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e as relações com o
Império Romano
Prof. Romulo Sousa
Civilização e Barbárie
A concepção de povos bárbaros surgiu na
Grécia Antiga, sendo usada inicialmente
para referir-se a povos que falavam
línguas ininteligíveis para os gregos. Com
o tempo, o termo passou a ser associado
com uma noção etnocêntrica que
classificava o outro, o estrangeiro, como
selvagem, inculto e incivilizado.
O termo foi apropriado pelos romanos,
que enxergavam como bárbaros todos
aqueles que não praticavam a cultura
greco-romana. Na história romana, os
povos germânicos ficaram muito A diferença entre barbárie e civilização”. Charge
de René Georges Herman-Paul, 1899.
conhecidos como bárbaros. Esses povos
foram fundamentais na crise que colocou
fim no Império Romano do Ocidente, no
século V.
Quem eram os bárbaros para os romanos?
Os romanos tornaram a palavra
bárbaro comum em seu
vocabulário. Para eles, todos que
não compartilhavam da cultura
clássica, isto é, da cultura greco-
romana, eram bárbaros. Aqui o
uso do termo é totalmente
pejorativo. Os bárbaros eram
enxergados pelos romanos como
povos selvagens, incultos,
incivilizados, atrasados.
A crise romana fez com que o
termo ficasse diretamente Frame da série ‘Bárbaros’ da Netflix
associado aos povos germânicos.
Vamos conhecer um pouco deles
agora.
Quem eram os povos germânicos?
Os germânicos habitavam o norte da
Europa e tinham origem indo-europeia,
portanto, eram povos originários da
Ásia Central e do planalto iraniano que,
no Período Neolítico, começaram a
migrar e estabelecer-se em terras
europeias e indianas.
Por germânicos não entendemos um
povo apenas, mas sim diferentes povos
que tinham origens étnicas semelhantes
e partilhavam entre si alguns elementos
culturais. De toda forma, havia
Representação de um homem
diferenças entre eles, e, portanto,
germânico
existiam dezenas de povos distintos.
A guerra para os povos germânicos
A concepção de germânicos que temos atualmente surgiu por meio de Júlio César. De toda
forma, esses povos organizavam-se em tribos lideradas por um chefe militar. A guerra era,
inclusive, uma ação muito comum entre eles, sabiam também praticar agricultura, pecuária
e comércio.
Os romanos tinham contato frequente com os germânicos, praticando o comércio e
fazendo guerra e alianças com eles. As guerras entre romanos e germânicos tornaram-se
mais frequentes a partir do século III d.C., quando o Império Romano entrou em crise.
A visão que os romanos tinham dos bárbaros (incluem-se germânicos e outros povos) era,
como já vimos, etnocêntrica. Relatos romanos apresentavam-nos como grotescos, sujos,
incivilizados, violentos, grosseiros, e os romanos menosprezavam os costumes e a fé dos
germânicos (que eram pagãos e acreditavam em forças da natureza).
Invasões bárbaras
A crise do Império Romano do Ocidente foi fortemente
influenciada pelas invasões bárbaras, ou seja, pelas
invasões de diferentes povos estrangeiros que não faziam
parte do Império Romano e não partilhavam da cidadania e
cultura romanas. Os povos germânicos foram os principais
bárbaros a invadirem as terras romanas, mas houve povos
de outras origens étnicas que também participaram.
As relações entre germânicos e romanos sempre foi
instável. Como vimos, havia contatos pacíficos com alguns
povos, mas outros eram tratados com hostilidade pelos
romanos. A partir do século III d.C., muitos desses povos
começaram a ser assimilados pelos romanos, que não
tinham forças para lutar contra todos os que ameaçavam
suas terras.
Muitos desses povos começaram a ganhar terras nas
regiões de fronteira. Em troca, eles ofereciam sua força
militar para o Império Romano. Os povos que aceitavam
essa condição ficaram conhecidos como federados. Com o
tempo, os acordos feitos pacificamente tornaram-se Retrato da batalha
acordos de paz, para resolução de desentendimentos entre Teutoburg, por Albert Koch
romanos e germânicos.
ATIVIDADE DE HISTÓRIA
https://youtu.be/Qv0f3lo99fg?si=qiYp7uqW-uipFi4L
Vândalos
Outro exemplo é o dos vândalos,
povo germânico que invadiu o
norte da África no século V. Os
romanos ofereceram paz para os
vândalos, permitindo-os
estabelecer-se naquelas terras,
desde que não invadissem mais
nenhuma outra região romana.
Visigodos e vândalos são apenas
dois exemplos de uma série de
povos que invadiram as terras de Saque de Roma pelos vândalos em 455
Roma. Entalhe e policromia em aço de Heinrich
Leutemann (c. 1860–1880)
Hunos
Os bárbaros mais conhecidos nesse contexto
foram os hunos, povo de origem tártaro-
mongol que vinha das estepes da Ásia Central
e penetrou a Europa até sua região central,
disseminando pânico entre romanos e
germânicos. Os hunos eram liderados por
Átila, e os relatos romanos sobre esse povo
caracterizavam-no da pior maneira possível.
O historiador bizantino do século VI chamado
Jordanes descreveu Átila como um semeador
de terror. Já Amiano Marcelino, historiador
Escultura que retrata Átila sendo impedido de
romano do século IV, falava que os hunos saquear Roma. Átila e os hunos eram
excediam os modos de ferocidade, eram feios registrados de maneira etnocêntrica pelos
e tinham hábitos classificados como grotescos romanos.
da cultura latina. Sidônio Apolinário falava do nasceu perto do Rio Danúbio, em território que hoje é parte da
Alemanha. Ao depor o imperador Rômulo Augusto, em 476, pôs fim
https://youtu.be/XzShKkfWsPI?si=spfl4mCMLqdGthYS
Representação da queda de Roma em quadro de 1836
As influências germânicas e romanas no Ocidente
Medieval
Com a queda de Roma, houve a desagregação do
sistema escravista existente no Império Romano, com
isto, ao longo dos séculos houve a: