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Distância
A Tutora:
Discente:
1º ANO
NOME DA ACADÊMICA:
TRABALHO DE CAMPO
TITULO DO TRABALHO:
1.
Introdução 4
Neste momento nos deteremos especificamente na democracia. Ainda que ela tenha sido
redimensionada e não mais permaneça no modelo de democracia directa dos gregos da
antiguidade, alguns traços permanecem na sua compreensão. Geralmente falamos de Governo
democrático como o governo feito pelo povo e para o povo.
Dizemos que a Democracia requisita de cada membro do seu corpo estrutural a responsabilidade
cívica. Expressa tanto no voto através das eleições, como também através da participação
popular.
Geral:
Específicos:
Falamos de uma democracia liberal fundada sobre o ideal deliberativo e pluripartidário, com a
protecção das minorias e das oposições, vinculada à opinião pública em função de valorizar as
liberdades pessoais como valores superiores e prévios ao próprio direito positivo.
A origem da democracia nos vincula à cultura grega, lugar onde, pela primeira vez na história, o
exercício democrático se fez presente. Os gregos a inventaram. Até então, não existia essa forma
de governo, o que existia era o despotismo, ou pior, a tirania, aqueles governos em que a vontade
do governante era o indicativo havia da vontade geral. Não havia democracia por que não existia
o espaço público.
Para Luis Roberto Barroso (2015, p. 113) democracia pode ser definida em soberania popular e
governo da maioria. Corroborando com o conceito apresentado, Dalmo de Abreu Dallari (2010,
p.145) afirma que, ¨A base do conceito de Estado Democrático é, sem dúvida, a noção de
governo do povo.
Para Dalmo de Abreu Dallari (2010), é evidente que a noção de um governo do povo recebeu
influência da Grécia Antiga, porém distinguindo-se claramente pela abrangência do conceito de
povo. Uma vez que, em muitas cidades da Grécia Antiga, os trabalhadores não podiam participar
das decisões, que acabavam sendo realizadas por um número muito reduzido de homens. Afirma
ainda que foi a luta contra o absolutismo que possibilitou o florescimento da democracia como
preferência política por todo o hemisfério ocidental.
Como deixa claro nessa passagem (2010, p.147), ¨O Estado Democrático moderno nasceu das
lutas contra o absolutismo, sobretudo através da afirmação dos direitos naturais da pessoa
humana¨.
Foram esses movimentos e essas ideias, expressões dos ideais preponderantes na Europa do
século XVIII, que determinaram as directrizes na organização do Estado a partir de então.
Consolidou-se a ideia de Estado Democrático como ideal supremo, chegando-se a um ponto em
que nenhum sistema e nenhum governante, mesmo quando patentemente totalitários, admitem
que não sejam democráticos.
Dalmo de Abreu Dallari (2010) levanta três princípios que passaram a ser fundamentais para que
os Estados cumprissem as exigências democráticas, são eles: supremacia da vontade popular,
preservação da liberdade e igualdade de direitos. Ele finaliza da seguinte forma (2010, p.151),
As transformações do Estado, durante o século XIX e primeira metade do século XX, seriam
determinadas pela busca da realização desses preceitos, os quais se puseram também como
limites a qualquer objectivo político. A preocupação primordial foi sempre a participação do
povo na organização do Estado, na formação e na actuação do governo, por se considerar
implícito que o povo, expressando livremente sua vontade soberana, saberá resguardar a
liberdade e a igualdade.
Na compreensão da própria palavra já identificamos seu sentido demo (povo), cracia (governo),
ou seja governo do povo, para o povo. Este povo é o responsável pela manutenção do espaço
público e pela ideia de civismo.
Assim, o indivíduo torna-se cidadão, e a esta condição é agregada uma serie de valores. A
cidadania é um valor absoluto com o qual o indivíduo defende com a própria vida. É o caso do
filósofo Sócrates, que por força das suas convicções democráticas entrega-se ao decreto dos
juízes, sendo levado à morte em função dos crimes que lhe acusaram. Ainda que inocente,
cumpre as leis por considerá-las primordiais à saúde do Estado.
Os princípios formulados por Montesquieu vão ser o fundamento da democracia moderna e vão
ser desdobrados por diversas teorias políticas.
A democracia sempre se volta para a garantia dos direitos dos cidadãos. Este entendido como
aquele que possui e expressa legalmente a sua capacidade de votar e de ser votado. E quando se
fala na distribuição do poder entre todos, falamos do direito subjectivo de escolha e de
veiculação das ideologias.
Segundo Bonavides (2010), quando se fala em “povo” ressalta-se o vínculo do indivíduo com o
Estado através de sua nacionalidade ou cidadania. À ideia de população caberá o conjunto de
todas as pessoas presentes no território de um Estado, num dado momento. Representa um dado
quantitativo e tem um carácter demográfico. Essa distinção serve para entendermos a
Na antiguidade, por exemplo, Cícero fala de povo como a reunião da multidão associada pelo
consenso do direito e pela comunhão da utilidade e não simplesmente todo conjunto de homens
congregados de qualquer maneira. Mas na modernidade, se compreende em especial pelas ideias
decorrentes da Revolução Francesa.
Os indivíduos que pertencem a um Estado e comungam relações de cidadania por esta condição e
assumindo como legítimo o ordenamento jurídico. Em alguns momentos o conceito de povo se
mistura com o de nação. Representa uma continuidade dos valores humanos transmitidos de
geração para geração, contendo aspirações comuns.
1.5. Ideologia
A ideologia também pode ser vista de forma pejorativa, quando se manifesta como uma maneira
pronta e acabada de se olhar para a realidade, um escopo que fixa e distorce a visão do indivíduo.
Marx destaca-a para fundamentar de forma mais abrangente o processo histórico que envolve as
relações de dominação existentes entre os grupos e as classes sociais. Ele percebe que as ideias e
a consciência que construímos sofrem a determinação das condições materiais de elaboração da
existência. Desse modo, certos sentimentos e ideias comuns são gerados por interesses
específicos que em alguns momentos nem mesmo são observados ou percebidos.
A grande ilustração da qual lança mão Marx é a da câmara escura da máquina de fotografar. O
que leva vários críticos a compararem sua metáfora ao mito da caverna de Platão. Pois nesta
ilustração se concentra o binómio luz e sombras, verdade e ilusão chamando à reflexão nossa
condição enquanto sujeitos sociais que abandonam suas verdadeiras questões para habitar um
mundo espectral, fantasmático.
Assim como a câmara escura possui no seu interior a imagem invertida. Do mesmo modo a
ideologia estaria agindo no centro das nossas decisões, invertendo o que nos caracterizaria. Neste
processo, ela nos faz tomar por natural, aquilo que só mantém sua origem enquanto artifício.
Althusser (1918-1990), considera ideologia como próprio processo de cognição do mundo. Ela é
a compreensão no sentido da codificação do mundo que faz com que os indivíduos tomem
consciência dos seus actos. O autor propõe a ideologia como um elemento omnipresente, trans-
histórico e manifesto desde sempre na história da humanidade.
Assim, inevitavelmente ela dá coesão social aos grupos, estabelecendo e fiscalizando as relações,
ou a promoção das tarefas. Daí se depreende que o mundo é sempre uma construção da imagem
que assume para representá-lo.
A história das Américas, por exemplo, revela a extorsão e o repúdio às suas características
específicas, nativas, como o modo deste dominador se relacionar com os outros povos. Com tal
constatação somos encaminhados ao fim do colonialismo, do imperialismo e das formas de
dominação que, pelo controle do poder político, instituíam um discurso universalizante,
constrangendo a diversidade à condição de margem, de marginalização.
Milton Santos (2009) é um destes pensadores que se inquieta em compreender o contexto actual
e o lugar da ideologia neste contexto. Segundo este autor esse mundo contemporâneo é confuso e
confusamente percebido. Neste sentido, para compreender esse mundo seria importante levar em
consideração que se poder falar, pelo menos em três mundos dentro deste que nós identificamos.
Milton Santos reconhece neste cenário aquilo que chama de uma sócio diversidade. Apenas a
necessidade de uma globalização mais humana e em que os elementos ideológicos podem ser
orientados para o verdadeiro sentido da nossa presença no planeta. Daí a reformulação de
fundamentos sociais e políticos. A subordinação da lógica às necessidades estritamente humanas
pode operar esta transformação aclamada pelos teóricos da actualidade.
Vimos na discussão acerca da Democracia que em alguns momentos ela se confunde com a
própria liberdade. Ou melhor, parece que toda democracia conserva a liberdade como valor
universal para o qual devem ser direccionados todos os princípios, práticas e teorias. Através da
história da humanidade a liberdade é o núcleo a partir do qual se movem todas as acções. Desse
modo, a própria natureza da política faz exigências quanto à acção livre, tomando-a
frequentemente como seu pressuposto.
Em toda a história a liberdade é uma ideia privilegiada sempre pelo pensamento humano. Mesmo
que a condição apresentada seja adversa e o discurso seja em torno da sua falta, ou da sua
impossibilidade.
Ela permanece como um dado essencial, inerente à essência da natureza humana. E, por isso,
comummente usada como critério para julgar instituições, funções ou condições sociais. Se
falamos hoje numa crise contemporânea, um dos focos principais para se pensar tal questão é a
liberdade.
Pois a ideia de progresso sempre busca equacionar a liberdade do indivíduo às leis e sua
vigência. Mas esta não é uma notícia nova. Desde o início da revolução industrial se discutem
aspectos relativos à sua presença, ou não, no interior do contexto social.
Liberdade política e direitos individuais. A liberdade é vista sob várias perspectivas como a
religiosa, ou a social, entre outras, revelando as nossas possibilidades essenciais. Quando
falamos em liberdade nos referimos com maior frequência à liberdade social, às relações de
A liberdade em sentido valorativo - é usada mais como exortação, como palavra de ordem em
situações de euforia. Possui diferentes significações conforme os modelos éticos.
A resolução dada por este modelo aprofunda uma problemática não desfeita nem pelo
liberalismo, ou mesmo pela democracia. Dessa forma, expõe suas ideias dentro das seguintes
definições. Positiva, que privilegia a autonomia. É uma acção que vai de conformidade com a lei,
mas por uma lei autónoma, aceita voluntariamente distintamente de uma lei heterogénea, lançada
à força. Revela nosso poder de decidir as normas que regulam a vida social.
Trata-se de um pensamento formado em colectivo, o que para alguns seria algo impossível de se
definir, a mera opinião;
Schaeffle diz ser uma reacção, juridicamente informe, das massas ou de camadas individuais
da sociedade contra a autoridade;
Schimoller destaca-a enquanto resposta manifesta pela parte passiva da sociedade, o povo
dirigindo-se ao modo como age a parte activa que é o Estado;
Toennies a considera uma forma que expõe a vontade social, e que demanda a execução de
normas que tenham validez geral.
Jellinek afirma que a opinião pública não passa do ponto de vista da sociedade sobre assuntos
de natureza política e social.
Necker, durante a revolução russa, possivelmente um dos primeiros a se interessar com a opinião
pública na sua dimensão política, já expressava uma preocupação característica porque percebia
nas atitudes corriqueiras da sociedade a necessidade de promover uma ideia generalizada acerca
da sua condição e status.
Grande parte dos pensadores proclama pelo poder que emana da sua condição. É o caso de
filósofos como Marx (1181-1990), Hegel (1770- 1831), Sauvy (1898-1990), Bryce, Bakunin
(1814-1876), entre outros. Eles proferiram de maneira unânime que a sua discreta influência, em
algumas ocasiões, acaba por reter o verdadeiro poder, o verdadeiro conteúdo e justiça,
vinculando a esta a constituição, a legislação e a vida colectiva em geral.
A democracia, como visto acima, não se limita a uma forma de expressão única, tendo como
variável a forma de participação que a população terá. Diante disso, classifica-se a democracia
em directa, indirecta ou representativa e, por fim, em semidirecta ou participativa.
A democracia directa caracteriza-se, como o próprio nome esclarece, pela participação directa do
povo, ou seja, é o povo quem elabora as leis, além de administrar e julgar as questões que
surgirem. Segundo a explicação de Noberto Bobbio (2015, p.85) a respeito da democracia
directa,
Para que exista democracia directa no sentido próprio da palavra, isto é, no sentido em que
directo quer dizer que o indivíduo participa ele mesmo nas deliberações que lhe dizem respeito, é
preciso que entre os indivíduos deliberantes e a deliberação que lhes diz respeito não exista
nenhum intermediário
Consoante Paulo Bonavides (2008), a Grécia é o grande exemplo de democracia directa, isso foi
possível pelas características de tal civilização. O regime escravocrata da Grécia, permitia ao
homem livre dedicar seu tempo para tratar das questões públicas. Outro factor que permitiu esse
modelo democrático foi a consciência dos cidadãos gregos de que precisavam se unir contra os
Estados inimigos e Estados bárbaros.
Esse modelo de democracia, porém, deixa claro sua inconveniência prática, uma vez que, com as
cidades cada vez mais populosas e a diversidade de opiniões sendo valorizada, torna-se inviável
a consulta de todos os cidadãos para a tomada de decisões políticas, sendo que, muitas vezes,
essas decisões precisam ser realizadas de forma célere indo de encontro com esse modelo. Em
concordância com Dalmo de Abreu Dallari (2010, p.152), Sendo o Estado Democrático aquele
em que o próprio povo governa, é evidente que se coloca o problema de estabelecimento dos
meios para que o povo possa externar sua vontade.
Sobretudo nos dias atuais, em que a regra são colégios eleitorais numerosíssimos e as decisões
de interesse público muito frequentes, exigindo uma intensa actividade legislativa, é difícil,
quase absurdo mesmo, pensar-se na hipótese de constantes manifestações do povo, para que se
saiba rapidamente qual a sua vontade.
A explicação de democracia indirecta feita por Dalmo de Abreu Dallari (2010, p.156) se dá nos
seguintes termos, ¨na democracia representativa o povo concede um mandato a alguns cidadãos,
para, na condição de representantes, externarem a vontade popular e tomarem decisões em seu
nome, como se o próprio povo estivesse governando¨.
As sociedades africanas que muito dos quais não observam a capacidade de mobilidade política
leva a ponderar sobre as noções de uma democracia representativa, que se baseia na maioria,
comparando-a com a nova noção de democracia participativa, em que as minorias excluídas tem
uma participação social e política mais efectiva na sociedade moderna.
Nos momentos que se seguiram à independência, o Estado moçambicano optou por uma linha de
orientação socialista, ou seja, democracia socialista. Assim sendo, Moçambique tenta
implementar uma concepção socialista de poder, de Estado e de direito.
2. Os desafios da democratização
Grandes desafios, contudo, ainda existem. A pobreza continua a afectar a maioria da população e
os níveis de desigualdade têm crescido. No cenário político, a falta de confiança entre as duas
forças políticas anteriormente em guerra, a FRELIMO e a RENAMO (Resistência Nacional
Moçambicana), continua bastante alta.
Entretanto, a FRELIMO tem aumentado o seu domínio da arena política: nos próximos anos, o
multipartidarismo corre o risco de tornar-se em pouco mais que a coexistência entre um partido
dominante e vários outros partidos menores e com pouca força política, a democracia no país
tornando-se bastante vulnerável ao grau de democracia no seio da FRELIMO.
Por fim, é razoável que todos moçambicanos esperem condições mais favoráveis para o
estabelecimento de uma verdadeira democracia social e participativa no país no futuro próximo.
Para tanto, o equilíbrio de poder entre as principais forças políticas e actores sociais deve ser
maior, regras e regulamentos aplicados de maneira justa e transparente, o Estado de direito
Ao falarmos dos traços básicos desta democracia, iremos encontrar os pilares da consagração
nestes termos:
Daqui não nos restam dúvidas e assim como afirma o Professor Américo Simango, que o
modelo democrático Moçambicano é inteiramente do tipo ocidental.
Desta elaboração concluiu-se que, a Democracia requisita de cada membro do seu corpo
estrutural a responsabilidade cívica. Expressa tanto no voto através das eleições, como também
através da participação popular.
A democracia sempre se volta para a garantia dos direitos dos cidadãos. E quando se fala na
distribuição do poder entre todos, falamos do direito subjectivo de escolha e de veiculação das
ideologias.
A democracia é um processo, como algo inacabável ou por outra é um ideal, isto é, aquilo que
lutamos por alcançar. Nenhuma sociedade pode proclamar estar a viver uma democracia total.
Mostra que a democracia é na sua génese e essência algo teorética e não prática.
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