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POVOS BÁRBAROS
História – Universidade Sénior de Esmoriz
Os povos bárbaros
• Os bárbaros eram os povos ou tribos que não partilhavam da cultura, língua e
costumes romanos.
• Vistos como aguerridos, os bárbaros eram liderados por clãs ou famílias poderosas.
Muitas vezes, eram comandados por um rei ou chefe militar.
• Por exemplo, por volta dos séculos IV d.C. e V d.C., vários bárbaros foram
incorporados no Império como “federados” e os romanos arregimentavam jovens
soldados visigóticos e vândalos para seu exército. Em troca, era-lhes garantida a
exploração de terras.
• Após a morte de Bleda (assassinado por Átila ou morto por causa natural), o seu irmão
Átila (406-453 d. C.) assumiu o poder e conseguiu unificar o Império Huno e as suas
hordas.
Hunos
• Muitos povos bárbaros sentem-se obrigados a atravessar as fronteiras do Império
Romano com medo das represálias e dos terrores perpetrados pelas acções
imprevisíveis dos hunos.
• No início de 451 d. C., Átila atravessou o Rio Reno e invadiu a Gália que já se encontrava dividida
entre romanos e bárbaros.
• Nessa altura, romanos, visigodos, francos, alanos, burgúndios, saxões, bretões e outros povos
bárbaros uniram-se e formaram um exército heterogéneo para enfrentar Átila que também tem
alguns aliados.
• A batalha irá dar-se nos Campos Cataláunicos (hoje região de Champanha – França) nesse ano
de 451 d.C. Ambas as forças contam com mais de 100 mil homens e os dois lados perderão
dezenas de milhares de homens.
Hunos
• As forças hunas não conseguiram furar as linhas romano-germânicas, e surpreendidos pela
feroz resistência, acabaram por se desorganizar, permitindo o contra-ataque de romanos e
visigodos. Após muitas baixas de ambos os lados, o acampamento de Átila ficará praticamente
cercado, contudo este acabará por escapar com vida, juntamente com parte do exército que
sobreviveu à batalha.
• Apesar da derrota, Átila quer recuperar o prestígio e decide, em 452, invadir a Itália, obrigando
o Imperador Romano Valentiniano a fugir de Ravenna para Roma. Os hunos pilham com
sucesso Pádua, Verona, Milão e Pavia.
• No entanto, o imperador envia uma delegação liderada pelo Papa Leão I (com pontificado
entre 440 e 461 d. C.) para negociar um acordo de paz e convencer Átila a abandonar a
Península Itálica bem como o objectivo de tomar a capital do moribundo império - Roma.
Hunos
• Não se sabe quais os argumentos utilizados pelo Papa Leão I nas conversações com
Átila, mas certo é que o líder huno acedeu retirar-se de Itália.
• Acredita-se que Átila teria já nas suas mãos um imenso saque derivado das pilhagens,
além de que as epidemias se abateram sobre as suas forças, provocando um número
significativo de baixas. Além disso, vivia-se um ano de más colheitas, e o abastecimento
alimentar das suas tropas poderia estar em risco, caso prosseguissem com a ambiciosa
campanha.
• Em 453 d. C., Átila morre após uma noite de núpcias, depois de ter bebido bastante
aquando da celebração. Ainda hoje, se discutem as causas da sua morte: natural (dizem
que teve sangramento nasal) ou a noiva tratou de o assassinar.
A Cavalaria Huna
em Acção
Batalha dos Campos Cataláunicos
O Papa Leão I convence Átila a não
invadir a Itália
Alanos
• Possivelmente oriundos do Irão ou do Cáucaso, os alanos foram derrotados pelos hunos.
Este povo posteriormente se dispersou, uns juntaram-se aos hunos e outros tentaram a
sua própria sorte.
• O grupo que fugiu ao domínio uniu-se aos vândalos (asdingos) e acabaram por abraçar a
religião cristã ariana (o Arianismo cultivava o Cristianismo, mas negava que Jesus fosse
Deus – Jesus era filho, e Deus seu pai). Admiravam Jesus, mas negavam a sua divindade.
Para os arianos, Cristo não é mais do que a primeira das criaturas, um mero instrumento
de Deus. (Ensinamentos inspirados pelo presbítero Ario de Alexandria).
Alanos
• Entre 408 e 409, o grupo dispersante invadiu a Península Ibérica.
• Os grupos de alanos, com maior poder militar na Península Ibérica, ocuparam o
território romano da Lusitânia, entre a zona sul do rio Douro e a zona
cartaginense. Aqueles que tinham menos poder avançaram para a Galícia dos
Suevos.
• No entanto, em 417 foram dizimados pelos Visigodos. Os sobreviventes uniram-se
aos Vândalos, rumando ao Norte de África.
• No século V, acabaram por ficar diluídos entre diversos povos, e perderam assim o
seu rumo.
Relevo com um
cavaleiro alano
Trajectória dos Alanos
Vândalos
• Com origens na Germânia Oriental, os Vândalos eram conhecidos por saquear os povos
que encontravam no seu caminho.
• Em 486, ele conquistou o resto do Reino bastião de Soissons que ainda era fiel ao
que restava do Império Romano do Ocidente.
• Em 507, os francos liderados por Clóvis atacaram, desta feita, o reino visigótico de
Toulouse. O rei visigodo Alarico II foi morto na Batalha do Campo Vogladense,
próximo de Poitiers, e este povo bárbaro perdeu muitos territórios para os francos,
tendo que praticamente se refugiar na Hispânia. Clóvis foi visto, por muitos, o
primeiro construtor da França.
Francos
• Clóvis derrota as forças turíngias e alamanas que também vagueavam pelo território,
consolidando o seu poder.
• A lei sálica deve-se essencialmente aos francos (determinava, por exemplo, que mulher
alguma poderia herdar propriedades, as quais deveriam ser transmitidas apenas para os
herdeiros masculinos).
Clóvis, rei dos Francos, converte-se ao
Cristianismo Católico
Suevos
• Os suevos eram originários da região germânica localizada entre os rios Elba e Oder.
• Com o rei Hermerico (409-438), os suevos avançaram sobre o rio Reno, entrando no Império
Romano e acabando por se instalar na Hispânia.
• Com a fama inicial de serem quezilentos, a verdade é que, quando tiveram novas terras para
cultivar, acabaram por trocar a espada pelo arado, desenvolvendo melhores relações com os
galécios (habitantes locais).
Suevos
• O Reino Suevo criou raízes, lançou estruturas e aproveitou o que os romanos
tinham feito, tal como as estradas, as pontes, os aquedutos e outras obras na área
das comunicações.
• O reinado de Carriarico, entre 550 e 559, converteu o reino novamente ao catolicismo, o que
significou uma rutura imediata com os visigodos (pró-arianos, na altura) que mantinham
alguma influência nos domínios suevos.
• Neste período, temos ainda Martinho de Dume que muito trabalhou para a organização
territorial e conversão cristã das comunidades suevas, conduzindo a um governado estável e
a uma população mais coesa.
Suevos
• No ano 583, Miro organizou uma campanha de apoio a Sevilha, tentando intervir
na guerra civil do reino Visigodo. Hermenegildo, filho do rei visigodo Leovigildo e
católico, revoltou-se contra o pai (defensor do arianismo) e pediu ajuda a Miro.
• Miro foi em seu socorro, mas Hermenegildo (mas tarde canonizado pela Igreja
Católica) foi derrotado e executado por se ter recusado a renunciar ao catolicismo.
Por sua vez, o rei Miro terá morrido durante a expedição, faltando saber em que
contexto (em batalha ou se depois na retirada).
• Uma das teorias existentes refere que Hermerico, rei dos suevos, poderá ter
designado o nome da cidade de Esmoriz, e de outras terras com nome similar. Há
também uma necrópole no Chão do Grilo (entre os lugares da Torre e Gondesende)
que pode ter sido igualmente usada por este povo.
São Martinho de Dume, bispo de Braga e de Dume,
fundou vários mosteiros e igrejas no reino suevo, e
ajudou o rei suevo a governar de forma sábia.
Visigodos
• Os visigodos derivam da ascendência dos Godos, oriundos da Escandinávia.
• A monarquia visigótica era eletiva: o rei era escolhido pelos nobres, o que
provocava grandes disputas entre as famílias mais poderosas, enfraquecendo a
monarquia.
• Em 710, o rei Vitiza falece, e logo abre uma guerra terrível entre partidários de dois
candidatos que se proclamaram como soberanos: Ágila II e Rodrigo.
• Este povo destacou-se por se organizar em aldeias rurais, praticando o cultivo de cereais,
trigo, feijão, ervilha e cevada. Recorriam ainda à pecuária e aos saques a povos vizinhos.
• O seu culto era politeísta. Destaque para a adoração a Odin, deus da guerra, sabedoria e
morte.
Ostrogodos
• Vitimiro iniciou a linhagem em 375 d. C.
• Apesar do sucesso inicial dos Ostrogodos, a verdade é que o assédio a Ravenna será
inconclusivo. Odoacro, rei dos hérulos, fez um acordo com Teodorico, soberano dos
ostrogodos, mas este último assassina-o num banquete.
• Teodorico assumiu o poder em Itália, embora tenha reinado com maior tolerância em
relação aos cidadãos romanos, aceitando que estes se regessem pelas suas leis
tradicionais. O seu falecimento abrirá fissuras internas e crises de poder.
• Entre 547 e 553, os bizantinos liderados pelos generais Flávio Belisário e Narses terminam
Mapa do Reino Ostrogodo
Anglo-Saxões
• Saxões, anglos, frísios e jutos, vindos da Escandinávia, iniciaram as invasões à Grã-
Bretanha, no século III, as quais se intensificaram por volta do século V.
• As facções romanas, em número cada vez mais reduzido, não conseguiram conter o
volume de contingentes de bárbaros.
• Ao fim de algum tempo, os bárbaros teriam sim a concorrência de celtas e pictos, povos
autóctones da Britânia, contudo estes últimos acabarão por sofrer derrotas e ter de
partilhar o destino com os novos residentes que assumirão o poder nos tempos
vindouros. Os anglo-saxões estão também na origem da construção da identidade
inglesa ou britânica, juntamente com os normandos/viquingues que mais tarde
surgiram.
Outros povos bárbaros
• Hérulos- Liderados por Odoacro tomam Roma em 476 d. C. Poucos anos depois,
são absorvidos pelo reino Ostrogodo.
• Alamanos – Povo germânico que viria ocupar regiões como a Alsácia, a Baviera e
as actuais Suíça e Áustria.