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Bárbaros

(povos
germânicos)
A concepção de povos bárbaros
surgiu na Grécia Antiga, sendo
usada inicialmente para referir-se
a povos que falavam línguas
O termo foi apropriado pelos
ininteligíveis para os gregos. Com
romanos, que enxergavam como
o tempo, o termo passou a ser
bárbaros todos aqueles que não
associado com uma noção
praticavam a cultura greco-romana.
etnocêntrica que classificava o
Na história romana, os povos
outro, o estrangeiro, como
germânicos ficaram muito conhecidos
selvagem, inculto e incivilizado
como bárbaros. Esses povos foram
fundamentais na crise que colocou
fim no Império Romano do Ocidente,
no século V.
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Quem eram os povos
germânicos?
• Os germânicos habitavam o norte da Europa e tinham origem indo-europeia,
portanto, eram povos originários da Ásia Central e do planalto iraniano que, no
Período Neolítico, começaram a migrar e estabelecer-se em terras europeias e
indianas. Os contatos dos romanos com os germânicos remontam ao período
republicano da história romana.

• De toda forma, esses povos organizavam-se em tribos lideradas por um chefe


militar. A guerra era, inclusive, uma ação muito comum entre eles, mas eles
também valorizavam a paz e sabiam praticar agricultura, pecuária e comércio.
Organização Social
Encontramos a divisão de trabalho por sexo com a mulher sendo responsável pelo trabalho
no campo, na casa e por tecer. Usavam roupas de lã ou pano, que podia ser branca, negra e até
tingidas de vermelho.
Os homens, por sua vez, se ocupavam do pastoreio, da caça e da guerra. Esta era uma
atividade constante, pois as tribos viviam guerreando entre si.

Apesar da divisão de trabalho entre sexos, as mulheres ocupavam um lugar especial


dentro da hierarquia tribal, pois eram sacerdotisas, curandeiras, parteiras e
videntes.
Organização Política
Antes da consolidação dos Reinos Germânicos (após a queda do Império Romano) a
organização das tribos não possuía uma hierarquia rígida. Os reis, os chefes de guerra e os
sacerdotes, tinham um poder circunstancial e baseado no consenso. Era comum as decisões
serem tomadas por unanimidade através de aclamações em assembleias de homens livres.

O grupo familiar era muito solidário e responsável coletivamente, especialmente para exercer a
vingança ou pagamento do wergeld.
Este consistia numa característica marcante do direito germânico. Se uma pessoa fosse morta
ou sofresse algum ferimento, o clã poderia fazer o mesmo com o agressor. Caso o wergeld não
fosse concretizado, as tribos contraíam uma dívida de sangue com o outro clã.
Casa E Alimentação
As tribos germânicas viviam em casas comunais, construídas de madeira e barro,
onde viviam homens e animais. Uma tribo não tinha mais que 20 casas.
Alimentavam-se de nozes, raízes e tubérculos. Sua atividade principal era o
pastoreio, mas raras vezes comiam carne.

Os povos germânicos praticavam a agricultura e deixavam grandes espaços de


terreno livre ao redor de suas tribos, que lhes serviam de pasto para o gado.
Invasões bárbaras
‐ A crise do Império Romano do Ocidente foi fortemente influenciada pelas
invasões bárbaras, ou seja, pelas invasões de diferentes povos estrangeiros que
não faziam parte do Império Romano e não partilhavam da cidadania e cultura
romanas. Os povos germânicos foram os principais bárbaros a invadirem as
terras romanas, mas houve povos de outras origens étnicas que também
participaram.
‐ As relações entre germânicos e romanos sempre foi instável. Como vimos,
havia contatos pacíficos com alguns povos, mas outros eram tratados com
hostilidade pelos romanos. A partir do século III d.C., muitos desses povos
começaram a ser assimilados pelos romanos, que não tinham forças para lutar
contra todos os que ameaçavam suas terras.

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Causas das invasões
As causas das invasões germânicas são incertas para os historiadores, mas existem alguns indícios que
nos permitem entender melhor o assunto. Alguns historiadores afirmam que
o crescimento demográfico levou os povos germânicos a migrar na busca de terras mais férteis. É
levantada também a hipótese de que alterações climáticas tenham gerado um resfriamento do clima e
afetado a sobrevivência dos germânicos, que foram obrigados a procurar melhores terras para
sobreviver.

Existe ainda uma concordância entre historiadores sobre a chegada dos povos hunos, vindos da Ásia.
A chegada dos hunos trouxe desespero entre os povos germânicos, que passaram a exercer pressão
cada vez mais forte sobre as fronteiras do Império Romano.

Os hunos causaram a migração de Ostrogodos, Visigodos, Alanos, Burgúndios, Suevos, Vândalos e


muitos outros para as terras do Império Romano. Alguns deles conseguiram asilo no Império, e outros
forçaram sua entrada a partir de exércitos. O processo de desagregação do Império Romano aconteceu
quando o último rei romano foi destituído pelos hérulos em 476 d.C.
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Consequências
As migrações germânicas resultaram no processo de desagregação do Império Romano do Ocidente.
Assim, o poder centralizado em Roma deixou de existir, e as terras foram ocupadas pelos germânicos,
que prevaleceram a partir da força.

Além disso, houve também a ruralização da Europa, pois, com os centros de produção de alimentos
atacados e as rotas comerciais fechadas, o abastecimento das cidades foi interrompido, gerando fome
nas grandes cidades romanas.

Houve também casos de epidemia de doenças nas grandes cidades, além de saques realizados pelos
povos germânicos. Isso gerou uma migração de população para as zonas rurais com o objetivo de
fugir da violência e de estar próximo dos locais de produção de alimentos. Esse processo também
resultou na diminuição populacional da Europa.

A partir dos povos germânicos, novos reinos surgiram, como o Reino dos Francos, o Reino dos Visigodos, o Reino
dos Ostrogodos etc. A fusão da cultura latina e germânica deu origem à cultura da sociedade ocidental. Além disso,
a estrutura dessas sociedades possibilitou o surgimento das características que definiram a Europa durante o período
feudal.
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Queda do Império Romano
Apesar das constantes guerras e invasões, algumas tribos germânicas fizeram parte do 
Império Romano como membros federados ou eram contratados como mercenários.
No entanto, o enfraquecimento do Exército romano e a própria expansão das tribos
germânicas, acabam por derrotar o Império quando Roma é conquistada no ano de 476.
Cada tribo se instala em diversos pontos do antigo império, adaptam o direito romano à sua
realidade e pouco a pouco são cristianizadas. Esta fusão vai dar origem ao 
Sacro Império Romano Germânico.

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