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OBJECTIVOS
Ter uma noção da evolução geral do homo sapiens como a espécie que foi capaz de colonizar a
Terra, adaptando-se a ecossistemas diferenciados e alterando-os profundamente.
COMPETÊNCIAS
Bibliografia de referência
CONRAD, Sebastian, What is Global History?, Princeton – Oxford, Princeton University Press,
2016
COSTA, João Paulo Oliveira e, Os Descobrimentos Portugueses. O início da Globalização, s/l,
EMSE EDAPP, S. L., 2018
DIAMOND, Jared, Armas, Germes e Aço. Os Destinos das Sociedades Humanas, Lisboa, Temas e
Debates – Círculo de Leitores, 2018 (original, 2015).
FRANKOPAN, Peter, As Rotas da Seda. Uma nova história do mundo, Relógio d’Água editores,
2018 (original, 2015).
HARARI, Yuval Noah, Sapiens. De animais a deuses. Breve história da humanidade, Lisboa,
Elsinore, 2013 (original, 2011).
HARARI, Yuval Noah, Homo Deus. A brief history of tomorrow. London, Vintage, 2017.
HISTÓRIA GERAL DA HUMANIDADE
a) Acerca do sapiens
b) Acerca da religião
- A Fé na História
Compreender que o laicismo predominante na contemporaneidade não pode
ignorar nem o papel da religião ao longo dos tempos, nem as motivações individuais
dos crentes. Conhecer as principais dinâmicas das guerras de religião e do conceito
de “Verdade” que lhes está associado.
- A divindade à imagem do Homem
Compreender as características do totemismo e das divindades semi-humanas e
semi-animais. Compreender que as religiões universalistas, que representam o
Divino (particularmente Cristianismo e Budismo), tendem a acomodar essa mesma
representação ao rosto étnico de cada população – o que posso comprovar com
imagens do Buda desde as suas origens na Bactriana até ao extremo oriente asiático,
e com imagens de Cristo e dos apóstolos, incluindo nas suas representações como
homens negros, oriundas da Etiópia medieval.
Saber distinguir o modelo de representação “realista” do Ocidente euroasiático, do
modelo “metafórico” do Oriente euroasiático.
- Nações e estados
Compreender que a definição de fronteira é um artifício, mas que muitas vezes
delimita, de facto, povos com características diferenciadas. Reconhecer que os
“povos” são conjuntos tendencialmente efémeros na longa duração. Os povos
actuais, com as denominações e as práticas de hoje, são em regra relativamente
recentes (raramente mais de 1000 anos) e que sucederam a outros, entretanto
desaparecidos (enquanto identidades específicas). Compreender que a emergência
de estados-nação não é uniforme no Tempo e que estes se afirmam e sobrevivem
mais facilmente nas periferias das grandes civilizações.
- Os impérios
Conhecer os diferentes modelos imperiais que se desenvolveram ao longo da
História, seja na relação com os povos submetidos (monoculturais ou pluriculturais),
seja nas características territoriais (territorialmente contínuos ou descontínuos e
marítimos, …). Perceber que os mapas dos impérios transmitem uma imagem
enganadora do poder necessário para os manter, pois o domínio de áreas vastas não
significa o controlo apertado de toda a superfície, como sucede, por exemplo, no
caso dos Aqueménidas ou no das Índias de Castela.
- Os fluxos da escravatura
Conhecer as dinâmicas gerais e a diversidade do fenómeno da escravatura na longa
duração.
- Genealogia da Democracia
Compreender que o modelo de tomada de decisões colectivas por “as mais vozes” é
uma prática milenar característica dos indo-europeus, o que se reflecte hoje no
facto de a maior democracia funcional ser a Índia enquanto que a China, o outro
país superpopuloso, é uma autocracia, como sempre tem sido. Saber identificar
práticas deste modelo político nas sociedades anteriores à Revolução Francesa,
lembrando, por exemplo, que em Portugal até houve um rei (D. João I) que subiu ao
trono por eleição e não por direitos dinásticos.
d) Acerca da Cultura
- O Tempo
Compreender que as sociedades a longo da História não contaram sempre o tempo
de um modo linear. Conhecer os diferentes calendários e perceber o carácter
revolucionário da invenção do relógio.
- O corpo humano
A representação e o culto do corpo. Arte e erotismo. Suas variações no tempo e no
espaço.
- Jogos
Reconhecer a evidência da ancestralidade do jogo nas sociedades, como é o caso de
Mohenjo-Daro e Harappa. Os jogos de mesa como reflexo das sociedades, suas
origens e sua propagação pelo mundo. O caso das mutações do tabuleiro de xadrez
(ao chegar à Europa medieval) como evidência de particularismos culturais num jogo
universal. As cidades-casino do mundo, como Bahrain, Macau, Mónaco ou Las
Vegas.
- As ciências
Compreender que a humanidade cultiva vários modelos de ciência, nomeadamente
o caso da Medicina, e que há saberes válidos e muito úteis, assentes em saberes
milenares, fora do modelo ocidental. O papel de templos, mosteiros e universidades
no desenvolvimento das Ciências ao longo do tempo. O papel do livro impresso
como factor acelerador do desenvolvimento científico mundial. A revolução digital à
luz da História.
e) Acerca da Economia
- Os negócios de luxo
Compreender que as civilizações urbanas ao ganharem sofisticação começaram a
consumir produtos raros, e desnecessários para a sobrevivência, oriundos de regiões
exteriores e distantes. Sedas, jade, açúcar, especiarias, tabaco ou bebidas como o
café e o chá, sustentaram grandes impérios intercontinentais. A coca-cola e tantas
outras marcas repetem, de certo modo, esse mesmo modelo – o dos consumos
supérfluos -, ajustadas ao mundo contemporâneo.
- Amor e ódio
Compreender o papel determinante do emocional do devir da História. As artes
como expressão da busca da paz e do amor, mas também da propaganda militar. A
não-violência na História.
- Cordeiros e lobos
A guerra na génese da humanidade e na emergência das grandes civilizações. A
contradição entre o pacifismo de Siddártha Gautama e de Jesus Cristo e os monges
guerreiros japoneses e os cruzados. A incerteza dos percursos individuais que
arrastam multidões: os casos de Axoca, o sanguinário rei indiano que se
transformou num defensor da paz e dos animais e de Radovan Karaddzic, o médico
poeta que foi responsável por genocídios.