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Teste de Civilizações Romanas

1- Durante o segundo século a.c, Roma já há muito se tinha afirmado como a


principal força no Mediterrâneo. Em 202 a.c tinha suprimido a hegemonia
cartaginesa, mas com a terceira guerra púnica e a conquista de Cartago em 146
a.c temos a completa subjugação desta ameaça fenícia. As guerras contra os
Antogonidas e Seleucos marcaria o fim da hegemonia helénica no oriente. O
resultado destas vitoriosas campanhas significaria um aumento de escravos,
terras e riquezas para Roma.

Contudo, isto não significaria uma igual distribuição de riquezas e terras pelos
cidadãos romanos, mas sim uma acumulação de bens pelas altas elites do
Estado. A distribuição do ager publicus pelos censores tornou-se completamente
desigual, favorecendo sempre os mais ricos. Além desta evidente ganância e
falta de moralidade dentro da elite romana, a própria estruturação do exército
levava ao empobrecimento dos seus membros. Visto que só aceitavam nas linhas
de combate soldados com um número elevado de bens e terras, eram estes
camponeses que sofreriam as maiores despesas do conflito. As famílias
camponesas despediam-se dos seus entes queridos antes destes partirem para a
guerra, preocupadas se conseguiriam manter a sua produção rentável apesar
desta nova falta de mão de obra. Outra preocupação financeira do soldado do dia
a dia seria a compra de equipamento militar e sua sobrevivência diária, que não
seria paga pelo estado. Tal como na Grécia Arcaica do século VII e VI a.c, os
pequenos e médios proprietários vendem as suas terras de forma a sobreviver,
migrando para os grandes centros urbanos como Roma. Contudo, esta
inquietação social principalmente focava-se na justa distribuição de terras. Para
resolver a dicotomia entre rico e pobre surgiram os irmãos Graco, que,
infelizmente, foram incapazes de proclamar as suas reformas agrárias e sociais
devido a um Senado bastante conservador, liderado principalmente pelos
Optimates. O seu assassinato marcaria o fim da paz dentro da república.

O exército romano tornara-se ineficaz para manter um tão vasto território e um


ambiente de constantes conflitos bélicos. Até ao início do século II a.c, a
estruturação militar tinha tido sucesso porque as principais lutas bélicas se
passavam no interior da península itálica. Porém, isto já não era a norma. Roma
após a terceira guerra púnica havia-se expandido para a Hispânia, Grécia,
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Tunísia e Anatólia. De forma a assegurar efetivamente estes novos territórios as


campanhas poderiam durar anos e por causa do requerimento de terras e bens
para servir no exército, o número de soldados disponíveis tornou-se muito
limitado. Por fim, os veteranos que voltavam à Itália descobriam que se
encontravam em grandes prejuízos ou sem terras, lutavam para o seu próprio
empobrecimento.

É neste cenário que chega Gaius Mários. Foi proclamado Consul in Absentia,
visto que se encontrava na altura na costa da Tunísia guerrilhando contra
Jugarta, rei dos Numídios. Mário alteraria drasticamente o exército e tais
reformas não só impactariam as legiões como também o Estado e o seu futuro.

A reforma mais importante de Mários talvez venha na forma de ignorar o


requerimento de propriedade, podendo assim recrutar-se soldados com um valor
proprietário menor a 3500 sesterces. Independente dos rendimentos e da riqueza,
todos os voluntários são aceites nas legiões. Os Capite Censi podem fazer parte
do exército romano. “Mário procedeu a um recrutamento, mas não segundo o
antigo costume e o sistema de classes, mas sim aceitando qualquer voluntário, na
sua maioria “proletários” excluídos do serviço militar”. Além disto, Mários
obriga o Estado a fornecer equipamento a cada soldado como também a
promessa de terras, saque e um bom salário a cada novo recruta. As massas
correm para Mários na esperança de ganharem um melhor estatuto na sociedade.
Ele quebra também com a tradição de cada legião desbandar após cada
campanha, agora obrigando cada soldado a cumprir um termo de 16 anos. Por
estas razões, o exército romano aumenta em número e qualidade e é constituído
na sua maioria pelos Proletarii (homens sem propriedade). Este grosso é
formado principalmente pela plebe rural, que via os seus rendimentos a reduzir
cada vez mais, ao que a promessa de terras lhes era muito favorável.

“De facto, para um homem que deseja o poder, os melhores partidários são os
mais pobres, visto que, não possuindo nada, de nada têm que precaver-se” Por
esta razão, a lealdade de um soldado romano começava a se desviar mais para o
seu general do que para o Estado que defendia. Nada tinham a perder e só
estavam no exército para lucro próprio, defender Roma havia-se tornado um
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objetivo secundário quando o garante dos seus sucessos e riquezas era


personificado no seu General. Antes das reformas de Mários, os soldados
romanos sentiam orgulho por preencherem o grosso da Força militar romana,
um privilégio que poucos usufruíam. Escolhi este excerto por esta mesma razão,
porque a falta de lealdade para com o estado levaria às grandes guerras civis do
fim da república.

Entretanto, ainda estas consequências não se haviam tornando reais, há


várias tentativas por populares de infringir reformas agrárias e socias
impulsionadas pelos irmãos Gracos. Contudo, quando se dá a tentativa de tornar
todos os habitantes da Itália cidadãos romanos, dá-se entre 91 e 88 a.c uma
guerra social que se conclui com a vitória romana, apesar de resultar na
cidadania dos povos itálicos. É através desta guerra que Sula, um general
romano, ganha cada vez mais prestígio que consequentemente levaria ao
declínio de Mário e dos Populares. Este último tenta retirar Sula do seu comando
nas guerras contra Pontos e Mitridates, mas falha redondamente. Sula escapa de
Roma e pede ajuda aos seus soldados, que temendo a perda do saque e das terras
que lhes haviam prometido, respondem afirmativamente ao apelo. Assim, pela
primeira vez na história de Roma, soldados armados entram em Roma e violam
o Pomerion. Estabeleceu-se assim a ditadura de Sula que terminaria no
fortalecimento dos optimates e dos nobilitas e da diminuição do impacto das
reformas dos irmãos Graco. Dita ditadura (82 a 79 a.c) reorganizaria o Estado
com o aumento do Senado de 300 membros a 600(os novos membros são
escolhidos por Sula), modificação da constituição, diminuição da influência e
poder das assembleias e dos equites. Há uma série de medidas que fortalece as
aristocracias de Roma. Contudo, em 79 a.c, após ter verificado que as suas
reformas tinham sucesso, abdica do poder.

Contudo, o sucesso militar de Sula motivaria futuramente imensas


guerras civis, ensinaria generais e políticos a usar exércitos a seu favor contra
Roma. Após a morte de Sula as suas obras foram liquidificadas e a república
encontrar-se-ia no seu precipício. Desde de agitação popular (exigindo a justa
restituição de terras), revoltas de escravos e guerras civis, entre muitos outros
conflitos, que a Roma Republicana estaria num estado de caos.
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2- Após o visionamento dos vídeos a correta ordem cronológica destes é


“Caesar is declared a public enemy of Rome”, “Caesar´s speech to the 13th
legion” e “Dividing rome into Three”.

O primeiro vídeo que referi ocorre em 50 a.c no Senado de Roma, ano em


que o mandato de governador de César terminou, assim também acabando a sua
imunidade política. Com o fim desse privilégio, Metullus Scipio estabelece a
moção de que se Cesar não voltasse a Roma, com um exército já desbandado,
para ser julgado pelos crimes de traição e insubordinação seria julgado uma
ameaça para o Estado, acabando por sofrer uma execução. Cícero declara-se
relutantemente a favor desta proposta, levando a um motim no interior do
Senado onde Marco António, tribuno da plebe, é incapaz de vetar a monção.

O segundo vídeo já se refere à conclusão de uma segunda reunião


(continuadora daquela monção feita por Muttulos Scipio onde Marco Antonio
foi incapaz de vetar). Como a primeira reunião no senado não acabou
oficialmente devido ao Motim, ainda havia a possibilidade de Marco Antonio
fazer o seu papel de tribuno da plebe e proteger Cesar. Contudo, a caminho do
Senado, ele e os seus guarda costas (soldados da décima terceira legião), foram
atacados por 1000 homens de Pompeu. Marco António e os seus legionários
voltam para Cesar para o informar que este e o seu exército haviam sido
considerados inimigos públicos de Roma. Devida informação que Cesar
transmite num discurso aos seus soldados.

O terceiro vídeo refere-se ao segundo Triunvirato, formalmente reconhecido


e estabelecido em 43 a.c, constituído por Octávio César Augusto (sobrinho neto
e filho Adotivo de César) Marco António e Lépido. Neste Trecho, os 3 discutem
a repartição do território romano pelos 3, ficando Octávio com as províncias
ocidentais, Marco António com as províncias orientais (consulado por poder
voltar para a sua rainha do Nilo) e Lépido com as províncias Africanas.

Quase durante 400 anos que a Républica tinha funcionado pacificamente,


antes de 133 a.c, era impensável imaginar violência dentro do senado. Desde de
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homicídios, gangues liderados por fações políticas a assediar opositores,


políticos a vetar monções ou propostas, impedindo leis necessárias a serem
cumpridas, ou mesmo aristocratas a declararem ter o poder supremo. Está é a
realidade política na república do século 1 a.c. Os autores antigos gostam de
apontar a culpa da crise da república ao declínio Moral que percorria o Senado.
Principalmente o descartar do Mos Maiorum, dos ideias antigos que cada
político e romano devera seguir que eram cada vez mais descartados. Não só
observamos isto com as guerras civis, mas com a constante violência que ocorria
dentro de Roma, entre os tribunos e o resto da república. Com César e com
Augusto vemos o fim da república e a imposição do Principato. Júlio César
pavimentaria o processo para seu filho adotivo se declarar Imperador. Anterior
ao seu assassinato, quando se declara dictator para a vida, ele acaba por tornar
Roma numa capital de um império, já não é apenas uma civitas conquistadora,
mas sim a cede de um vasto território. Diminui o poder dos Equites e do Senado
(aumentando também o número de cadeiras no senado para 900, perdem poder
financeiro), acaba por finalmente distribuir terras pela população. A atribuição
de certos cargos e reunião de comícios e assembleias só ocorrem com a sua
presença. Para finalizar, através da sua atribuição de pontifex maximus, enaltece
a sua pessoa religiosamente, oferecendo-se proteção divina. Tais paços que
Augusto seguiria à rija quando se declararia imperador, pondo fim ao cansaço
político da população e iniciando a Pax Romana.

3- a) República Romana foi uma estrutura político administrativa que governou


entre 509-27 a.c, constituída por vários órgãos como quaestor, preator e os
cônsules que eram aconselhados por vasta assembleia nomeada de Senado.
Durante a sua existência ver-se-ia a inicial expansão Roma que a levaria a
tornar-se num império

b) O fórum era um local de convívio comercial e social, rodeado de edifícios


públicos, e que é um elemento derivado da ágora grega

c) Nobilitas seria um título que significaria notável, sendo usado para distinguir
pessoas ilustres e com um alto prestígio na Roma Antiga. Podia ser atribuída a
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vários membros da sociedade, incluindo patrícios e plebeus que tenham exercido


uma magistratura curul.

d) Desde da fundação de Roma e mais tarde com a fundação da República, que


tinha se formado cada vez mais uma estratificação social cingente nos patrícios
(os supostos descendes dos troianos) e os plebeus (os habitantes que se viram
atraídos a Roma e foram incluídos por Rómulo). Esta diferença social levou à
monopolização política por parte dos patrícios, que excluíam continuadamente
os plebeus da vida política, concluindo em conflitos sociais nos inícios da
república.

e) As Guerras Púnicas foram as disputas bélicas, económicas e políticas entre


Roma e Cartago pelo Mar Mediterrâneo. Os conflitos duraram entre 264 a.c. e
146 a.c., terminando com a total destruição de Cartago e a escravização dos seus
cidadãos. A primeira ocorreu em 264-241 a.c., a segunda entre 218-201 a.c. (luta
muito traumática para Roma, que apesar de vitoriosa, teria quase se submetido a
Hannibal Barca) e a terceira entre 149-146 a.c.

f) Ter direito de cidadania em Roma traduzir-se-ia na possibilidade de exercer


direitos civis e políticos, podendo participar em assembleias e a justa
participação em magistraturas. Inicialmente, esta só seria atribuída a todos os
homens livres de Roma, mas com a continua pressão das massas e das reformas
dos populares, levou à guerra social de 91-88 a.c que acabou por alargar a
cidadania a todos os habitantes da Itália.

g) Com a instauração do principato, Octávio César Augusto, tinha a necessidade


de promover a sua imagem e assim associar-se a figuras divinas e mitológicas.
Através de propaganda, principalmente com a publicação da Eneida, ele
afirmava-se descendente do herói troiano Eneias e Rómulo (ambos tendo uma
descendência divina, a mãe de Eneias seria Vênus enquanto o pai de Rómulo
seria Marte). Através destas personagens ele justificaria o seu poder absoluto.

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