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muito para os estudos de Geografia Cultural. Um de seus livros chama-se a Geografia Cultural
e foi publicado em português no ano de 1999. O autor divide esta obra em quatro partes.
Acredito que ele faz dessa forma, pois precisamos de uma construção e maturidade sobre o
tema Geografia Cultural que vai desenvolvendo a partir da ordem cronológica dos capítulos
estabelecidos. Além desses quatro grandes grupos divididos em capítulos, cada capítulo possui
tópicos e sub-tópicos além de esquemas e imagens que enriquecem o texto e o entendimento
do leitor.
Continuando com a próxima parte cultura, vida social e domínio do espaço começa com os
aspectos de transmissão de conhecimentos de vida, regras da sociedade e o papel das
instituições ou indivíduos como construtores e mediadores da cultura e as análises sobre os
diferentes tipos de cultura. O que mais me despertou nesses capítulos foram as instituições
que são apresentadas sendo a primeira a família, depois a comunidade e religião e como que
acrescendo a individualidade dos sujeitos é possível ter diferentes culturas existindo dentro de
mesmas instituições.
A última parte do livro chama-se uma geo-história da cultura e como o próprio nome diz
apresenta uma história da Geografia Cultural. Apresenta um esquema de evolução das
civilizações até chegar às influencias da contemporaneidade com a globalização, pós-
modernidade e o renascimento de nacionalismos e fundamentalismos. Dessa forma
estabeleceu-se uma divisão e repartição do mundo em áreas que elevam a modernização e a
ocidentalização onde só é mais valorizado e tido como cultura oficial o que se encaixa nos ditos
padrões brancos e eurocêntricos. Tudo fora esse padrão é olhado como o outro, o diferente,
quando na verdade foi a partir dessas culturas dos povos tradicionais que tudo se originou e
evoluiu. Ocorreu assim uma transição cultural e é estabelecido os novos desafios do século
sobre Geografia Cultural para finalizar o livro.
Vale a pena lembrar que não apresentamos esse último capítulo da sessão quatro em nosso
seminário e o interessante é que diante de toda a exposição dos capítulos anteriores cada
pessoa da sala pode chegar a conclusões diferentes e que não necessariamente vão de
encontro como o modo conclusivo que o autor apresenta. Em minha opinião ele faz leituras
superficiais sobre os diversos assuntos que aborda com posicionamentos e conceitos
romantizados e de certa forma utópicos. Isso pode se dar pelo fato de ser um livro considerado
introdutório para a Geografia Cultural necessitando de outras obras para maior
aprofundamento em cada um dos temas apontados nos capítulos. Ou, a outra leitura que eu e
faço é que Paul Claval está nessa posição de privilégio como homem, branco e europeu tendo
sua cultura como oficial e seus estudos legitimados por causa da ocidentalização evidente.
Termino com o questionamento de outras possibilidades de Geografias Culturais apresentadas
por autores populares, de comunidades tradicionais e até mesmo fora dos padrões e do
sistema acadêmico. Nada melhor do que alguém que vive a cultura diariamente para ser
referência no assunto e poder falar de suas experiências sem ter sua voz apagada por
interpretações de outras pessoas sem propriedade para falar sobre isso.