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História Medieval (Política e Cultura)

Aula 1

Email: armandonorte@campus.ul.pt

Tutorias: 6ª feira (17h-18h30)

PROGRAMA

1. Introdução à idade média


1.1. Especificidades do estudo da idade média
1.2. Práticas historiográficas
2. Antiguidade tardia (séculos III-VII): Prólogo da idade média
2.1. Os primeiros reinos (410-568)
2.2. Permanência romana e mudanças cristãs (séculos VI e VII)
2.3. Crises e mudanças nos reinos bárbaros (550-750)
2.4. A arte da Antiguidade Tardia
2.5. A génese cultural do ocidente medieval
3. Alta idade média (séculos VIII-XI)
3.1. A afirmação da igreja católica Dissolução absoluta dos limites
3.2. Da fragmentação à unidade política imperiais para originar aquilo que
3.3. O renascimento carolíngio conhecemos como feudalismo
3.4. Da unidade política à fragmentação
3.5. O fracasso da unidade carolíngia
3.6. As últimas invasões, a dissolução feudal e o novo império
3.7. O renascimento otoniano
4. Idade média plena (séculos XI-XIII)
4.1. A igreja e a sociedade política
4.2. Monaquismo e a busca pela salvação
4.3. A expansão do ocidente
4.4. O surto urbano e comercial
4.5. A fundação de universidades
5. Baixa idade média (Séculos XIV-XV)
5.1. Crises e adversidades
5.2. Um mundo em mudança
5.3. Correntes e movimentos culturais

Bibliografia

A. Gurevic (1983). Les catégories de la culture médiévale, PARIS, Gallimad.


A. H.-M. Jones (1973). The Later Roman Empire (284-602), Oxford, Basil Blackwel.
A. Libera (2001). Penser au moyen Âge, Paris, Éd. Du Seuil.

Chris Wicham - …idade média


J.Le Goff – A civilização ocidental medieval
Avaliação

 Teste 1: 27 de outubro de 2023 – 50%


 Teste 2: 15 de dezembro de 2023 – 50%

1. Introdução à idade média

1.1.Especificidades do estudo da idade média


Jacques Le Goff – historiador francês, medievalista1

Idade Média
 Muito simbólica porque é muito ligada a tradições, a ritos e a práticas.
 “Negra”, obscurantista, lúgubre.
 Idealizada, com o elogio da natureza e do gótico, da simplicidade e do ideal.2
 Teologia - acaba com a ideia de que Deus é o centro do mundo e sim o Homem.
 O período que medeia aquilo que está na origem …
 No final do século XVIII, uma ideia de revisitar a idade média – vão agora dar a idade
média uma visão muito positiva (relacionado com os movimentos nacionalistas),
período da emergência dos estados que constituem a europa

Movimento que vai tentar fazer um corte dom que estava a acontecer e regressar por isso
renascimento os valores da época clássica, os textos. e vão submetê-la.

A história é um conjunto e cadeia de acontecimento que se vão desenvolver num determinado


tempo e espaço

1. O tempo
“Todo o medievalista pondera necessariamente a questão do seu período. Um facto
histórico é sempre construído pelo historiador. Também os períodos são, esses ainda
mais, construídos. Nada nos indica que entramos numa época, ou que saímos dela. Na
qualidade do historiador, herdo uma periodização talhada pelo passado, mas devo
também interrogar-me sobre esses cortes artificiais do tempo, por vezes prejudiciais à
boa perceção dos fenómenos3” – Le Goff
 Facto – tudo em história é facto, mas nem tudo é aproveitado por mim;
algo que desempenha um papel importante num acontecimento que
está a acontecer
 A ideia de um contínuo
 Há vários tipos de tempos (lineares, circulares…)
 Em função daquilo que queremos estudar, precisamos de restringir um
certo tempo

Grande extensão da Idade Nédia: usualmente recobre cerca de um milénio, o que torna difícil
de dividir, ao contrário da Antiguidade, cujos grandes grupos são melhor identificáveis,
1
A la recherche du moyen age – livro
2
Muito devido à cultura (ex.: cinematográfica – senhor dos anéis, guerra dos tronos)
3
Porque não conheço tudo, porque não domino em profundidade, é possível fazer.se escolhas erradas
permitindo uma abordagem sucessiva (próximo oriente, Egito, Grécia, Roma), fruto da
coerência interna (linguagem das fontes e características arqueológicas específicas)

Por norma, a idade média, para efeitos de estudo e ensino é tradicionalmente articulada em 2
grandes pólos geográficos: o Oriente (Bizâncio e o Islão) e o Ocidente, sendo que as fronteiras
entre o Oriente e o Ocidente são, em grande parte, fictícias e flutuantes

O Ocidente, por sua vez, é dividido em 3 períodos principais: a alta idade média, a Idade média
central e a Baixa Idade Média, mas também os contornos desses 3 períodos usuais são pouco
nítidos, variando as suas características de acordo com as regiões (ex.: Florença, Irlanda,
Lituânia).

2. O espaço
“A civilização medieval pretende-se uma Cristandade, esquecendo a Igreja do Oriente. Um
oceano margina-a a Oeste, e não conduz a parte alguma. A Este e a Sul encontram-se religiões
diferentes, hostis, e no fundo pagãs. Relativamente ao Leste, o Ocidente mantém-se indeciso.
Ao longo de toda a Idade Média, a Cristandade é una e diversa, una e fragmentada ao mesmo
tempo.” – Le Goff

 Ideia da religião Cristã – cristianismo presente desde o início da idade média


 O espaço está muito limitado pelas zonas de mar

A duração acentua a heterogeneidade espacial, sempre presente.

A queda do Império Romano Ocidental não apaga a sociedade e a cultura romana, há


sobretudo dissolução das fronteiras político militares imperiais.

O vazio deixado pelo fim do Império Romano é ocupado por uma civilização greco romana
cristianizada, e por uma Europa proto-histórica pagã, cujo estado de desenvolvimento está
próximo da Idade do Ferro.

Do contacto, mais ou menos violento, dos dois mundos, marcado pela progressiva
cristianização dos povos célticos, germânicos e eslavos, que surge o Ocidente medieval.

A civilização ocidental foi limitada, a sul, pelo impulso muçulmano no Mediterrâneo (século
VIII), e a Leste, pelo Império Romano do Oriente, tornado Império bizantino, até à sua queda,
substituído pelo Império Otomano (século XV)

3. O campo de estudos
“A Idade Média Ocidental não foi programada. Nasce de uma aculturação em que pouco a
pouco se vão confundido os costumes greco-romanos e o dos “bárbaros”. Nasce também do
confronto com o Islão” – Le Goff

4. Estranheza do mundo medieval


Sistemas de crenças, referências intelectuais, sociais ou culturais diferentes dos padrões atuais.

Dificuldades no entendimento exato do significado das palavras lidas, do contexto do seu uso e
da sua utilidade. É necessário aprender as nomenclaturas: a nomear coisas, processos e
conceitos.

As dúvidas são parte do processo historiográfico; correspondem a visões próprias e imperfeitas


de um mundo complexo.

A verdade única e da objetividade não existe, há uma aproximação à verdade histórica.

A história medieval é permanentemente feita e desfeita: não resulta apenas da acumulação de


dados, mas de complexas atividades cognitivas – imaginação, inteligência e reflexão pessoal.

5. Nomenclatura

Práticas historiográficas
-Aplicam-se à história da idade média e a história, em geral

Para fazer história precisamos de:


 Fontes (documentos tal como eles existiram na época e que chegaram até nós, são
testemunhos) – procurar nas fontes as respostas às perguntas
 Estudos (correspondem aos trabalhos que foram feitos por historiadores antes de nós)
 Objeto

As fontes e os estudos ajudam-nos a discutir o nosso problema;

 É obrigatório e imersivo recorrer a estudos historiadores credíveis que consultaram


anteriormente as fontes disponíveis
 Conhecer diferentes abordagens historiográficas permite integrar novas perspetivas na
reflexão individual. Esta reflexão não deve ser acrítica, pois a historiografia depende de
agendas ideológicas, de movimentos, teorias e correntes de pensamento
 Na história, parte-se do caso particular para um modelo de compreensão geral
(método indutivo)

O recurso contínuo às fontes implica ter capacidades e instrumentos para o seu


questionamento
1. Fontes críticas (ou textuais)
2. Fontes não escritas (obras de arte, as construções arquitetónicas, as escavações
arqueológicas, a numismática, a música, etc.) cada uma com especificidades próprias

Por outro lado, o questionamento das fontes medievais deve atender a certas variáveis:
1. Conteúdo
2. Forma e materialidade
3. Funções sociais e simbólicas
Abordagem multidisciplinar
 Pressupõe que cada ciência cada campo de pesquisa não consegue ter uma visão total
da realidade
O desenvolvimento da multidisciplinaridade tem, sobretudo, duas origens:
 Alargamento contínuo do campo das fontes (ex.: arqueologia medieval, textos
literários, obras de arte, liturgia, música, etc.)
 Reconhecimento da contribuição das ciências sociais para a História (ex.: filologia,
economia, sociologia, antropologia, etc.)

Antiguidade Tardia
Prólogo da Idade Média

Durante a Antiguidade Tardia:


 Queda do Império Romano
 Cristianismo

2.1 Os primeiros reinos


- Sucedem àquilo que era o Império romano

PAX ROMANA E OS BÁRBAROS (SÉCULO II)

Desde o século II a.c., Roma possuía exércitos permanentes e numerosos, responsável pela PAX
ROMANA

Estratégia ofensiva, assente na superioridade militar, com uma lógica expansionista, assente
nas ideias de domínio universal.
 Instalação após vitória4: deportação de prisioneiros para áreas dispersas do império
 Instalação de imigrantes voluntários5: sem preservação das estruturas comunitárias
desses povos, assim romanizados;
 Instalação coletiva de populações com estatuto de comunidades:6 com obrigações
militares e cidadania romana

Aula
(22/09/2023)
4
Roma nunca pretendeu derrotar por derrotar, mas sim para integrar.
5
Há povos muito próximos de Roma, aqueles que estão predispostos a incluir-se em Roma, não são
ameaças.
6
Colocar as comunidades nas zonas de fronteira a defenderem o território, cria-se uma linha de defensa
comunidades que outrora foram o inimigo
Crise imperial – efeitos estruturais

Causas
 Expansão política – ofensiva militar que Roma faz face ao sues inimigos e que vai
continuar, mas de uma maneira geral, há uma expansão política do Imperio romano.
 Derrotas militares e invasões bárbaras
 Aumento de gastos sumptuários (imperadores, aristocracias e plutocracias) – Roma
durante estes períodos de prosperidade se habitua a um estilo de vida elevado, e,
portanto, quem vive na capital do império e em algumas cidades importantes, habitua-
se a esse estilo de vida, o que pode criar problemas – grande dificuldade em responder
a esses anseios
 Necessidades crescentes com a alimentação e divertimento das populações – é
preciso que haja comida e divertimentos.
 Clima de guerra civil e de permanentemente agitação interna
 Instabilidade social
 Subidas de pragas e doenças – tem a ver com diversos fatores, mas também pode ter a
ver com o desgaste dos solos – pessoas mais fracas, adoecem mais facilmente
 Desgastes dos solos – aumento da população, que corresponde ao aumento do
império – para garantir comida para toda a gente os solos vão ser levados ao limite;
 Atitude das elites: só a agricultura, a política e a guerra eram atividades dignas, com
desinvestimento no comércio e na indústria – a agricultura como a atividade mais
nobre e aquilo que são as conquistas militares; vai-se apostar pouco nas trocas
comerciais e na indústria, e sem isso o dinheiro não flui, não se consegue criar uma
sociedade com bem-estar desenvolvido.

Respostas (definido pelo imperador)


 Reforma fiscal e tributária – buscar dinheiro
 Criação de monopólios estatais – o monopólio é dizer q tudo aquilo que é muito
importante que é mais relevante para a minha economia eu vou controlar, não deixar
na mão de outros
 Confisco de bens e propriedades – só se confisca quem tem dinheiro (tirar
propriedades de quem as tem, tirar dinheiro de quem tem rendimentos), a insatisfação
cresce
 Imposição da hereditariedade dos cargos nas carreiras militares e curiais – Roma tem
muitos funcionários, esses funcionários começam a ser reprimidos; começa a haver um
decreto que diz que os cargos começam a ser hereditários;
 Desenvolvimento do regime de colonatos – tentativa de contrariar o que está a
acontecer, mas é falhada
 Imposição das unidades económicas autossuficientes – as villae – A sociedade
romana está a ter dificuldades a sobreviver como grandes centros urbanos então vai
tentar q em algumas zonas existam sociedades, as vilas, com alguns senhores
importantes, numa zona retirada, em espaços rurais. Para sobreviver vai ter territórios
à sua volta para cultivar coisas, pequenos trabalhadores que produzem os utensílios
para comer, cultivar…
Consequências
 Paralisação da proteção fronteiriça e da manutenção da paz e da ordem –
instabilidade social, economia e militar, leva a que não possam utilizar todos os
soldados para proteger.
 Aumento das despesas militares e administrativas – mais espaços, mais soldados,
muitas despesas para sobreviver;
 Redução das receitas fiscais – há menos para tributar, há menos terras, menos bens,
menos trocas de produtos o que leva a uma menor receita fiscal;
 Problemas de abastecimento
 Desestruturação do sistema fiscal
 Desamoedação e colapso do sistema monetário
 Regresso à terra (escravatura e servidão) – servos da guerra
 Tendência para a autossuficiência económica
 Maior concentração económica
 Pressão social
 Abandono das cidades – as cidades vão perdendo força
 Redução do comércio e das trocas

Efeitos estruturais
 Declínio da população – problema demográfico – se não há comida, há má nutrição,
mais predisposição para doenças e mortes
 Mutação do sistema de classes – apesar de tudo, Roma, tem uma visão muito
democrática da sua população, dentro dos cidadãos encontramos muitas classes
sociais (militares de carreira, pequenos soldados…) todas têm uma vida dentro do
império – É uma cidade onde é possível permitir a mobilidade social (é possível por
exemplo nascer padeiro e acabar nobre). Mas isto vai-se perdendo, fica apenas uma
ordem social que se agrupam em: Bellatores (parte guerreiros), Oratores (parte
religiosa) e os Laboratores (os que trabalham), sendo que agora nasce-se pobre e
morre-se pobre.7
 Destruição do tecido produtivo -
 Predomínio de uma economia de base doméstica e natural, em prejuízo do comércio
e da indústria -
 Desagregação e despovoamento urbano -
 Decréscimo geral da riqueza -
 Prelúdio feudalismo -

Crise do século III (249-273)

7
Muito parecido àquilo que encontramos na Idade Média
 Crise no Reno
 Crise no Danúbio
 Crise no Oriente

Os povos vão sendo empurrados e vão ficar nas margens destes rios por ser muito difícil passar,
é nestas zonas que o império vai ter problemas. No século III esses limites começam a ter
dificuldades de defesa, e são pressionados. Começa a ser impossível dar resposta a todos estes
ataques.

Renovação de Roma: A Tetrarquia (275-300)

Há um general, um imperador muito importante, que adota um sistema em vez de ter 1 único
polo centra de poder, e vai delegar poderes.

As guerras romanas do século IV

Vamos ter outra vez frentes de conflito agora no século IV

Três frentes de conflito


 A guerra contra os bárbaros europeus (os povos que estavam no reno e no danúbio)
 A guerra contra os persas sassânidas (geralmente os persas têm conflitos, mas não são
tão elaborados)
 As guerras civis em Roma

As migrações Hunas (375-470)

Há uma tribo, os Hunos, uma tribo que vem das estepes. Há um momento sob a liderança de
Atila, que vem dentro daquela tipologia do chefe poderoso carismático e isso permite lhe ter
uma grande influência – vai liderar não um povo, mas uma confederação de povos, são tribos q
reconhecem a liderança de um chefe e seguem-no para todo o lado. Isto tudo acontece no
século V, Roma cai em 476. A deslocação dos clãs q são liderados pelos Hunos (Que tem uma
forma militar muito importante, são cavaleiros, nómadas, conseguem-se deslocar muito
rapidamente) faz com que vão varrendo tudo o que vão passado. Vão ganhando território e
depois vão à procura de mias riqueza e alimentos, de uma forma muito rápida e eficiente.

Aula
(27/09/2023)
Crise do império romano no ocidente (455-480)

A partir do século V que os reinos se começam a formar

Potências ocidentais principais


 Visigodos (Hispânia, Gália)
 Vândalos (África)
 Ostrogodos (P. Itálica)
Potência ocidental emergente
 Francos (Gália, Germânica)
Potências ocidentais secundárias
 Burgúndios (Gália)
 Suevos (Hispânia)

Reino dos visigodos (418-624)


Povo que vai fazendo a sua marcha no sentido da p.i; vap ter 2 fases: 1 vao estacionar
sobretudo onde e agr a frança, depois vao continuar a sua marcha para sul até a p.i

Pagãos:
 Católicos
 Arianos
Estes 2 resultam no cristianismo

Reino dos Vândalos (455-533)


Fazem o mesmo percurso q os visigodos, mas quando encontram os visigodos ai não
conseguem ficar nesses espaço, e passam além do mediterrâneo, a zona de Gibraltar, o norte
de africa. Vão ter o 1º reino vândalo e um 2º povo vândalo. Este processo é contemporâneo.
Estão a tentar apropriar-se de um espaço, antes eram sobretudo nómadas.

Reino dos Ostrogodos (476-524)


Conhecidos por terem 2 períodos associados a 2 monarcas importantes: odoacre e Teodorico,
vão deslocar-se para a zona da península Itália, portanto, no centro onde era o império romano

Reino dos Francos (481-537)


Vão ter uma longa vida; um povo que no início não tem grandes ambições mas pouco a pouco
começa a tê-las; vai abrangendo um espaço; Clovis vai ser um rei importante devido a sua
adesão ao catolicismo.

Império romano do oriente


O império romano do oriente sobreviveu ao colapso do hemisfério ocidental no séc. v. Apesar
das crises dos séculos seguintes (Ataques dos lombardos, persas, eslavos e muçulmanos).
Tornar-se no Império Bizantino que permaneceu uma grande potência até à sua queda às mãos
dos turcos otomanos (1453).
O Império romano do ocidente desapareceu enquanto entidade política no século V, mas não
como entidade cultural – persistiu o uso do latim, das redes viárias, das estruturas
administrativas imperiais, do direito romano, e da religião cristã, sob o bispo de Roma.

Os grandes sucessores políticos do grande império romano vão ser estes imperadores
bizantinos que vão estra na zona ocidental do mediterrâneo.

Reconquista Justiniana do século VI (533-555)


Política imperial do justiniano: recuperação da ideia de dominação universal, de acordo com a
tradicional ideologia imperial romana

Há um desaparecimento dos reinos na sequência das vitorias das tropas de justiniano. Os


vândalos voltam a cair.

Conversão religiosa
 Medidas sobretudo de ir evangelizar – passar mensagens
 À força

Um mundo simplificado (século VII)


Vários reinos germânicos desapareceram: vândalos, ostrogodos, suevos, borgonheses.
Perda da unidade da península itálica, com a achegada dos lombardos (568)
O cristianismo impõe-se (c.600) em quase todo o antigo espaço romano, assimo como no
Cáucaso, no Mar Negro e no vale do Nilo. Exceções: o império sassânida e o Judaísmo Rabínico,
disseminado.
Há 2 grandes povos que sobrevivem: os francos e os lombardos (oriente asiático)

Permanências romana e mudanças cristãs

Neste espaço de tempo (séculos V, VI), na transição para os períodos dos reinos, vamos ter
uma presença que é civilizacional que é uma entidade política que saí e desaparece, mas que
deixa um legado a quem fica. Vão ser povos que não são cristãos, não são romanos, mas vão
segui-los em algumas das suas práticas. Há coisas que mudam e há coisas que permanecem. O
que fica mais regular é a igreja romana. Há uma substituição do imperador pelo papa.

Sobre as ruínas do Império Romano apareceram os reinos romano-germânicos:


Realeza guerreira tribal ----» Realeza territorial, com administração, justiça, legislação e moeda
própria

Problema novo: relações entre os novos governantes com uma pop romana muito
maioritária e com as suas elites locais
 Romanas (língua, cultura, lei, valores postos às tradições germânicas consideradas
inferiores)
 Cristãs católicas (em oposição aos germânicos, geralmente arianos ou pagãos)

 A cristandade vai herdar o império romano e algumas coisas da cultura dos povos
germânicos.
 Os contributos vão ser menores por parte dos germânicos, do que dos romanos.

A fusão entre romanos e bárbaros

Civilização romana
 Cristianismo católico
 Latim
 Direito provado
 Cultura clássica
Antiguidade Tardia Pós-Romana
Culturas bárbaras
 Lei germânica
 Organização política
 Antroponímia

- Politicamente a maneira de gerir o espaço é dos povos vencedores (germânicos), e


culturalmente uma vantagem do antigo império.

O papel da Igreja

Primeiro mecanismo de controlo da igreja:

A igreja começa a organizar-se nos séculos III e IV, e o momento onde a igreja começa a pensar
sobre si própria. Até aí era praticar as suas crenças e tentar sobreviver. Quando no séc. III
constantino torna a igreja oficial, única do império – deixa de haver perseguições e esta
começa a pensar sobre si. Vão pregar a palavra, de forma diferente nos vários espaços –
dificuldade de conciliar as ideias. No século III e V perante essa diferença há uma necessidade
de conciliar a prática religiosa. Tentativa de tentar sistematizar o pensamento religioso.
Estabelece-se através de assembleias, os bispos representam deus no terreno, vai haver um
momento em que esses bispos vão ser chamados para assembleias para reuniões a fim de
discutir a doutrina, até haver uma linha considerada vencedora, que vai ser a linha oficial.

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