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Aula 1
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PROGRAMA
Bibliografia
Idade Média
Muito simbólica porque é muito ligada a tradições, a ritos e a práticas.
“Negra”, obscurantista, lúgubre.
Idealizada, com o elogio da natureza e do gótico, da simplicidade e do ideal.2
Teologia - acaba com a ideia de que Deus é o centro do mundo e sim o Homem.
O período que medeia aquilo que está na origem …
No final do século XVIII, uma ideia de revisitar a idade média – vão agora dar a idade
média uma visão muito positiva (relacionado com os movimentos nacionalistas),
período da emergência dos estados que constituem a europa
Movimento que vai tentar fazer um corte dom que estava a acontecer e regressar por isso
renascimento os valores da época clássica, os textos. e vão submetê-la.
1. O tempo
“Todo o medievalista pondera necessariamente a questão do seu período. Um facto
histórico é sempre construído pelo historiador. Também os períodos são, esses ainda
mais, construídos. Nada nos indica que entramos numa época, ou que saímos dela. Na
qualidade do historiador, herdo uma periodização talhada pelo passado, mas devo
também interrogar-me sobre esses cortes artificiais do tempo, por vezes prejudiciais à
boa perceção dos fenómenos3” – Le Goff
Facto – tudo em história é facto, mas nem tudo é aproveitado por mim;
algo que desempenha um papel importante num acontecimento que
está a acontecer
A ideia de um contínuo
Há vários tipos de tempos (lineares, circulares…)
Em função daquilo que queremos estudar, precisamos de restringir um
certo tempo
Grande extensão da Idade Nédia: usualmente recobre cerca de um milénio, o que torna difícil
de dividir, ao contrário da Antiguidade, cujos grandes grupos são melhor identificáveis,
1
A la recherche du moyen age – livro
2
Muito devido à cultura (ex.: cinematográfica – senhor dos anéis, guerra dos tronos)
3
Porque não conheço tudo, porque não domino em profundidade, é possível fazer.se escolhas erradas
permitindo uma abordagem sucessiva (próximo oriente, Egito, Grécia, Roma), fruto da
coerência interna (linguagem das fontes e características arqueológicas específicas)
Por norma, a idade média, para efeitos de estudo e ensino é tradicionalmente articulada em 2
grandes pólos geográficos: o Oriente (Bizâncio e o Islão) e o Ocidente, sendo que as fronteiras
entre o Oriente e o Ocidente são, em grande parte, fictícias e flutuantes
O Ocidente, por sua vez, é dividido em 3 períodos principais: a alta idade média, a Idade média
central e a Baixa Idade Média, mas também os contornos desses 3 períodos usuais são pouco
nítidos, variando as suas características de acordo com as regiões (ex.: Florença, Irlanda,
Lituânia).
2. O espaço
“A civilização medieval pretende-se uma Cristandade, esquecendo a Igreja do Oriente. Um
oceano margina-a a Oeste, e não conduz a parte alguma. A Este e a Sul encontram-se religiões
diferentes, hostis, e no fundo pagãs. Relativamente ao Leste, o Ocidente mantém-se indeciso.
Ao longo de toda a Idade Média, a Cristandade é una e diversa, una e fragmentada ao mesmo
tempo.” – Le Goff
O vazio deixado pelo fim do Império Romano é ocupado por uma civilização greco romana
cristianizada, e por uma Europa proto-histórica pagã, cujo estado de desenvolvimento está
próximo da Idade do Ferro.
Do contacto, mais ou menos violento, dos dois mundos, marcado pela progressiva
cristianização dos povos célticos, germânicos e eslavos, que surge o Ocidente medieval.
A civilização ocidental foi limitada, a sul, pelo impulso muçulmano no Mediterrâneo (século
VIII), e a Leste, pelo Império Romano do Oriente, tornado Império bizantino, até à sua queda,
substituído pelo Império Otomano (século XV)
3. O campo de estudos
“A Idade Média Ocidental não foi programada. Nasce de uma aculturação em que pouco a
pouco se vão confundido os costumes greco-romanos e o dos “bárbaros”. Nasce também do
confronto com o Islão” – Le Goff
Dificuldades no entendimento exato do significado das palavras lidas, do contexto do seu uso e
da sua utilidade. É necessário aprender as nomenclaturas: a nomear coisas, processos e
conceitos.
5. Nomenclatura
Práticas historiográficas
-Aplicam-se à história da idade média e a história, em geral
Por outro lado, o questionamento das fontes medievais deve atender a certas variáveis:
1. Conteúdo
2. Forma e materialidade
3. Funções sociais e simbólicas
Abordagem multidisciplinar
Pressupõe que cada ciência cada campo de pesquisa não consegue ter uma visão total
da realidade
O desenvolvimento da multidisciplinaridade tem, sobretudo, duas origens:
Alargamento contínuo do campo das fontes (ex.: arqueologia medieval, textos
literários, obras de arte, liturgia, música, etc.)
Reconhecimento da contribuição das ciências sociais para a História (ex.: filologia,
economia, sociologia, antropologia, etc.)
Antiguidade Tardia
Prólogo da Idade Média
Desde o século II a.c., Roma possuía exércitos permanentes e numerosos, responsável pela PAX
ROMANA
Estratégia ofensiva, assente na superioridade militar, com uma lógica expansionista, assente
nas ideias de domínio universal.
Instalação após vitória4: deportação de prisioneiros para áreas dispersas do império
Instalação de imigrantes voluntários5: sem preservação das estruturas comunitárias
desses povos, assim romanizados;
Instalação coletiva de populações com estatuto de comunidades:6 com obrigações
militares e cidadania romana
Aula
(22/09/2023)
4
Roma nunca pretendeu derrotar por derrotar, mas sim para integrar.
5
Há povos muito próximos de Roma, aqueles que estão predispostos a incluir-se em Roma, não são
ameaças.
6
Colocar as comunidades nas zonas de fronteira a defenderem o território, cria-se uma linha de defensa
comunidades que outrora foram o inimigo
Crise imperial – efeitos estruturais
Causas
Expansão política – ofensiva militar que Roma faz face ao sues inimigos e que vai
continuar, mas de uma maneira geral, há uma expansão política do Imperio romano.
Derrotas militares e invasões bárbaras
Aumento de gastos sumptuários (imperadores, aristocracias e plutocracias) – Roma
durante estes períodos de prosperidade se habitua a um estilo de vida elevado, e,
portanto, quem vive na capital do império e em algumas cidades importantes, habitua-
se a esse estilo de vida, o que pode criar problemas – grande dificuldade em responder
a esses anseios
Necessidades crescentes com a alimentação e divertimento das populações – é
preciso que haja comida e divertimentos.
Clima de guerra civil e de permanentemente agitação interna
Instabilidade social
Subidas de pragas e doenças – tem a ver com diversos fatores, mas também pode ter a
ver com o desgaste dos solos – pessoas mais fracas, adoecem mais facilmente
Desgastes dos solos – aumento da população, que corresponde ao aumento do
império – para garantir comida para toda a gente os solos vão ser levados ao limite;
Atitude das elites: só a agricultura, a política e a guerra eram atividades dignas, com
desinvestimento no comércio e na indústria – a agricultura como a atividade mais
nobre e aquilo que são as conquistas militares; vai-se apostar pouco nas trocas
comerciais e na indústria, e sem isso o dinheiro não flui, não se consegue criar uma
sociedade com bem-estar desenvolvido.
Efeitos estruturais
Declínio da população – problema demográfico – se não há comida, há má nutrição,
mais predisposição para doenças e mortes
Mutação do sistema de classes – apesar de tudo, Roma, tem uma visão muito
democrática da sua população, dentro dos cidadãos encontramos muitas classes
sociais (militares de carreira, pequenos soldados…) todas têm uma vida dentro do
império – É uma cidade onde é possível permitir a mobilidade social (é possível por
exemplo nascer padeiro e acabar nobre). Mas isto vai-se perdendo, fica apenas uma
ordem social que se agrupam em: Bellatores (parte guerreiros), Oratores (parte
religiosa) e os Laboratores (os que trabalham), sendo que agora nasce-se pobre e
morre-se pobre.7
Destruição do tecido produtivo -
Predomínio de uma economia de base doméstica e natural, em prejuízo do comércio
e da indústria -
Desagregação e despovoamento urbano -
Decréscimo geral da riqueza -
Prelúdio feudalismo -
7
Muito parecido àquilo que encontramos na Idade Média
Crise no Reno
Crise no Danúbio
Crise no Oriente
Os povos vão sendo empurrados e vão ficar nas margens destes rios por ser muito difícil passar,
é nestas zonas que o império vai ter problemas. No século III esses limites começam a ter
dificuldades de defesa, e são pressionados. Começa a ser impossível dar resposta a todos estes
ataques.
Há um general, um imperador muito importante, que adota um sistema em vez de ter 1 único
polo centra de poder, e vai delegar poderes.
Há uma tribo, os Hunos, uma tribo que vem das estepes. Há um momento sob a liderança de
Atila, que vem dentro daquela tipologia do chefe poderoso carismático e isso permite lhe ter
uma grande influência – vai liderar não um povo, mas uma confederação de povos, são tribos q
reconhecem a liderança de um chefe e seguem-no para todo o lado. Isto tudo acontece no
século V, Roma cai em 476. A deslocação dos clãs q são liderados pelos Hunos (Que tem uma
forma militar muito importante, são cavaleiros, nómadas, conseguem-se deslocar muito
rapidamente) faz com que vão varrendo tudo o que vão passado. Vão ganhando território e
depois vão à procura de mias riqueza e alimentos, de uma forma muito rápida e eficiente.
Aula
(27/09/2023)
Crise do império romano no ocidente (455-480)
Pagãos:
Católicos
Arianos
Estes 2 resultam no cristianismo
Os grandes sucessores políticos do grande império romano vão ser estes imperadores
bizantinos que vão estra na zona ocidental do mediterrâneo.
Conversão religiosa
Medidas sobretudo de ir evangelizar – passar mensagens
À força
Neste espaço de tempo (séculos V, VI), na transição para os períodos dos reinos, vamos ter
uma presença que é civilizacional que é uma entidade política que saí e desaparece, mas que
deixa um legado a quem fica. Vão ser povos que não são cristãos, não são romanos, mas vão
segui-los em algumas das suas práticas. Há coisas que mudam e há coisas que permanecem. O
que fica mais regular é a igreja romana. Há uma substituição do imperador pelo papa.
Problema novo: relações entre os novos governantes com uma pop romana muito
maioritária e com as suas elites locais
Romanas (língua, cultura, lei, valores postos às tradições germânicas consideradas
inferiores)
Cristãs católicas (em oposição aos germânicos, geralmente arianos ou pagãos)
A cristandade vai herdar o império romano e algumas coisas da cultura dos povos
germânicos.
Os contributos vão ser menores por parte dos germânicos, do que dos romanos.
Civilização romana
Cristianismo católico
Latim
Direito provado
Cultura clássica
Antiguidade Tardia Pós-Romana
Culturas bárbaras
Lei germânica
Organização política
Antroponímia
O papel da Igreja
A igreja começa a organizar-se nos séculos III e IV, e o momento onde a igreja começa a pensar
sobre si própria. Até aí era praticar as suas crenças e tentar sobreviver. Quando no séc. III
constantino torna a igreja oficial, única do império – deixa de haver perseguições e esta
começa a pensar sobre si. Vão pregar a palavra, de forma diferente nos vários espaços –
dificuldade de conciliar as ideias. No século III e V perante essa diferença há uma necessidade
de conciliar a prática religiosa. Tentativa de tentar sistematizar o pensamento religioso.
Estabelece-se através de assembleias, os bispos representam deus no terreno, vai haver um
momento em que esses bispos vão ser chamados para assembleias para reuniões a fim de
discutir a doutrina, até haver uma linha considerada vencedora, que vai ser a linha oficial.