Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
br
1
RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS
Antes que se aborde gramática normativa, é fundamental que se domine o tipo de texto, bem como o gênero tex-
tual constante do raciocínio em Língua Portuguesa.
TIPOS TEXTUAIS
Os tipos textuais baseiam-se em estudos e conceitos acadêmicos e não são usadas, na prática, no pro-
cesso comunicativo.
1. DISSERTAÇÃO
Argumentativa
Expositiva
2. NARRAÇÃO
3. DESCRIÇÃO
4. INJUNÇÃO
DISSERTAÇÃO
Introdução:
Formalmente, é o parágrafo inicial do texto dissertativo, haja vista que contém a tese, e contextualiza o leitor sobre
o projeto de texto e sobre a temática que será abordada no texto e quais são os elementos do tema que
receberão ênfase.
Do ponto de vista material, a introdução contém tese e caminho argumentativo.
Desenvolvimento:
Formalmente, trata-se da argumentação da dissertação. Nesse momento, há três argumentos possíveis, com os
seguintes mecanismos argumentativos:
Os argumentos por convicção - exigem maior capacidade intelectiva, pois envolve a criação de nexos lógicos
que não sejam fruto de uma interpretação pessoal facilmente contestável.
www.cers.com.br
2
Vejamos agora, caro leitor, as possibilidades de tais argumentos na prática:
a) Mecanismo de definição:
Neste tipo de parágrafo, o autor procura definir uma palavra ou um conceito pouco conhecido ou de
definição duvidosa ou discutível. Esse desenvolvimento lança a base para uma argumentação mais sólida, pois
deixa claro em que conceitos o autor se baseia.
b) Mecanismo de comparação:
A frase nuclear pode-se desenvolver através da comparação, que confronta ideias, fatos, fenômenos
e apresenta-lhes as semelhanças ou dessemelhanças.
Os argumentos por comprovação- partem do princípio de que informações objetivas são percebidas
como prova irrefutável de uma determinada afirmação. Incluem exemplos, informações de natureza histórica,
estatísticas ou outros dados numéricos que corroborem diretamente para provar a tese defendida.
b) Mecanismo de exemplificação:
Esse tipo de desenvolvimento tem a função de comprovar os argumentos propostos com base em
dados concretos da realidade. Quando isso acontece, o autor muitas vezes deixa de usar os verbos no presente
atemporal para utilizá-los no pretérito perfeito do indicativo ou outro. Essa mudança não é problemática quando o
exemplo contribui para a argumentação do texto.
Os argumentos por citação servem para demonstrar uma perspectiva analítica particular e emprestam ao texto a
confiabilidade de que goza a autoridade citada.
Conclusão:
É o fecho do texto. Deve, pois, conter de forma sintética, o objetivo proposto na instrução, a confirmação da
hipótese ou da tese, acrescida da argumentação básica empregada no desenvolvimento. Pode-se concluir por
meio de:
Síntese;
Proposta;
www.cers.com.br 3
DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA
A dissertação expositiva consiste em uma exposição de ideias, sem que haja a intenção de convencer o leitor,
debater, polemizar, ou seja, não é necessário que se firme um ponto de vista sustentado por argumentos. A finali-
dade desse texto é unicamente a de avaliar o conhecimento que o candidato possui em relação a um determinado
assunto, específico ou geral.
NARRAÇÃO
A palavra narração designa o ato de narrar, ou seja, o ato de relatar, de contar uma história. Narrar é relatar um
acontecimento ou uma série de acontecimentos (reais ou imaginários), mais ou menos sequenciados, em que
personagens se movimentam em certo espaço à medida que o tempo passa (em relação á narrativa: anterior,
posterior e concomitante e durativo).
• Narrador: é a categoria narrativa por meio da qual o autor conta a história. Não se confunde narrador com autor.
Pode, em linhas gerais, ser observador ou onisciente. Há ainda o foco narrativo, que pode ser em 1° ou 3° pes-
soa.
• Enredo: trama; conflito; sequencia de ações interligadas que compõem a narrativa. Pode ser linear ou não line-
ar.
• Personagens: seres (personificados) que desempenhas as ações que compõem a narrativa. Podem ser princi-
pais (protagonista ou antagonista) ou coadjuvantes e podem ser apresentados de forma direta ou indireta.
• Espaço: é o ambiente em que as ações se descrevem. Elemento importantíssimo, junto ao tempo, para a cria-
ção do contexto da história.
• Tempo: além de indicar anterioridade, posterioridade e concomitância das ações em relação à narrativa, o tem-
po é importantíssimo para a disposição das ações no enredo e para que se entenda o contexto histórico em que a
narração está inserida. Pode ser cronológico ou psicológico.
O texto narrativo possui a seguinte estrutura:
• Apresentação: parte em que se apresentam alguns personagens e se expõem algumas circunstâncias da histó-
ria, como o momento e o lugar em que a ação se desenvolverá. O autor, de certa maneira, cria um cenário e mar-
ca o tempo para o início das ações dos personagens.
• Complicação: aqui se inicia propriamente a ação. Algo acontece, por algum motivo, ou algum personagem toma
alguma atitude que pode causar transformações no ou nos episódios iniciais. Esse processo de transformação
leva ao clímax.
• Desfecho ou desenlace: solução do conflito conduzido pelas ações dos personagens, ou seja, restabelecimen-
to do equilíbrio..
DESCRIÇÃO
É o tipo textual cuja característica reside no fato de haver predominância textual de sintagmas ligados à relação
“substantivo/adjetivo”.
www.cers.com.br 4
INJUNÇÃO
É o tipo textual cuja finalidade é a de instruir, ordenar ou determinar o cumprimento de determinada atividade.
GÊNEROS TEXTUAIS
Os gêneros textuais, por sua vez, materializam-se no dia a dia, são os textos usados no cotidiano, com-
põem todo e qualquer processo comunicativo, sendo, na prática, importantíssimos para o advogado, o
jornalista, o médico, ou seja, para todos que usam o texto como instrumento de trabalho.
São exemplos de gêneros textuais: crônica, conto, fábula, romance, editorial, artigo de opinião, manifesto, relató-
rio, discurso (político, de formatura) etc.
1. GÊNEROS ARGUMENTATIVOS
2. GÊNEROS DESCRITIVOS
3. GÊNEROS NARRATIVOS
4. GÊNEROS INJUNTIVOS
5. GÊNEROS EPISTOLARES
GÊNEROS ARGUMENTATIVOS
Os gêneros argumentativos são aqueles que pretendem estabelecer uma discussão reflexiva sobre determinado
tema a fim de convencer o leitor de que a tese defendida é a ideal. Mesmo que não consiga convencê-lo, deve o
texto argumentativo levar o leitor a um raciocínio crítico sobre o assunto abordado.
Introdução:
É o parágrafo inicial do texto argumentativo. É de fundamental importância, pois contextualiza o leitor sobre a te-
mática que será abordada no texto e a quais elementos dentro do tema será dada a ênfase. Possui característica
expositiva-argumentativa, sugere qual será a linha argumentativa a ser desenvolvida.
Desenvolvimento
É a exposição de elementos que irão fundamentar a tese exposta na introdução. Nesse ponto, há a presença, em
massa, de marcadores argumentativos.
O parágrafo de desenvolvimento é composto de um tópico frasal (o argumento em si) mais o desenvolvimento que
ratifique tal
É a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já foi
fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação. Deve, pois, conter, de forma sintética, o objetivo pro-
posto na instrução, a confirmação da hipótese ou da tese, acrescida da argumentação básica empregada no de-
senvolvimento. É o fecho do texto.
www.cers.com.br 5
GÊNEROS DESCRITIVOS
São aqueles cuja característica reside no fato de haver predominância textual de sintagmas ligados à relação
“substantivo/adjetivo”.
Os principais gêneros descritivos são os laudos médicos, as notificações de trânsito etc.
GÊNEROS NARRATIVOS
Para que possamos estudar os gêneros narrativos, é necessário que vejamos o conceito de narração e seus
componentes.
A palavra narração designa o ato de narrar, ou seja, o ato de relatar, de contar uma história. Narrar é relatar um
acontecimento ou uma série de acontecimentos (reais ou imaginários), mais ou menos sequenciados, em que
personagens se movimentam em certo espaço à medida que o tempo passa (em relação á narrativa: anterior,
posterior e concomitante e durativo).
• Narrador: é a categoria narrativa por meio da qual o autor conta a história. Não se confunde narrador com autor.
Pode, em linhas gerais, ser observador ou onisciente. Há ainda o foco narrativo, que pode ser em 1° ou 3° pes-
soa.
• Enredo: trama; conflito; sequencia de ações interligadas que compõem a narrativa. Pode ser linear ou não line-
ar.
• Personagens: seres (personificados) que desempenhas as ações que compõem a narrativa. Podem ser princi-
pais (protagonista ou antagonista) ou coadjuvantes e podem ser apresentados de forma direta ou indireta.
• Espaço: é o ambiente em que as ações se descrevem. Elemento importantíssimo, junto ao tempo, para a cria-
ção do contexto da história.
• Tempo: além de indicar anterioridade, posterioridade e concomitância das ações em relação à narrativa, o tem-
po é importantíssimo para a disposição das ações no enredo e para que se entenda o contexto histórico em que a
narração está inserida. Pode ser cronológico ou psicológico.
O texto narrativo possui a seguinte estrutura:
• Apresentação: parte em que se apresentam alguns personagens e se expõem algumas circunstâncias da histó-
ria, como o momento e o lugar em que a ação se desenvolverá. O autor, de certa maneira, cria um cenário e mar-
ca o tempo para o início das ações dos personagens.
• Complicação: aqui se inicia propriamente a ação. Algo acontece, por algum motivo, ou algum personagem toma
alguma atitude que pode causar transformações no ou nos episódios iniciais. Esse processo de transformação
leva ao clímax.
• Desfecho ou desenlace: solução do conflito conduzido pelas ações dos personagens, ou seja, restabelecimen-
to do equilíbrio..
GÊNEROS INJUNTIVOS
São aqueles cuja finalidade é a de instruir, ordenar ou determinar o cumprimento de determinada atividade.
Os principais gêneros injuntivos são receita médica, os pedidos da petição inicial e o dispositivo de uma sentença.
GÊNEROS EPISTOLARES
Aqui, iniciaremos o estudo dos gêneros textuais que tendem a ter não um conteúdo, mas sim uma estrutura em
comum: as cartas.
www.cers.com.br 6
Segundo a LEI Nº 6.538, DE 22 DE JUNHO DE 1978 (Lei dos Serviços Postais), carta é objeto de correspondên-
cia, com ou sem envoltório, sob a forma de comunicação escrita, de natureza administrativa, social, comercial, ou
qualquer outra, que contenha informação de interesse específico do destinatário.
Como as cartas possuem conteúdo variado, o que irá aproximá-las é a estrutura e não a temática.
ARTIGO DE OPINIÃO
O artigo de opinião é um texto escrito para ser publicado em jornais e revistas, e traz reflexões a respeito de
um tema atual de interesse do grande público. Nesse gênero, o autor desenvolve um ponto de vista a respeito do
tema com argumentos sustentados por informações e opiniões que se complementam ou se opõem. No texto,
predominam sequencias expositivo-argumentativas.
Trata-se do texto em que, a partir de uma questão polêmica, o articulista (redator), em um tom de conven-
cimento, apresenta seu ponto de vista sobre a questão, usando o poder da argumentação, defendendo, exemplifi-
cando, justificando ou desqualificando posições.
É um texto argumentativo extremamente pessoal, em que o autor não só pode, como deve se utilizar de
marcadores linguísticos de pessoalidade (adjetivos e advérbios). Dada a pessoalidade do gênero, o artigo de opi-
nião é sempre assinado pelo escritor e as opiniões ali transmitidas não são de responsabilidade do meio de divul-
gação (revista, jornal etc.), mas sim do próprio redator.
Recomenda-se que seja utilizada, no artigo de opinião, a mesma estrutura do texto dissertativo.
• O público a que ele se destina a fim de que se adequem a linguagem e os argumentos utilizados;
• Diferentes pontos de vista sobre a temática para que não haja uma visão unilateral do tema (use bastantes ele-
mentos da coletânea);
• Se, ao transmitir a opinião, não foram usadas expressões que possam gerar juízos de valor preconceituosos ou
jocosos.
PENSE NISTO:
Assim, de maneira prática, você que já estudou a dissertação argumentativa aqui no Instituto Carlos
André, já sabe os aspectos formais e os aspectos materiais desse texto. Agora, façamos uma comparação
entre a dissertação e o artigo de opinião:
a) Universalidade:
O texto dissertativo deve ser escrito com a finalidade de gerar convencimento a qualquer leitor em potencial. Sob
qualquer hipótese, esse tipo textual poderá se restringir a um público específico, pois estaria fugindo de seu
objetivo.
www.cers.com.br 7
Em decorrência do princípio da universalidade, deve o redator de uma dissertação tomar bastante cuidado para
não escolher uma linha de abordagem que adote uma visão minoritária ou restrita sobre o tema. Sobre esse
tópico, haverá aprofundamento quando falarmos de argumentatividade.
b) Impessoalidade:
Apesar de o redator de um texto dissertativo ter liberdade para escolher o enfoque dado à temática, não possui
ele a mesma liberdade ao produzir a análise e a argumentação. Isso significa que, apesar de estar expondo vários
pontos de vista sobre a tese (inclusive o próprio ponto de vista), a maneira de exposição deve ser impessoal.
Para que o texto se torne impessoal, é necessário:
Que a linguagem usada seja referencial, ou seja, deve o redator evitar juízos de valores explícitos e
implícitos;
Que haja uso da terceira pessoa na produção de argumentação (importantíssimo o estudo de índice de
indeterminação do sujeito e de pronome apassivador);
Que seja o autor econômico em adjetivações e adverbializações;
Que se dê preferência à citação direta.
c) Atemporalidade:
Como a finalidade do texto dissertativo é persuadir por meio da argumentação, não haverá a presença de
elementos que prendam a argumentação ao tempo. O fenômeno da persuasão é atemporal, isto é, um texto
dissertativo deve gerar convencimento hoje ou daqui a 10 anos, por exemplo.
É importante prestar atenção, pois apenas os trechos argumentativos do texto são atemporais. Uma
exemplificação ou um relato, por exemplo, requerem detalhamento temporal.
Para se gerar atemporalidade, é necessário:
d) Convencimento:
É a finalidade do texto dissertativo. Elencamos o convencimento como característica do texto dissertativo para
destacar a importância do estudo de marcadores argumentativos na construção desse tipo textual. Sem a
presença reiterada de conjunções coordenativas e adverbiais, o texto deixa de ser dissertativo e passa ser
expositivo.
De modo contrário ao que se vê na dissertação, no artigo de opinião a tese do articulista pode ser contrária ao que
se entende por politicamente correto, desde que seja fundamentada.
b) Pessoalidade:
Diferentemente da dissertação, o artigo de opinião é marcado pelo posicionamento parcial do articulista. Assim, o
escritor de um artigo não deve se preocupar com recursos linguísticos que impliquem neutralidade. É importante,
no entanto, esclarecer que os pontos de vista, mesmo sendo pessoais, devem ter fundamento.
c) Temporalidade:
d) Persuasão:
www.cers.com.br 8
No texto dissertativo, verifica-se que o convencimento visa a dissuadir o leitor de determinado pensamento, por
meio de mecanismos imparciais. No artigo de opinião, os mecanismos são parciais, de modo que se admitem
recursos ligados à emoção.
Introdução:
Formalmente, o artigo de opinião também possui o parágrafo inicial do texto. Ocorre, no entanto, que tal texto não
necessariamente, possuirá a tese e o caminho argumentativo nesse primeiro parágrafo. São recomendáveis
vários recursos argumentativos que serão vistos mais adiante.
Desenvolvimento:
Formalmente, assim como na dissertação, o desenvolvimento do artigo de opinião possui argumentos e
mecanismos argumentativos. Ocorre, no entanto, que, além dos já conhecidos métodos argumentativos da
dissertação, há outros mecanismos:
Intertextualidade
Interdiscursividade
Polifonia
Ironia
Contra-argumentação
Metafora
Anáfora
Pergunta retórica
Sarcasmo
Aforismo
Conclusão:
Assim como na dissertação, trata-se do fecho do texto. Ocorre que, no artigo de opinião, a conclusão pode possuir
inclusive a tese ou mesmo gerar uma reflexão no leitor, sem que conclua literalmente o texto.
CRÔNICA
Crônica é uma narrativa breve, de caráter reflexivo-interpretativo, que parte de assuntos cotidianos,
a fim de levar o leitor a uma reflexão (geralmente com humor e ironia).
Características gerais:
A crônica é um texto de caráter reflexivo e interpretativo, que parte de um assunto do cotidiano, um acontecimento
banal, sem significado aparentemente relevante.
É um texto subjetivo, pois apresenta a perspectiva do seu autor, podendo ser irônico ou humorístico.
- narração;
- descrição;
- contemplação / efusão lírica;
- comentários;
- reflexão.
www.cers.com.br 9
Utiliza a ironia;
Registro de língua corrente (marcas de coloquialidade);
Discurso que vai do oralizante ao literário;
Predominância da função emotiva da linguagem sobre a informativa;
Vocabulário variado e expressivo de acordo com a intenção do autor;
Pontuação expressiva;
Emprego de recursos estilísticos.
É bom lembrar que a crônica é, hoje, um texto de forma livre. Não pode ser caracterizada apenas como um tipo de
narração. Existem as crônicas argumentativas, muito comuns em telejornais, e outras que misturam tipologias. O
autor de uma crônica possui total liberdade de produção, exceto se ele for um vestibulando, pois, nesse caso,
deve ele se utilizar das características supracitadas. Veja, abaixo, alguns tipos de crônica.
ESPÉCIES DE CRÔNICA
Crônica Narrativa
Tem por eixo uma história, o que a aproxima do conto. Pode ser narrado tanto na 1ª quanto na 3ª pessoa
do singular. Texto lírico (poético, mesmo em prosa). Comprometido com fatos cotidianos ("banais", comuns).
Crônica Argumentativa
Opinião explícita, com argumentos mais "sentimentalistas" do que "racionais" (em vez de "segundo
o IBGE a mortalidade infantil aumenta no Brasil", seria "vejo mais uma vez esses pequenos seres não alimenta-
rem sequer o corpo"). Exposto tanto na 1ª pessoa do singular quanto na do plural.
Crônica Narrativo-Descritiva
É quando uma crônica explora a caracterização de seres, descrevendo-os. E, ao mesmo tempo mostra fatos coti-
dianos ("banais", comuns) no qual pode ser narrado em 1ª ou na 3ª pessoa do singular. Ela é baseada em acon-
tecimentos diários.
Crônica Humorística
Deve ter algo que chame a atenção do leitor assim como um pouco de humor. É sempre bom ter poucos persona-
gens e apresentar tempo e espaços reduzidos. A linguagem é próxima do informal. Visão irônica ou cômica de
fatos apresentados
Crônica Lírica
Apresenta uma linguagem poética e metafórica. Nela predominam emoções, os sentimentos (paixão, nostalgia e
saudades ), traduzidos numa atitude poética
Crônica Poética
Apresenta versos poéticos em forma de crônica,expressando sentimentos e reações de um determinado assunto.
Crônica Jornalística
Apresentação de noticias ou factos baseados no cotidiano. Pode ser policial, desportiva, etc...
Crônica Histórica
1
Baseada em fatos reais, ou fatos históricos.
Humberto Werneck
www.cers.com.br 10
EXERCÍCIOS
QUESTÃO 01
A) injuntivo.
B) narrativo.
C) dissertativo.
D) exortativo.
E) descritivo.
QUESTÃO 02
www.cers.com.br 11
Julgue o próximo item, referente a aspectos linguísticos do texto CB1A1AAA e à sua tipologia.
O texto em apreço é predominantemente narrativo, uma vez que apresenta um histórico da relação entre a cultura
e a universidade pública.
( ) CERTO ( ) ERRADO
QUESTÃO 03
www.cers.com.br 12
No que se refere às ideias e aos sentidos do texto CB2A6AAA e à sua classificação quanto ao tipo e ao gênero
textual, julgue o próximo item.
O texto classifica-se como injuntivo, já que visa instruir o leitor a pensar de forma diversa da que pensam “os pe-
dagogos da prosperidade” (l. 1 e 2).
( ) CERTO ( ) ERRADO
QUESTÃO 04
Quando eu era garoto, acreditava em bruxas, mulheres malvadas que passavam o tempo todo maquinando coi-
sas perversas. Os meus amigos também acreditavam nisso. A prova para nós era uma mulher muito velha, uma
solteirona que morava numa casinha caindo aos pedaços no fim de nossa rua. Seu nome era Ana Custódio, mas
nós só a chamávamos de “bruxa”.
Era muito feia, ela; gorda, enorme, os cabelos pareciam palha, o nariz era comprido, ela tinha uma enorme ver-
ruga no queixo. E estava sempre falando sozinha. Nunca tínhamos entrado na casa, mas tínhamos a certeza de
que, se fizéssemos isso, nós a encontraríamos preparando venenos num grande caldeirão. Nossa diversão predi-
leta era incomodá-la. Volta e meia invadíamos o pequeno pátio para dali roubar frutas e quando, por acaso, a
velha saía à rua para fazer compras no pequeno armazém ali perto, corríamos atrás dela gritando "bruxa, bruxa!".
Um dia encontramos, no meio da rua, um bode morto. A quem pertencera esse animal nós não sabíamos, mas
logo descobrimos o que fazer com ele: jogá-lo na casa da bruxa. O que seria fácil. Ao contrário do que sempre
acontecia, naquela manhã, e talvez por esquecimento, ela deixara aberta a janela da frente. Sob comando do
João Pedro, que era o nosso líder, levantamos o bicho, que era grande e pesava bastante, e com muito esforço
nós o levamos até a janela. Tentamos empurrá-lo para dentro, mas aí os chifres ficaram presos na cortina.
- Vamos logo - gritava o João Pedro -, antes que a bruxa apareça. E ela apareceu. No momento exato em que,
finalmente, conseguíamos introduzir o bode pela janela, a porta se abriu e ali estava ela, a bruxa, empunhando um
cabo de vassoura. Rindo, saímos correndo. Eu, gordinho, era o último.
E então aconteceu. De repente, enfiei o pé num buraco e caí. De imediato senti uma dor terrível na perna e não
tive dúvida: estava quebrada. Gemendo, tentei me levantar, mas não consegui. E a bruxa, caminhando com difi-
culdade, mas com o cabo de vassoura na mão, aproximava-se. Àquela altura a turma estava longe, ninguém po-
deria me ajudar. E a mulher sem dúvida descarregaria em mim sua fúria.
Em um momento, ela estava junto a mim, transtornada de raiva. Mas aí viu a minha perna, e instantaneamente
mudou. Agachou-se junto a mim e começou a examiná-la com uma habilidade surpreendente.
- Está quebrada - disse por fim. - Mas podemos dar um jeito. Não se preocupe, sei fazer isso. Fui enfermeira
muitos anos, trabalhei em hospital. Confie em mim.
Dividiu o cabo de vassoura em três pedaços e com eles, e com seu cinto de pano, improvisou uma tala, imobili-
zando-me a perna. A dor diminuiu muito e, amparado nela, fui até minha casa. "Chame uma ambulância", disse a
mulher à minha mãe. Sorriu.
Tudo ficou bem. Levaram-me para o hospital, o médico engessou minha perna e em poucas semanas eu estava
recuperado. Desde então, deixei de acreditar em bruxas. E tornei-me grande amigo de uma senhora que morava
em minha rua, uma senhora muito boa que se chamava Ana Custódio.
(SCLIAR, Moacyr. In: revista Nova Escola, seção Era uma vez. São Paulo: Abril, agosto de 2004).
A) Descrição.
B) Narração.
C) Dissertação.
D) Nenhuma das alternativas.
QUESTÃO 05
www.cers.com.br 13
A) É um texto poético.
B) É um texto argumentativo.
C) É um texto informativo.
D) Nenhuma das alternativas.
Glossário:
Janotas = elegantes, bem vestidos
Pé-de-alferes = namorador
Debaixo do balaio = esconder
Levantam tábua = levar um fora
QUESTÃO 06
Qual a melhor alternativa para análise do texto?
A) Trata-se de uma pequena poesia em que o autor descreve situações e utiliza expressões antigas ou em desu-
so na variedade padrão da língua.
B) Trata-se de um pequeno texto descritivo em que o autor analisa friamente as diferenças entre culturas de tem-
pos antigos e atuais.
C) Trata-se de um texto escrito em prosa que tem como tema principal o preconceito linguístico de antigamente.
D) Trata-se de uma pequena crônica descritivonarrativa em que o autor aborda a questão da variedade linguística
em seu aspecto histórico.
www.cers.com.br 14
E) Trata-se de texto argumentativo, épico e histórico, em que o autor questiona se algumas expressões e vocábu-
los ainda devem ser usados.
QUESTÃO 07
Ao apresentar a linguagem de antigamente, enfatizando suas características, podemos dizer que a tipologia pre-
dominante é:
A) Descritiva
B) Explicativa
C) Dissertativa
D) Argumentativa
E) Injuntiva
QUESTÃO 08
Esqueça o trânsito caótico, a urucubaca política, a lista de compras para o natal, o tal balancete no final do ano.
Deixe de lado a cobrança interna, a dívida externa, a tão eterna dúvida. Viver é assim. Não há como negar. Para
ficar ligado é preciso saber desligar. Fácil? Nem tanto.
Descobrir qual é o seu tempo é tarefa nobre: exige um grande conhecimento sobre si mesmo. Portanto, esqueça o
relógio. Seu tempo está dentro de você. Chega de viver com a ansiedade no colo e o celular na mão. Não deixe a
agenda ocupar - sem querer - o lugar do coração. Respeite sua hora. Desacelere. TURN OFF. Mais do que correr,
é preciso saber parar. Não adianta viver no piloto-automático e deixar de sorrir. Nem tirar folga e levar uma enor-
me culpa dentro da mala. O mundo lá fora exige produtividade e imediatismo. Aqui dentro, corpo e alma pedem
menos, muito menos. Como fazer, então, para conciliar tempos tão diferentes? A resposta não está em livros. Mas
dentro de cada um. Quer tentar? Respire fundo. Desencane. Perca seu tempo com você!
É uma responsabilidade enorme desconectar-se, eu sei. Mas vida ao vivo é pra quem tem coragem. Coragem de
arriscar. Cuidado em saber a hora certa de parar. Difícil? Pode ser. É um exercício diário que exige confiança e
um amor incondicional por tudo o que somos e acreditamos. Uma aceitação suave dos próprios defeitos, um rir de
si mesmo, um desaprender contínuo, um aprender sem fim sobre o que queremos da vida. Não importa se tudo
parecer errado e o mundo virar a cara para você. Esqueça. Se esqueça. Hora de se perdoar. RENASÇA.
Eu sei pouca coisa da vida, mas uma frase eu sigo à risca: é preciso respeitar o próprio tempo. E eu respeito!
Acredito no que diz o silêncio na hora em que a mente cala. E meu silêncio - que não é mudo e também escreve -
dita com voz desafiante: confie em si mesma. Quebre a rigidez. Ouse. Brinque. Viva o final de ano com mais leve-
za. E - por favor - desligue-se. Só assim você vai transformar vida em letra e letra em vida. E ter coragem e fôlego
pra ser VOCÊ, no momento em que o mundo te atropelar sem licença e disser: CHEGOU A HORA!
Fernanda Mello
Com base nas ideias, na tipologia, no gênero textual e nas estruturas linguísticas do texto, assinale a alternativa
correta:
A) Percebe-se no texto impropriedades linguísticas, marcas do coloquialismo, que é permitido utilizar no gênero
crônica;
B) O texto apresenta tipologia textual essencialmente injuntiva, pois nos instrui claramente sobre como viver a
vida;
C) A linguagem predominante no texto é a referencial, não se percebe na sua composição nenhum traço figurativo
da linguagem;
D) Infere-se do referente do texto que o homem moderno precisa mudar seus hábitos de vida, buscar formas sau-
dáveis de alimentação;
E) No decorrer do texto encontramos perguntas retóricas, aquelas elaboradas para serem todas prontamente res-
pondidas.
QUESTÃO 09
‘‘Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o
meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me
levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto
www.cers.com.br 15
autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moi-
sés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o
Pentateuco. (Machado de Assis, in Memórias Póstumas de Brás Cubas)’’.
Existem muitas maneiras de classificar os textos de acordo com a sua tipologia textual. Portanto o trecho acima
pode ser classificado como:
A) Descritivo
B) Narrativo
C) Dissertativo
D) Jornalístico
QUESTÃO 10
São várias as situações comunicativas cotidianas, sejam elas orais ou escritas. O dinamismo da comunicação é
responsável pela criação dos diversos gêneros textuais, mas, antes deles, existem os tipos textuais, estruturas
nas quais os gêneros se apoiam. Os aspectos constitutivos de um texto divergem mediante a finalidade do texto:
contar, descrever, argumentar, informar, etc. Um único texto pode apresentar passagens de vários tipos de texto.
A tipologia textual apresenta características intrínsecas, como vocabulário, relações lógicas, tempos verbais, cons-
truções frasais e outras peculiaridades inscritas em, basicamente, cinco tipos.
QUESTÃO 11
O futuro da medicina
O avanço da tecnologia afetou as bases de boa parte das profissões. As vítimas se contam às dezenas e in-
cluem músicos, jornalistas, carteiros etc. Um ofício relativamente poupado até aqui é o de médico. Até aqui. A crer
no médico e "geek" Eric Topol, autor de "The Patient Will See You Now" (o paciente vai vê-lo agora), está no forno
uma revolução da qual os médicos não escaparão, mas que terá impactos positivos para os pacientes.
Para Topol, o futuro está nos smartphones. O autor nos coloca a par de incríveis tecnologias, já disponíveis
ou muito próximas disso, que terão grande impacto sobre a medicina. Já é possível, por exemplo, fotografar pintas
suspeitas e enviar as imagens a um algoritmo que as analisa e diz com mais precisão do que um dermatologista
se a mancha é inofensiva ou se pode ser um câncer, o que exige medidas adicionais.
Está para chegar ao mercado um apetrecho que transforma o celular num verdadeiro laboratório de análises
clínicas, realizando mais de 50 exames a uma fração do custo atual. Também é possível, adquirindo lentes que
custam centavos, transformar o smartphone num supermicroscópio que permite fazer diagnósticos ainda mais
sofisticados.
Tudo isso aliado à democratização do conhecimento, diz Topol, fará com que as pessoas administrem mais
sua própria saúde, recorrendo ao médico em menor número de ocasiões e de preferência por via eletrônica. É o
momento, assegura o autor, de ampliar a autonomia do paciente e abandonar o paternalismo que desde Hipócra-
tes assombra a medicina.
Concordando com as linhas gerais do pensamento de Topol, mas acho que, como todo entusiasta da tecnolo-
gia, ele provavelmente exagera. Acho improvável, por exemplo, que os hospitais caminhem para uma rápida ex-
tinção. Dando algum desconto para as previsões, "The Patient..." é uma excelente leitura para os interessados nas
transformações da medicina.
Folha de São Paulo online – Coluna Hélio Schwartsman – 17/01/2016.
“Para Topol, o futuro está nos smartphones. O autor nos coloca a par de incríveis tecnologias, já disponíveis ou
muito próximas disso, que terão grande impacto sobre a medicina”.
Segundo esse segmento do texto 1, pode-se inferir que o texto de Topol pertence ao seguinte modo de organiza-
ção:
www.cers.com.br 16
A) informativo;
B) histórico;
C) argumentativo;
D) instrucional;
E) injuntivo.
www.cers.com.br 17
GABARITO
01. C
02. ERRADO
03. ERRADO
04. B
05. C
06. D
07. A
08. A
09. A
10. A
11. C
www.cers.com.br 18
www.cers.com.br 19