Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TEORIAS ÉTICAS
Diferentes Teorias Éticas Descrição das Teorias de cada Época e Pensador 1.1.1
AGOSTINHO, S. Ética geral: apontamentos. Seminário Interdiocesano de Filosofia “S. Agostinho”,
Matola. 2001.
CHALITA, G. Os Dez mandamentos da Ética. São Paulo: Nova Fronteira. 2003.
LORENZO, C. Morin E. O Método 6: ética. Porto Alegre: Sulina, 2005. Rio de Janeiro: Resenhas Book
Reviews. In Ciência & Saúde Colectiva,(13)2, 543-547. 2008. Acedido a 31 de Maio, 2019, em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232008000200031.
SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição. São Paulo: Malheiros, 2008.
VIAN.NA, C.E.S. Evolução histórica do conceito de educação e os objetivos constitucionais da
educação brasileira, Janus.2008.
FONSECA, Dirce M. da. O Campo da Ética, Seu Lugar na Política. Brasília, 2006.
PENA, Roberto P. M. Responsabilidade social da empresa e Business Ethics: uma relação necessária
? Atibaia/SP, EnANPAD 2003.
Acredita-se que as teorias éticas nascem e desenvolvem-se em diferentes sociedades como resposta aos
problemas resultantes das relações entre os homens. Os contextos históricos são pois elementos muito
importantes para se perceber as condições que estiveram na origem de certas problemáticas morais que
ainda hoje permanecem actuais, (CHALITA, 2003:40).
As teorias éticas gregas, entre o século V e o século IV a.C. são marcadas por dois aspectos
fundamentais:
Polis - A organização política em que os cidadãos vivem - as cidades-estado -, favorecem a sua
participação activa na vida política da sociedade. As teorias éticas apontam para um dado ideal de
cidadão e de Sociedade.
Cosmos. Algumas destas teorias ético-políticas procuram igualmente fundamentarem-se em
concepções cósmicas.
Para CHALITA (2003:45) Platão foi discípulo de Sócrates. Para ele, a ética se relaciona intimamente
com a filosofia política, e a polis é o terreno da vida moral. A ética de Platão depende:
a) da sua concepção metafísica: dualismo do mundo sensível e do mundo das ideias permanentes,
eternas, perfeitas e imutáveis, que são a verdadeira realidade, e têm como cume a Ideia do Bem,
divindade, artífice ou demiurgo do mundo;
b) da sua doutrina da alma: princípio que anima ou move o homem. A alma consta de três partes:
razão, vontade ou ânimo e apetite. A razão que contempla e quer racionalmente é a parte
superior, o apetite, relacionado com as necessidades corporais, é a inferior.
Como o indivíduo por si só não pode aproximar-se da perfeição, torna-se necessária a presença do
Estado ou da Comunidade política; isto é, o homem é bom enquanto bom cidadão. A Ideia do ser
humano se realiza somente na comunidade. Por isso, a ética desemboca necessariamente na política. O
homem se forma espiritualmente somente no Estado e mediante a subordinação do indivíduo à
comunidade.
De forma sucinta, pode-se dizer que Platão defende o valor supremo do Bem. O ideal que todos os
homens livres deveriam tentar atingir. Para isto acontecesse deveriam ser reunidas, pelo menos duas
condições: 1. Os homens deviam seguir apenas a razão desprezando os instintos ou as paixões; 2. A
sociedade devia de ser reorganizada, sendo o poder confiado aos sábios, de modo a evitar que as almas
fossem corrompidas pela maioria, composta por homens ignorantes e dominados pelos instintos ou
paixões.
Para CHALITA (2003:45), a teoria de Sócrates defende o carácter eterno de certos valores como o Bem,
Virtude, Justiça, Saber. O valor supremo da vida é atingir a perfeição e tudo deve ser feito em função
deste ideal, o qual só pode ser obtido através do saber.
Sócrates acrescenta que na vida privada ou na vida pública, todos tinham a obrigação de se
aperfeiçoarem fazendo o Bem, sendo justos. O homem sábio só pode fazer o bem, sendo as injustiças
próprias dos ignorantes (Intelectualismo Moral).
2.Educação e Cidadania
Segundo VIANNA, (2008:45) a “educação, em sentido amplo, representa tudo aquilo que pode ser feito
para desenvolver o ser humano e, no sentido estrito, representa a instrução e o desenvolvimento de
competências e habilidades”.
Por sua vez, a cidadania não é definida de uma forma consensual, porém tida como um dos fundamentos
da República e, no que concerne à educação, é tida como um de seus fins. Como destaca MIRANDA,
(2002:300-304.) “cidadania significa, ainda, mais vincadamente, a participação em Estado democrático”,
esclarecendo que esta noção foi difundida após a Revolução francesa. Assim, segundo o autor, a
cidadania relaciona-se à participação na vida jurídica e política de um Estado, e ao benefício dos direitos
que decorrem desta condição, de modo que a cidadania apresenta-se como status e objeto de um direito
fundamental das pessoas.
Na visão de SILVA (2008:35) (…) cidadania consiste em utilizar os direitos políticos de maneira
consciente, conscientização sobre os direitos e deveres correspondentes à vida em sociedade (com o uso
e a exigência daqueles, e respeito a estes), interesse e efetiva participação nas questões que envolvem a
vida pública e a democracia. Ademais, a noção de cidadania possui íntima relação com o princípio
democrático.
Nesta perspectiva, a cidadania pode ser definida simplesmente como o gozo de direitos civis e o
cumprimento de deveres de acordo com as leis de determinada sociedade.
Assim, a educação afigura-se um relevante instrumento para fomentar o interesse dos cidadãos pelas
questões relativas à política (não sendo de facto suficiente a mera instituição de uma disciplina de
educação para a cidadania, como lembra (NETO, 2015:70), com a finalidade de capacitá-los para debate
público e político, o que exige uma transformação na vida cultural, não se restringindo a uma matéria
académica.
Falar de uma educação para a cidadania, segundo entendemos, implica, necessariamente, relacioná-la
com dois outros vectores: a educação para os direitos humanos e a educação para a diferença, vertentes
educacionais que não se excluem e cuja complementação mútua é essencial para possibilitar a sua plena
efetivação.
A prática da cidadania constitui um processo participado, individual e colectivo, que apela à reflexão e à
acção sobre os problemas sentidos por cada um e pela sociedade. O exercício da cidadania implica, por
parte de cada indivíduo e daqueles com quem interage, uma tomada de consciência, cuja evolução
acompanha as dinâmicas de intervenção e transformação social. A cidadania traduz-se numa atitude e
num comportamento, num modo de estar em sociedade que tem como referência os direitos humanos,
nomeadamente os valores da igualdade, da democracia e da justiça social.
Enquanto processo educativo, a educação para a cidadania visa contribuir para a formação de pessoas
responsáveis, autónomas, solidárias, que conhecem e exercem os seus direitos e deveres em diálogo e no
respeito pelos outros, com espírito democrático, pluralista, crítico e criativo.
A escola constitui um importante contexto para a aprendizagem e o exercício da cidadania e nela se
refletem preocupações transversais à sociedade, que envolvem diferentes dimensões da educação para a
cidadania, tais como: educação para os direitos humanos; educação ambiental/desenvolvimento
sustentável; educação rodoviária; educação financeira; educação do consumidor; educação para o
empreendedorismo; educação para a igualdade de género; educação intercultural; educação para o
desenvolvimento; educação para a defesa e a segurança/educação para a paz; voluntariado; educação
para os media; dimensão europeia da educação; educação para a saúde e a sexualidade
Matéria indicada para todos os estudantes do curso de Administração e gestão de Recursos Humanos em
particular, bem como dos demais cursos, visto que os conceitos de ética, educação e cidadania abrangem
toda a sociedade.
Biblioteca da Universidade Ligungo; Ponto de Encontro e Universidade Católica de Moçambique