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Texto de Apoio de TELP: Texto Informativo - IPIMO

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TEXTO INFORMATIVO
É um tipo de texto presente em situação escolar em que a intenção comunicativa veicula
conhecimentos da realidade da qual oferece um saber. Ele (texto informativo), transmite
dados organizados e hierarquizados sem, contudo, procurar persuadir ou explicar. O seu
objectivo é, portanto, comunicar de forma clara e pormenorizada, em poucas linhas, a
um leitor determinado, o que deve saber de um facto, de um assunto ou de um
problema. Este tipo de texto possui três características importantes a saber, a clareza, a
correcção e a concisão.
Neste tipo de texto usa-se, essencialmente, a 3ª pessoa. A 3ª pessoa «indica uma
realização discursiva situada fora da correlação de pessoa existente no par eu/tu,
remetendo para uma situação “objectiva”.
Assim, esse tipo de discurso é indiciado pelos pronomes de terceira pessoa (ele, ele,
eles, elas) e respectivos deíticos (o, isso, isto, aquilo, lá, então, etc.) reenviando à
objectividade, própria dos elementos referenciais colocados fora da elocução. A
linguagem cumpre, assim, a sua função informativa ou referencial, centrando-se em
dados concretos, que se concretizam nos referentes situacionais.
A terceira pessoa, está por conseguinte, presente no discurso de imprensa, no discurso
pedagógico, no discurso ensaístico, onde a finalidade da mensagem é transmitir
informações de conteúdo objectivo.
(GUERRA, J.A.F.; VIEIRA, J.A.S.:69).

A NOTÍCIA (O Discurso de Imprensa)


O jornal, por exemplo, é um meio de comunicação de massa. Destinado a qualquer
leitor, o discurso de imprensa apresenta características próprias.
Este tipo de discurso engloba a notícia e artigos de natureza diversa, em suma, textos de
carácter informativo.
A imprensa escrita ou oral, que tem por função transmitir as notícias, informar, dar
conhecimento ao público dos acontecimentos de última hora, constitui um largo campo
de utilização do discurso de terceira pessoa.
A não-pessoa, isenta de marca de subjectividade, é a forma pronominal mais adequada
para as instâncias discursivas que utilizam a linguagem em situações descritivas ou
verificativas, onde a objectividade é necessária. O jornalista, como entidade responsável

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pela informação, preocupa-se com o relato factual, tendo como objectivo fornecer dados
concretos que reenviam a determinados referentes. A notícia submete-se,
consequentemente, a normas estipuladas que pretendem veicular os conteúdos
informativos em moldes documentais.
A lei das cinco W [...], indica as questões essenciais a que o lead
(cabeçalho da notícia, imediatamente a seguir ao título, em caracteresnegros, que
resumem em breves linhas o acontecimento) se vincula; ele deve responder a cinco
questões fundamentais iniciadas em inglês por W: What?, When?, Who?, Where?, Why?
(O quê? Quando? Quem? Onde?

Porquê?). O referente é tratado em termos precisos (What, Who), dimensionado no


espaço e no tempo (Where, When) e nas suas relações de causalidade (Why). No corpo
da notícia serão desenvolvidos estes aspectos, tendo em atenção a realidade dos
acontecimentos.
É, portanto, a função referencial a que predomina na notícia, não se excluíndo, por
vezes, a função emotiva da linguagem, quando transparece a presença do emissor,
através da valoração pessoal que ele pode conferir ao enunciado, ou de sentimentos de
adesão ou de recusa que conduzem à emoção por parte do público e não propriamente à
informação.
A função conotativa também pode estar presente, se a interpretarmos como faceta
genérica que possui a linguagem para chamar a atenção do leitor: Um título pode ser
muito ou pouco sensacional, pelo facto de se integrar numa notícia de pequena
actualidade ou num editorial; do mesmo modo, os próprios acontecimentos, com reflexo
a nível nacional ou internacional, podem ocupar na imprensa lugares proeminentes que
despertam e sugestionam a opinião pública, pela forma como são apresentados
graficamente e por todo o discurso com forte tendência apelativa. (GUERRA e
VIEIRA:71:2003)
Em suma, a notícia é um texto essencialmente informativo de um acontecimento actual.
A sua elaboração obedece a regras fixas. O 1º parágrafo, o lead, deve ser a resposta às
perguntas:
 Quem?
 O quê?

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 Quando?
 Onde?
 Porquê?
No corpo da notícia serão desenvolvidos estes aspectos, tendo em atenção a realidade
dos acontecimentos.
Características
 Objectividade - redacção na 3ª pessoa (a não pessoa): expõe-se de modo
imparcial e com a maior fidelidade, a realidade ou os seus fundamentos;
 Brevidades – usam-se apenas as palavras necessárias à expressão do
pensamento;
 Função informativa ou referencial da linguagem.

A sintaxe da notícia (GUERRA e VIEIRA:71-72:2003)


Uma das leis fundamentais do jornalismo de hoje: na notícia o mais importante escreve-
se logo no princípio.
Uma norma como esta aconselha o aperfeiçoamento de um estilo inverso do novelístico.
O autor de uma notícia deve começar pelo desfecho de um determinado acontecimento
para depois descrever, em pormenor, a forma como as coisas se passaram. Uma notícia
não tem suspensa: obedece ao princípio de competitividade entre os materiais
jornalísticos de uma determinada publicação, partindo da certeza de que raro é o leitor
que dedica a sua atenção a todos os textos. Ele escolhe os mais atraentes e muitas vezes
só lê partes. Por isso o mais importante tem de estar logo no princípio.
Um mesmo crime terá, portanto, descrições absolutamente diferentes no romance
policial e na notícia. No primeiro caso, o autor tece a intriga, descreve as investigações,
enumera suspeitos e culmina com a descoberta do assassino e respectiva prisão. Na
notícia o jornalista terá de informar logo nas primeiras linhas que, por exemplo, «a
Polícia Judiciária prendeu Fulano, acusado de ter assassinado Sicrano».
Seguem-se as peripécias do caso, com uma outra preocupação: os factos ordenam-se
por ordem decrescente de importância.
O autor da notícia deverá abolir todos os pormenores supérfluos – que no romance serve
até para colocar factores de diversão com o objectivo de testar o faro detectivesco do
leitor – para respeitar os princípios da síntese, simplicidade e clareza.

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A elaboração da notícia ordenando os factos por ordem decrescente de importância
criou no jornalismo a técnica conhecida sob a designação de pirâmide invertida.

Esta técnica, base do estilo noticioso utilizado em jornais de todo o mundo, significa a
elaboração da notícia em duas fases: A primeira denominada lead ou cabeça; e a
segunda, o corpo ou o desenvolvimento da notícia.
Suponha o leitor uma pirâmide invertida representada, para maior comodidade pelo
triângulo isóscele. Divida-a, por exemplo, em oito secções. Estas secções representam
os parágrafos da notícia. A extensão e cada uma delas são directamente proporcionais à
importância dos dados contidos nos respectivos parágrafos.
A primeira secção é o lead ou cabeça, portanto o mais importante da notícia porque,
como já vimos, os dados fundamentais são os que se devem divulgar em primeiro lugar.
As restantes secções ou parágrafos são o corpo da notícia que pormenorizam os factos
enunciados no lead. A extensão de cada secção diminui da zona superior para a zona
inferior da figura, significando que os factos estão elaborados por ordem decrescente de
importância.
A figura permite ter uma ideia aproximada da estrutura resultante da aplicação da
técnica jornalística da pirâmide invertida para uma notícia com oito parágrafos. O
sistema da pirâmide invertida representa, na prática, a elaboração de dois relatos: um
primeiro, o lead, o mais sintético possível, uma espécie de notícia condensada; o
segundo, mais desenvolvido, enumerando pormenores, como que «desenrolando» o que
ficou enunciado no primeiro parágrafo.
Concluindo, o texto da notícia apresenta os seguintes aspectos:
 Expositivo - apresenta ou narra uma exposição tal como ela é; deve começar pela
visão do conjunto, pela síntese, partindo para o pormenor ou análise.
 Interpretativo - clarifica o alcance e o sentido de certos factos ou conceitos.
 Demonstrativo - tenta provar determinadas afirmações, teses ou posições,
devendo ser claros os passos que levaram às proposições principais, que devem
distinguir-se das simples opiniões.
Deve-se evitar os seguintes defeitos:
 Falsear ou exagerar os factos;
 Deformá-los, omitindo pormenores;

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 Confundir factos com opiniões;
 Cair em contradições;
 Desenvolver de forma incompleta algum ponto;
 Construir parágrafos longos.

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