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Do Império Romano Aos Reinos 2
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OBJETIVOS
Ao final desta aula, o aluno deverá:
identificar na crise do Império Romano as condições que favoreceram as
invasões e o desaparecimento do Império Ocidental;
relacionar o surgimento de uma nova ordem política, social econômica com a
fusão de elementos da cultura romana com a dos bárbaros germânicos;
acompanhar a formação de um novo mapa geopolítico do Ocidente europeu.
INTRODUÇÃO
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OS BÁRBAROS
Dissemos um pouco antes que a pressão exercida por povos que habi-
tavam em terras das fronteiras tinha sido uma das causas da crise do Impé-
rio Romano. Aqui veremos como o deslocamento deles, na verdade de vá-
rias tribos deles, para dentro espaço territorial romano, acabou se constitu-
indo na causa imediata do desaparecimento do Império do Ocidente.
Por que os invasores eram chamados de bárbaros? Que povo era esse?
Como destruíram o Império Romano? Vejamos algumas respostas.
Os gregos chamavam de bárbaros a todos aqueles que não possuíam
a cultura grega. Os romanos deram continuidade ao uso do qualificativo,
também aplicado aos que não fizessem parte de sua civilização e, portan-
to, não se expressassem em sua língua. Por extensão, consideravam que
“para além do Reno e do Danúbio estender-se-ia a Barbaria, isto é, a
porção do mundo quase desconhecida, que não tem a felicidade de parti-
cipar da civilização romana”. (PERROY, 1964, p. 17)
Bárbaros, portanto, era uma expressão usada para designar povos dis-
tintos, a exemplo dos germânicos, celtas, bretões, hunos, eslavos, mongóis,
isso para citar aqueles que tiveram maior envolvimento com a história do
ocidente. Aqui, trataremos em especial dos germânicos, cujas tribos se
envolveram mais diretamente com a crise e o desaparecimento do Impé-
rio Romano do Ocidente.
Os germânicos eram povos oriundos do norte da Europa. Na verda-
de eram “grandes grupos consangüíneos reunidos em tribos, que por sua
vez se agrupavam em confederações militares, os “povos”, francos,
alamanos, borgúndios, vândalos, ostrogodos e visigodos, conduzidos por
chefes de guerra, os reis.” (PERROY, 1964, p. 17).
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(Fonte: ARRUDA, José Jobson. Hítoria Integrada. v. II - São Paulo: A’tica, 1995. p. 18).
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Exceto no que diz respeito aos francos, que serão tema de um próximo
capítulo, vejamos algumas questões relativas aos novos reinos, começando
por pensar nas linhas gerais que orientaram a formação da sociedade.
Dissemos acima que houve uma fusão de culturas. Na verdade o que
houve “desde o princípio foi a aculturação entre os dois grupos. Os Bár-
baros que se instalaram no século 5º não eram mais os povos jovens e
selvagens saídos há pouco das florestas ou da estepe. [...] Tinham já evo-
luído bastante durante seus deslocamentos, seculares em vários casos,
que por fim os lançaram sobre o mundo romano. Tinham visto muito,
muito aprendido e muito retido.[...]
Traziam consigo técnicas refinadas: a marchetaria, técnicas de ouri-
vesaria, arte do couro, e a arte admirável das estepes e seus animais
estilizados. Tinham sido muitas vezes seduzidos pela cultura dos impéri-
os vizinhos e haviam nutrido pelo saber e o luxo uma admiração um pou-
co desajeitada e superficial, mas respeitosa.
Outro fato capital transformara a face dos invasores bárbaros. Em-
bora uma parte tenha permanecido pagã, outra, e não das menores, torna-
ra-se cristã. Mas, por um curioso acaso que viria a se mostrar cheio de
conseqüências, os Bárbaros convertidos – Ostrogodos, Visigodos,
Burgúndios, Vândalos, e mais tarde os Lombardos – adotaram o arianismo
que, depois do Concílio de Nicéia, tornara-se uma heresia. [...] Restava a
atração exercida pela civilização romana sobre os Bárbaros.” (LE GOFF,
2005, p. 25-26).
Por causa da admiração que nutriam pelas instituições romanas e da lon-
ga coexistência com as mesmas, a instalação dos Bárbaros no território impe-
rial pode ser “rapidamente seguida de uma fusão mais ou menos completa”.
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Jóias produzidas por ourives visigodos (Ramos, Luciano. Os Reinos Bárbaros. São Paulo: Ática, 1993. p. 31).
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CONCLUSÃO
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RESUMO
ATIVIDADES
PRÓXIMA AULA
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REFERÊNCIAS 2
ARRUDA, José Jobson de A. ; PILETTI, Nelson. Toda a história: His-
tória Geral e do Brasil. 8 ed. São Paulo: Ática, 1999.
GIORDANI, Mário Curtis. História de Roma. Petrópolis: Vozes, 1968.
———— História do Império Bizantino. Petrópolis: Vozes, 1968.
LE GOFF, Jacques. A civilização do Ocidente Medieval. Bauru, SP:
Edusc, 2005.
———— Dicionário Temático do Ocidente Medieval. v. 1. São Pau-
lo: Imprensa Oficial do Estado, 2002.
PEDRERO-SANCHEZ, Maria Guadalupe. História da Idade Média:
textos e testemunhas. São Paulo: Editora UNESP, 2000.
PERROY, Édouard. A Idade Média: a expansão do Oriente e o nasci-
mento da Civilização Ocidental. In: CROUZET, Maurice. História Ge-
ral das Civilizações. v. 1. Tomo III. São Paulo: DIFEL, 1964.
PINSKY, Jaime (org.). 100 textos de História Antiga. São Paulo: Con-
texto, 1988
ROUCHE, Michel. Alta Idade Média Ocidental. In: ARIÈS, Philippe; DUBY,
Georges. História da vida privada. v. 1. São Paulo: Schwarcz, 1990.
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