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Estudos Bíblicos:

Cristologia
Material Teórico
A Cristologia nos Concílios Ecumênicos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Reuberson Rodrigues Ferreira

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
A Cristologia nos Concílios Ecumênicos

• Introdução;
• Concílios e o Concílio Ecumênico de Niceia (325);
• Concílio Ecumênico de Niceia (325): Jesus é Deus!
• Concílio Ecumênico de Constantinopla (381): Plenamente Homem;
• Concílio Ecumênico de Éfeso (431): Homem e Deus, sem Distinção
ou Confusão;
• Concílio Ecumênico de Calcedônia (451);
• Concílios Ecumênicos Constantinopla II (553) e Constantinopla III
(681): Questões de Cristologia.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Entender historicamente o processo de afirmação das verdades (Dogmas) sobre Cristo.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
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Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
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Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE A Cristologia nos Concílios Ecumênicos

Introdução
Caro(a) estudante

Nesta Unidade, avançaremos da maravilhosa seara bíblica para o encantador


mundo da História da Igreja e da Teologia.

Trata-se de um percurso fascinante no qual, pela mediação humana, a Teologia


foi concretizando posições e afirmando conceitos que fundamentam sua reflexão.

Nosso olhar, nesse sentido, irá se voltar para uma fração de quinhentos anos em
que, por meio de Concílios foi sendo estruturado o pensamento teológico.

Essas Assembleias episcopais pautaram a reflexão teológica e, no nosso caso


particular, afirmaram verdades incontestes acerca da figura de Jesus, o Cristo da
fé, o ressuscitado.

Aquilo que a Bíblia, como mencionamos na sessão anterior, descrevia por


meio da pena dos hagiógrafos foi progressivamente tornando-se clarividente para
a Teologia posterior, firmando-se com verdade digna de fé, passível de aceitação
pelo conjunto dos fiéis, dos crentes.

O objetivo desta sessão é entrar de maneira didática e prática naquilo que foi
estabelecido como verdade de fé, ao longo da História, em Concílios chamados
de ecumênicos.

A proposta é apresentar o que, nos seis concílios assumidos por todas as


Igrejas e pelo pensamento teológico oficial, foi estabelecido como verdade
acerca de Jesus Cristo.

De Niceia (325) até Constantinopla (681), o ideal é imergir o estudante no que


foi definido como verdade de fé sobre Jesus na pena dos teólogos de cada período.

Do ponto de vista metodológico, o percurso será simples. Em cinco pequenos


fragmentos, apresentaremos o contexto que gerou a discussão sobre o Cristo em
cada reunião Conciliar. Contiguo a isso, apresentaremos os argumentos que le-
varam à conclusão tomada em cada Concílio e como ela se apresenta enquanto
verdade de fé.

Trata-se de um método usado pelos teólogos e pelos historiadores que ates-


tam que não se pode entender um evento eclesial/teológico sem compreender
o contexto precedente, o evento em si e as consequências do evento exauridas
(BEOZZO, 1998, p. 829).

Dado o percurso anunciado, enveredemos pelas sendas daquilo que se chamou


de Concílio ecumênico de Niceia.

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Concílios e o Concílio Ecumênico
de Niceia (325)
Antes de entrar na questão propriamente dita cristologica, tratada no Concílio de
Niceia, convém esclarecer ao estudante o que é um Concílio e qual é a relevância
dele para a composição de verdades teológicas (e de fé) na tradição Crista.
A rigor, um Concílio ecumênico é uma reunião extraordinária de todos os bispos
cristãos convocada para discutir, refletir e resolver problemas relativos a questões
de mote doutrinal e/ou disciplinar da Igreja Cristã. Ele distingue-se de outras reu-
niões como Sínodos ou Assembleias pela validade e abrangência com que suas
decisões são tomadas e seguidas.
O adjetivo que se associa à palavra Concílio, isto é, ecumênico, é derivado do
grego “οἰκουμένη” e que significa literalmente “todo o mundo habitado”, corrobora
essa ideia de que suas decisões são válidas para toda a fé cristã.
Aprofundando a definição de Sínodo:
Os concílios são assembleias, reuniões amplas, cujos participantes são fun-
damentalmente os bispos, ainda que possa haver a participação – sem di-
reito a voto – de outros clérigos e também de leigos. Durante os concílios
podem ocorrer debates de cunho teológico ou disciplinar, que geralmente
resultam na deliberação de uma norma, sentença ou esclarecimento dou-
trinal na forma de um cânone. O cânone é o pronunciamento final de
um concílio ou sínodo e, muitas vezes, é introduzido pela expressão latina
placuitintereos (concordou-se entre eles), a qual aponta para o caráter de
decisão colegiada, a qual suplanta, ou sobrepõe-se, no nível do individual,
do local. (CARVALHO JR, 2013, p. 2)

Acrescenta-se à essa informação, o dado de que nem todos os sete Concílios


estudados nesta sessão foram aceitos por todas as tradições cristãs. Assim, é mister
dizer que algumas Igrejas Cristãs orientais só aceitam os três primeiros Concílios,
Niceia (325), Constantinopla (381) e Éfeso (431).
De outro lado, a Igreja católica e a ortodoxa, mesmo tendo celebrado concílios
posteriores, aceitam comumente somente sete.
Após a separação entre essas duas comunidades religiosas, na famosa cisma do
Ocidente (1054) nenhum Concílio celebrado foi pleno para ambas, tampouco para
as demais.

Para saber mais sobre Concílios, mormente aqueles celebrados no século IV e suas impli-
Explor

cações para a formação do Cristianismo leia: CARVALHO JR, Macário Lopes. Concílios ecle-
siásticos no século IV: uma janela para a formação do cristianismo tardo-antigo. XXVII.
SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA (ANPHU). Disponível em: https://goo.gl/21otGV. Acesso
em: 21 set. 2018.

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UNIDADE A Cristologia nos Concílios Ecumênicos

Tradições cristãs pós-reforma como anglicanas, luteranas e algumas outras deno-


minações protestantes reconhecem somente os quatro primeiros Concílios ecumê-
nicos, a saber: Niceia (325), Constantinopla (381), Éfeso (431) e Calcedônia (451).
Há, contudo, nesse plural universo de tradições cristãs, muitas que, com justos
argumentos, acolhem e aceitam os sete primeiros Concílios legitimamente ecumê-
nicos celebrados que nominalmente citamos: Niceia I e II (325 e 787), Constanti-
nopla I, II e III (381, 553, 681), Éfeso (431) e Calcedônia (451).
Ciente das aporias e para além da querela em torno de quem aceita ou não as
verdades de fé definidas em cada um, em fidelidade à História e a construção teo-
lógica que nessas reuniões foram elaboradas, serão apresentados, na dinâmica já
anunciada: contexto, evento e conclusões de seis Concílios que se detiveram, entre
outras, a questões cristologicas.

Concílio Ecumênico de Niceia


(325): Jesus é Deus!
A atual cidade de Izink, na Turquia, durante a Antiguidade tardia, era conhecida
como Niceia, uma das cidades mais próximas da sede. Nela celebraram-se dois Con-
cílios ecumênicos da história da Cristandade, singularizando-se por ser um deles o
primeiro. Além de ser sede do primeiro, ela também se notabiliza pela temática nele
refletido, por quem foi convocado e pela decisão que foi assertivamente proposta.
Em regra, a convocação de um Concílio competia à figura de uma autoridade
religiosa, normalmente um bispo cristão. No caso de Niceia, no entanto, essa ideia
não se confirmou.
Curiosamente, ele foi convocado e presidido pelo imperador romano Constantino,
que oito anos antes havia publicado o Édito de Milão, proporcionando a livre profis-
são de fé dos cristãos.
Exatos sessenta e oito dias foi o tempo necessário para a execução da assem-
bleia conciliar, que ocorreu de 20 de maio até 28 de julho de 325, no palácio
imperial de Niceia.
Segundo estimativas possíveis, tomaram parte dele mais de 300 participantes,
autoridades religiosas provenientes de todo o mundo Cristão. O papa da época era
Silvestre I. Ele, contudo, não tomou parte efetivamente do Concílio, pois já era de
idade bastante avançada, enviando apenas representantes seus.
A grande controvérsia tratada e discutida ao longo dos mais de dois meses de
Concílio, tinham contornos cristológicos. A temática que se punha aos padres do
primeiro CONCÍLIO de Niceia era a divindade de Cristo.
Ninguém punha em xeque que Jesus fosse um homem; contudo, a divindade
dele era uma questão que precisava ser debatida e afirmada de maneira propositiva.
Era um tema, de fato, delicado, pois tanto para judeus – acreditavam no Deus uno
– quanto para novos cristãos, a correta interpretação do messias como Deus, neces-
sitava de esclarecimentos, aprofundamento.
Ante tal imprecisão sobre a divindade de Jesus, despontavam correntes filosóficas
e teológicas que buscavam uma via explicativa para tal problema.

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Julgando que havia no mundo um Panteon divino em que há um Deus, que
é o supremo Deus, buscou-se explicar a divindade de Jesus como uma subordi-
nação à Deus.
Chamavam essa explicação de Subordinacionismo. Outra corrente tentava dirimir
o problema, afirmando que existia apenas um Deus manifesto na História, de modos
diferentes, ora como Pai, ora como filho ou Espírito Santo.
Eram modos de Deus; a rigor, constituía-se um tipo de modalismo. Era sempre
a mesma pessoa divina, revelada de modos diferentes. Outras correntes filosóficas
também tentavam explicar a figura de Cristo negando seu corpo, sua divindade e
seu sacrifício.
Uma dificuldade maior gerada no seio da Igreja que causou grande desgaste nos
umbrais da celebração de Niceia era tese defendida por um presbítero de Alexandria
chamado Ario (256/60-336).
A doutrina de Ario negava a divindade de Cristo; mais ainda, negava a con-
substancialidade do Jesus (Filho) com o Deus (Pai); esvaziava com isso o valor
da Encarnação de Cristo.
O Messias, portanto, não era igual ao Pai, não é co-eterno com o Deus. Antes,
é uma criação de Deus, não é divino, não é Deus. Essa teoria em sínodos regionais
havia sido condenada; não obstante tal decisão, ela seguia viva em Niceia e mesmo
depois, como veremos mais à frente.
Em face desse cenário complexo, como dito, o Imperador Constantino convoca
um Concílio para maio e julho de 325. Na pauta, a definição da verdade acerca da
divindade de Jesus.
Subliminarmente, na convocação do Imperador, havia medo de que Ario e a
magnética fascinação que sua doutrina exercia sobre bispos pudesse gerar um esta-
do de anomalia social (RUBENSTEIN, 2001, p. 96), pondo em risco a autoridade
do Imperador que, em muitos aspectos, via no Cristianismo uma forma de exercí-
cio de poder (cf. CARVALHO JR, 2013, p. 4-5).
Ante tão complexa situação, o Concílio de Niceia formulou um conjunto de as-
sertivas que “regulamentavam”, melhor, delimitavam o entendimento sobre Jesus
e sua divindade.
Niceia recuperou o conceito grego de omousios – consubstancial – afirmando o
Filho como da mesma substância do Pai, nascido desde a eternidade.
Nos termos do próprio Concílio:
1- Cremos em um Só Deus, Pai todo-poderoso, Criador de todas as coi-
sas visíveis e invisíveis e em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho de Deus,
unigênito nascido do Pai. Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de
Deus verdadeiro.

2- Nascido, não criado. Da mesma substância do Pai, por quem foram


criadas todas as coisas do Céu e da Terra. Por nós homens e por nossa
salvação, desceu, encarnou e se fez homem. Padeceu e ressuscitou ao
terceiro dia. Subiu ao Céu e virá para julgar os vivos e os mortos. Cremos
no Espírito Santo.

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UNIDADE A Cristologia nos Concílios Ecumênicos

Largos traços, percebe-se que Niceia afirma sobre Cristo uma verdade que ainda
hoje é pregada e assumida por todas as tradições cristãs. Mesmo não professando
o chamado credo Niceno, é ponto pacífico para a Teologia a divindade do Cristo
e sua consubstância (homousiostôPatrí) com Deus.

O primeiro Concílio também fixou a data da Páscoa, a ser celebrada no primeiro


domingo após a primeira lua cheia da primavera no hemisfério norte, bem como
fixou a ordem de dignidade dos patriarcados, a saber: Roma, Alexandria, Antioquia
e Jerusalém.

Anos depois, Tomaz de Aquino, retomou a aporia de Niceia e explicou o credo


nos seguintes temos:
Ele (Ário) também afirmou que o Filho de Deus precede em beatitude a to-
dos os espíritos criados. Ora, a natureza dos Anjos é tão excelente que im-
pede que haja neles tristeza. Não haveria nos Anjos a verdadeira e completa
felicidade se algum dos seus desejos não se realizasse, pois é da essência
da beatitude ser o bem final e perfeito, aquietando todo desejo. (...) Mas lê-
-se nas Escrituras que Ele se entristeceu: “Começou (Jesus) a apavorar-se e
angustiar-se (Mc 14,33), e o próprio Cristo confessa a sua tristeza, quando
diz: “A minha alma está possuída de tristeza mortal” (Mc 14,34). É evidente
que a tristeza não poderia ser do corpo, mas de uma substância dotada de
conhecimento. Convém, portanto, que juntamente com o Verbo e com o
Corpo de Cristo houvesse nele outra substância passível de tristeza. Essa é
que nós chamamos justamente de alma”. (AQUINO, 204, 4)

Essas definições, no entanto, foram secundadas por outros questionamentos


sobre as celeumas em torno da figura de Cristo, ainda seguirão pujantes e terão
palco, também, no Concílio de Constantinopla.

Concílio Ecumênico de Constantinopla


(381): Plenamente Homem
Não mais que cinquenta anos depois do I Concílio de Niceia, outro foi celebrado.
Dessa vez, em Constantinopla (381), atual, Istambul, maior cidade da Turquia.

Nela ainda seriam celebrados outros dois Concílios ecumênicos, um em 553 e


outro em 681. Esse II Concílio é de singular envergadura pelo vigor de sua temática
e pelas suas resoluções.

O I Concílio ecumênico de Constantinopla foi celebrado nos meses de maio e


junho de 381. Sua convocação, tal como ocorrera em Niceia, foi feita pelo Impera-
dor. Dessa vez, por Teodósio I, que também tinha oficializado o Cristianismo como
Religião oficial do Império (ALBERIGO, 1997, p. 58).

Associados ao Concílio, figuraram nomes como Gregório Nazianzeno (Nazianzo)


e Nectário.

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Em princípio, ele tinha como basilar elemento de discussão e definição a divin-
dade do Espírito Santo, bem como a necessidade de explicitar alguns artigos de
fé (credo) que, embora apontados em Niceia, não estavam suficientemente claros.

Não obstante essa prerrogativa, em suas conclusões, elementos cristologicos


foram postos em pauta:
O Concílio de Constantinopla I, o segundo concílio ecumênico da história
da Igreja, realizado em 381 para esclarecer a fé na Santíssima Trindade,
especialmente na divindade do Espírito Santo, estabelecendo os artigos
do Credo (Profissão de Fé) que se havia preparado em Niceia, deu-lhes
formulação mais ampla e definitiva. Embora neste concílio se tenha dado
um especial enfoque ao problema pneumatológico – dado ser desenvolvi-
do num período em que se colocava em questão a divindade do Espírito
Santo – suas conclusões também trouxeram, direta e indiretamente, luzes
à cristologia. (COSTA; BERNARDES,2015, s/p.)

Diante dos padres conciliares, um problema se impunha, sobretudo no que diz


respeito à natureza de Jesus. Ele, sendo divino, era também humano; contudo, não
era nem totalmente divino nem totalmente humano. A rigor, era uma mescla entre
divino e humano.

Jesus seria uma espécie de ser híbrido, que gozava de parte divina e de parte
humana. Constantinopla propõe-se a dirimir a celeuma sobre essa questão, ao lado
de outras.

A discussão proposta ao Concílio tinha em Apolinário de Laodiceia seu principal


caudilho. A controvérsia apolinária associada a uma doutrina herética chamada
macedoniana gerou a necessidade de esclarecimentos conceituais.

Para Apolinário, Cristo seria um ser mesclado, um composto. O termo utilizado


para definir essa situação é hipóstase. Dentro dessa compreensão, o Verbo (Logos)
é consubstancial ao Pai, e a carne consubstancial à humanidade. Cristo é “não in-
teiramente ser humano, tampouco Deus, mas uma mescla de Deus e ser humano”.
A respeito da tese de Apolinário, explicam Costa e Bernardes (2015, s/p.):
Determinadas afirmações de sua Teologia sugerem, entretanto, a defini-
ção de que em Cristo há tão somente a natureza divina. “Um é o Filho, e
não duas naturezas, uma adorável e outra não adorável, mas uma só na-
tureza, a do Deus Verbo feito carne e adorado com a carne em uma só
adoração”, afirma: “o Cristo é mais um ‘homem celeste’ que terrestre.
Há encarnação, mas não verdadeira humanização’. Não é, portanto,
igual ao homem em tudo, mas é uma carne divinizada, não possuindo
uma alma humana, que é ocupada pela natureza divina. Ao longo de sua
Teologia, Apolinário começa afirmando a princípio que a divindade de
Cristo ocuparia o lugar da alma (partindo do conceito de homem como
corpo e alma), para em seguida declarar que Cristo assumiu sim uma
alma, mas uma alma sensível, não racional.

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UNIDADE A Cristologia nos Concílios Ecumênicos

Nota-se que a Teologia de Apolinário não nega a divindade de Jesus, tampouco


sua natureza humana; a questão reside no modo como ocorre. Em xeque está a dis-
cussão, que será debatida em outros concílios, sobre a natureza de Cristo. A rigor,
ele seria humano, mas sua alma, mente e personalidade eram divinas; tal como afir-
mamos, ele sustentava uma convivência bipartida entre ambas.
Essa ideia incorreria na negação de que Cristo, filho de Deus, tivesse se encar-
nando plenamente. Ante tal ideia, o caminho de Constantinopla foi o rechaço e a
condenação dessa ideia, afirmando a plena encarnação de Jesus Cristo no meio
da Humanidade.
Assim, mesmo não sendo o tema basilar de Constantinopla, que tinha como
escopo acrescentar e clarificar afirmações de fé do credo fixado em Niceia e escla-
recer temas ligados à doutrina relativa ao Espírito, a questão Cristologica foi posta
em evidência.
Quando os padres conciliares condenaram as teses de Apolinário, afirmaram
um tese plena sobre Cristo, isto é, ele é verdadeiramente homem e Deus.

Para entender a controvérsia principal no entorno do Concílio de Constantinopla (Divindade


Explor

do Espírito Santo) é oportuno ler: FELIX, Élcio Rubens Mota. A controvérsia sobre a divindade
do Espírito Santo no século IV (d.C.), Revista de Cultura Teológica, v. 20, n. 80, out./dez.,
2012. Disponível em: https://goo.gl/WhUKbr.

Concílio Ecumênico de Éfeso (431): Homem


e Deus, sem Distinção ou Confusão
Ultrapassadas pouco mais de seis décadas da celebração do Concílio de Cons-
tantinopla, um novo concílio foi Celebrado, dessa vez na Cidade de Éfeso, que hoje
está a dois quilômetros da moderna Selçukprovíncia de İzmir, na Turquia.
Tratava-se do Concílio que entrou para a contagem geral da História como o
Terceiro Concílio ecumênico da história da Cristandade.
Celebrado em Éfeso, ele foi convocado pelo Papa Teodósio II e debruçou-se
sobre questões cristológicas e mariológicas, sobretudo, em decorrência de dou-
trinas defendidas pelo afamado bispo de Constantinopla, chamado Nestório, que
antes fora um monge.
Cerca de 250 bispos estiveram presentes no III Concílio ecumênico da história
do Cristianismo, que foi celebrado entre meados de junho, até o final de julho.
Ele fora marcado por uma atmosfera de confronto acalorados, diatribes morda-
zes e recriminações pungentes. Condenou a doutrina Nestoriana e aprofundou o
sentido de uma verdade de fé, chamada Teotokos.
O motivo que criou as tensões que levaram ao Concílio de Éfeso foram, em
grande medida, questões que remontam à Filosofia e à Linguagem distintas.

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A rigor, bispos e teólogos de Constantinopla, mormente Nestório, afirmavam
que Jesus era verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Desse modo, Maria, tida
como mãe de Jesus, não era mãe de Deus, mas sim de Cristo.

Não seria possível falar de Teotokos (Mãe de Deus), mas de uma Cristotokos
(Mãe de Cristo).

Para entender essa aporia em torno da questão de Teotokos e Cristotokos, convém ler o sinté-
Explor

tico artigo: CAMPO, Ludimila Caliman. Entre christótokos e heótokos: a construção da figura
de Maria em Nestório de Constantinopla e Cirilo de Alexandria (séculos IV-V), Revista de
História, São Paulo, n. 174 jan./jun. 2016. Disponível em: https://goo.gl/1WkwPP.

Para as Igrejas de Alexandria, principalmente para seu Bispo, Cirilo de Alexan-


dria, essa argumentação tinha silhueta de heresia, pois parecia que se estava negan-
do a unidade entre o homem Jesus e o Verbo, verdadeiro homem e verdadeiro Deus.

Alexandria, contrapondo-se à essa argumentação, entendia que o Cristo é um


único ser, sem distinções. Embora humano, plenamente Deus. Nada havia em
Cristo – nada – que não fosse divino. É Deus sempre e em todas as dimensões.
Nesses dois universos, uma verdadeira celeuma instalou-se e somente o Concílio
foi capaz de dirimir as dúvidas.

Após longas querelas, quando essa discussão chegou ao Concílio de Éfeso,


Nestório já havia sido condenado em Sínodo celebrado em agosto de 430
(ALBERIGO, 1997, p. 47).

O Concílio, sendo presidido por Cirilo, representante da corrente de Alexandria,


definiu com clareza que o Cristo é uma só Pessoa. Ele é perfeito Deus e perfeito
homem, por causa da união da natureza divina à natureza humana.

De igual modo, e como em muitos aspectos, foi a pedra de toque de muitas


discussões conciliares afirmar-se Maria como Mãe de Deus (Theotókos), porque
gerou o Verbo segundo a sua humanidade.

Cristo, desse modo, é o filho de Deus que se fez homem. Não um homem divini-
zado, ou adotado por Deus; portanto, ele é, numa única natureza, homem e Deus.
Não realidades distintas, mas unidas.

Na síntese de Barriendos (2008, p. 67), assim se expressa Éfesos:


Assenta os seus ensinamentos na união das duas naturezas de Jesus Cristo
num único sujeito pessoal, na união segundo a hypóstasis: trata-se de uma
união incompreensível mas que é real e ontológica. O Verbo na verdade
tornou sua a natureza humana, de tal forma que lhe pertence realmente,
não só moralmente. O Verbo é o único sujeito de todos os atos divinos
e humanos de Cristo, como ensina o símbolo de Niceia (o filho de Deus
eterno, pelo qual se fizeram todas as coisas, encarnou de Maria Virgem, foi
crucificado, foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia etc.)

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UNIDADE A Cristologia nos Concílios Ecumênicos

Deve-se, contudo, dizer que o próprio Cirilo de Alexandria, que presidira Éfeso,
reconheceu que alguns aspectos do ponto de vista dos antioques não tinham cen-
telhas de precisão. Ele, desse modo, mudou de posição e foi amaldiçoado pelos
monges alexandrinos. Apontando, assim, que mesmo sob a pecha de uma decisão
conciliar, a questão do homem Jesus não ficou resolvida

Por essa razão e por outras, foi necessário acontecer outro Concílio para dizer
que Jesus era realmente um homem e Deus. Dessa vez, em Calcedônia, vital no
entendimento da base das afirmações cristologicas.

Concílio Ecumênico de Calcedônia (451)


Nos primeiros séculos do Cristianismo, as tensões em torno de certas afirmações
sobre a figura de Jesus eram recorrentes, como estamos demonstrando.

Os cinco séculos do início da era cristã, por meio do que fora afirmado em vários
Concílios, testemunham essa certeza.

Ainda no século V, na esteira de outras assembleias conciliares, despontou


aquele que entraria para a história como o quarto Concílio ecumênico, celebrado
em Calcedônia.

Calcedônia, atualmente, é um distrito de Istambul, Turquia. Era uma portuária


região à qual mais de seiscentas autoridades eclesiásticas de diversas partes da orbi
afluíram para tomar Parte do I Concílio celebrado naquele lugar, o IV da história do
Cristianismo, que fora convocado pelo Imperador Marciano.

Nele, eivada por tensões, foi repudiada a doutrina de Eutiques relativa ao mono-
fisismo e declarada a dualidade humana e divina de Jesus.

Assim como nos outros três Concílios, a convocação de Calcedônia também


foi motivada, em grande parte, por uma discussão teológica que resultou numa
definição de fé. Um abade de um mosteiro de Constantinopla, zeloso e defensor
da doutrina de Éfeso, aprofundou excessivamente a doutrina do Concílio de Éfeso
sobre a unidade da Pessoa de Cristo, tal como descrevemos na sessão anterior.

Para esse monge, que atendia pelo nome de Eutiques, em Jesus há duas nature-
zas, a humana e a divina, mas unidas de tal maneira que ficavam fundidas e unifi-
cadas: a natureza humana ficava absorvida pela divina, de tal maneira que se podia
dizer que em Jesus há uma só natureza.

Mais profundo ainda, a natureza humana sucumbia diante da divina. A essa ideia
seria aplicado o nome de monofisismo.

Diante desse argumento e contradizendo-o, o patriarca de Constantinopla,


Flaviano, depôs o Abade e informou ao Papa Leão Magno, autoridade religiosa
e teológica máxima.

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Ele, além de aprovar a decisão de Flaviano, enviou-lhe uma carta conhecida
como o Tomo de São Leão, em que afirmava uma doutrina conhecida como
“união hipostática” (Cf. ALBERIGO, 1997.p 100-102), tese, segundo a qual,
em Cristo, a união da natureza humana e da natureza divina é união segundo
a hipóstasis na Pessoa: há união das duas naturezas porque ambas pertencem
a mesma Pessoa, a divina. Em Cristo há uma única Pessoa, a divina, em duas
naturezas, a humana e a divina.

Essa tese papal foi solenemente confirmada em 451, no Concílio de Calcedônia.


Ela atestava solenemente a verdade de fé da união hipostática.

Pelo conceito de união hipostática, afirma-se que em Cristo há uma só Pessoa


e uma só substância em duas naturezas. Deve-se dizer, como afirmou Calcedônia,
que essa existência é sem confusão, sem mutação, sem divisão e sem separação.

Sobre união hipostática e Cristologia de Calcedônia, pode-se ler mais em: FRAZÃO JUNIOR,
Explor

Valtemario Silva. Abordagem Contemporânea da Cristologia do Concílio de Calcedônia.


2015. Rio de Janeiro: PUC/RJ, 2015.( Tese Doutoral) Disponível em: https://goo.gl/F8c2Wb.

O Concílio continua a afirmar que, unidas numa única Pessoa, ficam assim
garantidas as propriedades de cada uma das naturezas, retificando que não há
confusão, supressão ou eliminação entre elas.

Essa acepção ajuda a entender que em Cristo há duas inteligências (uma divina,
uma humana), duas vontades (uma divina, uma humana), duas operações (ações
humanas e ações divinas) e distintas paixões (as corporais, as sensitivas e as espiri-
tuais) ou, como sintetizam Costa e Bernardes (2015, s/p):
Em resumo, “a chave do ensinamento do concílio de Calcedônia reside na
distinção entre pessoa e natureza: em Cristo duas são as naturezas e uma
é a pessoa. Esta distinção não nasce da filosofia helênica mas, sim, pelo
contrário, nasce da fé e transcende por completo o pensamento grego.
Além disso, estes termos não são tomados num sentido tecnicamente
filosófico, antes se usam no amplo significado corrente que distingue en-
tre o que é um (sua natureza ou modo de ser que é comum a outros: por
exemplo, um ser humano), e quem é um (a sua pessoa que é individual:
por exemplo, Pedro)”.

Esse Concílio afirmou, de modo mais sólido, a plena humanidade e divindade


de Jesus.

Ele sublinha que as duas naturezas estão unidas sem fusão nem confusão; sem
se alterarem uma a outra, sem se dividirem no sentido de se isolarem uma da outra,
sem possibilidade de separação. O humano já está unido ao divino, para sempre.

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UNIDADE A Cristologia nos Concílios Ecumênicos

Como esclarecem Frazão Junior (2015, p. 69):


O Concílio de Calcedônia quis mostrar que é possível uma síntese dos
dois pontos de vista recorrendo simultaneamente a duas expressões: “sem
confusão” (asygkytos) e “sem divisão” (adiaitetos): aqui se pode ver o
equivalente apofático da fórmula que afirma “as duas naturezas e a única
hipóstase” do Cristo. “Sem confusão” se refere às duas naturezas e afirma
a autêntica hipóstase do Cristo.

A afirmação sobre as duas naturezas numa pessoa, embora não precisas, dei-
xava margem para questionamentos sobre até que ponto a natureza humana não
seria substituída pela divina, vez que só esta era pessoa, tornou necessário que
outros dois Concílios refletissem sobre o tema para definir essa relação de plena
autonomia do humano face ao divino.

Concílios Ecumênicos Constantinopla II


(553) e Constantinopla III (681):
Questões de Cristologia
Na esteira da tradição do Primeiro Concílio celebrado em Constantinopla em 451
houve, num espaço singular de tempo, outros dois Concílios que, não obstante a dis-
tância do primeiro tiveram de se ater, entre outros, a temas cristológicos, sobretudo,
aos remanescentes das querelas calcedônias.
O Concílio de Calcedônia, embora tenha condenado o nestorianismo na esteira
de Éfeso e outros, não foi capaz de mitigar totalmente sua força.
Ainda havia um centelha de brasa na fogueira. Paulatinamente, ganhavam força
os nestorianismos descontentes com as decisões de Calcedônia, aprofundando a
ideia de duas pessoas e duas naturezas distintas em Cristo.
Ao lado de outra corrente herética chamada monofisismo, que admitia só uma
pessoa e uma única natureza em Cristo, negava-se desse modo a natureza humana.
Cristo seria apenas uma simulacro divino.
Associava-se a essa ideia uma corrente chamada monoenergismo, que negava a
humanidade de Cristo e afirmava sua divindade como regente de seu ser humano.
Algo parecido ao monofisismo.
Ainda no campo das heresias, despontava uma corrente chamada origenismo,
doutrina que pregava que Cristo era uma Alma que se reencarnara, visto que todas
as almas eram eternas.
No II Concílio de Constantinopla (553), que fora presidido por Eutiquio e ao qual
afluíram mais de 150 bispos (ALBERIGO, 1997, p.134), essa doutrinas heréticas
foram combatidas, sobretudo o monofisismo e o monoenergismo, reafirmando a
dupla natureza numa única pessoa, como dito em Calcedônia.
Assim, no Plano cristológico, o Concílio de 553 teve apenas a proeza de rea-
firmar aquilo que Concílios anteriores já haviam afirmado e condenar desvios que,

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paulatinamente, apresentavam-se sobre a figura de Cristo, sem aprofundar como
essa relação se processa na pessoa de Jesus.
O III Concílio de Constantinopla (em 681), no entanto, notabilizou-se por sua
reflexão em termos cristológicos e foi convocado por Constantino IV (ALBERIGO,
1997, p. 141).
A essa assembleia sinodal afluíram, variando nas sessões, entre 50 e 170 membros.
Curiosamente, nesse Concílio, o imperador participou de diversas sessões e, inclusive,
assinou as atas conciliares; tal feito nunca havia sido protagonizado por nenhuma au-
toridade imperial (ALBERIGO, 1997, p. 141).
Em ordem dogmática, Constantinopla III condenou o monotelismo e o monoer-
guismo, doutrinas vista como heréticas no século VII.
Os Patriarca de Constantinopla, Sérgio Pirro, Paulo e Pedro, bem como todos
os patriarcas de Alexandria assumiram posturas nas quais defendiam que, em Jesus,
mesmo havendo duas naturezas, há um só tipo de operações (monoerguismo) e uma
única vontade (monotelismo); doutrinas que já haviam sido anatematizadas em 553
e que agora ganhavam reforço na condenação.
Dado a essa condenação, o III Concílio de Constantinopla (680-681) pontificou
explicações sobre as vontades presentes no Cristo.
A assembleia conciliar atestou que no Cristo há vontades naturais e duas opera-
ções naturais. As duas vontades em Cristo não se opõem uma a outra; a sua vontade
humana não resiste à vontade divina, mas a ela se sujeita. Esses princípios não se
contradizem; pelo contrário, o divino otimiza o humano.
Em síntese, Constantinopla II e III concorreram para aprofundar definições de
Concílios anteriores e para condenar erros doutrinários.
O III Concílio de Constantinopla notabiliza-se porque, além das condenações,
conseguiu pontificar uma acurada explicação sobre a relação entre as duas naturezas
de Cristo e como elas agem, atuam e operam na mesma pessoa.

Em Síntese Importante!

Caro(a) estudante
À guisa de conclusão e revisão desta Unidade, destacamos, do primeiro tópico à última
sessão, os seguintes pontos:
1. Que os Concílios ecumênicos, aceitos ou não por toda a tradição cristã, foram elemen-
tos basilares da formulação teológica sobre Cristo;
2. Que as principais aporias dos Concílios, ligadas à Jesus Cristo orbitavam em torno
da ideia se ele era ou não Cristo ou Deus, e como essas realidades habitavam na
mesma pessoa;
3. Todos os Concílios dirimiram dúvidas e condenaram posições que não delineavam a
profunda imagem de Cristo;
4. Por fim, que Cristo é: plenamente humano e plenamente divino; que nele habitam
as duas naturezas e duas vontades numa única pessoa, sem confusão e ou distinção.

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UNIDADE A Cristologia nos Concílios Ecumênicos

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
História dos concílios ecumênicos
ALBERIGO, G. (org.). História dos concílios ecumênicos. São Paulo: Paulus, 1997.

Leitura
Concílios eclesiásticos no século IV: uma janela para a formação do cristianismo tardo-antigo
CARVALHO JR, Mácario Lopes. Concílios eclesiásticos no século IV: uma janela
para a formação do cristianismo tardo-antigo. XXVII. SIMPÓSIO NACIONAL DE
HISTÓRIA (ANPHU).
https://goo.gl/21otGV
A controvérsia sobre a divindade do Espírito Santo no século IV
FELIX, Élcio Rubens Mota. A controvérsia sobre a divindade do Espírito Santo no
século IV (d.C.); Revista de Cultura Teológica, v. 20, n. 80, out/dez, 2012.
https://goo.gl/WhUKbr
Abordagem Contemporânea da Cristologia do Concílio de Calcedônia
FRAZÃO JUNIOR, Valtemario Silva. Abordagem Contemporânea da Cristologia
do Concílio de Calcedônia. 2015. (Tese de Doutorado) – PUC, RJ, 2015.
https://goo.gl/F8c2Wb

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Referências
AQUINO, Tomás de. Compêndio de Teologia, 204,4. Rio de Janeiro: Presença, 1977.

BARRIENDOS Vicente Ferrer, Jesus Cristo nosso Salvador. Lisboa: Diel, 2008.

BEOZZO, José Oscar. Medellín: Inspirações e raízes, Revista Eclesiástica Brasileira,


Petrópolis, v. 58, fasc. 232, dez. 1998.

CAMPO, Ludimila Caliman. Entre christótokos e heótokos: a construção da figura de


Maria em Nestório de Constantinopla e Cirilo de Alexandria (séculos IV-V), Revista de
História, São Paulo, n. 174 jan./jun. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/
scielo.php?pid=S0034-83092016000100361&script=sci_arttext&tlng=pt#aff1>.

CARVALHO JR, Mácario Lopes. Concílios eclesiásticos no século IV: uma ja-
nela para a formação do cristianismo tardo-antigo. XXVII. SIMPÓSIO NACIONAL
DE HISTÓRIA (ANPHU). Disponível em: <http://snh2013.anpuh.org/resources/
anais/27/1364917081_ARQUIVO_Concílios_no_cristianismo_tardo-antigo-comcor-
recoes.pdf>. Acesso em: 21 set. 2018.

COSTA, Françoá; BERNARDES, Carlito. História dos Dogmas Cristológicos na An-


tiguidade, Revista de Magistro de Filosofia, Anapolis, ano 8, n. 16, v.2, s/p 2015.

DUPUIS, J. Introdução à Cristologia. São Paulo: Loyola, 1999.

FELIX, Élcio Rubens Mota. A controvérsia sobre a divindade do Espírito Santo no sé-
culo IV d.C., Revista de Cultura Teológica, v. 20, n. 80, out./dez.,2012. Disponível
em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/14407/10506>.
Acesso em: 07.11. 2018.

FRAZÃO JUNIOR, Valtemario Silva. Abordagem Contemporânea da Cristologia


do Concílio de Calcedônia. 2015. Rio de Janeiro: PUC-RJ, 2015 (Tese de Dou-
torado). Disponível em: <https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/26884/26884.
PDF>. Acesso em: 07.11.2018

RUBENSTEIN, Richard E. Quando Jesus se tornou Deus: a luta épica sobre a


divindade de Cristo nos últimos dias de Roma. Rio de Janeiro: Fisus, 2001.

SILVA, Fabíola Feitosa da. Concílio de Niceia: Transformação e Ascensão do


Cristianismo no Século IV. 2010. Manaus = Universidade Estadual do Amazonas.
(Monografia de Graduação). Disponível em: <http://repositorioinstitucional.uea.
edu.br/bitstream/riuea/835/1/Conc%C3%ADlio% 20de%20Nic%C3%A9ia%20
Transforma%C3%A7%C3%A3o%20e%20ascens%C3%A3o%20do%20cristia-
nismo.pdf>. Acesso em: 21 set. 2018

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