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Codó, MA
2022
Bianca da Costa da Silva 1
Resumo: O artigo irá expor por meio de uma revisão bibliográfica e historiográfica, uma série
de fatos e acontecimentos que, contribuíram direta ou indiretamente com a decadência do
Império Romano. Dessa forma, será possível a compreensão dos acontecimentos: invasões e
confrontos que levaram o Império ao apogeu. No entanto, ficará evidente que as invasões e
confrontos não foram os únicos responsáveis pelo declínio e sim, juntamente à eles, uma
anarquia militar, que ocasionou a fragmentação do exército e o enfraquecimento das fronteiras
do Império.
INTRODUÇÃO
Dentre os principais fatores que contribuíram com o declínio, houve um que teve uma
grande força: instaurou-se no Império, uma anarquia militar no séc. III d. C.. Assim, houve uma
quebra na cadeia de comando militar, isso ocasionou atos de insubordinação que partiram dos
poderosos generais em relação ao Imperador. Com isso, os soldados passaram a obedecer mais
os comandantes do que o próprio Imperador. Desta forma, essa anarquia ocasionou uma
fragmentação no exército – principal instituição do Império – essa fragmentação trouxe duas
consequências relevantes para o declínio do Império: 1- O enfraquecimento das fronteiras, onde
muitos generais se preocupavam mais em proteger suas terras do que os limites do Império; 2-
A crise da expansão territorial, ocorreu quando a economia de Roma começou a sentir os efeitos
da escassez da mão de obra escravizada e do desabastecimento das principais cidades.
1Graduanda em História – Universidade Federal do Maranhão – UFMA – 65400-000 – Codó – MA. E-mail:
bc.silva2@discente.ufma.br
Note que, nenhum saque ou invasão teria tanta força e impacto para por termo à um
Império tão poderoso. Isso só teve grande relevância por causa da anarquia presente no Império.
É evidente que, o enfraquecimento das fronteiras deu aos bárbaros, a possibilidade de invadir e
saquearem a cidade de Roma.
A vitória das três guerras púnicas, garantiu aos romanos a posse dos territórios sob o
domínio de Cartago. A conquista desses territórios provocou grandes transformações no regime
de propriedade, estimulando assim, o crescimento da escravidão em Roma.
Em 43 a. C., assumiu o poder um segundo triunvirato, formado por Otávio – que recebeu
do exército o título de imperador em 40 a. C. – Marco Antônio e Lépido. Com Augusto, o
primeiro imperador da dinastia Júlio – Claudiana (27 a. C. -68 d. C.), o Império conheceu um
período de prosperidade – a pax romana - Assim, o mar mediterrâneo passou a ser chamado de
Mare nostrum (nosso mar) pelos romanos, servindo de ligação entre as diferentes regiões do
Império.
Após a morte de Augusto, em 14 a. C., Tibério como seu sucessor, assumiu o poder
defendendo o Império dos povos germânicos do norte. Assassinado aos 29 anos, em 41 d. C.,
foi substituído por Cláudio, fundador da província da Britânia e criador da província da
Mauritânia, no norte da África. Está dinastia encerrou-se com Nero no ano de 68. Alguns
historiadores consideram que Nero, assessorado pelo filósofo Sêneca, foi um bom governante.
Foi também acusado de mandar atear fogo em Roma, para que assim pudesse reconstruí-la mais
forte mais grandiosa, mas para os historiadores isso não ocorreu realmente. Perseguido pela
guarda pretoriana – a guarda pessoal do imperador – preferiu ele mesmo se matar, em 68 d. C.
A partir do século IV, a penetração dos “bárbaros” no império ocorreu com a licença e
mesmo com o incentivo do Estado. Roma permitiu que populações vindas de fora das fronteiras
ocupassem terras sob seu controle, mantendo seus costumes e tradições como povos federados.
Roma, não resistiu ao ataque desferido por Odoacro, o chefe dos herulos. Descontente
porque seu povo não estava incluído entre os povos federados, conquistou Roma e destronou o
Imperador Rômulo Augusto. Enviou as insignias imperiais a Constantinopla e assumiu o
governo da península Itálica, já que os outros domínios do Império Romano do Ocidente tinha
o mesmo nome do lendário fundador de Roma: Rômulo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O historiador francês Ferdinant Lot (1866-1952) atribuiu o fim do Império de Roma a
fatores internos e não à “avalanche bárbara”. Assim, podemos considerar que o fim do Império
deve ser atribuído a causas internas e externas, e não à um único fator. Essa visão negativa foi
rompida no século XIX. O romantismo resgatou a Idade Média e os povos bárbaros passaram
a ser vistos como o “sopro de vitalidade” que arejou o decadente Império Romano. As invasões
bárbaras deixaram de ser uma catástrofe repentina e passaram a ser entendidas como um fluxo
migratório pacífico”, visando ao assentamento. Assim, diante de tudo o que foi exposto
anteriormente, fica evidente que a queda do Império foi um Marco, que acima de tudo, não teve
um único e principal motivo responsável pelo seu fim. É injusto afirmar que, as invasões
bárbaras foram as culpadas pela queda de um Império que há muito, já havia mostrando sinais
de seu enfraquecimento. Um grande somatório de causas foram responsáveis pelo declínio da
tão gloriosa “senhora do mundo”.
BIBLIOGRAFIA
ARTIGOS:
LIVROS:
GIBBON, Edward. Declínio e queda do Império Romano. São Paulo: Companhia das Letras,
2003.
FILMES:
Átila, EUA, 2001. Direção: Dick Lowry. O filme retrata a expansão dos hunos, liderados por
Átila, e seus conflitos com os romanos e germânicos no século V a. C. Duração: 177 min.
Roma, EUA, 2006. Direção: vários. Minissérie em 22 episódios, que conta a história completa
de Roma desde os primórdios até o Império.
Spartacus, EUA, 1960. Direção: Stanley Kubrick. Clássico sobre a revolta de escravos na
Roma republicana. Duração: 183 min.