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EVOLUCIONISMO CULTURAL
“Todas essas obras, que tem uma ambição considerável (seu objetivo não
é nada menos que o estabelecimento de um verdadeiro corpus etnográfico da
humanidade) - caracterizam-se por uma mudança radical de perspectiva em
relação `a ´época das "luzes “o indígena das sociedades extra-europeia não ´e
mais o selvagem do século XVIII, tornou-se o primitivo, isto ´e, o ancestral do
civilizado, destinado a reencontrá-lo. A colonização atuará nesse sentido. Assim a
antropologia, conhecimento do primitivo, fica indissociavelmente ligada
ao conhecimento da nossa origem, isto é, das formas simples de organização
social e de mentalidade que evoluíram para as formas mais complexas das nossas
sociedades.
A antropologia evolucionista pregava que – existe uma espécie humana idêntica, mas
que se desenvolve em ritmos desiguais (tecnologia, economia, sociedade e aspectos
culturais), passando pelas mesmas etapas até chegar à civilização.
Oriundo do campo do direito – sua intenção era tentar achar, através dos estudos de
sociedades primitivas, as origens da humanidade, tanto da tecnologia, como de
instituições, leis, regras, religiões, parentesco (human family). Entendiam as sociedades
primitivas como laboratórios para compreender a humanidade. Fez um pouco de
pesquisa de campo entre os iroqueses, na américa do norte.
Morgan torna-se uma referencia para encontrar em qual lugar na escala de evolução
cada sociedade se encontra
Selvageria
As pessoas viviam nas florestas e bosques, caçando e coletando frutos das árvores.
NOMADES
Barbárie
SEDENTARIOS
Irrigação – agricultura
A invenção da escrita alfabética e seu uso para registros literários seria o ponto de
virada para a civilização
Civilização
Sobre evolucionismo...
"Os seres humanos diferem dos animais principalmente pela capacidade de acumular
conhecimento. Mas não são capazes de controlar seu destino nem de utilizar a sabedoria
acumulada para viver melhor. Nesses aspectos somos como os demais seres. Através
dos séculos, o ser humano não foi capaz de evoluir em termos de ética ou de uma lógica
política. Não conseguiu eliminar seu instinto destruidor, predatório. No século 18, o
Iluminismo imaginou que seria possível uma evolução através do conhecimento e da
razão. Mas a alternância de períodos com avanços e declínios prosseguiu inalterada. A
história humana é como um ciclo que se repete, sem evoluir."
Ler “Humanidade” ou “Human Family” (família humana, mesmo termo de Morgan), por Maya
Angelou
ETNOCENTRISMO
O etnocentrismo
“A atitude mais antiga, certamente assentada em sólidas bases psicológicas, já que tende a
reaparecer em cada um de nós quando confrontados a uma situação inesperada, consiste em
repudiar, pura e simplesmente, as formas culturais morais, religiosas, sociais ou estéticas mais
afastadas daquelas a que nos identificamos.” (p. 362)
Noções de bárbaro (termo cunhado pelos gregos, semelhante ao som dos pássaros, animais,
estado de natureza)
“Tal atitude de pensamento, em nome da qual os ‘selvagens’ (ou todos aqueles que se decida
considerar como tais) são relegados para fora da humanidade, é justamente a atitude mais
marcante e mais distintiva dos próprios selvagens ” (p 363)
O etnocentrismo é uma marca de todos os grupos humanos, mesmo aqueles ditos primitivos.
Exemplos de nomes de grupos sociais que significam em suas línguas: “os humanos” “os bons”
“ os completos”; e grupos vizinhos como “ruins” “lendeas” “fantasma” “assombração” etc...
“Bárbaro, é antes de tudo, aquele que crê na barbárie” (p. 364)
Ver página 366 – a diferenciação do evol. Biológico (fósseis de esqueletos diferentes, que
deram origem a outros seres semelhantes porém adaptados – ex. cavalo)
Afirmar que um machado evoluiu a partir do outro, constitui uma metáfora destituída de rigor
científico
Antiguidade – Pascal – comparava a humanidade a um ser vivo que passava pelas fases da
infância, adolescência e maturidade
Cada sociedade pode dividir as culturas, a partir de seu ponto de vista em três categorias: suas
contemporâneas porém distantes; as que se manifestaram no mesmo espaço em outro
tempo; e as que existiram antes em outro espaço.
Idade da pedra lascada; idade da pedra polida; idade do couro; idade do bronze; idade do ferro
...
O “progresso” não é nem necessário, nem contínuo; procede por saltos, pulos, ou, como dizem
os biólogos, por mutações. Tais saltos nem sempre levam adiante na mesma direção, mas são
acompanhados por mudanças de orientação, um pouco como o cavalo no jogo de xadrez, que
tem sempre vários movimentos à disposição, mas nunca no mesmo sentido.
A humanidade em progresso não se assemelha a uma pessoa subindo uma escada, mas mais a
uma pessoa que lança a sorte nos dados, sempre a conta é diferente.
[para pensar: quantas vezes, na nossa sociedade global e múltipla, diversa, não observamos
grandes retrocessos? Como podemos dizer sobre uma ideia de evolução ou progresso,
enquanto o capitalismo, quanto mais amplia suas tecnologias, inclusive para produção de
alimentos, mais vê pessoas morrendo de fome, refugiados morrendo nos mares em fuga de
guerras, em busca de abrigos, que muitas vezes não vão acontecer? Os direitos sociais
conquistados parecem muito frágeis, não há garantias. Perde-se com muita facilidade coisas
conquistadas com muita luta e ao longo de muito tempo – ex. direito das mulheres X Damares
e red pill]
Ler página 373 sobre a contribuição do ser humano que chegou às Américas e seu exemplo de
história cumulativa, bem como suas contribuições para a miserável Europa da época.