias, particularmente na ética, lei
natural, metafísica e teoria política. Ao contrário de muitas correntes da Igreja na época[5],
Tomás abraçou as ideias de Aristóteles - a quem ele se referia como "o Filósofo" - e tentou
sintetizar a filosofia aristotélica com os princípios do cristianismo. As obras mais conhecidas
de Tomás são a "Suma Teológica" (em latim: Summa Theologiae) e a "Suma contra os
Gentios" (Summa contra Gentiles). Seus comentários sobre as Escrituras e sobre Aristóteles
também são parte importante de seu corpus literário. Além disso, Tomás se distingue por
seus hinos eucarísticos, que ainda hoje fazem parte da liturgia da Igreja[6].
Tomás é venerado como santo pela Igreja Católica e é tido como o professor modelo para os
que estudam para o sacerdócio por ter atingido a expressão máxima tanto da razão
natural quanto da teologia especulativa. O estudo de suas obras há muito tempo tem sido o
cerne do programa de estudos obrigatórios para os que buscam as ordens sagradas (como
padres e diáconos) e também para os que se dedicam à formação religiosa em disciplinas
como filosofia católica, teologia, história, liturgia e direito canônico[7]. Tomás foi também
proclamado Doutor da Igreja por Pio V em 1568. Sobre ele, declarou Bento XV:

Usando a lógica aristotélica, procurou sintetizar os princípios da fé e da razão e provar pela


razão a existência de Deus, valendo-se de argumentos racionais. Aquino entendia que o
homem poderia encontrar Deus pela razão e assim desenvolveu uma teologia natural ao casar
a teologia com a filosofia. Na realidade, Tomás de Aquino foi um monstro do saber e até hoje
sua doutrina é utilizada pela cúria romana.
Nos tempos de Tomás, os intelectuais eram clérigos, quer dizer, tinham formação nas
Universidades Católicas (um dos legados da Idade Média), logo a Europa tinha uma formação
católica e nada parecia ameaçar a hegemonia ou emogeneidade, da igreja do papado, pelo
contrário, estava consolidada a civilização cristã, com reis e príncipes sujeitos ao bispo de
Roma. Mas, não por muito tempo. A sociedade estava mudando e a igreja desse tempo não
acompanhou as mudanças, ou como diz Jonh Landers: “não descobriu recursos para manter-se
diante das novas realidades”. O sistema feudal havia surgido durante as invasões bárbaras, é
nesse período que houve um esvaziamento nas cidades, o comércio quase desapareceu e as
pessoas viviam em condições de subsistência agrícola.
A sociedade feudal era composta por três classes: nobres (cavaleiros que protegiam os
lavradores e as terras), clérigos (a igreja) e camponeses (lavradores).
Com a volta da paz, as cidades voltaram a crescer e com elas os comerciantes, os artesãos. Os
novos moradores da cidade não eram nem nobres, nem camponeses. Nasce então a classe
média. Os comerciantes tornaram-se ricos, mas não tinham título de nobreza. Precisavam ter
reconhecida sua superioridade, mas a igreja não abria as portas das universidades, senão para
os clérigos, daí então, a resposta aos problemas foi: “humanitas”. Os humanistas pretendiam
desenvolver toda a capacidade do indivíduo e por isso esse novo estilo de educação veio a
chamar-se humanismo. Onde poderiam encontrar um currículo mais humanizante?
Entenderam que Roma, que havia declinado, teve seu momento de ouro, e se retornassem aos
escritos dessa era áurea poderiam reviver os dias gloriosos do Império Romano, em outras
palavras alcançariam o conhecimento dos antigos apesar de pagãos.
Buscando conhecer os escritos de Virgílio, Sêneca, Cícero, Ovídio e outros, denominaram o
seu próprio tempo de Renascença, em contraste com o período de mil anos de trevas de onde
acabavam de emergir. Contudo, em sua busca pelos clássicos, não encontraram um modelo
para a moral e a religião, mas modelos para a arte e literatura. É interessante observar que os
humanistas não rejeitaram o cristianismo e a religião, e isso fez com que eles também
buscassem indagações sobre a Bíblia nos originais. Descobriram pelos estudos que os padres
de seu tempo não conheciam o grego e o hebraico e “mal rezavam a missa em latim”, e mais
importante, descobriram que havia uma lacuna, uma distância muito grande entre o
Cristianismo apresentado no Novo Testamento e a prática religiosa de sua época.

A Reforma

Com as invasões dos bárbaros e a queda de Constantinopla (1453), marcou-se o início do


período da história chamado de História Moderna. Tempo das grandes navegações e
conquistas de portugueses e espanhóis, tempo dos descobrimentos, tempo do renascimento
artístico, literário e avanço em todas as ciências como matemática, física, entre outras.
Com o declínio de Roma, os reis que estavam sob seu cetro começavam a rejeitar a autoridade
do papa como representante de Deus na terra e contestavam seu domínio temporal sobre suas
terras. Dentre as muitas arbitrariedades, a venda de indulgências foi a gota d’água que faltava
para eclodir a reforma.
Mas, foi do estudo das Escrituras que surgiu a Reforma Protestante. A teologia dos
reformadores era também um retorno aos escritos antigos, as Escrituras. O período de Tomás
de Aquino ficou conhecido como Escolasticismo ou Tomismo (sec. XIII e XIV), quando
defendiam uma teologia natural onde o homem poderia encontrar Deus pela razão. A Reforma
Protestante rompeu com a filosofia escolástica e voltou à Palavra. O lema dos reformadores
foi: Sola Scriptura, Solus Crhistus, Sola Fide, Sola Gratia e Soli Deo Gloria! Após a reforma
o período de 1618 a 1648 ficou conhecido como Guerra dos Trinta Anos. Somente entre os
alemães, calcula-se que morreu um terço da população. Começa-se então a questionar o valor
da religião. Depois de “mil anos de trevas”, a tentativa de restauração desencadeia um
genocídio jamais visto numa sociedade dita cristã. Inicia-se uma busca para solucionar o
problema da guerra, contudo, a essa altura o mundo já havia mudado o suficiente para
estabelecer uma idéia antropocêntrica, capaz de mudar a história e dar novo rumo à
humanidade, sem Deus.
A TEOLOGIA DOS FUNDADORES
Como tudo começa com alguém, não foi diferente com a teologia, e temos então a
teologia dos fundadores do protestantismo ou os pais da igreja (Lutero, Calvino, Zwinglio,
Melancthon). Sabemos hoje que estes não representam apenas uma fonte de estudo para os
evangélicos ou reflexão teológica, mais muito mais que isso representam o documento
original da fé e ocupam lugar igual aos escritos dos apóstolos e para os católicos são fontes
primarias como estudamos neste período.
Para termos uma ideia da importância destes para a teologia é so fazer uma distinção entre
forma e conteúdo. O conteúdo doutrinário é resultado da aplicação sistemática e coerente do
principio de que a salvação deriva imediata e diretamente de Deus. Deste principio resulta na
eliminação de todos os outros que poderiam ser intermediários entre Deus e o homem como:
papa, bispos e sacerdotes ou qualquer outro pretexto com: indulgências, boas ações ou ate
Nossa Senhora. É necessário apenas fé na palavra de Deus e tudo esta resolvido. O batismo é
o atestado do perdão dado por Deus e assim Ele nos introduz na comunidade dos salvos, a
igreja, a qual, segundo a celebre definição de Lutero, é o lugar em que a palavra de Deus é
pregada e ouvida e em que os sacramentos são administrados segundo a instituição de Cristo.
As demais coisas tem valor puramente simbólicos como: as boas ações todos os benefícios
que praticamos, são apenas resultado da salvação que esta agora operando nos salvos.
A ESCOLASTICA PROTESTANTE OU ORTODOXA
Abandonando a intransigência dos reformadores, Melanchthon, colocou seu profundo
conhecimento do pensamento aristotélico a serviço das escritura, e sustentando que se havia
algo errado em Aristóteles deve-se aos editores e comentadores. Segundo ele a filosofia sadia
de Aristóteles é de suma importância em todas as áreas da e indispensável para a teologia. E
isso se afirmou tornando-se generalizada na teologia do século XVII. Esse período equivale
ao da Escolástica na teologia católica, por isso chamado de periodo da Escolatica ou da
Ortodoxia.
O RACIONALISMO
Durante o século XVIII ou a era do Iluminismo, que os alemães chamam de Anfklarung,
cresce o impulso racionalista que toma de assalto a teologia protestante no período
escolástico: agora não se contenta mais em provar a racionalidade da fé demonstrando que a
verdade se harmonizam com os cânones, mais que isso deve ser levado ao tribunal da razão e
se submeter a purificação dos elementos sobrenaturais.
Sabemos que a passagem do racionalismo escolástico ao racionalismo iluminista não foi feito
de uma hora para outra isso foi feito de forma gradual. O primeiro momento do racionalismo
do século XVIII procurou preservar a autoridade da Revelação Bíblica, valendo-se dos
mesmo argumentos da Ortodoxia de anteriormente. Nenhum filosofo, fiel a filosofia podia
colocar em xeque o fundamento da fé cristã. Muitos procuram novos argumentos para provar
a veracidade do cristianismo. Para isto recorrem, uns a filosofia outros a filologia e outros
ainda a historia. Em meio a esta busca uns diziam uma coisa e outros outra e muitos
confrontos foram travados.

PROTESTANTISMO LIBERAL
Podemos chamar de a teologia protestante do seculoXIX, inspira-se em dois princípios
aparentemente contraditórios de Kant: a) a remoção da religiao da esfera especulativa: b) a
redução do Cristianismo aos limites da razão. Partindo desses princípios, alguns estudiosos
como: Scheleiermacher, Hegel, Feuerbach,Nietzsche, Straus, Baur,Ritschl e Harnack.
Teologia liberal (ou liberalismo teológico) foi um movimento teológico cuja
produção se deu entre o final do século XVIII e o início do século XX. Relativizando a
autoridade da Bíblia, o liberalismo teológico estabeleceu uma mescla da doutrina bíblica com
a filosofia e as ciências da religião. Ainda hoje, um autor que não reconhece a autoridade final
da Bíblia em termos de fé e doutrina é denominado, pelo protestantismo ortodoxo, de "teólogo
liberal".
Oficialmente, a teologia liberal se iniciou, no meio evangélico, com o alemão Friedrich
Schleiermacher(1768-1834), o qual negava essa autoridade e igualmente a historicidade dos
milagres de Cristo. Ele não deixou uma só doutrina bíblica sem contestação. Para ele, o que
valia era o sentimento humano: se a pessoa "sentia" a comunhão com Deus, ela estaria salva,
mesmo sem crer no Evangelho de Cristo.
Meio século depois de Schleiermecher, outro teólogo questionou a autoridade Bíblica,
Albrecht Ritschl (falecido em 1889). Para Ritschl, a experiência individual vale mais que a
revelação escrita. Assim, pregava que Jesus só era considerado Filho de Deus porque muitos
assim o criam, mas na verdade era apenas um grande gênio religioso. Negou assim
sistematicamente a satisfação de Cristo pelos pecados da humanidade, Pregava que a entrada
no Reino de Deus se dava pela prática da caridade e da comunhão entre as pessoas, não pela
fé em Cristo.
Ernst Troeschl (falecido em 1923) foi outro destacado defensor do liberalismo teológico.
Segundo ele, o cristianismo era apenas mais uma religião entre tantas outras, e Deus se
revelava em todas, sendo apenas que o cristianismo fora o ápice da revelação. Dessa forma,
tal como Schleiermacher, defendia a salvação de não-cristãos, por essa alegada "revelação de
Deus" em outras religiões.

Bibliografia
"St. Thomas Aquinas" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica

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