Você está na página 1de 2

Resenha: Por uma Geografia Nova – Da crítica da Geografia a uma Geografia Crítica.

SANTOS, Milton. Por Uma Geografia Nova – Da crítica da Geografia a uma


Geografia Crítica. São Paulo - SP: Ed. HUCITEC, 1986.

Bianca da Costa da Silva1

Esta resenha tem como objetivo primordial, apresentar a obra: Por uma
Geografia Nova de Milton Santos, Geógrafo baiano, brasileiro, nascido em 1926 e
Graduado em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

A obra encontra-se dividida em 14 capítulos, mais resumo final, num total de


289 páginas. O Professor Doutor em Geografia, analisa em seu livro, a crise por que
passa a ciência geográfica e propõe uma nova forma de pensar e de fazer Geografia.

Milton Santos propõe uma geografia baseada em um conceito de espaço onde


a técnica (sistemas de objetos técnicos e sistemas de ações) tem uma relevância
muito grande e fora isso o autor também traz a disciplina os conceitos de “teoria de
sistemas” e de “totalidade” que foram emprestados da física.

Em suma, nesta obra, Milton Santos vai criticar aquela velha e antiga geografia,
baseada nas paisagens e vai propor uma nova geografia que tenha como objeto de
estudo: “O espaço Geográfico.”

Logo no primeiro capítulo, Milton Santos faz uma pergunta instigante: Geografia
nova? Com o intuito de dizer que a geografia humana ainda não está feita e que temos
de fazê-la. Assim, o primeiro questionamento do autor no início da obra está
relacionado à ideia de movimento, então ele diz que as coisas parecem sempre estar
em movimento, porém, dentro de um cabedal conceitual de geografia, as coisas
pareciam estar estáticas.

Milton Santos vêm com um pensamento oposto a esse e profere a seguinte


frase: “O Novo não se inventa, descobre-se.” Portanto, ao contrário de muitos que
diziam estar inventando uma nova geografia, ele dizia que ele estava descobrindo a
nova geografia.

1Graduanda do Curso de Licenciatura Interdisciplinar em Ciências Humanas / História, pela Universidade


Federal do Maranhão - Campus de Codó, 65.400-000. E-mail: bc.silva2@discente.ufma.br
Para ele, o surgimento e avanço das grandes tecnologias, novos satélites,
novos tipos de cartografia, estavam gerando novos dados existentes, estava inovando
e mudando a forma como os geógrafos estudavam até então.

Desse modo, ele vai fazer uma comparação entre teoria e técnica, a geografia
sempre foi ambígua no sentido de haverem as teorias e as técnicas. Milton Santos vai
exemplificar essa teoria, utilizando o exemplo da teoria de que a terra era plana e que
a mesma era limitada e terminava em um abismo, um precipício. Essa ideia foi
colocada pela igreja e pelos estudiosos da época. Assim, o autor dá um exemplo de
técnica, o matemático Pitágoras, que por meio de seus estudos e técnicas afirmava
que a terra era redonda.

Desta forma, percebe-se que as técnicas sempre vencem as teorias quando


são provadas e obtendo êxito nos resultados. É por isso que o autor vai afirmar que
esse confronto é responsável pela captação e percepção do espaço geográfico. A
ausência desse embate de Teoria versus Técnica, faria com que a geografia fosse
estudada como paisagem, e sempre paisagem.

O exemplo utilizado pelo autor: da verdadeira forma da terra, fez com que o
continente europeu, o espaço geográfico europeu fosse visto de outra forma, mudou-
se a mentalidade das pessoas em relação àquele espaço geográfico.

Portanto, a nova geografia formulada por Milton Santos vai propor uma nova
geografia, com bases nos dados qualitativos e quantitativos que propiciar uma nova
dinâmica sócio-espacial. Em seguida, ele vai romper as linhas da geografia e propor
uma em direção às técnicas. Assim, ele vai trazer as técnicas para o centro da
geografia, como um agente de redescobrimento de grande importância para a
geografia.

Você também pode gostar