Você está na página 1de 4

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO

O processo da Queda do Império Romano

NOME: Nathalia Sena Sassone Perrone


DEPARTAMENTO: Escola de História
CURSO: História - Licenciatura
DISCIPLINA: História Medieval I
DOCENTE: Paulo André Leira Parente
MATRÍCULA: 20201313021

Rio de Janeiro
2021
Introdução

O presente trabalho tem como objetivo analisar, através de referências bibliográficas,


o processo histórico que culminou na queda do Império Romano. Para tal, é importante que
entendamos a construção do Império Romano, enxergado como o mais poderoso do mundo
ocidental e os aspectos que culminaram a sua queda. Como dito, o Império de Roma era visto
como o mais poderoso; abrangendo a mais bela parte da terra e o segmento mais civilizado da
humanidade. Os habitantes da região desfrutavam até o ponto do abuso os privilégios da
opulência e do luxo. A imagem de uma constituição livre era mantida com decoroso respeito
(GIBBON, 2018). Outro aspecto importante de salientar são suas conquistas que, em grande
maioria, ocorreram durante a República.

A Crise do Império Romano

A chamada crise do Império Romano é marcada, aproximadamente, a partir do século


II d. C, tendo como principais fatores a corrupção, a crise econômica, diversos assassinatos e
golpes e o principal, as invasões germânicas. Outro fator que evidenciava a instabilidade do
momento era a sucessão de imperadores, muitos acabavam mortos por conspirações
(FERRILL, 1989). Além disso, percebe-se que o fim da expansão territorial de Roma acabou
por afetar a economia local, gerando ainda mais instabilidade. Todo o contexto exposto
acima, desencadeou uma crise econômica em virtude da diminuição da produção agrícola,
uma vez que Roma passou a priorizar a manutenção de seu território, causando problemas em
seu sistema escravista, pois seus prisioneiros acabavam por receber direito à cidadania.
A crise econômica gerou, consequentemente, fome e revoltas. Além de afetar a
manutenção dos exércitos das fronteiras, o que resultou na diminuição das tropas militares
romanas, tornando as fronteiras vulneráveis a ataques (FERRIL, 1989). É importante, antes
de tudo, destacar a rivalidade entre romanos e germânicos, para que entendamos que a
vulnerabilidade foi um dos fatores mais prejudiciais para a crise e, posteriormente, a queda do
Império Romano.
Os povos germânicos, eram vistos como “bárbaros”, exclusivamente por não
possuírem os mesmos hábitos, culturas e, principalmente, por não falarem latim. Além do
mais, alguns povos germânicos, acabaram convertendo-se ao cristianismo arianista,
condenado pela Igreja Católica.

“O vosso amigo Eminêncio, honrado senhor, entregou uma carta por vós
ditada, admirável no estilo. Tivestes contatos com os bárbaros e no entanto não
permitis que nenhum barbarismo atravesse os vossos lábios; em eloqüência e valor
igualais aqueles antigos generais cujas mãos podiam manejar o estilo com não menos
habilidade do que a espada. A língua romana foi já há muito banida da Bélgica e do
Reno, mas, se o seu esplendor sobreviveu de qualquer maneira, foi certamente
convosco. A nossa jurisdição entrou em decadência ao longo da fronteira, mas,
enquanto viverdes e preservardes a vossa eloqüência, a língua latina permanecerá
inabalável. Ao retribuir as vossas saudações o meu coração alegra-se dentro de mim
por a nossa cultura em desaparição ter deixado tais traços em vós.”
(Gai Solii Apollinaris Sidonii Epistularum, Lib. IV, Epistola XVII, Monumenta
Germaniae Historica – Auctorum Antiquissimorum, T. VIII, Berlim, 1887, in:
ESPINOSA, 1981, p. 35 )

O fato acentuou, ainda mais, a rivalidade entre esses dois povos. Somado à rivalidade,
existem explicações de que o resfriamento climático e o aumento populacional geraram a
necessidade de melhores terras para que a sobrevivência dos mesmos fosse assegurada. Outra
explicação importante de salientar é a chegada dos Hunos (povo nômade) a terras próximas a
de povos germânicos, o que causou pânico. Essa chegada, por exemplo, causou a migração de
dois povos para terras do Império Romano (ECO, 2010).

A Queda do Império Romano

Nota-se, a partir de todo o cenário de instabilidade dentro do Império Romano e de


ameaças de invasões, que Roma estava exposta. Em 410, a cidade acabou saqueada e, após
isso, diversos povos invadiram terras romanas. Diversos povos, percebendo o
enfraquecimento do Império, fixaram-se nas terras, criando novos reinos. Desse modo, a
influência territorial estava sendo perdida. O Império Romano afligiu desta forma até 476,
quando a cidade de Roma foi invadida pelos hérulos, liderada por Odoacro e o último
imperador romano, Rômulo Augusto, foi destituído. Odoacro enviou insígnias imperiais à
capital do Impeŕio Romano do Oriente, Constantinopla, decretando, assim, o fim do Império
do Ocidente.
A população romana já havia saído das cidades e já haviam instalado-se na zona rural,
buscando proteção. Isso acabou por desintegrar a configuração urbana que havia sido
construída no Impeŕio Romano. Os povos germânicos, então, estabeleceram-se em antigos
territórios romanos, gerando novos reinos, iniciando, assim, o processo de configuração
política que iria caracterizar a sociedade medieval (GIBBON, 2018).

Conclusão

Percebe-se, portanto, que a instabilidade econômica e social, somada à rivalidades


com povos estrangeiros (exacerbada por preconceitos e intolerância), foram pontos
fundamentais para a queda do Império Romano. É importante, dentro da História,
analisarmos o passado, para que possamos entender nosso presente. Por isso, analisar
aspectos que contribuíram para o fim do Império, é analisar, na verdade, sobre nós mesmos,
uma vez que temos diversas influências de tal sociedade. “(...) estudar história é algo que
interessa ao nosso próprio mundo, à nossa própria vida aqui e agora. Estudar História do
passado é buscar compreender o nosso próprio mundo.” (BELTRÃO, C; DAVIDSON, J.,
2010)
Referências Bibliográficas

BELTRÃO, Cláudia; DAVIDSON, Jorge. História Antiga, v. 1, 2010

ECO, Umberto. Idade Média–Bárbaros, cristãos e muçulmanos. 2010.

FERRILL, Arther. A Queda do Império Romano: a explicação militar. Rio de Janeiro:


Jorge Zahar, 1989.

Gai Solii Apollinaris Sidonii Epistularum, Lib. IV, Epistola XVII, Monumenta Germaniae
Historica – Auctorum Antiquissimorum, T. VIII, Berlim, 1887, in: ESPINOSA, 1981, p.
35

GALASSO, Giuseppe; BARATA, Fernando Martins. Poder e instituições em Itália: da


queda do império Romano aos nossos dias. 1984.

GIBBON, Edward. Declínio e queda do Império Romano: edição abreviada. Editora


Companhia das Letras, 2018.

MACHADO, Carlos Augusto Ribeiro. A antiguidade tardia, a queda do Império romano


e o debate sobre o" fim do mundo antigo". Revista de História (São Paulo), p. 81-114,
2015.

Você também pode gostar